Parte 2...
Aí não deu para segurar o riso e soltei uma gargalhada alta bem na cara dela que fez até um bico de raiva. Me fuzilou com o olhar. Mas foi bem engraçado, com certeza.
— Fala sério, mamãe - mexi a cabeça rindo — Nos dias atuais é quase um milagre encontrar uma garota que seja virgem. A não ser que ela viva em um convento de freiras reclusas ou ainda seja muito pequena para ter relações sexuais - ri alto de novo — Seguro que sua garota virgem deu para o primeiro cara que piscou o olho para ela, atrás do muro da igreja onde foi rezar por santidade. Ai... Engraçado...
— Ah, mas você é muito abusado mesmo - veio em minha direção — Você tem que se casar, Norton. Está perdido no mundo, sem sentido de vida. Não faz mais nada a não ser cuidar de seus negócios e se pegar com essas...
Continuei a rir e sai da sala. Minha secretária que já sabia bem o que tinha acontecido, apontou para a sala de reuniões. Entrei e as duas garotas estavam lá, se arrumando para irem embora.
— O que estão fazendo? - segurei a saia de uma.
— Vamos embora, o que acha? - Simone disse.
Eu ri e neguei com a cabeça. Andei até a porta e dessa vez, lembrei de passar a chave para não ser interrompido. As duas começaram a rir e perguntaram de minha mãe.
— Não se preocupem com ela - abanei a mão — Daqui a pouco ela vai embora - puxei a negra linda e alisei sua cintura.
— Vamos continuar, gracinha.
— Simone - ela respondeu sorrindo.
— Pois então, Simone... Onde a gente parou mesmo?
A loira começou a tirar a roupa novamente.
— Aquilo foi só um pequeno inconveniente, mas não liguem para isso. Eu ainda estou quente, meninas. Vocês ainda não terminaram de brincar comigo - fiz uma cara safada.
Rindo as duas me abraçaram e começaram a puxar minha camisa por meus ombros. Eu sei que minha mãe iria me encher depois, mas não iria perder essas duas gatas prontas para me dar prazer só por causa disso. Depois eu me resolvo com ela direito. Já sei como vai ser a conversa.
Beijei a Simone com vontade, descendo a mão por sua barriga, enquanto a loira voltava a se abaixar ao meu lado para outro tipo de beijo.
Olhei para ela sorrindo e abri o zíper. Ela puxou minha calça para baixo outra vez, parando de onde tinha sido interrompida. E eu também continuei com minhas carícias em Simone, que parecia mais ousada.
Agora teria que ter mais tempo para aproveitar, depois do corte brusco. Eu nunca deixo nada pela metade. Ainda mais nesse caso.
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Quando cheguei em casa de novo, mais à noite, minha mãe não falou comigo. Eu também não puxei assunto. Fui para meu quarto, tomei um banho demorado e depois desci para jantar. Ia começar a chatice. Já conheço bem minha coroa e sei que quando começa é difícil parar.
Ela sentou de frente para mim, sempre de cara fechada. Já sei quando ela está aborrecida de fato ou quando é charminho. Dessa vez estava mesmo aborrecida. Acho que foi o susto na minha sala. Talvez dessa vez tenha sido muito para ela. Mas para minha defesa, eu não esperava encontrar com ela de novo hoje à tarde.
Fazia as coisas com força e agitada, quase de modo rude. Bateu a porta da geladeira, derrubou a tampa da chaleira. Quando sentou puxou a cadeira fazendo barulho, arrastando no chão. Fazia as coisas demonstrando que estava mesmo com raiva.
Eu queria rir, mas fiquei na minha. Eu até gosto quando ela discute comigo, porque gosto de encher o saco dela, mas quando fica mesmo com raiva por algo tão natural, me aborrece também. Apesar de ser minha mãe, eu não preciso que fique me dando bronca.
Eu não tenho mais cinco anos de idade. Sou um adulto de trinta e três anos e consciente do que faço.
Quando ela bufou de novo fazendo um bico, decidi falar, mesmo que me arrependesse depois. O que era bem fácil de acontecer.
