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Capítulo Três - Esperanza

“Perfeita para que cargo?” Esse homem não parece estar batendo bem das ideias.

Irritada pela presença inesperada, me virei para ele. E quase enfartei ao encarar seus hipnotizantes olhos azuis. Não havia possibilidade de existir algo tão perfeito quanto os olhos desse homem. E a boca vermelha? Deus, olhar sua boca despertou uma parte minha que não devia, um ponto bem específico entre minhas pernas. Malditos hormônios de virgem!  

Passaram alguns segundos antes que eu pudesse reagir. Tive que limpar a garganta e desviar o olhar desse rosto que exala pecado.

― Posso ajudá-lo? — questionei.

Isso, garota, mantenha a voz firme. Não é a primeira vez que encontra esses olhos. Mas é sempre a mesma reação de quem está diante de algo surreal. Encarar o filho de Ligia me deixa meio zonza. Minha sorte é raridade de o ver... e tão perto assim nunca aconteceu.

― É Esperanza, certo? — ele devolve minha pergunta com outra.

― Sim — respondo e balanço a cabeça.

― Melhor amiga da minha mãe, mesmo tendo idade para ser filha dela. ― Não era uma pergunta.

― Eu gostaria de ser filha dela. ― Deixei escapar e logo em seguida me arrependi.

Ele entorta a boca em um sorriso que só pode ser chamado de sacana.

― Se fosse, meus planos não dariam certo.

― Escuta, não estou com humor para bêbados agora. Quero curtir a minha música em paz, pode ser?

Como resposta ele pegou um dos fones e colocou em si.

― Essa não é a banda que está se apresentando hoje aqui perto?

― É ― respondi secamente. Nem me dei ao trabalho de perguntar como ele sabia, já que não parecia ser o seu tipo de música. O primeiro show está acontecendo hoje, seriam dois.

― Por que não foi?

Dei de ombros. Foi um caos pedir para ir no próximo, imagino que seria pior se falasse se tratar de algo hoje mesmo.

Ele levantou.

― Ainda dá tempo. Vamos?

Minha expressão era pura interrogação em direção ao homem de jeans e camisa branca, parado.

― Não quer ir ao show? — insistiu.

Uma adrenalina estranha percorreu o meu corpo. Eu queria ir. E não pensei muito quando esse homem com o qual mal tenho contato me estendeu a mão. Toquei meus dedos nos seus, sentindo um corrente misteriosa despertando minhas veias.

Confesso que eu sempre fui uma garota curiosa e meio rebelde. Talvez por causa disso tenha aceitado tão facilmente o louco convite do filho da Ligia. Minha primeira chance de pelo menos experimentar liberdade.

A raiva por meu pai ter gritado por um tempão quando poderia apenas dizer um simples não me fez aceitar cometer uma loucura com o maluco que surgiu do nada.

Me levantei e o segui até o carro. Ele dirigiu até o show e logo estávamos em uma área vip.

Era como se eu fosse espectadora do que acontecia.

E se antes eu já queria ser livre, experimentar só atiçou ainda mais esse desejo. As portas se abriam para o rapaz. Ao ponto de me deixar frente a frente com a banda, tirar fotos e ainda orar com eles desejando que meus sonhos se tornassem reais.

Se Noah Pestalozzi Terceiro se divertiu, não sei. Estava mergulhada em um êxtase só meu.

Quando acabou, ele me levou de volta até o lugar onde me encontrou e foi embora sem dizer nada. Só um “boa noite” seco.

Eu voltei para casa sem que meus pais notassem que sai. Foi minha melhor noite de sono na minha vida toda. Só foi estranho os sonhos românticos com o filho de Ligia, mas tratei de ignorar. Romance não tem nada a ver com o que aconteceu.

Na verdade, achei que não teria mais contato com ele, que foi apenas um evento, como um eclipse raro, porém no dia seguinte recebi uma mensagem de texto.

Esse é o meu número. Se gostou de ontem, me liga. Tenho uma proposta que pode te interessar.

Eu liguei para o número da mensagem. Sabia que era Noah. E estava curiosa por saber o que ele tinha em mente. Quando ouvi fiquei desacreditada que ele realmente pretendia fazer algo assim. A proposta era louca, mas era tudo que eu precisava. Meus pais andavam se queixando que eu estava em uma idade difícil, que eu devia me casar. Se soubessem que fugi para o show que não tinha permissão...

— Ainda está ai? — ele pergunta. E percebo que fiquei tempo demais em silêncio.

— Você realmente me propôs fingir ser sua noiva?

— Essa proposta também será benéfica para você. Percebi que gostou de ontem, e todos sabem como seus pais praticamente a mantem em cativeiro.

— Mas...

— Me encontra meia noite no mesmo lugar de ontem. Trataremos de negócios.

Assim que ele termina de falar, desliga na minha cara.

— Sem educação! — resmungo.

Passo o resto do tempo até a meia noite pensando em quais são os planos desse maluco. Será que ele deseja mesmo um noiva falsa ou está brincando comigo?

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