O navio se aproximava cada vez mais e a euforia dos marujos crescia mais e mais. Nenhuns daqueles homens vieram de outras regiões ou cidade senão Milianas estavam todos de volta a sua casa. O sorriso de cada um, o brilho no olhar, a vontade de pular daquele navio e correr para suas famílias - ou como na maioria, correr para o bordel que não ficava longe - crescia, apenas crescia e transbordava. O Navio foi preso ao píer e minutos depois os motores desligados, deixando todos a mercê do Comandante para que cruzassem a saída e corressem para onde desejavam. Um levantar de mão foi o suficiente para todos começarem seus preparativos para a fuga.
— Lorde Dickson - Eliott chegou ao andar de cima se curvando ao homem que vestia preto, um manto negro cobrindo todo seu corpo e o uniforme de comandante. — Não esqueço que nesta cidade tu ainda és Lorde, é um Lorde importante.
— Nosso Lorde Comandante - outro marinheiro o que ilustrava e direcionava seu navio surgiu de repente trazendo as luvas para o homem de pose forte — Deixarei o navio assim que souber para onde ir.
— Sua casa. Não vai procurar por seus pais? Nossa chegada logo, logo será anunciada.
— Meus pais me jogaram na roda da vergonha quando subi no barco do Comandante Dickson, duvido que queiram ver meu rosto. Sou impuro aos olhos dos deuses, incapaz de desposar uma mulher.
— Que bom que não gosta de mulheres então. - Jasper murmurou terminando de colocar suas luvas, — Que fiquem sabendo seus pais e os deuses, não dei um homem para você, dei mil mulheres e moedas. - Passou pelo homem de cabeleira ruiva e desceu as escadas chegando a saída poucos segundos depois.
O caminho feito por uma tábua larga o levava direto ao píer da cidade, e pisando na madeira barulhenta ele ouvia ao longe o soar de uma música quente, gritos de seus marujos, risadas dos mesmos. O cheiro de terra molhada e cavalos grudaram em si, ele odiava aquele aroma, mas era o cheiro de sua casa.
Não olhou para trás enquanto seguia a frente, arrastando seu manto negro em cada madeira suja até chegar onde os pés o guiavam. Estava de volta em Milianas, de volta a vida na realeza, de volta aos costumes de um Lorde, onde ele estava mais ligando para o fato de que logo voltaria a navegar, política, ficar e ordenar não era do seu conhecimento, as terras eram suas, mas o lucro ia para quem precisava. Ele não era um homem bom de coração, mas era um anjo para as pessoas a quem acreditava nisso.
Olhando ao redor, as poucas pessoas que passavam na rua naquele horário o viram com grandeza e pelo alargar dos olhos e o abri de suas bocas ele ainda era reconhecido, ainda lembravam-se do único herdeiro do clã Dickson, com um sorriso de matar mulheres ele seguiu para o lado mais convidativo da cidade e onde morava uma grande amiga com seios belos e olhos verdadeiros. Apesar de ser o lugar mais gostoso de estar, nada ali era interessante aos olhos do comandante.
Ele encarou as luzes mais coloridas por agora, as mesas mais cheias, o palco repleto de mulheres nuas a qual dançavam para agradar, o barulho de moedas sendo jogadas no piso de madeira era música para seus ouvidos. Seus homens deveriam aproveitar o quanto fosse preciso, não havia data de volta, mas ele sabia que seria em breve, todos sabiam.
— Lorde Dickson... Ou Capitão Dickson, comandante, seja como o Lorde desejar - Uma mulher se aproximou chamando a atenção do homem que retirava as luvas com cuidado, ali era quente, e não apenas pelo clima. Jogando sua echarpe para trás, trouxe um sorriso safado nos lábios, o que não foi correspondido pelo homem de olhos baixos. Ele deu os primeiros passos procurando pela mesa vazia e achou uma perto, sentou-se ali ainda olhando ao redor. — Ainda é arrogante e mal-educado. Ainda é o mesmo Jasper Dickson que conheço desde a adolescência.
— Apenas em aparência, Celestia. - Respondeu rude olhando ao redor. Apesar de ter o coração duro, olhar para seus homens daquela forma, bebendo e se divertindo era até bom.
— É com grande prazer que o recebo primeiro no cantinho preferido da cidade. - Sorriu de canto, ele concordou com um aceno e riu igual a ela.
— Confesso que esse sempre foi o meu lugar preferido da cidade, apesar de haver outro a qual quero chegar amanhã. - Lembrou-se da cabana onde via aquela mulher quase todas as noites. — Mas devo admitir que o lugar onde eu costumava morar está mais bonito.
