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Capítulo 07 - Eu não me casaria apenas por um filho

Theon

Um alívio tomou conta de mim ao ouvir a resposta de Sam, aquilo me deu uma luz no fim de toda a situação. Não seria fácil, mas nós  podemos fazer funcionar. Pelo bem daquela criança, nós faríamos aquilo funcionar.

— Muito obrigado — eu suspirei a abraçando. 

— Não foi nada — ela garantiu, parecendo um pouco sem graça.

— Vamos, é melhor você sair um pouco desse sol — eu me levantei, a ajudando em seguida.

Samantha sorriu, passando a caminhar ao meu lado com uma expressão mais tranquila. Deixei minha mente vagar um momento até o dia anterior, quando eu não sabia tudo o que me esperava. Eu estava feliz com Harper e agora eu sequer sei o que me espera a partir desse ponto. 

Ela vai aceitar bem? Como eu posso contar algo assim para ela? E minha família, o que vão pensar de tudo isso?

— Bem, como tudo isso vai funcionar? — A voz de Samantha me trouxe de volta de meu devaneio, quando nos aproximamos de seu apartamento.

— O que você quer dizer?

— Como é sua cidade? Quando eu posso me mudar, onde vou viver? — ela explicou.

— Ahh sim — eu franzi o cenho.

Nós ainda tínhamos muito a resolver, mas ela parecia exausta.

— E então? — ela me encarou desconfiada.

— Por que você não descansa um pouco agora e nós podemos resolver tudo isso no jantar? — eu propus — eu preciso encontrar Gregor para conseguir um quarto de hotel para passar a noite, mas nós podemos conversar mais tarde.

Samantha ponderou aquilo por alguns momentos antes de responder.

— Seu primo também vai? — ela me observou.

— Você quer que ele vá?

— Não sei, acho que seria bom conhecer alguém da cidade. Se não tiver nenhum problema pra você.

— Não, problema algum — eu garanti — se é o que você quer.

— Tudo bem, então eu te vejo mais tarde — ela sorriu antes de entrar no prédio.

Não era o sorriso sensual que eu tinha conhecido antes, esse era carregado de alívio. Samantha era uma mulher bonita, na verdade, ela era muito mais do que isso. Ela era o tipo de mulher que faria qualquer homem ficar de joelhos aos seus pés para realizar seus desejos por um simples sorriso.

Sua voz, seu olhar, seu corpo, seu rosto, seus cabelos... Tudo parecia preparado para a tentação de todos os mortais que se colocassem em seu caminho. Ela exalava sensualidade, e foi isso que me atraiu para ela desde o começo. Mas neste momento, despida de toda sua bruma de sensualidade, ela ainda mantinha aquela beleza estonteante, mas também transparecia toda a insegurança de uma criança assustada, e creio que eu posso estar da mesma forma. 

Eu a observei desaparecer dentro da construção, enquanto subia as escadas saltitando, e voltei a caminhar assim que ela desapareceu no andar de cima, apanhando meu celular e ligando para o Gregor. Eu precisava encontrá-lo e resolver tudo até o jantar. 

Em nossa conversa, descobri que ele já havia conseguido um quarto para passarmos a noite, o que facilitou um pouco as coisas. Eu fui na direção do hotel que ele tinha indicado, me lembrando da sensação que tomou conta de mim enquanto minha mão repousava na barriga de Samantha. Meu filho estava ali dentro. A percepção de que eu seria pai em alguns meses ainda era estranha. Eu me sentia assustado com aquilo, mas ao mesmo tempo eu queria fazer dar certo, e ser o melhor pai que eu pudesse.

Assim que cheguei ao hotel, eu tomei um banho após informar ao meu primo que deveríamos buscar Samantha para jantar mais tarde. Ele não se opôs ao plano, separando a roupa que usaria. Algumas horas depois, nós seguimos até o local combinado para encontrar a futura mãe de meu filho, que para minha surpresa, estava acompanhada.

Não que eu me opusesse a isso, mas esperava que Samantha fosse sozinha. Ao seu lado estava uma das garotas que dançavam com ela, a garota era pequena e tinha os cabelos loiros curtos que lhe concediam um ar jovial.

— Samantha, é um prazer enorme revê-la tão depressa — Gregor se adiantou, estendendo a mão para a garota.

— Obrigada, Gregor — ela sorriu — essa é minha amiga Charlie, nós moramos juntas. Foi ela quem atendeu vocês hoje mais cedo.

Eu a cumprimentei antes de entrar no restaurante, esperando que a Hostess nos guiasse até nossa mesa. Um silêncio recaiu sobre o grupo até que estivéssemos acomodados, foi quando Charlie decidiu se manifestar.

