Isabella Definitivamente esse homem não tem coração. E nada do que eu disser vai fazê-lo mudar de ideia. Segue caminhando com altivez em direção a porta da mansão. Diminui meus passos para manter uma distância segura para não voar no pescoço dele.Denzel e o filho da puta que machucou o meu pai me seguem praticamente colados a mim.Fugir? Não, eu não vou fazer isso agora. E nem se eu quisesse conseguiria. Preciso estudar esse lugar, ver a melhor maneira de sair e pedir ajuda. De nada adiantaria fugir e voltar para casa, ele iria me encontrar, e com toda certeza deixaria tudo ainda pior. Precisava de contatar Ben, Silvie e Eden, eles me ajudariam a sair daqui.Não menti quando prometi que se me deixasse ir embora eu viria trabalhar todos os dias, eu daria um jeito. Mas é claro que o poderoso Timothy Ritkson não facilitaria para mim.Respiro fundo olhando para o céu azul claro. Rezar e pedir uma solução para Deus agora adiantaria? Mas é bem provável que Ele esteja ocupado.Se meu pai
Isabella O nó na minha garganta me sufoca. Sinto uma lágrima escorregar pelo meu rosto. Abaixo a cabeça rapidamente para que ele não me veja chorar.Ele disse que machucaria a minha família. Que tipo de monstro ele é?Não tinha dúvidas sobre ele ser uma pessoa perigosa. Mas agora sei que ele não é só perigoso, ele é cruel.Olho sua mão circulando o meu pulso, e sentindo minha pele sendo queimada ao seu toque. Tamanho o pavor que sinto nesse momento.— Você ouviu o que eu disse? — pergunta.Não consigo formular uma frase.— Não me faça perguntar de novo — rosna.— S...sim, eu ouvi — balbucio, sem encara-lo.Ele solta o meu braço e se afasta sem dizer mais nada.Sou tomada por uma sensação de alívio. Seguro o meu pulso, vejo que não ficou nenhuma marca.— Eu sinto muito por isso querida — Ouço a mulher dizer, e olho em sua direção, tendo o vislumbre de Timothy de costas chegando ao topo da escada.Me esforço para não desabar em lágrimas. Ensaio um sorriso falso antes de dizer para ela
Timothy Eu não quero descansar. Se quer estou cansado.Não digeri toda essa merda. Trazer aquela garota não me acalmou nenhum um pouco. E como se a presença dela me deixasse ainda mais irritado.Isabella! O que essa ratinha tem de especial? Nada, não passa de uma golpista assim como o pai.Olho para a tela do celular esperando uma resposta de Doug sobre tudo que ele conseguir encontrar sobre Samuel Weels e em especial o que encontrar sobre a ratinha.Não tinha acreditado na história dos filhos. Tudo que recebi a respeito desse homem estava incompleto, precisava saber mais. Até para conseguir recuperar as joias mais rápido.Aperto o punho olha do jardim pela janela.Meus domingos não costumam ser tão agitados, odeio domingos. Odeio finais de semana. Odeio estar em casa.Me sinto tentado em descer para ver o que a ratinha está fazendo.Será que ela sabe fazer algum serviço doméstico? Claro, alguém desprovida de educação e condições financeiras deve no mínimo saber fazer algo assim.Po
Isabella Limpo as lágrimas com as costas das mãos. Não consigo conter o choro ao contar tudo que aconteceu para Catarina. A lembrança de meu pai caído desacordado, os olhinhos de Tomas. Me sinto lixo por ter permitido que me arrastassem para longe deles.Sinto que estou vivendo tudo de novo, em casa palavra que disse a Catarina.O nó em minha garganta me sufoca e tenho que fazer um esforço para respirar.Catarina é gentil, me disse que ela tinha dado a oportunidade do meu pai trabalhar ali, que ele disse que precisava do trabalho para cuidar dos filhos. Mas ele não cuidou. Se ele tivesse cuidado eu não estaria aqui.Me dói ver que tudo chegou a esse ponto. Dói tanto.— Querida, não chore. Eu sei que tudo isso é demais para digerir. Timothy estava muito nervoso, acredito que nem pensou direito quando te trouxe — diz fazendo o carinho na minha mão.Respiro fundo. Pensar que Tomas está longe me desespera. Será que ele tomou café da manhã? Será que ele almoçou? E se ele estiver com fom