— Treze anos se passaram, Lorde Dickson - A mulher sentou-se à mesa trazendo vinho e cerveja, cruzou as pernas mostrando seu decote bonito, era um charme aqueles peitos enormes, Jasper conhecia bem, e nunca quis provar. — Seus homens estão se divertindo, espero que faça o mesmo, posso providenciar a mais bonita do meu bordel, ou voltará ao mar ainda esta noite?
— Pretendo ficar mais que uma noite, até um mês se eu encontrar o que é meu. - Pensou na mulher com seus olhos perolados tentando imaginar como ela estaria nos dias de hoje.
Será que seus olhos ainda carregavam aquele teor erótico que conheceu? Seu corpo ainda era como uma das maravilhas que poucos conheciam? Duvidava muito que ela continuasse intocável. Ele não tinha toda essa sorte do mundo.
Aquela mulher o deixava tão louco, já não podia mais segurar os pensamentos dentro do navio, e agora tão perto na mesma cidade, ele parecia sentir seu cheiro em cada fungada, ver seu rosto em cada mulher que desfilava nua por ali. Assistia cada rebolar daquelas mulheres e imaginava Amice sendo uma delas, uma moça tão bonita em meio a uma cidade aonde o dinheiro não vem fácil a não ser que venda seu corpo, e ela tinha um corpo tão bonito. Irritou-se ao imaginar outros homens tendo-a por completo, mas ele ficaria calado, a deixou para isso, para que se descobrisse sozinha.
— Ah com certeza! Você pode encontrar o que é seu, sempre. Talvez veja alguém que lhe chame atenção, Lorde Dickson, nada aqui é como antes.
Deixou de olhar tudo aquilo, nada ali já não o atraía. Olhou para todo lugar naquele bar. As mulheres no palco, as que serviam seus homens sem vergonha alguma de se exibir, as roupas não pareciam servir para as mesmas e ele adorava aquilo, todos adoravam. Seus homens buscavam mais de uma, mais de duas, mais de três e se tivessem mais ouro, levariam quantas queria para uma cama, se satisfaria com quantas vaginas aguentasse.
Ele olhou novamente para seu copo quase vazio dessa vez. Nenhuma das mulheres lhe atraiu ali. Nenhuma tinha um sorriso perverso, ou estava vestida completamente para ele pensar em levá-la para cama. Sua única solução era ir atrás da sua jovem, da sua donzela, a domadora de seus sonhos, e dona de suas fantasias mais eróticas e deusa da sua alma, dona de seu coração.
Teria seu corpo pela primeira vez, a tomaria como devia ter feito há anos, mas não se arrependia de ter a negado. Essa era sua confusão interna. Ele tinha feito à escolha certa. E todas as suas escolhas o trouxe de volta para Milianas, mais rico, mais experiente, mais bonito, e com uma vontade enorme de ele mesmo tirar as roupas que ela vestia, ele mesmo colocaria seus dedos naquela fenda que sempre estava pronta para recebê-lo.
Levantou da cadeira acenando para Celestia que estava parada no balcão, fiscalizando os homens que subiam para começar sua noite e se certificando se suas meninas estavam bem. Ele deu as costas a toda àquela bagunça, zoeiras, gritos, gemidos e rosnados não negaria sua excitação, mas não ficaria ali parado. Calçando de volta as luvas nas mãos ele cruzou o pequeno caminho e chegou à porta, não esperou mais que segundos para tocar na maçaneta e se ver livre do antro de perversão, mas para seu azar, a porta veio direta contra seu corpo o abatendo e o fazendo dar passos para trás.
Havia uma mulher em sua frente e o manto que cobria sua cabeça com um capuz negro impediu de vir seu rosto. A vela em sua mão clareava atrás do vidro que cercava o fogo, e foi possível ver somente os lábios abrindo e fechando.
— Perdão, Meu Lorde.
"Meu Lorde".
A luz da pequena vela chegou a iluminar metade de seu rosto e aqueles olhos o fizeram perder o ar. Ela passou por si e o cheiro doce que o fazia estremecer ficou no ar o deixando paralisado.
"Meu Lorde".
