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Capítulo 10 - Não existe educação sexual em Las Vegas?

Theon

— Você nos deixou curiosas — Lara sorriu em encorajamento.

— Bem, eu recebi uma ligação na sexta — cocei a garganta.

— Que tipo de ligação? Negócios? — Liny questionou, se concentrando em sua comida.

— Eu vou ser pai — revelei sem rodeios, fazendo com que todas congelassem diante da notícia.

Liny tinha parado o garfo com a comida a meio caminho de sua boca, me encarando chocada, enquanto as outras pareciam ter uma reação parecida.

— O que você disse? — minha mãe balbuciou.

— Eu descobri na sexta e ainda estou tentando assimilar — eu expliquei.

— Meu Deus, Theon — Lara sorriu — Harper está de quanto tempo?

— Isso é mais um motivo para você pedi-la em casamento! — minha avó apontou satisfeita.

— Harper não está grávida — eu corrigi aquele equívoco.

— Agora eu não entendi — Liny franziu o cenho.

— Eu conheci uma garota em Las Vegas durante a despedida de solteiro do Gregor — desviei o olhar para meu prato quase intocado — na sexta ela me ligou para contar que está grávida e que eu sou o pai.

— Você engravidou uma desconhecida? — minha mãe perdeu a cor.

— Sim.

— Meu Deus, não existe educação sexual em Las Vegas? — Liny ergueu a voz carregada de ironia.

— Evangeline  — minha mãe rosnou enquanto Lara ainda me encarava chocada.

— Estou falando, alguém me dá uma banana e uma camisinha que eu vou resolver o problema desses dois!

— Eu não acredito que você dormiu com essa garota sem nenhuma proteção, Theon! — minha mãe elevou a voz ao constatar o X da questão questão.

— Eu sempre pensei que a Lara era a única desajuizada da família — minha avó murmurou descontente.

— γιαγιά! — Lara ergueu a voz.

— O quê? Você sequer sabe quem é o pai da Daphne — Delphine revirou os olhos.

— Eu sei quem é o pai! — Lara levantou-se, parecendo ofendida por ter sido envolvida em toda aquela situação. Ela saiu da sala de jantar pisando duro, nos deixando para trás.

— Eu não fui desajuizado, foi um descuido — eu respirei fundo retomando o assunto apesar de saber que elas tinham razão — de qualquer forma, aconteceu. Samantha e eu seremos pais.

— Você vai se casar com ela? — Delphine me olhou desconfiada.

Meu Deus, para essa mulher tudo se resolve com casamento!?

— Me casar com uma desconhecida apenas por causa de um filho seria loucura, γιαγιά — revirei os olhos.

— Transar com uma desconhecida sem proteção também é, e isso não te impediu — Liny me provocou.

— Evangeline, esse é um assunto sério! — minha mãe ralhou.

— Eu estou falando sério — ela retrucou.

— Isso não importa, a questão é o que ele pretende fazer a partir de agora — γιαγιά nos interrompeu.

Suspirei pensando em como começar a explicar meu plano, mas antes que pudesse falar, Liny voltou a interromper.

— Ele vai ter um filho, o que mais ele poderia fazer?

— Bem, nós dois conversamos e chegamos à conclusão de que Vegas não é um lugar apropriado para uma criança, então ela vai se mudar para Aspen — Ignorei minha irmã.

— E Harper? Você contou para ela? — Minha mãe perguntou apreensiva.

— Sim, eu já contei. Ela está digerindo tudo isso e não sei o que vai decidir sobre nós dois.

— E você pretende sustentar essa Samantha? — minha avó perguntou séria — Você tem certeza de que o filho é seu?

— Eu tinha minhas dúvidas, mas ela se ofereceu para fazer o teste de DNA. Se ela não tivesse certeza de que eu sou o pai, não faria isso. E sobre sustentá-la, ela disse que pediria ajuda aos pais e que arrumará um emprego.

— Deus, isso é um pesadelo — minha mãe gemeu.

— Ela trabalha com o quê? — Delphine a ignorou.

— Ela é dançarina.

Aquela informação chocou a todas novamente. Acho que esperavam algo assim do meu primo, e não de mim.

— Você engravidou uma stripper de Las Vegas? — Liny segurou o riso.

