Isabella
Tomas está parado na porta que liga a sala ao corredor, a forma como ele olha para toda cena corta o meu coração.— Tomas querido está tudo bem! Volta para o quarto! — peço, tentando me soltar.— Esses homens são maus? — pergunta com os olhinhos assustados, apertando o dinossauro de pelúcia com força.— Que droga! De onde esse moleque saiu? — ele pergunta em um rosnado, olhando para Tomas .— Ei carinha! E aí? — o ruivo que até o momento é o único simpático tenta uma aproximação.— Soltem a minha irmã! — ele aponta para os dois brutamontes.— Está tudo bem querido — minto.— Eu falei para você não sair pirralho... — Emilie surge com metade do cabelo loiro enrolado — O que está acontecendo aqui? — olha ao redor.— Emilie tira o Tomas daqui — peço.— Que merda! O que esse bêbado fez dessa vez? — olha com nojo na direção do meu pai, que sequer consegue deixar de encará-la já que o braço do maldito em seu pescoço o impede. Seu olhar reflete um misto de medo e vergonha.— TIRA O TOMAS DAQUI! — Grito em desespero.Eu não quero que isso cause um trauma em Tomas .Ela arregala os olhos, surpresa com minha reação. Todos estão em silêncio.— Vem pirralho — agarra Tomas o erguendo do chão e o arrastando dali.— Eu não quero ir, eu não quero tenho que salvar a Bella e o papai — diz se debatendo.— Cale a boca pirralho — ralha o carregando dali.Respiro aliviada em vê-los cruzar a porta.— Onde estávamos? Ah me lembrei. Esse verme tinha dito que perdeu as joias — parece aumentar o aperto no pescoço do meu pai, pois o mesmo geme de dor.— Eu vou recuperá-las. Eu...eu juro — tosse.— Como exatamente você as perdeu? — o ruivo pergunta se aproximando.— Eu apostei, eu ia ganhar. Eu tinha certeza que ia ganhar, mas eu... eu perdi.Timothy desfere um soco no rosto do meu pai fazendo-o cair no chão.— NÃO! — grito tentando me soltar.Ele tira meu pai do chão e volta a socá-lo.— Solta ele! Você vai matá-lo seu desgraçado!Ele me ignora, dando outro soco, fazendo meu pai cuspir sangue.— Você tem ideia do que aquelas joias significavam para mim seu verme? — segura meu pai pelo colarinho.— Eu vou recuperá-las! — diz com uma certa dificuldade.— Eu poderia matá-lo agora sabia?— Pare com isso por favor — peço, sentindo as lágrimas escorregarem pelo meu rosto.— Por favor! Não! — meu pai pede.— Timothy já chega. Podemos tentar recuperar as joias — o único que parece ter um coração ali é o ruivo.— E deixar esse rato viver? Ele me deve Carl, ele entrou na minha casa, me roubou. E ainda por cima perdeu as joias que eram da minha mãe — seu rosto é puro ódio, seus olhos se tornam ainda mais assustadores.— Eu...eu vou recuperar tudo, eu pago por tudo — meu pai diz cuspindo sangue.— Como vai pagar? Você mal consegue se aguentar em pé? Você não passa de um viciado de merda — suas mãos cobrem o pescoço do meu pai, que começa a se debater — Você não pode me pagar.— POR FAVOR NÃO! — Grita usando toda força que tenho para me soltar e correr até ele, empurrando-o com a força que ainda me resta fazendo-o soltar meu pai.Em menos de um segundo suas mãos grandes estão segurando firme os meus antebraços me colocando de frente para ele.— Deixe o em paz. Por favor! — imploro tentando não olhar para o mar de escuridão que são os teus olhos.— Você acha que pode fazer algo para me impedir de acabar com a raça do seu pai ratinha? — sua boca se curva em um sorriso maléfico.Tento respirar o mais fundo que consigo. Tento pensar em algo. Fecho os olhos, sentindo os dedos do homem afundados na minha pele. Só queria que isso fosse um pesadelo e que ao abrir os olhos eu estivesse deitada sobre minha cama.— Me ouviu ratinha?