Ele engoliu a seco vendo a imagem da rua dissipar a medida que a porta se fechava. Lentamente, ele virou procurando o arrastar do manto negro que seguia até Celestia no balcão, algo foi dito, e então o corpo pequeno foi em direção às escadas, o manto cobria a silhueta, mas não o suficiente, ele sabia, ao meio dela, a moça virou em sua direção, o capuz caído revelou o rosto dócil e safado que ele conhecia. O manto caiu ao redor de seu corpo expondo o vestido vermelho tão perfeito quanto à dona dentro deste e com o último sorriso ela seguiu seu caminho para o andar de cima, correndo como uma menininha, a mesma jovem moça virgem que ele conheceu.
— Santa Deusa…
Jasper Dickson nunca havia sido o tipo de homem que já correu, ou correria um dia atrás de uma mulher; contudo Amice Elizabeth sempre esteve em um alto nível para ser comparada a qualquer mulher, e quando ele dizia qualquer mulher, ele estava sendo bem claro, que não havia outra que pudesse competir com sua beleza e gentileza e sua louca pitada de safadeza para enlouquecê-lo de vez.Ela era perfeita em doses enormes de loucura sem êxtase, uma mulher para ser lembrada amada e o melhor de tudo; ela era toda sua. Jasper sentia o sangue ferver dentro das veias. Ele não estava mais aguentando aquele fluxo de mulheres e toda aquela luxúria dentro do cubículo climatizado, ele já ia atrás dela, mas ela fora mais rápida em encontrá-lo. Não precisou sair na rua, bater de porta em porta ou gritar por seu nome na rua, ele a tinha visto novamente, e tinha encontrado.Ou era o contrário?Ela o tinha achado, Amice sempre o buscaria e o encontraria a onde quer que fosse. Não importava em qual cama el
— Ela não é uma puta - Disse bravamente. — E não dorme com comandantes de navios que vão embora em breve. - Jasper se afastou rolando os olhos. — Ela não é uma puta Lorde Dickson.— Achas que se fosse uma eu estaria querendo vê-la? - Perguntou sério e Celestia negou dando um sorriso malicioso. — E sobre não dormir com comandantes de navios, eu prefiro ouvir isso de sua boca. Embora eu saiba que ela pode negar qualquer um, menos esse comandante aqui.— Achas que é o ponto de desejo da senhorita que preferiu subir e se esconder a sentar ao seu lado? Engana-se.— Não sabes o que está falando. - Declarou voltando a sorrir. Será que ninguém naquela cidade conhecia de verdade Amice Elizabeth?— Não pense em se aproximar dela, Lorde Dickson. Ela é bela demais para ser apenas usada por você. - Foi direta, a garota sempre foi uma das mais queridas por aquela cidade, embora sua lista de pretendentes para cama fosse mínima.— Tão bela que não poderá ser usada, mas está em um bordel? - Ele bateu
Logo a imaginou gemendo seu nome naquela noite, mas dessa vez ela gemeria com força e vontade, porque ele a teria.— Eu e você sabemos que não. Eu entrei no quarto certo porque estava a sua procura. – A mulher riu, esfregou sua mão uma na outra e se afastou um pouco, dando as costas para o Dickson que travou o maxilar ao encarar a camisola fina o que lhe proporcionava a imagem de sua bunda redonda perfeitamente por baixo do tecido.— Então, a que devo a honra de sua visita, Meu Lorde? - Virou seu rosto para ele, e Jasper não soube mais o que fazer.“— Meu Lorde”.Porque ela era a única a chama-lo assim? Eram algumas regras no mundo das deusas? Proibiram todos que lhe chamar assim para que somente ela tivesse aquele prazer?Seu desejo por aquela mulher era tão grande que mal cabia no peito naquele momento. Ele sempre pensou nela, mesmo quando não queria. Nunca se arrependeu de não a ter fodido em qualquer colchão que ela escondia pelos becos da cidade, mas se arrependia de não ter a le
— E o que desejas Meu Lorde?— Eu quero você. - ele respondeu determinado a não sair daquele quarto enquanto não tomasse o que era seu.Amice mostrou um sorriso e ergueu os braços para tocar nos ombros largos e estremeceu quando a pegada intensa e cheia de eletricidade agarrou sua cintura.— Vai me ter agora? De verdade? Com força, por uma noite inteira sem parar? - Ela perguntou em sussurros enquanto sentia o deslizar da língua molhada por sua garganta, fecharam os olhos segurando-se sobre as pernas frágeis, seu corpo estava entregue ao dono.— Muito mais forte do que você pode imaginar… - Declarou. Aquilo sim era uma promessa.— Então faça isso… Meu Lorde.Ela riu maliciosa, sapeca, perversa. Jasper levantou suas mãos, mas dessa vez ela quem se afastou. Ele ficou parado não forçaria nada e se ela o mandasse embora, com muito esforço, entenderia. Ele a rejeitou tanto, mas ela tinha que ver as circunstâncias que os cercavam naquela época. A mulher se virou novamente, olhando fixamente
