Timothy Não sei por quanto tempo estou preso nessa cela fedendo a mofo. Os nós dos meus dedos doem, feridos, pelos socos que desferi na parede.Depois de sete anos esse pesadelo ressurge, justo quando estou no momento mais feliz e especial da minha vida inteira.E saber que aquele policialzinho é o causador me faz sentir vontade arrancar a sua cabeça com minhas próprias mãos. Sempre soube que aquele tipinho não era flor que se cheire.E suas atitudes agora comprovam isso.Meus pensamentos me sufocam, imaginando como Isabella está se sentindo depois de me ver sendo arrastado da minha própria casa sendo levado em uma carro de polícia como um verdadeiro criminoso.Sinto mais raiva por saber que a única pessoa que pode me livrar desse problema a única que eu jamais quero ver em minha frente.Um dos guardas abre minha cela, me arrastando para fora, enquanto ignorar os meus questionamentos sobre onde ele está me levando.Ele abre uma porta de metal e me empurra para dentro dela.Nunca me s
IsabellaHaviam se passado dois dias desde que saímos daquela delegacia. Timothy não foi trabalhar, ficamos o tempo todo juntos. Ele me levou para ver todas as plantações de rosas, algumas de suas floriculturas e na fábrica ver o processo de produção de perfumes.Do meu perfume, e estranho me lembrar que tenho um perfume com meu nome, um estranho bom. Que deixa meu coração aquecido.Aproveitamos para passar um tempo com Tomas, ele parecia ter acreditado na viagem, mas fazia algumas perguntas que me fazia acreditar que ele no fundo sabia de algo.Tudo o que aconteceu saiu em todos os tabloides de notícias, mas num estalar de dedos tudo desapareceu. Timothy tinha uma ótima gestão de crise.Queríamos deixar tudo de ruim para trás, apagar tudo que em algum momento nos machucou.— Oi! — sinto Timothy me abraçar por trás.Deixo a pequena pá cair dentro do vaso.— Achei que estivesse pintando — beija meu pescoço.— Quis mudar algumas de vaso para vê se elas crescem. Viu como elas estão linda
ISABELLAAcordo com um aperto estranho no peito. Algo como um mal pressentimento.Ainda não tinha nenhum sinal do meu pai. E eu estava ainda mais angustiada. Mesmo depois anos com ele ficando dias fora de casa, eu acho que nunca me acostumaria.Tento desviar os meus pensamentos, e preencher o meu dia com tudo que eu havia planejado.Por sorte Emma e Emilie saíram cedo, indo em uma excursão do colégio ou algo do tipo. Elas estavam no último ano, e não queria pensar em como faríamos para arcar com a faculdade das duas.Decido começar cuidando do pequeno jardim que fiz no quintal, enquanto Tomas toma café da manhã. Sou apaixonada por plantas, por flores para ser mais especificas, paixão essa que herdei da minha mãe. Quando eu era criança ela sempre dizia que o seu sonho era ter um enorme jardim, onde ela pudesse plantar rosas de todas as cores.Queria ser capaz de realizar os sonhos dela.Termino de regar as plantas, e vejo Ben do outro lado da rua. Ele dá um tchauzinho e eu não tenho ou
ISABELLA Mesmo não tendo que servir as bebidas e ficando só na cozinha, eu estava exausta. Ao menos a presença das minhas amigas deixava tudo mais leve. Eu estava com as bochechas doendo de tanto rir do que falamos enquanto enchíamos as taças e montávamos os canapés.Pelo que entendi o evento era organizado por um casal bilionário, tudo ali girava em torno de sexo, se tratava de uma orgia de ricos. Não me daria o trabalho de imaginar o que estavam fazendo no salão onde as garotas serviam as bebidas. Posso ser virgem, mas não sou leiga quando o assunto é sexo, sou leitora assídua de livros de romance do gênero hot, e também já vi um vídeo ou outro. Uma coisa é ler e ver pela tela, não tenho interesse algum em ver ao vivo. Não sou curiosa a esse ponto.Não via a hora de ir embora e dormir um pouco. Meus pés já estavam em carne viva e eu estava quase fazendo xixi na roupa porque Silvie resolveu ter uma DR com a namorada dentro do banheiro que podíamos usar.— Que cara é essa? — Eden per