— Eu posso pagar pelo que meu pai fez. Eu posso trabalhar para o senhor, eu sei fazer serviços domésticos. Eu posso fazer isso — digo, sem pensar nas consequências das minhas palavras.Ele levanta a sobrancelha grossa. E curva os lábios.—.E quem me garante que você não vai me roubar?— Eu juro que não farei isso. Eu juro que vou trabalhar dia e noite para pagar pelos atos do meu pai — digo, abaixando a cabeça para não o encarar.No fundo eu não sei se poderia realmente fazer isso, mas eu diria qualquer coisa para que ele não ferisse mais o meu pai.Sinto seu olhar descer pelo meu corpo e engulo em seco.— Timothy você não está pensando....— Não se meta Carl! EU FALEI PARA NÃO SE METER! — Grita, e fecho os olhos me encolhendo.— Filha você não... — meu pai diz limpando o sangue no rosto com a manga da blusa — Não pode fazer...Ele olha para o meu pai, que se cala e encolhe. Quando foi que meu pai se tornou tão covarde?Noto as lágrimas brotarem em seus olhos. Meu coração está em pedaços.— Então você quer trabalhar para pagar pelo que seu pai roubou? — pergunta, com o cenho franzido.Assinto com a cabeça.— Faz ideia do valor daquelas joias garota?Nego com a cabeça, seu rosto está tão perto do meu que sinto o calor da sua respiração. Seus olhos brilham como o de uma fera selvagem espreitando a sua presa. Não consigo formular uma frase se quer.— Deixe minha filha senhor Ritkson. Eu posso recuperar as joias. Ela não pode trabalhar naquela casa — a voz do meu pai está embargada.Ele volta a olhar na direção do meu pai, mas antes disso, curva os lábios em um sorriso maléfico, como se estivesse se deliciando com o nosso desespero.— Está preocupado com a sua filha? — pergunta.Meu pai não responde, limpa as lágrimas com as costas das mãos.Timothy ri olhando para o teto.— A garota vai com a gente — diz, me arrastando pelo braço em direção a porta.— Tem certeza disso Senhor Ritkson? — um dos brutamontes pergunta, mas não é respondido.Ele aperta mais forte o meu braço.— Você está me machucando — digo.Ele não pode estar querendo levar isso a diante. Eu não posso deixar Tomas . Eu não posso. Tento me soltar e ele aperta ainda mãos o meu braço.— Eu não vou permitir que a leve — meu pai diz parando na nossa frente com os braços abertos, talvez pensando que poderia impedir que ele me arrastasse para fora dali.— Você vai me impedir?— Ela não tem que pagar pelos meus erros.— Mas ela vai, vai trabalhar dia e noite sem descanso. Eu me encarregarei pessoalmente para que isso aconteça — diz pausadamente em tom sarcástico.— O senhor não pode fazer isso — afirma.Ouço-o suspirar.— Eu posso fazer tudo que eu quiser. E eu vou fazer.— Eu não vou permitir.— Você não passa de um viciado, que mal consegue cuidar de si. Devia ter pensado nisso antes de me roubar. Vou cuidar dessa ratinha da forma que ela merece — me olha de cima a baixo.— DESGRAÇADO! — Meu pai grita avançando sobre ele em seguida.Ele me solta e vejo a oportunidade de correr, mas sou impedida por um dos projetos de MIB, que me segura e faz com que me vire, vendo meu pai cair desfalecido no chão após receber uma coronhada na cabeça.— PAPAI! — Grito me jogando no chão, tocando seu rosto, machucado.— Levem a garota — Ouço o maldito dizer.— Timothy isso já é demais. Ela não tem nada haver com isso — alguém diz, mas estou desesperada demais para prestar atenção.Meu coração b**e tão rápido e sinto como se meu corpo estivesse se dissolvendo.