Parte 1...
Norton
Acho que ser solteiro é uma das melhores coisas de ser rico, bem sucedido e jovem.
Não ter obrigação de cuidar de ninguém, além de mim, é ótimo. Zero de horário para chegar em casa, não me preocupar com as emoções de ninguém, fazer o que eu quero, quando e como eu quero.
Isso é ótimo!
Eu tenho meu tempo todo para mim e para meus negócios e prazeres. E por falar em prazeres, isso é algo que está no topo de minha lista. Busco sempre as coisas que me dão prazer para preencher os meus dias.
Depois que meu pai faleceu, meus irmãos e eu ficamos cuidando dos negócios da família, além dos nossos próprios.
Eu gosto do status que tenho, das vantagens e facilidades que minha vida de rico me propicia. Quando quero algo é só mencionar e tudo se arruma para caber no meu desejo.
Minha mãe às vezes gosta de reclamar que nós não temos mais idade e nem tempo para ficar perdendo com tolices, como ela diz, mas para mim não são tolices.
Apesar de meu pai ter começado o negócio da família, eu também ralei muito e passei horas organizando pontos e detalhes, mudando algumas coisas e fazendo novas estratégias para que só aumentasse.
Sim, eu sei que sou arrogante na opinião de muita gente, mas eu não tenho que agradar a ninguém, apenas a mim mesmo. Sou verdadeiro com o que quero. E minha arrogância vem de minha confiança.
Eu troco de mulher quando me dá vontade. Não tenho intenção nenhuma em ficar em um relacionamento sério, como a maioria das pessoas fazem. Eu não acredito nisso de amor para sempre, de ser fiel, de nunca fazer nada sem antes pensar em sua parceira.
E porque eu seria assim?
Meus amigos depois que começam um relacionamento sério acabam se afastando porque suas parceiras não querem que eles fiquem andando com homens solteiros.
Em particular comigo.
Eu tenho meu próprio apartamento, mas fico muito tempo na casa de meus pais, para ficar de olho em minha mãe. Ela é um pouco carente de atenção, então eu fico por lá e quando estão na cidade, meus irmãos fazem isso.
Quando estou em meu apartamento de cobertura eu gosto de dar festas. Regadas a muita bebida, comida e claro, mulheres.
Lindas e doidas para agradar. E algumas delas nem são solteiras, mas eu não tenho preconceito. Só não quero nenhum namorado ou marido me enchendo o saco por causa disso.
Nenhuma delas é menor de idade, assim não tem perigo de algum pai aparecer para querer me processar por ter sua filha em uma de minhas festas, rolando de tudo.
Meu status de solteiro cobiçado me cai muito bem e eu gosto. Pretendo me manter assim sem pressa de mudar isso.
Já aviso logo para as que pensam que podem ter uma chance a mais comigo, para que não percam seu tempo, eu não vou mudar.
Algumas aceitam e se divertem ao meu lado. Outras ficam com raiva, brigam e caem fora. Melhor assim.
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Cristina
Eu estava separando os comprimidos dos quartos J2 e J3 quando Patrícia se aproximou de mim. Trazia com ela uma bandeja com copinhos vazios de medicamentos e fichas.
— Tina, você já passou no quarto D3?
— Ainda não - peguei o copinho — Depois desses dois aqui eu sigo para lá. Alguma restrição para o paciente?
— Não, nada de novo - riscou a folha — Só estou checando. Dei uma passada na ala para recolher o material usado.
— Eu vou daqui a pouco - olhei meu relógio — Ainda faltam quinze minutos para o horário do medicamento dele.
Ela sorri e b**e de leve em minha mão, continuando seu caminho pelo corredor, indo falar com outra enfermeira.
Eu gosto muito de trabalhar aqui na casa de repouso. Sempre gostei de ter a companhia de pessoas mais velhas e quando consegui essa vaga foi muito bom para mim.
Uniu duas coisas que eu queria.
Primeiro um emprego bom que me pagasse bem. Segundo um local calmo onde eu pudesse trabalhar. Aqui está ótimo.
Claro que eu tenho intenção de me formar e depois não terei tempo de trabalhar na casa de repouso, mas vou continuar a lidar com pessoas mais velhas.
Gosto e respeito pessoas que já viveram muito e que têm muita história de vida para contar. Muitos deles servem de exemplo para pessoas mais jovens, embora a maioria não pare para ouvir o que dizem.
Como eu sou uma pessoa mais calma, prefiro prestar atenção a eles, porque isso me ajuda bastante. Mesmo se não for um assunto que eu saiba bem, gosto de ouvir o que podem ensinar.
Minha mãe também está em uma idade que precisa de descanso e estou pensando em conseguir uma vaga aqui para ela. Tem outros funcionários que deixam seus parentes aqui e conseguem um desconto no valor. Talvez eu consiga também.
No útimo ano a saúde de minha mãe ficou um pouco debilitada, mais do que o normal com a vida difícil que ela teve.
Eu espero conseguir me formar e cuidar bem dela. Eu já trabalho aqui há três anos e vejo como o local é organizado e como os funcionários são bons com os que passam por aqui e com os internos permanentes.