— Então, Theon, Samantha me contou sobre sua proposta — ela foi direto ao assunto, atraindo a atenção imediata de meu primo, que se focara no menu de bebidas, me lembrando que eu não tinha lhe contado tudo o que Samantha e eu decidimos mais cedo.

— Proposta, que proposta? — ele perguntou apressado — Theon propôs alguma coisa a você!?

— Bem, sim... — ela franziu o cenho parecendo confusa.

— Nós dois conversamos e chegamos à conclusão de que como teremos o bebe, seria melhor...

Gregor se levantou, me lançando um olhar grave antes de voltar a se pronunciar, interrompendo minha explicação.

— Theon, eu posso conversar com você por um momento? — ele praticamente rosnou.

Samantha parecia perdida diante da reação do meu primo, Gregor com certeza tinha entendido tudo errado, mas de qualquer forma, aquilo não era problema dele.

— Gregor, sente-se. Não é o que você está pensando — eu murmurei.

— Algum problema com a mudança? — Samantha alternou o olhar entre nós enquanto Charlie nos encarava.

— Estou começando a achar que você não devia ir — ela sussurrou para a amiga, para meu desespero.

— Não existe problema nenhum, o que nós combinamos é o que vale, Samantha — eu garanti — Eu apenas não tive tempo de contar a Gregor o que nós combinamos.

— E o que foi que combinaram? — meu primo cruzou os braços, voltando a se sentar.

— Samantha estava planejando se mudar de Vegas, e eu a convidei para se mudar para Aspen — eu expliquei — essa foi a proposta.

— Ohh entendo. Pensei que ele tinha te pedido em casamento! — ele parecia aliviado.

Ele realmente pensava que eu pediria alguém que eu quase não conheço em casamento apenas por conta de uma criança!?

— Casamento!? Você está maluco? — Samantha o encarou chocada.

— O quê? Ele falou de uma proposta.

— Eles mal se conhecem — Charlie apontou.

— E vão ter um bebê — ele deu de ombros.

— Sinto muito te desapontar, mas não sou do tipo "fiquem juntos pelas crianças" — Samantha devolveu com uma careta — apenas pensei que seria bom estar perto do pai do meu bebê.

— Por que nós não fazemos os nossos pedidos? — suspirei ao perceber que não tínhamos sequer aberto o menu. 

Nós nos focamos na comida por um tempo, tentando dispersar aquele clima estranho que tinha tomado conta da mesa.

— Tudo bem, acho que precisamos resolver algumas coisas — Samantha voltou a se manifestar.

— Quando você pretende se mudar? — Charlie perguntou.

— Eu não sei, não tem nada me prendendo aqui — ela deu de ombros — eu não estou trabalhando e nem nada assim.

— E você tem como se manter? — Gregor parecia preocupado.

— Eu tenho algumas economias e posso pedir ajuda aos meus pais — ela começou.

— Para isso você precisaria contar a eles — Charlie cantarolou, chamando minha atenção.

Ela ainda não contou aos pais? Aquilo fez com que eu me lembrasse da situação de minha irmã, sei o quanto ela ficou apavorada, com medo de nos contar a situação que se envolveu.

— Se você for para Aspen, emprego não será um problema — Gregor afirmou — Theon pode cuidar disso.

— Sim, eu posso — concordei pensativo.

Eu poderia conseguir algo para ela, e, em último caso, eu poderia colocá-la na loja, ou algo do tipo.

— Bem, eu posso me mudar assim que conseguir um lugar para morar — Samantha deu de ombros — eu tenho que conseguir um novo obstetra também.

— Eu vou procurar alguns lugares — eu garanti.

Por fim, depois de muita conversa, nós decidimos que Samantha se mudaria em dez dias, que seria tempo o suficiente para que eu arrumasse uma casa para ela morar. Em último caso eu a hospedaria em um hotel até conseguir um lugar.

Também combinamos que ela iria de avião até Denver, onde eu a buscaria com sua mudança e a levaria até Aspen. Agora seria apenas questão de aguardar o dia da mudança chegar.

Era bom saber que poderíamos lidar com isso de maneira amigável, eu era um homem responsável e jamais fugiria, mas sei que o fato dela ter aceitado e respeitado meu relacionamento, e ainda se mudar para perto para eu ter contato com a criança, mostrava um pouco de seu caráter, algo que não fui capaz de apreciar em nosso curto envolvimento.

Nikka fuza

olá, o que estão achando da historia? Por favor, comentem e me sigam, farei o possível para responder a todos <3

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