— Ela não é uma stripper, ela é dançarina apenas — eu tratei de corrigir. 

 Não queria que todos tivessem uma visão errada sobre Samantha antes mesmo dela chegar.

— E tem diferença? — Minha avó soltou.

Eu revirei os olhos diante daquela declaração. Tinha como minha ela ser mais preconceituosa?

— Sim, tem muita diferença, γιαγιά. E eu espero que todas a respeitem quando ela chegar — eu murmurei.

— E quando ela chega? — Minha mãe perguntou.

— Duas semanas — eu me levantei — olha, eu sei que vocês devem ter muitas perguntas, mas eu estou exausto. Quero ir para casa descansar antes de começar a procurar uma casa para Samantha.

Eu me levantei da mesa, me despedindo de minha família antes de sair da sala de jantar. Eu saí da casa, encontrando Lara sentada no degrau da porta da frente, segurando a babá eletrônica na mão com um olhar perdido para a estrada.

— Hey, você está bem? — eu questionei.

— Elas nunca vão deixar de jogar na minha cara — ela reclamou — foi um erro estúpido e vou ficar ouvindo isso para o resto de minha vida.

— Elas se preocupam com você e a situação... Nossa situação — eu acrescentei depois de uma breve consideração — bem, é complicada.

— Nem me fala — ela suspirou se levantando — mas essa garota teve sorte de pelo menos encontrar um cara decente. Você nunca fugiria da sua responsabilidade.

— Ela estava apavorada com essa possibilidade — eu admiti — ela tem a sua idade.

— Eu sei bem como ela deve estar se sentindo, e espero que vocês consigam lidar com isso, Theon — ela se aproximou me abraçando.

Eu retribui o abraço, permanecendo naquela posição por um momento antes de me afastar.

— Sabe, não é a melhor situação. Mas eu estou orgulhosa de como você está agindo — ela sorriu voltando em direção à porta — e parabéns pelo bebê.

Eu acenei com a cabeça antes de entrar no carro e dirigir de volta para casa, em menos de meia hora eu estava deitado em minha cama olhando para o teto. Eu estava preso em meus pensamentos. Abri as fotos que Samantha mandou de seus exames, observando a pequena forma estampada no ultrassom.

Eu vou ser pai. Mais uma vez essa constatação recaiu sobre mim.

Aquilo parecia irreal. Eu não me sentia como um pai, mesmo após o momento que tive mais cedo com Daphne. 

 Será que Samantha se sente como uma mãe?

"Como você está se sentindo hoje?"

Eu mandei uma mensagem para ela, sua resposta não demorou para chegar.

" Comendo feito um avestruz, e você, Apolo?"

Não pude evitar de sorrir com aquela resposta. Samantha tinha um senso de humor único, eu notei isso desde o início, não era raro ela me fazer sorrir com seus comentários sarcásticos e sua lógica incomum.

"Você deve se alimentar bem"

Foi minha resposta

"Conversou com sua namorada?"

Eu respirei fundo ao ler aquilo. Eu não poderia esquecer o assunto por algumas horas?

"Sim."

" Como foi?"

Pensei um pouco como responder à pergunta.

" Não foi tão bem."

"Sinto muito."

Eu voltei a encarar o teto deixando o celular em cima da cama sem me dar ao trabalho de responder. Eu desejava poder falar com Harper, mas não queria parecer insistente ou invasivo, então logo descartei a ideia de telefonar para ela. Apenas permaneci imóvel, pensando no que fazer a seguir até que o som de uma nova notificação chamou minha atenção.

" Como você está assimilando tudo?"

Era o que Samantha perguntava em outra mensagem.

" Não sei bem, e você? Já caiu a ficha de que você será mãe?"

Decidi saciar minha curiosidade de antes. Será que Samantha já se acostumou à ideia?

"Acho que isso aconteceu quando ouvi o coração, mas ainda é estranho"

Ela respondeu.

Eu voltei a abrir as imagens do ultrassom, observando meu filho ali. Acho que era pra que eu me emocionar ou algo assim, mas ainda não parece real, eu não sentia grande coisa além do desejo de que aquilo fosse um pesadelo.

Merda!

Quando tudo vai começar a melhorar?

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