— Mãe? Está com raiva? - meio óbvio.
Quando ela levantou a cabeça, eu já me arrependi de ter falado. Era melhor ter deixado quieto até passar a raiva. Falei fora de hora.
— O que você acha, Norton? - bateu na mesa — Descobri que meu filho é um pervertido. É pouco isso para você?
Eu quase cospi meu suco, mas segurei.
— E eu sou pervertido, porquê?
— Duas mulheres - levantou os dedos mostrando — Duas, ao mesmo tempo - falou alto — Isso é coisa que se faça? E no local de trabalho.
— E porque não? Eu estava dentro de minha sala, um local privado - dei de ombros e voltei a comer.
— Meu filho, isso não se faz - ela continuou — Você está perdido, sem sentido na vida. Só vive por aí...
— Mamãe... - suspirei — Minha vida está muito bem, obrigado.
— Não está, não - balançou o dedo agitada — Isso não se faz. Você está se descuidando da vida. Está banalizando suas relações.
Virei os olhos. Nem posso reclamar. Minha mãe tem o sangue italiano correndo em suas veias, assim como eu. E é uma característica das mães italianas, serem exageradas.
— Dio mio... Mãe, é sexo, nada demais.
— Sexo é uma coisa muito importante. Estou decepcionada com você - balançou a cabeça e olhou para o prato, mexendo o garfo na comida, mas claramente sem interesse.
— A senhora é antiga - dei uma risadinha — Faz tempo que sexo é algo tão normal e comum, que todo mundo faz o que quer.
— Você não é todo mundo,Norton - fez um bico.
— O mundo é assim hoje em dia - tentei de novo.
— Não me interessa o mundo - elevou a voz — Meus filhos me interessam. Você estava em um local de trabalho. Isso é um absurdo. Uma falta de respeito com seus funcionários, até. E quando eu saí de lá, vi as caras dos funcionários me olhando esquisito.
Puxei o ar fundo e soltei devagar. Torci a boca chateado com mais esse sermão. Eu sei que ela até tem razão sobre o local, mas quando o tesão b**e, não tem isso de lugar ideal.
Eu sabia pela cara dela, no que estava pensando.
— Está pensando no pai, não é?
Ela assentiu com a cabeça e soltou o ar devagar.
— Se Valteri estivesse aqui...
— Ele não está, mamãe... Infelizmente - fiz um bico — Eu gostaria muito que estivesse.
— Eu sei bem disso - seus olhos ficam marejados — Qual foi sua última namorada séria? Se é que já teve alguma.
— Hum... - fiz um bico torcendo a boca — Deixe-me ver... - brinquei com ela — Eu acho que foi a... Não, essa não. Talvez a... Não...
— Norton! - ela falou meu nome como um aviso.
— Nenhuma, mãe - comecei a rir — Eu nunca namorei sério. Por que vou perder tempo com uma única mulher? Sabe quantas mulheres lindas e divertidas têm por aí? Me prender a uma só é até burrice.
— Não é possível, filho - ela largou o garfo — Você nunca teve uma namorada? Alguma garota que quisesse se comprometer?
— E porque motivo eu iria querer me prender a alguém? - ri como se fosse o dono da verdade — Compromissos são chatos, causam tédio e depois acaba o tal amor que dizem por aí - dei de ombros — A maior parte dos casamentos acabam após dois anos.
Autora Ninha Cardoso
* Deixe seu comentário, isso me ajuda a saber o que você gosta no livro e também a criar novos enredos com temas diferentes. Obrigada por ler comigo.
