— Isabela FoorbesForam pouco mais de quarenta e cinco minutos de viagem para chegarmos até o Hotel que o David havia reservado. Era um Hotel cinco estrelas, e as minhas expectativas eram altas. Ele em nenhum momento ficou totalmente relaxado. Era sempre um olho na estrada e outro nas minhas mãos que estavam no volante. Claro que eu havia mentido, minha habilitação não estava suspensa, mas eu adorei ver os olhinhos dele arregalados. Eu morria de rir com os comentários dele.— Bella, acabamos de passar por uma viatura e eu fiz contato visual com a policial.— Eu vi que tinha um policial nos olhando, também, e você só reparou na policial? - semicerrei os olhos e olhei para ele por alguns segundos, tempo o suficiente para vê-lo corar — Chegamos! - ouvi ele resmungar um “graças a Deus!” — Ah, eu nem dirigi tão mal assim, David - revirei os olhos e abri o porta malas.— Quer ir na frente e pegar a chave do nosso quarto? - ele perguntou enquanto descia do carro — Eu pego as bolsas.— Não, p
Pensar na minha vida com e sem o David nela, havia virado rotina, sabe? Eu me sentia boba. Ainda não era algo no qual eu poderia contar para a minha mãe ou para a Rose, pelo menos não como tudo começou. A primeira impressão que tive do David foi de um homem forte, bom, mimado - claro - e mulherengo, muito mulherengo. Além de lindo. Essas foram as primeiras coisas que pensei a respeito dele, e bem, eu não errei em nenhuma parte. David era isso e muito mais - vamos tirar a parte do mulherengo agora, ok? - Ele era gentil, carinhoso, atencioso e muito educado. Eu poderia dizer que ele era o tipo ideal para as garotas? Talvez sim, talvez não. Na maioria das vezes, David parecia um personagem tirado de algum livro ou de algum filme. Tinha momentos no qual ele era romântico demais, engraçado demais, fofo demais, ou teimoso demais, como estava acontecendo agora. Estávamos em Coney Island, uma península do Brooklyn, a cerca de uma hora de trem de Manhattan, e a cerca de quarenta minutos de
Isabella Foorbes era uma mulher de vinte e quatro anos, que assim como outras, adorava moda. Ela tinha uma listinha de desejos a serem realizados durante a sua vida. O primeiro de seus quatro desejos, era conseguir pagar o tratamento de sua mãe, que agora era a sua maior prioridade. O segundo, era conseguir realizar o desejo de ser modelo. O terceiro, ter a oportunidade de um dia, ser mãe, e para isso, teria que conseguir realizar o seu quarto e último sonho: viver um grande amor. Ela pensou que seus últimos dois desejos seriam realizados assim que encontrou alguém especial há alguns anos atrás, mas infelizmente, o destino foi cruel demais e tirou a vida do homem que jurou amá-la para sempre. Desde então, Isabella achou que nunca seria feliz novamente. °°°°°° Eu estava em uma sorveteria, parei para descansar um pouco depois das três entrevistas fracassadas que tive este dia. Hoje foram apenas três, mas se contar o tanto de entrevistas que fiz durante esse último mês, eu já poderia c
Desde que a minha mãe foi diagnosticada com câncer, eu tenho evitado sair de casa e comecei a passar mais tempo com ela. Me permitia sair apenas para fazer entrevistas ou ir ao mercado. Falando em entrevista, eu teria que resolver o que iria fazer. Menti para a Rose quando disse que uma empresa havia se interessado no meu currículo. Não tinha empresa nenhuma, muito menos alguém que estivesse interessado em mim. Entretanto, ontem a noite, enquanto eu pesquisava sobre vagas de trabalho, acabei clicando em um site que me chamou bastante atenção, admito. E mesmo que ele fosse errado, eu não poderia sair escolhendo um bom emprego, se ninguém queria me dar uma chance. Minha mãe estava dependendo de mim agora. O tratamento dela custava muito mais do que nós poderíamos pagar. — Mãe, cheguei - digo em um tom um pouco alto, para que ela escute. Deixei a minha bolsa no sofá e subi para o quarto dela - Está no quarto? - continuei sem receber nenhuma resposta dela - Mãe? Assim que cheguei no
