— Estava ocupado.— Com sua esposa de mentira? – Barbara ofegou tampando os lábios. Algumas pessoas pararam o que fazia no mesmo momento, prestando atenção nos homens que se encaravam. – Minha filha está doente por sua causa. E você fingindo está em lua de mel?— Senhor Nagari, não vamos discutir isso aqui – Ângelo pediu baixo, mas o homem riu.— Ah, agora tem que ser baixo? Você não sabe o que eu passei ouvindo os gritos da minha filha, e ainda tive que aguentar a minha ânsia de vomito ao ouvir seu nome sendo proferido dos lábios dela – falava, desesperadamente, o homem. — Eu sabia que essa obsessão por você, acabaria em desgraça, você com uma esposa de fachada, e ela louca dentro de um hospital.— Senhor Nagari – Ângelo fechou os olhos para respirar. Como explicaria que tudo o que aconteceu, há meses, não fazia sentindo com o que acontecia ali no presente.— O senhor pode nos dar licença só um momentinho? – Ângelo virou o pescoço para fitar Barbara que ria para o homem. Logo olhou p
Barbara acordou naquela manhã com um dor de cabeça que mal conseguia abrir os olhos. Virou na cama na tentativa de achar Ângelo deitado ao seu lado, mas foi em vão. Suspirou e sentou na cama, olhando todo o quarto. O quarto do apartamento do Vicente era aconchegante demais para ela querer sair para outro lugar. Olhou tudo com atenção novamente. Fazia quase três semanas que estavam ali. Na maior parte do dia, Barbara se dedicava a pesquisar os melhores, mais humildes e perfeitos moveis de seu próprio gosto e o de Ângelo também.Se, estava diante de uma missão como aquela, faria tudo perfeito, alinharia as coisas, e daria tudo de si para que tudo saísse perfeito. Para conseguir a aprovação de Ângelo e o seu sorriso lindo. Ela riu de canto.— Acordou? – Barbara olhou para lado, vendo o Vicente entrar na suíte com uma bandeja com o café da manhã. A rosada ajeitou o cabelo e riu de canto ao vê-lo sentar em sua frente – eu queria fazer uma surpresa.— Não acredito – Barbara pegou o copo com
Barbara entreabriu os lábios duas, ou três vezes sem ter palavras a dizer. Sentiu-se desprotegida, e desejou grandemente que Ângelo tivesse ao seu lado. Afinal, ele saberia como lidar com aquela mulher, pois ela mesma, já nem sabia se ficava, ou corria dela.— Ângelo... Não é seu. – Barbara disse lentamente, aquilo não deixava de ser verdade.— E ele é de quem? Seu? – A ruiva gargalhou e então virou para ela – não adianta fingir. Eu sei que todo aquele casamento, tudo o que estão “vivendo”, não passa de uma mentira que a senhora Ferraz e a Amara inventaram – explicou ela enquanto olhava para foto – esse casamento NÃO PASSOU DE UMA MENTIRA – Barbara soltou um grito abafado ao ver a foto, grande, emoldurada, ir de encontro à parede e se quebrar.Definitivamente, aquela mulher estava louca.— Você precisa se acalmar. Seu pai, ou seu médico sabem que está aqui?— Tá me chamando de louca? – Yume deu um passo à frente, Barbara deu outro para trás – louca, é a sua família, a família dele, aq
Amice Elizabeth era a órfã que apareceu na aldeia após a morte de seus pais meses atrás. Tão serena e sorridente educada e doce, desde que a viu sorrindo pelas ruas e cumprimentado a todos, seu corpo entrou em um estado de necessidade por querê-la num nível que nenhuma das mulheres do bordel mais famoso e caro da aldeia era capaz de sacar. Amice era uma deusa jogada naquelas ruas pela violência do mundo, apesar de gostar, de desejar, ele não tinha cabeça para ter uma virgem que cheirava a leite. Adorava seus recados, suas chamadas, mas não podia tê-la, não podia. Era egoísta de sua parte, tão filho da puta quanto o resto de sua família, mas não seria como aqueles que acabaram queimados após um confronto, ele não seria como os outros de seu clã. — Você cheira a leite. Não sabe o que é amor ainda. - Ela não diz nada, mas sorri ainda mais pervertida erguendo sua mão para tocar no seu braço. Ele engoliu um gemido, não podia tocá-la de verdade. — Eu não sou criança, meu Lorde. - Ela rep