Parte 3...— Diz isso porque ainda não encontrou a pessoa certa.— Não existe isso de pessoa certa, mamãe - balancei a cabeça.— Quando você abrir o olho, vai estar velho e sozinho - apontou o garfo para mim.— E desde quando ficar sozinho é algo ruim? Dona Pauline, eu não sou solitário - ri desdenhando — A senhora mesma viu isso. Tenho companhia na hora que eu quiser. É só estalar os dedos.— Misericórdia, meu Deus - ergueu as mãos olhando para cima.Eu ri de novo. Minha mãe é religiosa demais para os tempos atuais. Muito presa aos costumes de antes. E depois que meu pai morreu, ela ficou mais carente de atenção.Por isso passo alguns dias da semana aqui com ela, apesar de ter meu próprio apartamento. Quando não sou eu, meu irmão mais novo, Normam, fica aqui. Revezamos para lhe dar atenção. E atenção é algo que ela exige e muito de nós.Alguns dias ela está ótima, mas tem outros que seu lado italiano está mais forte e exagera em tudo. Até em sua hipocondria, o que acaba a levando a u
Parte 1...Cristina...Uma amiga que mora no Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, tem temperaturas baixas e ela me enviou algumas fotos que tirou com a família na neve, em locais pelo estado, quando fizeram um passeio.Ai, como seria bom. Eu não conheço neve de verdade, só a falsa que colocam no shopping no final de ano para o Natal. Deve ser bem legal. Pelo menos é fria.Aqui é quente de pelar a pessoa, ainda mais quando chega perto do verão. Eu fico me acabando no calor e buscando por qualquer lugar que tenha pelo menos um ventilador. Apesar de ter nascido aqui, eu não consigo me acostumar com o calor quando fica demasiado.Sento perto da saída, assim posso cair fora logo quando chegar minha parada. Ainda vou ter que fazer a troca no terminal e pegar outro ônibus até chegar ao meu bairro. É muita gente e isso complica a troca de ônibus, por isso desço logo.No terminal eu salto apressada e o outro ônibus já está lá, quase saindo, esperando só que o pessoal suba. Pego um lugar de novo
Parte 1...Eu parei minha Ferrari preta em frente da empresa, na sombra.O vento quente me dá um tapa na cara depois de chegar aqui com ar-condicionado, no maior conforto. Cara, eu detesto calor. Por mim a cidade inteira teria ar-condicionado. Ontem estava quente, mas hoje está ainda mais.Ao pisar no tapete de boas-vindas as grandes portas de vidro se afastam e eu dou um passo para dentro. Escuto risinhos e viro a cabeça. Do outro lado, na parte de carros utilitários, estão três garotas quase babando olhando para mim.Sorrio de volta e retiro meus óculos para que possam ver que não sou nenhum dos meus dois irmãos mais novos. Elas se espantam, mas continuam sorrindo e se mexendo toda, mostrando o corpo.Norman e Normando são irmãos gêmeos. Nós três nos parecemos muito. O cabelo castanho é o mesmo e os traços físicos também. Mas assim que as pessoas que sabem a diferença, vêm meus olhos azuis, se ligam que não sou um deles. Os dois têm olhos castanhos com um leve toque de verde. Fora i
Parte 1...CristinaEu acordei e me espreguicei toda, olhando para meu teto. Um dia ele já foi branco eu acho, mas agora é meio cinza. Estalo os dedos dos pés e depois os das mãos. Ainda bem que dormi tão logo me deitei na cama.Ouvi vozes vindo da cozinha e me levantei. Hoje tenho um pouco mais de tempo, só vou entrar mais tarde porque fiz uma carga extra.Fui ao banheiro e lavei o rosto para despertar direito, escovei os dentes e o cabelo e fiz um rabo de cavalo. Eu tinha que cortar o cabelo, mas deixaria isso para o final do mês, quando recebesse meu salário.Entrei na cozinha e vi minha mãe conversando com Pauline. As duas quando começam a conversar vão longe. E pelo jeito Pauline tinha trazido mais coisas ainda do que disse que traria.No começo eu não gostava muito disso, era orgulhosa demais para aceitar, achava errado, mas depois isso passou. Minha mãe até reclamou muito comigo, que eu estava sendo orgulhosa demais e ela tinha razão.Quem precisa de algo e depende da ajuda de