Se conseguir uma vaga para minha mãe aqui na casa, vai ser mais fácil para mim, me concentrar nos estudos e me formar. Depois eu posso tentar um estágio aqui.
Não dá pra saber ao certo, mas eu posso tentar.
Com a mente mais focada e o coração aliviado, eu posso me formar em menos tempo porque fico direcionada para o curso.
Quero ser médica. Ainda não sei a àrea, mas com certeza quero trabalhar com pessoas mais velhas.
Patrícia é a enfermeira chefe desse plantão. Eu gosto dela, sei que está fazendo seu trabalho, mas ela sempre fica no pé das enfermeiras e ajudantes, como se a gente não soubesse o que está fazendo.
Eu sou bem atenta aos meus pacientes. Converso com eles, com a família. Questiono os médicos sobre a doença. Eu gosto de entender um pouco do que acontece com a pessoa que está internada.
Ficar em um hospital é muito difícil, especialmente quando são pacientes muito jovens com problemas de saúde grave ou idosos.
Enchi o copinho para a paciente do J2 e bati na porta de leve. A senhora de cabelos grisalhos virou o rosto para mim e sorriu. Devolvi o sorriso com um boa noite animado.
— Boa noite, senhora Cruz, como passou essa tarde? - coloco a bandeja em cima da mesinha ao lado da cama — Seu filho veio vê-la hoje? - sorrio enquanto encho um copo com água.
— Veio sim, mas foi tão rápido - ela puxou o lençol.
Parte 2...— Mas ainda bem que ele veio - meneei a cabeça — Trouxe seus remédios - coloquei as luvas de látex e arrumei tudo na bandeja — Vai tomar esses quatro agora. Na volta da ronda eu passo aqui e vai tomar esses outros aqui - mostrei o outro copinho — A senhora anda meio desligada.— Quando a gente fica velha, tudo o que faz é tomar remédio.Eu dei uma risadinha. Como outros pacientes, ela reclamava da quantidade de medicamentos. Era chato mesmo, mas é a vida. Minha mãe também era assim, eu tinha que reclamar com ela às vezes.Mas eu entendo. Muitas vezes a vida se torna difícil demais.— Tem muito mais coisas para fazer - entreguei a água — E quando sair daqui, vai descansar um pouco e depois retomar sua vida. Seu filho disse que não a deixou aqui permanente, foi só para que tivesse um cuidado a mais enquanto ele estava fora viajando. Agora que voltou, logo vai querer levar a senhora para casa.— Ah, minha filha - sorriu pensativa — Eu já vivi muito. Meu filho não tem tempo mai
Parte 3...Não pode ser qualquer uma, afinal tem que ser uma mulher bonita, diferente e o mais importante, que agrade minha mãe para que ela me deixe em paz por um bom tempo.Levanto. Preciso pensar nisso com muito cuidado e atenção. Aviso minha secretária que vou voltar depois que comer, mas não sei o horário e que não marque nada para mim sem me consultar antes.Quem sabe eu tinha tido a grande ideia que iria me dar liberdade para curtir minha vida? É isso. Uma namorada de mentira, uma pessoa que agradasse minha mãe e pronto. Caminho livre.CristinaNa sala das enfermeiras conversei um pouco com duas colegas sobre o dia de trabalho. Estávamos cansadas de ficar a manhã toda de pé, de um lado para outro, dando atenção aos que precisavam. Olhei meu relógio de pulso novamente. Já tinha passado mais de vinte minutos de meu horário final e tudo o que quero é ir para casa.As meninas são muito boas comigo. Foi muito bom conseguir esse emprego antes mesmo de terminar meu curso. Na verdade
Parte 1...Norton— Agora você quer que eu faça o que, Norton?Eu estou almoçando em um de meus restaurantes preferidos, de frente para a praia, com meu amigo Luiz. Comentei com ele sobre a ideia louca que me passou pela cabeça, sobre conseguir uma falsa namorada para que minha mãe me deixe em paz por um tempo.— Quero que me consiga alguém para servir de namorada fake.— Só para agradar sua mãe? - ele ri balançando a cabeça.— Eu sei que isso é ridículo, mas se minha mãe gostar da garota e achar que eu tenho algo sério com ela, vai ficar mais tranquila e me deixar em paz - me inclino para a frente — E vai focar nos meus irmãos.Luiz dá uma gargalhada. O garçon chega trazendo nosso pedido e se afasta. Eu digo mais ou menos o que quero.— Minha mãe é muito religiosa - torço a boca — Daquele tipo que vai à igreja toda semana, que vê padre na tevê.. Essas baboseiras - rodo os olhos — Só isso já ocupa um pouco o tempo dela. O resto do tempo ela fica fazendo as caridades dela e depois me