Com o colete fora ela passou a mão no peito dele, e encarou os olhos do Dickson. Foi à vez de a blusa ser tirada rapidamente. Jasper sentou na cama levando-a consigo no colo. Terminou de tirar tudo de seus braços e as jogou no chão. Apoiou suas mãos nas costas de Amice quando ela abaixou as alças de sua camisola, e ele se deparou com os seios fartos de sempre rosados e excitados. Com desejo, ele começou a sugar o primeiro, Amice se jogou para trás gemendo devagar, apenas com suspiros e sentindo as mordidas, ela segurou em seus ombros enfiando suas unhas ali, quando ele mudou de seio e Amice somente se sobressaltou em seu colo, e sentiu a ereção que estava embaixo. — Meu Lorde – ela gemeu tão gostosamente que Jasper a virou na cama com tudo. Encarou seu corpo de cima e tirou toda a camisola que cobria seu corpo enquanto dava vários selinhos em seu corpo. Deixou sua boca enquanto ainda dava selinhos pela clavícula, pescoço o vale dos seios. Sua mão agarrou um enquanto sua boca voltou pa
A luz do sol do invadiu todo o quarto iluminando todos os objetos e suas paredes de cor creme. As cortinas balançaram trazendo o vento fraco da manhã, movendo os cabelos negros do homem adormecido na cama. Mas assim que o sol subiu para seu rosto ele abriu os olhos com pesar. Odiou ser acordado por algo assim. Ficou piscando sem parar, esperando pelo momento certo de não ter mais que lutar contra a claridade que invadia tudo ao seu redor. Ele suspirou, enfim passando as mãos pelos cabelos negros os bagunçando mais do que podia estar. Jogou sua cabeça na cama lembrando-se do seu sonho. O sonho mais lindo da sua vida...Não foi um sonho...O choque de realidade o invadiu de súbito. Sentou-se na cama tão rápido que sentiu uma leve tontura, mas não ligou. Olhou para todo o quarto procurando por algo que confirmasse para seu susto que havia mesmo dormido com a mulher da sua vida. A amado durante quase toda a madrugada e que nada tinha sido além de um bom sonho. Contudo, o próprio quarto re
Ele levantou indo até suas roupas jogadas perto e pegou sua cueca, calça logo se vestindo. Porém, onde estava a camisa branca? Olhou ao redor coçando a cabeça tentando se lembrar de alguma coisa, mas nada vinha à mente, resmungou com raiva e pegou o colete no chão também. Foi ao banheiro notando que estava tudo intocado. Aquele não seria o quarto de Amice? Devia ter mais coisas suas além do seu cheiro que fazia bem ao Dickson de uma forma inexplicável. Sorriu para o espelho, ele esperou tanto, se segurou o máximo que pôde e na noite anterior, soltou todo o seu desejo, suas vontades e seu amor guardado para aquela mulher.Somente para ela. Nenhuma outra se comparou a sua donzela naquela cama. Gemendo seu nome, dizendo o quanto amava e que não aguentava mais esperar por seus toques. A cada gemido, arfada, arranhada, ele se sentia mais amado e fez de tudo para que Amice pudesse sentir o mesmo, porque mesmo de uma forma louca e distorcida, ele gostava dela ele amava ela.Quando a proposta
Os olhos perolados de certa dama brilhavam com as lágrimas que escorriam molhando todo seu rosto belo e delicado. A saída do bordel de sua grande amiga nunca fora tão dolorosa quanto no momento em que seguia adiante desde que fechara a porta do lugar esperando nunca mais ter que voltar.O vestido longo com um decote mostrando metade de seus seios fartos cobertos pelos fios róseos combinava com o acabamento de suas vestes, cobriam seu corpo magro e cansado, porém, tão satisfeito que o sorriso se mostrava na face molhada. Os cabelos róseos caiam sobre o manto atrás que se arrastava no chão já que era bem maior que seu corpo, maior que o vestido e tudo que ela vestia agora.Amice Elizabeth jamais conseguiria segurar aquelas lágrimas. Sabia desde o começo que tudo podia dar errado. Mas ele havia mesmo voltado, suas esperanças de tê-lo em seus braços foram finalizadas, ela foi dele, ele dela ao menos uma vez naquela vida medíocre que levava. Ela o amava demais para chegar aonde chegou, deu