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Capitulo 02 - A primeira consulta

Samantha Hurst

— Você está ansiosa? — Elle perguntou sentada ao meu lado na sala de espera da clínica.

— É claro que ela está ansiosa, não sei como conseguiu esperar uma semana por essa consulta — Charlie revirou os olhos — eu já teria batido na porta de todos os médicos disponíveis de Vegas até que alguém me atendesse!

Não pude evitar rir diante de seu entusiasmo. Eu me sentia nervosa pelo que me aguardava atrás da porta fechada do consultório, mas não queria demonstrar isso. Eu podia lidar com um pouco de ansiedade.

— Na verdade, eu passei a última semana me acostumando com a ideia — dei de ombros — acho que eu precisava desse tempo.

— E como está sendo? — Elle se interessou.

Eu me movi desconfortável na poltrona, pensando em minha resposta.

— Bem, eu tenho que me adaptar. No começo eu estava perdida e sem saber o que fazer — eu admiti — mas agora, sei que tenho que continuar, apenas não sei como contar para Theon.

— Ainda não ligou pra ele? — Charlie me observou.

— Achei melhor esperar pela consulta — dei de ombros.

— Srtª Hurst, a Drª  está pronta para você — a recepcionista me avisou.

Nós três nos levantamos e entramos no consultório, para surpresa da médica, ela nos cumprimentou sem saber ao certo como reagir.

— Srtª Hurst? — ela alternou o olhar entre nós três.

— Sou eu — estendi a mão — eu sei que isso deve ser incomum, mas é que nós estamos em uma situação especial, e...

Uma expressão de compreensão passou por seu rosto, e ela assumiu o tom mais natural possível, estendendo a mão para minhas amigas, sorrindo de maneira cordial.

— Ohh sim, entendo. Vocês são companheiras da Srtª Hurst? Eu sou a Drª  Miller.

Eu arregalei os olhos diante de sua conclusão, fazendo Elle gargalhar.

— Ohh não, não é esse tipo de situação especial — ela garantiu — nós não estamos envolvidas romanticamente.

— Não, não — eu garanti — elas são minhas amigas, estão aqui para me apoiar, isso tudo é novidade pra mim e o pai do bebe foi embora há algumas semanas.

— Ahh sim — seu sorriso se tornou compreensivo — sentem-se, por favor. Srtª  Hurst, eu compreendo que esse pode ser um momento delicado e assustador, mas te garanto que você será capaz de lidar com isso, e eu estou aqui para tirar qualquer dúvida que você possa ter.

— Obrigada — retribui seu sorriso sem muito entusiasmo.

Por mais que ela afirme que me compreende, eu duvido que ela saiba o que está se passando dentro de mim nesse momento. Na parte emocional, quero dizer, suponho que ela deve saber das outras partes.

Eu entreguei meus exames para a médica e aguardei enquanto ela avaliava tudo com atenção.

— Bom, eu vou te examinar, pedir mais alguns exames e nós podemos conversar depois, tudo bem? — ela sorriu me encorajando.

Eu tentei manter a naturalidade enquanto era examinada, apesar de odiar cada segundo daqueles exames, a médica por si só tentou amenizar o desconforto de todas as formas.

— Então, você está tendo muito enjoo matinal, Sam? — ela perguntou com um sorriso.

— Ela enjoa à noite, isso é normal? — Charlie respondeu por mim, enquanto a médica preparava o aparelho de ultrassom.

Ela riu enquanto me colocava na posição adequada para fazer o exame. 

O que isso quer dizer? É normal ou não é?

— Os enjoos são resultado do aumento de hormônios, a grande maioria das mulheres os sente pela manhã, mas não existe nenhum problema em sentir a noite — ela garantiu — estão prontas para conhecer o bebê?

— Por favor! — Elle sorriu se colocando ao meu lado, as duas olhavam com ansiedade para o aparelho enquanto eu não sabia ao certo o que esperar.

Algumas manchas surgiram na tela, até que tudo entrou em foco e uma pequena figura surgiu em meio a um espaço vazio. O pequeno ser se movia freneticamente, me fascinando. 

Sim, essa era a palavra. Eu não me sentia emocionada nem nada do tipo, eu me sentia fascinada por ele, não conseguia desviar o olhar um segundo sequer.

— Esse aqui é o feto. Olha como ele se move. Ele mede um centímetro e meio.

Quando pensei que não poderia melhorar, um som abafado encheu o ambiente, fazendo com que eu olhasse assustada para a doutora.

— O que é isso?

— É o coração dele — ela explicou sorrindo.

As garotas ao meu lado vibravam enquanto eu piscava atordoada, voltando a encarar a tela. 

— Mas ele não tem nem dois centímetros, como pode ter coração!? — eu soltei, fazendo a doutora rir.

— O coração é a primeira coisa que se desenvolve — ela explicou.

— Sam, isso é incrível — Charlie segurou minha mão.

Elle dizia alguma coisa, também me apoiando, mas no fim, eu conseguia apenas me concentrar na imagem. Aquilo era aterrorizante e incrível. Eu não conseguia acreditar no que estava acontecendo, mas de certa forma, eu me sentia bem.

E eu sabia que nós ficaríamos bem.

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