Parte 2...— Entre meu filho - ele sorri.— Quem é você? - ele pergunta.— Esta é a Cristina - Pauline pegou minha mão — Filha de minha boa amiga, Marlene. Eu já te falei sobre elas, não falei?Ele fez uma cara engraçada. Acho que se Pauline falou, ele com certeza não lembra de nada. Deu um sorriso curto e fez um gesto com a cabeça. Não sei porque, mas fiquei inquieta.— Acho que sim - deu de ombro, me olhando. Isso me deixa tímida — E o que faz aqui?— Norton... Isso é modo de falar?— Eu só fiz uma pergunta -abriu as mãos — Curiosidade.Fiquei um pouco corada. Eu sei porque sinto meu rosto ficar quente. Notei que ele tem olhos pretos muito bonitos.— Cristina veio aqui porque eu a chamei - Pauline explicou — Eu pedi que viesse para pegar umas coisas.— Mas a senhora não vai sempre lá?— Sempre não, Norton - ela fez um bico — Quando posso eu vou visitar minha amiga.Eu guardei as caixas do remédio em minha bolsa. Agradeci de novo e disse a ela que precisava ir. Ainda tinha que chegar
Parte 1...CristinaDepois que contei ao Luiz o meu plano e dele rir muito, dizendo que no final isso ia dar merda, desliguei e liguei direto para duas delícias que eu fico de vez em quando.Não são nada para mim, não existe nada além de intimidade crua. É só sexo e pronto.Elas me dão o que eu quero e eu devolvo com o que elas querem. Uma delas é a Simone. Uma negra linda, corpo perfeito e uma pele maravilhosa. Folgosa que só ela.A outra é a Lívia, uma loira de parar o trânsito. Olhos verdes brilhantes, uma bunda de enlouquecer, cintura fininha e toda trabalhada na academia. Um tesão. Qualquer um fica de olho quando ela passa.E não tem nada melhor do que olhar para os olhinhos verdes dessa loira linda, agachada em frente a mim, lambendo meu pau com sua língua rosada e aqueles lábios carnudos vermelhos. É uma visão capaz de tirar do sério até um monge.Enrolei seu cabelo loiro na mão para poder observar bem aquela boca tomando meu pau, engolindo tudo bem devagar, me encarando. Adoro
Parte 2...Aí não deu para segurar o riso e soltei uma gargalhada alta bem na cara dela que fez até um bico de raiva. Me fuzilou com o olhar. Mas foi bem engraçado, com certeza.— Fala sério, mamãe - mexi a cabeça rindo — Nos dias atuais é quase um milagre encontrar uma garota que seja virgem. A não ser que ela viva em um convento de freiras reclusas ou ainda seja muito pequena para ter relações sexuais - ri alto de novo — Seguro que sua garota virgem deu para o primeiro cara que piscou o olho para ela, atrás do muro da igreja onde foi rezar por santidade. Ai... Engraçado...— Ah, mas você é muito abusado mesmo - veio em minha direção — Você tem que se casar, Norton. Está perdido no mundo, sem sentido de vida. Não faz mais nada a não ser cuidar de seus negócios e se pegar com essas...Continuei a rir e sai da sala. Minha secretária que já sabia bem o que tinha acontecido, apontou para a sala de reuniões. Entrei e as duas garotas estavam lá, se arrumando para irem embora.— O que estão
Parte 3...— Diz isso porque ainda não encontrou a pessoa certa.— Não existe isso de pessoa certa, mamãe - balancei a cabeça.— Quando você abrir o olho, vai estar velho e sozinho - apontou o garfo para mim.— E desde quando ficar sozinho é algo ruim? Dona Pauline, eu não sou solitário - ri desdenhando — A senhora mesma viu isso. Tenho companhia na hora que eu quiser. É só estalar os dedos.— Misericórdia, meu Deus - ergueu as mãos olhando para cima.Eu ri de novo. Minha mãe é religiosa demais para os tempos atuais. Muito presa aos costumes de antes. E depois que meu pai morreu, ela ficou mais carente de atenção.Por isso passo alguns dias da semana aqui com ela, apesar de ter meu próprio apartamento. Quando não sou eu, meu irmão mais novo, Normam, fica aqui. Revezamos para lhe dar atenção. E atenção é algo que ela exige e muito de nós.Alguns dias ela está ótima, mas tem outros que seu lado italiano está mais forte e exagera em tudo. Até em sua hipocondria, o que acaba a levando a u
Parte 1...Cristina...Uma amiga que mora no Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, tem temperaturas baixas e ela me enviou algumas fotos que tirou com a família na neve, em locais pelo estado, quando fizeram um passeio.Ai, como seria bom. Eu não conheço neve de verdade, só a falsa que colocam no shopping no final de ano para o Natal. Deve ser bem legal. Pelo menos é fria.Aqui é quente de pelar a pessoa, ainda mais quando chega perto do verão. Eu fico me acabando no calor e buscando por qualquer lugar que tenha pelo menos um ventilador. Apesar de ter nascido aqui, eu não consigo me acostumar com o calor quando fica demasiado.Sento perto da saída, assim posso cair fora logo quando chegar minha parada. Ainda vou ter que fazer a troca no terminal e pegar outro ônibus até chegar ao meu bairro. É muita gente e isso complica a troca de ônibus, por isso desço logo.No terminal eu salto apressada e o outro ônibus já está lá, quase saindo, esperando só que o pessoal suba. Pego um lugar de novo