Isabella Saio do quarto olhando ao redor, conferindo o caminho para não correr o risco de me perder, já que esse lugar é imenso. Fico aliviada ao entrar na cozinha que está vazia.Fico quieta, não vou me mover para não correr risco de quebrar algo e piorar ainda mais a minha situação. Sinto um cheiro de comida e meu estômago ronca. Não tenho vontade de comer nada, mas meu corpo não pensa da mesma maneira.Volto a pensar em Tomas e se ele comeu. As meninas brigam com ele por um pacote de biscoitos. Me dói pensar neles.— AAAAAH! — dou um pulo ao ouvir o grito e me viro dando de cara com a autora dele.Uma mulher um pouco mais jovem que Catarina, de pele clara, rosto marcante, usando um uniforme idêntico ao meu, me olha assustada com a mão no peito.— Oi? — digo levantando a mão.— Meu Deus garota! Quase me matou de susto. Te vi parada aí e pensei que fosse uma alma penada — ela fala muito rápido e a sua faz anasalada torna a situação engraçada.— Desculpa?— Você é garota que o senho
Timothy O olhar daquela mulher me incomoda de uma maneira que não sei explicar, e isso me deixa ainda mais irritado.Mesmo sabendo mais sobre ela, não sou imbecil a ponto de acreditar que ela não é como o pai. Ainda mais quando tenta me ludibriar com aquele olhar inocente.Não vou permitir ser enganado mais uma vez. Ela está aqui para pagar pelo que o maldito do pai roubou, e só vai sair daqui quando eu permitir.Perdi a fome.Bebo o vinho que Catarina me serviu em um único gole.Me levanto da mesa, e meu celular toca.O nome de Connor um dos meus homens de confiança na tela me faz imaginar do que pode se tratar. Mandei ele ficar de olho no maldito rato, para ver os seus passos e ter a certeza de que ele não vai fazer nenhuma merda.Também já tinha pessoas investigando para saber onde o filho da puta tinha perdido as minhas joias. Acredito que logo conseguirei recuperá-las.— Pronto — digo ao atender.— Senhor Ritkson, creio que não tenho boas notícias.— O que houve? — falo saindo
Timothy Ela parece ter visto um fantasma. Contenho o sorriso que quer brotar em meus lábios ao ver seu espanto e saber que sou o causador dele. Gosto de saber que ela me teme, isso vai ser importante para mantê-la aqui.Eu a quero aqui, assim como aquele ladrão me tirou as lembranças mais importantes da minha mãe, eu tirei a pessoa mais importante daquela família miserável.Dou alguns passos e ela se apressa em se abaixar e pegar o livro, abraçando-o junto ao corpo. E olhando para baixo.O uniforme ficou estranhamente bem nela, me fazendo recordar de como ela estava na noite anterior, quando pensei que nunca mais a veria outra vez.— Não respondeu a minha pergunta — me aproximo esperando que ela erga a cabeça e me olhe.E ela o faz. Seu lábio inferior treme, deixando nítido o seu nervosismo.Fiz certo em ameaçar sua família, isso a mantém, digamos que menos irritante.— Estava só dando uma olhada nesse livro — se aproxima da estante e tenta colocar o livro no lugar — É o meu livro fa
Isabella Me esforço para não deixar minhas lágrimas rolarem pelo meu rosto. Não quero que ele me veja chorar.Meu corpo está tremendo. Me esforço para que ele não perceba o quanto estou apavorada com sua presença, pela forma como me olha, por estar ameaçando as pessoas que mais amo no mundo. Seu semblante fechado, deixa nítido a sua frieza.A maneira como diz meu nome me trás calafrios.A cada passo que ele dá se aproximando me causa uma agonia inexplicável. Ele sabe disso, sabe que estou apavorada e é como se esforçasse para que eu sentisse ainda mais medo dele.Não é nada fácil controlar a minha vontade de sair correndo daqui.Sinto um alívio imenso ao ver Catarina surgir na porta, não que ela consiga fazer algo para me ajudar, mas só de não estar sozinha com ele.Passo as mãos pelo avental mais uma vez secando o suor delas. Nem sabia que elas podiam suar dessa forma.— Timothy er... — Catarina diz ao entrar, para e olha diretamente para mim, ela parece preocupada.Por algum motiv