— Fale comigo papai! Acorda por favor! Fala comigo — peço, mas ele não reage.Ele precisa acordar, eu não posso perdê-lo também.Sou levantada do chão, enquanto uso toda força que me resta para me debater em busca de me soltar, mas eu não consigo. Vejo o corpo do meu caído no chão, enquanto sou arrastada dali, grito, esperneio.E então vejo Tomas no corredor, olhando para mim. Ele tenta correr em minha direção, mas é impedido por Emilie, enquanto Emma corre até o meu desacordado.Fecho os olhos, me agarrando a última partícula de esperança de que tudo seja um maldito pesadelo. Mas ao abri-los, vejo a minha casa, a minha vida ficando para trás enquanto sou praticamente jogada dentro de um carro.***TimothyNão consigo assimilar tudo que está acontecendo.Sinto uma raiva fora do comum. Uma raiva que não consigo controlar. Queria cometer um crime.O desgraçado perdeu as joias que minha mãe amava, que eram uma das maiores lembranças que eu tinha dela em vida. O colar de pérola que usou no meu oitavo aniversário, no brinco de rubis que usava em todos os natais. Agora eu não fazia ideia de onde estavam, tudo porque um viciado achou que poderia se dar bem as minhas custas.— AAAAAH! — grito socando o banco da frente.— Timothy se controle. Podemos encontrar as joias — a voz de Carl me irrita.Agarro pela gola da camiseta.— Quem você pensa que é para questionar as minhas decisões? Quem você pensa que é para me dizer o que eu posso ou não fazer?Frédéric diminui a velocidade do carro, mas o meu olhar de ódio refletido no espelho do retrovisor faz com que mantenha a velocidade anterior.Carl passou dos limites, interferindo nas minhas ações. Porra, o cara tinha sumido com algo importante para mim. Ele não tinha que sentir pena de um rato de merda.— Timothy você está descontrolado. Não viu o que acabou de fazer? — o filho da mãe sequer treme.Ele não me viu descontrolado de verdade. Se ele visse ele ficaria assustado.— Eu fiz o que tinha que fazer — afirmo, sem soltá-lo.— Você quase matou aquele homem — diz erguendo o corpo para trás se soltando e ajeitando a gola da camiseta.Tenho vontade de soca-lo, mas me contenho. Descontaria enquanto estivéssemos treinando no ringue. Tenho raiva de me importar com esse filho da mãe.— Eu devia tê-lo matado — bufo, voltando para o meu lugar.— Meu Deus Timothy ! Você está se ouvindo? Sabe que pode recuperar as joias.— Você acha que é simples assim?— Teria sido mais simples se tivesse acionado a droga da polícia — gesticula.Dou de ombros.— E você acha que a polícia resolveria? Faça meu favor Carl!— É claro que resolveria.— Cale a boca Carl! — Como pode ser tão insuportável?Ouço-o respirar fundo, batendo com a cabeça no encosto do banco.— Você está sequestrando uma pessoa Timothy — pontua.Ainda não assimilei o fato de estar levando a filha do desgraçado. Olho para o carro atrás de nós.Mas era o mínimo. Ver o desgraçado apavorado por eu levar a filhinha dele, foi revigorante. E foi uma sugestão dela. Ela disse que trabalharia e pagaria a dívida do pai. Rio, da sua ingenuidade. No mesmo instante em que lembro que se tratando de quem ela é filha, ela não seria nada ingênua.No mínimo era uma oportunista. É aquele teatrinho na hora de ir embora, não me convenceu.Me certificaria de que a ratinha trabalharia dia e noite, ela estaria pagando por me desafiar, por querer defender o filho da puta ladrão que é o seu pai, por ter me olhado como olhou e por ter despertado um interesse, que não deveria.IsabellaA qualquer sinal de desatenção desses brutamontes eu daria um jeito de sair desse maldito carro, onde eu estava enfiada.Parei de me debater, eu precisava poupar minhas forças minha garganta estava doendo pelos gritos.Estou aterrorizada. Fui jogada dentro desse maldito carro, e não consigo sequer assimilar os meus pensamentos. Pelo menos aquele homem não estava aqui. Imagino que deva esteja em outro carro junto ao homem dos cabelos ruivos e olhos gentis.Não quero estar em sua presença, tudo nele me causa arrepios.Eu não estava pensando direito quando disse que trabalharia para ele. Também não esperava que ele faria algo assim, me arrastando contra minha vontade.Tomas não pode ficar sozinho com as gêmeas ou meu pai, Emilie e Emma não conseguem ficar quinze minutos sem gritar com ele, e meu pai mal consegue falar com ele.Não podia ficar longe do meu irmãozinho. Os seus olhinhos assustados acabaram comigo. Ele não tinha que passar isso. Ele não tem que pagar pelos erros do