Apesar de ainda querer ficar na aldeia, aquele lugar não mais pertencia a sua morada. Queria viajar pelo mundo conhecer novos lugares, mares e pessoas. Esse era seu maior desejo desde que nasceu, e agora sem as honras de sua família ou alguém para obrigá-lo a casar com qualquer outra mulher, ele estava livre para viver sua vida mais livre que pudesse. E não foi sozinho. Junto dos amigos ele subiu naquele barco com seu nome e gritou para todos que estava indo, e que não havia chances de voltar… Mas ele voltaria, cedo ou tarde, justamente para os braços daquela mulher mesmo que não acreditasse.Sua vida seguiu regada de riquezas e mulheres todas as noites em cidades diferentes ou seu barco e quando achava que estavam tranquilas, as palavras de Amice, se tornaram verídicas a cada abrir e fechar de seus olhos dentro do navio. Não houve mulher, não houve carinho porre, cerveja, outros piratas ou ouro que o pudesse fazer esquecer aquela deusa que o chamava para mais intenso prazer.Ouvia se
— Então admita que esta voltando pela mulher olhos perolados, a deusa pervertida - Jasper riu de canto passando a mão pelo cabelo. — Quem garante que depois de treze anos ela ainda te espera? Era uma bela mulher, uma mulher jovem, virgem... - Jasper parou o riso. Voltou para ver o mar do lado de fora, era seu lugar preferido.— Ela não é mais virgem. Com todo aquele fogo. - Riu com escárnio — Talvez tenha me esquecido. Suas promessas eram fortes, seus dedos, suas investidas, tudo nela era intenso, mas eu nunca quis me envolver, a achava tão nova para mim, tão limpa para um homem corrompido como eu. Mas ainda assim, ela desejava me ter, que eu a tocasse, que eu a penetrasse com toda força.Riu de canto. Aquela mulher nunca o deixou de todo jeito. Sempre esteve presente em seus pensamentos e sonhos, tudo.— Talvez eu esteja voltando para ela, prometi encontrá-la, e a farei minha de qualquer forma, a tomarei em meus braços e a arrastarei para minha cama, para meu barco, a levarei para o
O navio se aproximava cada vez mais e a euforia dos marujos crescia mais e mais. Nenhuns daqueles homens vieram de outras regiões ou cidade senão Milianas estavam todos de volta a sua casa. O sorriso de cada um, o brilho no olhar, a vontade de pular daquele navio e correr para suas famílias - ou como na maioria, correr para o bordel que não ficava longe - crescia, apenas crescia e transbordava. O Navio foi preso ao píer e minutos depois os motores desligados, deixando todos a mercê do Comandante para que cruzassem a saída e corressem para onde desejavam. Um levantar de mão foi o suficiente para todos começarem seus preparativos para a fuga.— Lorde Dickson - Eliott chegou ao andar de cima se curvando ao homem que vestia preto, um manto negro cobrindo todo seu corpo e o uniforme de comandante. — Não esqueço que nesta cidade tu ainda és Lorde, é um Lorde importante.— Nosso Lorde Comandante - outro marinheiro o que ilustrava e direcionava seu navio surgiu de repente trazendo as luvas pa
Jasper Dickson nunca havia sido o tipo de homem que já correu, ou correria um dia atrás de uma mulher; contudo Amice Elizabeth sempre esteve em um alto nível para ser comparada a qualquer mulher, e quando ele dizia qualquer mulher, ele estava sendo bem claro, que não havia outra que pudesse competir com sua beleza e gentileza e sua louca pitada de safadeza para enlouquecê-lo de vez.Ela era perfeita em doses enormes de loucura sem êxtase, uma mulher para ser lembrada amada e o melhor de tudo; ela era toda sua. Jasper sentia o sangue ferver dentro das veias. Ele não estava mais aguentando aquele fluxo de mulheres e toda aquela luxúria dentro do cubículo climatizado, ele já ia atrás dela, mas ela fora mais rápida em encontrá-lo. Não precisou sair na rua, bater de porta em porta ou gritar por seu nome na rua, ele a tinha visto novamente, e tinha encontrado.Ou era o contrário?Ela o tinha achado, Amice sempre o buscaria e o encontraria a onde quer que fosse. Não importava em qual cama el