Minha noite foi péssima. Eu não dormi e fiquei com dor de cabeça durante toda a manhã. O que eu andei fazendo durante a madrugada toda? Tentando arrumar alguma coisa pra pagar o hospital daqui. E achei. Não sei se era o certo, mas achei. No meio disso tudo, era a única opção que eu tinha, pelo menos até arrumar um trabalho de verdade. Coloquei um pouco de café na xícara e me sentei no sofá da sala, logo desbloqueei o celular e abri o aplicativo que eu havia instalado em meu aparelho nesta madrugada. Já tinha algumas mensagens, porém não pensei que seriam tantas assim. "Oi baby! Eu adoraria sentir o sabor que você tem" "Oi? Achei as suas fotos lindas e sexys. Mas o que acha de mandar algo em especial para mim?" — O que eu estou fazendo da minha vida? Sim. Eu queria tentar arrumar algo nesse aplicativo de homens ricos, basicamente eles pagavam por ter o seu corpo, ou apenas a sua companhia. Não sabia muito bem como isso acontecia, mas foi o único jeito que eu achei de arrumar esse d
Eu coloquei o vidro de perfume no lugar e arrumei o relógio no meu pulso. — Para onde vai todo arrumado assim? — Preciso mesmo responder? - encarei sua imagem através do espelho. — Precisa. Se o papai perguntar de você, eu preciso dar uma resposta a ele — Diga que nada que eu faço é da conta dele. — David… — O que foi, Sebastian? Eu preciso sair. Não quero chegar atrasado. — Papai ficou bravo ao saber que você decidiu virar um - ele estalou os dedos, como se estivesse tentando lembrar de algo - Como é mesmo o nome? Ah, lembrei. Sugar Daddy. — E o que ele tem haver com isso? — Ele acha que você não deveria gastar dinheiro com mulheres - eu dei risada e vesti a minha jaqueta jeans por cima da camisa branca. — Como estou? - abri os meus braços e o encarei. — Irmão, por favor - ele se aproximou de mim e colocou a mão em meu ombro - Precisa parar com isso. — Nenhum centavo que eu gasto, é dele. Diga ao velho que não precisa se preocupar. Não irei o falir. — Você tem vinte e oit
Eu me virei para trás e dei de cara com um homem jovem e muito lindo. — Você é a garota do aplicativo, certo? - apenas confirmei e tentei parecer o mais normal possível. — Sim. — Que bom - ele colocou a mão no queixo e desceu o olhar pelo meu corpo - Isso é realmente bom. — É, eu acho - sussurrei. — Que tal a gente almoçar primeiro e depois passeamos um pouco pelo Shopping? - — Por mim tudo bem. — Ótimo. Então vamos lá! Ele pegou na minha mão e nos guiou até um restaurante, que por sinal, parecia ser bem caro. Pegamos uma pequena fila, mas nada que atrapalhasse algo. — Mesa para duas pessoas, por favor. De preferência, com mais privacidade. — Claro, senhor Wilston! - o homem sorriu para ele e depois para mim. — Queiram me seguir, por gentileza. Ainda de mãos dadas, seguimos aquele homem até uma mesa mais afastada das outras. — Obrigado. — Preferem fazer o pedido agora? — Hã - Ele me olhou e eu fugi do olhar dele, puxando o menu - Iremos decidir o que iremos p
Durante aquele almoço, ficamos um pouco quietos. Ele me contou um pouco sobre seus pais, que segundo ele, são horríveis, e sobre o irmão mais novo, Sebastian. Eu não tinha muito do que falar, o principal motivo de estar ali, eu já havia falado. Então apenas o escutei. Já tínhamos terminado o almoço e a sobremesa, estávamos apenas saboreando mais um pouco de vinho. Eu não queria me embebedar logo assim de cara, mas ele parecia se dar bem com bebida. Se eu não me engano, já era a quarta taça que ele enchia, e ele estava totalmente sóbrio. David me perguntou onde ficava o hospital em que minha mãe estava e eu passei o endereço. Quase uma hora depois da conversa, eu estava esperando ele do lado de fora do restaurante, enquanto o mesmo pagava a conta e conversava com o gerente do local. Acho que se conheciam, pois o homem insistiu em conversar com o David. Será que ele sempre trás todas as garotas aqui? Com certeza sim. — Demorei? - perguntou se aproximando de mim. — Não - ele sorriu