Timothy De alguma forma o percurso até minha casa estava demorando mais que o normal.O moralismo velado de Carl me irritou o suficiente, não aguento mais nenhum minuto dentro desse carro com ele. Ele pode ser extremamente insuportável quando quer, e parece que ele estava muito afim de me tirar do sério.Respiro aliviado ao ver os portões serem abertos.Sequestro? Não tinha nada haver com sequestro. A garota iria trabalhar para pagar a dívida do pai.Não sou politicamente correto, estou longe de ser.Busco conter a euforia instalada dentro de mim. Não tem motivo para que me sinta dessa forma. Não estou fazendo uma loucura, tenha total consciência dos meus atos, e não vou me arrepender deles. O roubo daquele homem, não iria ficar impune, ainda mais com o infeliz, tendo sumido com as joias. O viciado deve ter perdido ao apostar em algum dos seus jogos.Ter sua filha trabalhando em minha casa não era nada perto do que ele merecia.Vejo o carro com os seguranças e a estacionar ao lado do
Isabella Definitivamente esse homem não tem coração. E nada do que eu disser vai fazê-lo mudar de ideia. Segue caminhando com altivez em direção a porta da mansão. Diminui meus passos para manter uma distância segura para não voar no pescoço dele.Denzel e o filho da puta que machucou o meu pai me seguem praticamente colados a mim.Fugir? Não, eu não vou fazer isso agora. E nem se eu quisesse conseguiria. Preciso estudar esse lugar, ver a melhor maneira de sair e pedir ajuda. De nada adiantaria fugir e voltar para casa, ele iria me encontrar, e com toda certeza deixaria tudo ainda pior. Precisava de contatar Ben, Silvie e Eden, eles me ajudariam a sair daqui.Não menti quando prometi que se me deixasse ir embora eu viria trabalhar todos os dias, eu daria um jeito. Mas é claro que o poderoso Timothy Ritkson não facilitaria para mim.Respiro fundo olhando para o céu azul claro. Rezar e pedir uma solução para Deus agora adiantaria? Mas é bem provável que Ele esteja ocupado.Se meu pai
Isabella O nó na minha garganta me sufoca. Sinto uma lágrima escorregar pelo meu rosto. Abaixo a cabeça rapidamente para que ele não me veja chorar.Ele disse que machucaria a minha família. Que tipo de monstro ele é?Não tinha dúvidas sobre ele ser uma pessoa perigosa. Mas agora sei que ele não é só perigoso, ele é cruel.Olho sua mão circulando o meu pulso, e sentindo minha pele sendo queimada ao seu toque. Tamanho o pavor que sinto nesse momento.— Você ouviu o que eu disse? — pergunta.Não consigo formular uma frase.— Não me faça perguntar de novo — rosna.— S...sim, eu ouvi — balbucio, sem encara-lo.Ele solta o meu braço e se afasta sem dizer mais nada.Sou tomada por uma sensação de alívio. Seguro o meu pulso, vejo que não ficou nenhuma marca.— Eu sinto muito por isso querida — Ouço a mulher dizer, e olho em sua direção, tendo o vislumbre de Timothy de costas chegando ao topo da escada.Me esforço para não desabar em lágrimas. Ensaio um sorriso falso antes de dizer para ela