TIMOTHYO cheiro de perfume se mistura ao da bebida e a dos charutos. Mulheres seminuas desfilam com bandejas cheias de taças de champanhe. Um verdadeiro banquete. Não é a primeira vez que frequento uma festa dos Bolths, eles conseguem fazer as melhores.Não gosto de participar desse tipo de festinha. Não precisa disso para foder quantas bocetas eu aguentar. Mas Carl insistiu muito para que eu o acompanhasse, e sabendo que se tratava de uma festa organizada pelos Bolths não poderia ser ruim.Tive um dia de merda, extravasar seria bom.Olho para as duas loiras gostosas conversando próximas a enorme escada. Elas percebem o meu olhar e sorriem, como se soubessem das obscenidades que fariam com elas assim que terminasse a minha bebida.Devido a minha posição e ao dinheiro que tinha, as mulheres praticamente se jogavam na minha cama. E eu não podia reclamar.Passo a mão pelo bolso, sentindo a ausência do celular, são estritamente proibido o uso de qualquer aparelho nesse tipo de festa.Pre
ISABELLA Cada centímetro do meu corpo doía. Mesmo exausta não consegui dormir direito, os calos no meu pé não pararam de doer e agora estão em carne viva.Ao menos o dinheiro que recebi pelo trabalho vai dar para conseguir comprar comida e guardar um pouco. Olho para a cama de Tomas que dorme um sono pesado. Ainda são sete da manhã, e não tenho força alguma para me levantar da cama. Pego meu celular e tento ligar para o meu pai, mas vai direto para a caixa postal.— Onde você se meteu papai? Mesmo sem força, me obrigo a levantar. Preciso comprar ovos, pão e leite, pois não tem nada para o café da manhã. Lavo o rosto, escovo os dentes e passo antisséptico nos calos. Procuro por um curativo, mas não encontro nenhum.A cada passo que dou sinto vontade chorar. Visto um conjunto de moletom surrado, pego minha bolsa, e tento andar o mais rápido que posso para sair e voltar antes que Tomas acorde. Assim que passo pela porta e atravesso o jardim tenho uma infeliz surpresa. Ben escorand
TIMOTHYSinto um misto de raiva e satisfação ao sentir que estamos próximos ao endereço do maldito rato.Samuel Weels pensou que poderia me roubar e não sofrer nenhuma consequência?Eu faria o desgraçado devolver tudo que me pertencia. E de agora em diante ele pensaria duas vezes antes de fazer algo assim. Isso se eu o deixasse vivo.O homem era um fracassado. Viciado em jogo e bebida. Meus homens estavam a dois atrás do filho da puta, que parecia ter se enfiado em buraco.Ontem de madrugada conseguiram encontrá-lo, mas o maldito rato conseguiu escapar. Mas foi burro o suficiente para voltar para sua casa. Lugar para onde estávamos indo.Não envolveria a polícia nisso. Como o filho da puta era ex-policial, não que eles aliviariam para ele, já que tinha sido expulso da corporação, mas com a polícia envolvida eu não poderia dar o corretivo que ele merecia.— Ele não é da equipe de segurança? Quem contratou esse cara mesmo? — Carl pergunta bocejando em seguida.Respiro fundo, tendo a cer
TIMOTHYA mulher da noite anterior, estava ali. Ao lado do maldito rato. Poderia ser alguém parecida, mas acredito que não exista outra como ela. A boca entreaberta, os olhos arregalados, a expressão assustada. O que difere é a ausência da roupa de copeira, pois agora está usando alguma espécie de conjunto em moletom que já viu dias melhores.Era algum tipo de piada? Alucinação?— Se...senhor Ritkson? Eu... — a voz trêmula de Samuel me trás de volta à realidade, me lembrando o real motivo de eu estar ali.Meu olhar carregado de ódio se volta para ele, que dá alguns passos ficando no meio do cômodo. O cheiro de bebida barata que emana dele, faz meu estômago embrulhar. Mas não me impede de partir para cima do maldito agarrando-o pelo colarinho.— Achou que podia me roubar e ficar por isso mesmo? — digo entredentes.Posso sentir o seu corpo tremer, não é capaz de erguer sua cabeça, não consegue me encarar. Ele está um caco, cabelos desgrenhados, com a roupa visivelmente suja.— Eu não qu