Parte 2...Eu ajudava como podia. Nunca parei de estudar e nem deixava minhas notas baixarem. Sempre me lembrava das conversas com meu padrasto sobre sair dessa vida. Com certeza ter segurança financeira é o mais importante hoje em dia, nesse mundo tão capitalista.Aproveitei o que tinha aprendido com os cursinhos de arte e passei a vender panos de prato decorados com pintura e bordados. Também fazia peças decorativas para a casa em crochê e tricô.Aos poucos fui conseguindo encomendas. Como minha mãe trabalhava como doméstica, ela aproveitava para divulgar os meus trabalhos para a patroa dela e as amigas. Muitas vezes sei que elas compraram apenas para ajudar porque eram coisas mais simples, nada como elas eram acostumadas a ter em casa, mas nos ajudou muito.Fui melhorando com a prática e consegui que duas lojas de arte e artesanato vendessem meus trabalhos por comissão. Parei de fazer direto quando ficou complicado estudar, trabalhar e ainda passar horas fazendo as pintuas e bordad
Parte 1...Esperei o portão abrir completamente antes de entrar acelerando a nova Ferrari pelo caminho de entrada e parei na garagem da direita, ao lado de outros carros que já estavam lá.Eu sempre deixo dois aqui para trocar nos dias em que fico aqui com minha mãe. Meus irmãos fazem o mesmo, então a garagem está sempre ocupada, mas tem muitas vagas e são duas garagens cobertas.Desço e dou outra olhada na Ferrari. Linda. Maravilhosa. Ainda bem que eu vi antes de algum comprador entrar na empresa e a levar.Passei pelo hall de entrada e falei com a empregada que limpava um tapete. Segui para a cozinha para pegar algo gelado. Estou com sede. O dia mal começou e já está quente, imagine no meio da tarde como vai estar.As duas cozinheiras estavam cortando alguns legumes e me deram bom dia. Respondi e perguntei sobre minha mãe.— Ela saiu logo cedo - uma delas respondeu.— E disse para onde? - abri a geladeira de inox.— Só disse que iria visitar a velha amiga, Marlene.Eu solto um suspi
Parte 2...— Você tem liberdade sempre que quer e até demais - se inclinou para frente — Eu não esqueci de sua palhaçada com aquelas duas... Moças... - abanou a mão — Lá no seu escritório.Eu gargalhei com a cara feia dela.— Da próxima vez, bata na porta e espere a resposta.— Da próxima vez, tenha vergonha na cara. Safado.Eu gargalhei e entrei no banheiro. Bem, ela tinha razão.— Mãe, vou pensar se posso e te aviso. Eu tenho algo a resolver. Agora vou tomar uma ducha e nadar um pouco.Ela saiu e ouvi que ainda reclamava. Entrei na ducha rindo. Mas tinha algo nesse jantar que me deixou curioso. Desde quando ela queria que eu ficasse para receber alguma amiga?Aí tinha, com certeza. Abri o chuveiro forte e me enfiei embaixo. Depois eu pensaria nisso direito, agora vou nadar um pouco e depois me arrumar para uma festinha particular.Também tenho que falar com Luiz sobre o que acabei de decidir, com essa ida de minha mãe até o bairro da pobretona. Acho que ele vai gostar de saber meu p
CristinaEsquentei as panelas e já deixei tudo pronto para minha mãe, assim ela não teria que fazer nada. Me preocupo que se queime com a visão tão turva como ela está esses dias. E como é teimosa, espera que eu saia para fazer as coisas.Preciso urgente encontrar uma vaga para a cirurgia dela, mas o sistema de saúde está sobrecarregado. Me lembro de dona Laura. Seria bom ir até lá.— Mãe, eu volto daqui a pouco. Vou dar uma olhada na pressão da dona Laura e também aproveitar para ela me rezar um pouco.— Vai sim, filha. É sempre bom.— Deixe que eu preparo seu prato para a gente almoçar juntas - fui saindo da cozinha — Não vou demorar, viu.— Está bem.Troquei de roupa. Tirei o short curtinho que uso por uma bermuda maior. Prefiro evitar certas coisas. Apesar de saber que muitos me conhecem por aqui, vira e mexe tem alguém diferente na área e não confio.O certo seria que uma mulher pudesse ir e vir sem problema algum, em qualquer lugar, mas a realidade era outra. Então, como não ten