Timothy Eu não quero descansar. Se quer estou cansado.Não digeri toda essa merda. Trazer aquela garota não me acalmou nenhum um pouco. E como se a presença dela me deixasse ainda mais irritado.Isabella! O que essa ratinha tem de especial? Nada, não passa de uma golpista assim como o pai.Olho para a tela do celular esperando uma resposta de Doug sobre tudo que ele conseguir encontrar sobre Samuel Weels e em especial o que encontrar sobre a ratinha.Não tinha acreditado na história dos filhos. Tudo que recebi a respeito desse homem estava incompleto, precisava saber mais. Até para conseguir recuperar as joias mais rápido.Aperto o punho olha do jardim pela janela.Meus domingos não costumam ser tão agitados, odeio domingos. Odeio finais de semana. Odeio estar em casa.Me sinto tentado em descer para ver o que a ratinha está fazendo.Será que ela sabe fazer algum serviço doméstico? Claro, alguém desprovida de educação e condições financeiras deve no mínimo saber fazer algo assim.Po
Isabella Limpo as lágrimas com as costas das mãos. Não consigo conter o choro ao contar tudo que aconteceu para Catarina. A lembrança de meu pai caído desacordado, os olhinhos de Tomas. Me sinto lixo por ter permitido que me arrastassem para longe deles.Sinto que estou vivendo tudo de novo, em casa palavra que disse a Catarina.O nó em minha garganta me sufoca e tenho que fazer um esforço para respirar.Catarina é gentil, me disse que ela tinha dado a oportunidade do meu pai trabalhar ali, que ele disse que precisava do trabalho para cuidar dos filhos. Mas ele não cuidou. Se ele tivesse cuidado eu não estaria aqui.Me dói ver que tudo chegou a esse ponto. Dói tanto.— Querida, não chore. Eu sei que tudo isso é demais para digerir. Timothy estava muito nervoso, acredito que nem pensou direito quando te trouxe — diz fazendo o carinho na minha mão.Respiro fundo. Pensar que Tomas está longe me desespera. Será que ele tomou café da manhã? Será que ele almoçou? E se ele estiver com fom
Isabella Saio do quarto olhando ao redor, conferindo o caminho para não correr o risco de me perder, já que esse lugar é imenso. Fico aliviada ao entrar na cozinha que está vazia.Fico quieta, não vou me mover para não correr risco de quebrar algo e piorar ainda mais a minha situação. Sinto um cheiro de comida e meu estômago ronca. Não tenho vontade de comer nada, mas meu corpo não pensa da mesma maneira.Volto a pensar em Tomas e se ele comeu. As meninas brigam com ele por um pacote de biscoitos. Me dói pensar neles.— AAAAAH! — dou um pulo ao ouvir o grito e me viro dando de cara com a autora dele.Uma mulher um pouco mais jovem que Catarina, de pele clara, rosto marcante, usando um uniforme idêntico ao meu, me olha assustada com a mão no peito.— Oi? — digo levantando a mão.— Meu Deus garota! Quase me matou de susto. Te vi parada aí e pensei que fosse uma alma penada — ela fala muito rápido e a sua faz anasalada torna a situação engraçada.— Desculpa?— Você é garota que o senho
Timothy O olhar daquela mulher me incomoda de uma maneira que não sei explicar, e isso me deixa ainda mais irritado.Mesmo sabendo mais sobre ela, não sou imbecil a ponto de acreditar que ela não é como o pai. Ainda mais quando tenta me ludibriar com aquele olhar inocente.Não vou permitir ser enganado mais uma vez. Ela está aqui para pagar pelo que o maldito do pai roubou, e só vai sair daqui quando eu permitir.Perdi a fome.Bebo o vinho que Catarina me serviu em um único gole.Me levanto da mesa, e meu celular toca.O nome de Connor um dos meus homens de confiança na tela me faz imaginar do que pode se tratar. Mandei ele ficar de olho no maldito rato, para ver os seus passos e ter a certeza de que ele não vai fazer nenhuma merda.Também já tinha pessoas investigando para saber onde o filho da puta tinha perdido as minhas joias. Acredito que logo conseguirei recuperá-las.— Pronto — digo ao atender.— Senhor Ritkson, creio que não tenho boas notícias.— O que houve? — falo saindo