Uma Namorada para Um CEO
Uma Namorada para Um CEO
Por: Ninha Cardoso
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Parte 1...

Norton

Acho que ser solteiro é uma das melhores coisas de ser rico, bem sucedido e jovem.

Não ter obrigação de cuidar de ninguém, além de mim, é ótimo. Zero de horário para chegar em casa, não me preocupar com as emoções de ninguém, fazer o que eu quero, quando e como eu quero.

Isso é ótimo!

Eu tenho meu tempo todo para mim e para meus negócios e prazeres. E por falar em prazeres, isso é algo que está no topo de minha lista. Busco sempre as coisas que me dão prazer para preencher os meus dias.

Depois que meu pai faleceu, meus irmãos e eu ficamos cuidando dos negócios da família, além dos nossos próprios.

Eu gosto do status que tenho, das vantagens e facilidades que minha vida de rico me propicia. Quando quero algo é só mencionar e tudo se arruma para caber no meu desejo.

Minha mãe às vezes gosta de reclamar que nós não temos mais idade e nem tempo para ficar perdendo com tolices, como ela diz, mas para mim não são tolices.

Apesar de meu pai ter começado o negócio da família, eu também ralei muito e passei horas organizando pontos e detalhes, mudando algumas coisas e fazendo novas estratégias para que só aumentasse.

Sim, eu sei que sou arrogante na opinião de muita gente, mas eu não tenho que agradar a ninguém, apenas a mim mesmo. Sou verdadeiro com o que quero. E minha arrogância vem de minha confiança.

Eu troco de mulher quando me dá vontade. Não tenho intenção nenhuma em ficar em um relacionamento sério, como a maioria das pessoas fazem. Eu não acredito nisso de amor para sempre, de ser fiel, de nunca fazer nada sem antes pensar em sua parceira.

E porque eu seria assim?

Meus amigos depois que começam um relacionamento sério acabam se afastando porque suas parceiras não querem que eles fiquem andando com homens solteiros.

Em particular comigo.

Eu tenho meu próprio apartamento, mas fico muito tempo na casa de meus pais, para ficar de olho em minha mãe. Ela é um pouco carente de atenção, então eu fico por lá e quando estão na cidade, meus irmãos fazem isso.

Quando estou em meu apartamento de cobertura eu gosto de dar festas. Regadas a muita bebida, comida e claro, mulheres.

Lindas e doidas para agradar. E algumas delas nem são solteiras, mas eu não tenho preconceito. Só não quero nenhum namorado ou marido me enchendo o saco por causa disso.

Nenhuma delas é menor de idade, assim não tem perigo de algum pai aparecer para querer me processar por ter sua filha em uma de minhas festas, rolando de tudo.

Meu status de solteiro cobiçado me cai muito bem e eu gosto. Pretendo me manter assim sem pressa de mudar isso.

Já aviso logo para as que pensam que podem ter uma chance a mais comigo, para que não percam seu tempo, eu não vou mudar.

Algumas aceitam e se divertem ao meu lado. Outras ficam com raiva, brigam e caem fora. Melhor assim.

**********  **********

Cristina

Eu estava separando os comprimidos dos quartos J2 e J3 quando Patrícia se aproximou de mim. Trazia com ela uma bandeja com copinhos vazios de medicamentos e fichas.

— Tina, você já passou no quarto D3?

— Ainda não - peguei o copinho — Depois desses dois aqui eu sigo para lá. Alguma restrição para o paciente?

— Não, nada de novo - riscou a folha — Só estou checando. Dei uma passada na ala para recolher o material usado.

— Eu vou daqui a pouco - olhei meu relógio — Ainda faltam quinze minutos para o horário do medicamento dele.

Ela sorri e b**e de leve em minha mão, continuando seu caminho pelo corredor, indo falar com outra enfermeira.

Eu gosto muito de trabalhar aqui na casa de repouso. Sempre gostei de ter a companhia de pessoas mais velhas e quando consegui essa vaga foi muito bom para mim.

Uniu duas coisas que eu queria.

Primeiro um emprego bom que me pagasse bem. Segundo um local calmo onde eu pudesse trabalhar. Aqui está ótimo.

Claro que eu tenho intenção de me formar e depois não terei tempo de trabalhar na casa de repouso, mas vou continuar a lidar com pessoas mais velhas.

Gosto e respeito pessoas que já viveram muito e que têm muita história de vida para contar. Muitos deles servem de exemplo para pessoas mais jovens, embora a maioria não pare para ouvir o que dizem.

Como eu sou uma pessoa mais calma, prefiro prestar atenção a eles, porque isso me ajuda bastante. Mesmo se não for um assunto que eu saiba bem, gosto de ouvir o que podem ensinar.

Minha mãe também está em uma idade que precisa de descanso e estou pensando em conseguir uma vaga aqui para ela. Tem outros funcionários que deixam seus parentes aqui e conseguem um desconto no valor. Talvez eu consiga também.

No útimo ano a saúde de minha mãe ficou um pouco debilitada, mais do que o normal com a vida difícil que ela teve.

Eu espero conseguir me formar e cuidar bem dela. Eu já trabalho aqui há três anos e vejo como o local é organizado e como os funcionários são bons com os que passam por aqui e com os internos permanentes.

Se conseguir uma vaga para minha mãe aqui na casa, vai ser mais fácil para mim, me concentrar nos estudos e me formar. Depois eu posso tentar um estágio aqui.

Não dá pra saber ao certo, mas eu posso tentar.

Com a mente mais focada e o coração aliviado, eu posso me formar em menos tempo porque fico direcionada para o curso.

Quero ser médica. Ainda não sei a àrea, mas com certeza quero trabalhar com pessoas mais velhas.

Patrícia é a enfermeira chefe desse plantão. Eu gosto dela, sei que está fazendo seu trabalho, mas ela sempre fica no pé das enfermeiras e ajudantes, como se a gente não soubesse o que está fazendo.

Eu sou bem atenta aos meus pacientes. Converso com eles, com a família. Questiono os médicos sobre a doença. Eu gosto de entender um pouco do que acontece com a pessoa que está internada.

Ficar em um hospital é muito difícil, especialmente quando são pacientes muito jovens com problemas de saúde grave ou idosos.

Enchi o copinho para a paciente do J2 e bati na porta de leve. A senhora de cabelos grisalhos virou o rosto para mim e sorriu. Devolvi o sorriso com um boa noite animado.

— Boa noite, senhora Cruz, como passou essa tarde? - coloco a bandeja em cima da mesinha ao lado da cama — Seu filho veio vê-la hoje? - sorrio enquanto encho um copo com água.

— Veio sim, mas foi tão rápido - ela puxou o lençol.

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