Estou com medo. É felicidade demais. Se meu coração tivesse olhos estaria olhando para todos os lados em busca do erro. Noah se vestindo depois de me mostrar tanto prazer podia ser mais lindo que ele chegando para me buscar para a festa.O som lá fora indica que a festa continua, mas ele me disse que poderíamos ir para casa. Não quero dormir fora, longe do meu filho.Vesti minha roupa também e me ergui, sendo puxada por ele e ganhando um beijo na testa.Antes de sair, ele avisou a responsável que sairia e que qualquer coisa procurasse Ramon, outro dos seus amigos. Porque ele recebeu uma mensagem de Gael dizendo que precisou ir e que deixou tudo nas mãos desse tal amigo.— Acho que Sam terá um amiguinho para brincar. — Ele comentou quando já estávamos no quarto do nosso filho.— Pensei nisso. Será?— Só algo muito grave para tirar Gael de uma festa.— Espero que seja uma notícia boa. Não sabe o quanto machuca sequer pensar que a criança crescendo em nosso ventre não é querida.Sua expr
Depois que voltamos do nosso fim de semana no litoral, retornei ao trabalho.Estava na sala que antecede a do CEO, meu marido, quando recebi uma ligação do seu ramal.— Está sem calcinha? — a voz levemente rouca perguntou no telefone. — Acompanhei seus movimentos hoje.Revirei os olhos com sua ousadia, mas instintivamente uma perna roçou a outra e minha imaginação me fez imaginar nós dois sobre sua mesa de vidro, fodendo como dois loucos. Noah me viciou em sexo. Um simples gesto dele, uma simples palavra, já me deixa molhada.Depois desse tempo juntos eu já falo foder sem receio, entre outras coisas.— Era fio dental para não marcar, e estava me incomodando. Então eu tirei.— Isso não pode acontecer. Venha a minha sala. — O tom dele passou de sexy para sério. Isso me deixou preocupada.— Sim senhor. Estou indo.Será que todos perceberam que estou sem calcinha? Droga!Fui até sua sala já pensando em formas de justificar meu erro. Tudo que menos quero é cometer erros e deixar meu marido
Estou olhando vidrada o teste de farmácia em minhas mãos. Positivo.Noah havia me questionado sobre eu ainda não ter menstruado. Como minhas regras sempre foram desreguladas não pensei sobre isso, mas depois do seu questionamento, fiquei preocupada. Sei que é ridículo. Eu devia saber que algo assim aconteceria quando estávamos transando como dois tarados e cada vez mais deixando o preservativo de lado.Queria esperar Sam ter pelo menos um ano, mas irresponsabilidade dá nisso. Acho que nenhuma gravidez minha será planejada.Essa noite ele vai chegar mais tarde. Havia combinado de sair com seu amigo Gael e outros. Pelo que entendi, Gael estava meio maluco porque a mulher não quer deixar a cidade pequena onde vivia para vir para cidade grande com a filha. E ele estava lutando para isso.Eu espero que ela venha. E espero que possamos ser amigas. Já comecei a ter contatos com esposas de amigos do meu marido. É tão bom ter companhia, falar sobre coisas de mulher.Meu telefone vibrou e vi um
Porra! Eu não sou um homem violento, mas a vontade que me dá é de pegar Daniela pelo pescoço e acabar com a vida da vadia. Eu devia saber que a bondade era armadilha. Sabia que ela fazia de tudo para me seduzir. Aparecer com uma esposa deve ter mexido com sua ira. Mas eu nunca lhe dei esperança. Ela sabia. Todas sabiam.Aquela puta armou para me seduzir e conseguiu abalar meu casamento. Faz uma semana que Esperanza dorme no quarto do Sam. Eu tento convencê-la de que não aconteceu nada, porém sei a merda que deve estar passando na sua cabeça. O que mais ela poderia pensar? Acreditar na história do café? Nem eu mostrando o terno sujo. Eu me coloco sim em seu lugar e sei que é difícil, mas preciso resolver isso.O meu anjo está murchando, está ferido. Por sorte, Daniela teve a decência de pedir para o seu chefe a demitir para que não perdesse os direitos. Sabia que não conseguiria nada comigo e que eu não deixaria barato a merda que ela fez. Por mim ela sairia com uma mão na frente e out
Meses depoisA barriga de Esperanza está enorme. A coisa mais linda e sexy. Se me dissessem um ano atrás que eu me tornaria esse idiota apaixonado, eu certamente riria na cara da pessoa, mandaria para o inferno, e se fosse mulher ainda treparia com ela e nunca mais procuraria. Esse era eu. Hoje? Então, depois de um presente de Natal inusitado me transformei completamente. Sou tarado na minha mulher, pode aparecer uma gostosa nua na minha frente que meu pau nem liga, ele tem dona; nosso anjo safado.Graças ao meu amigo Gael, que está tão fodidamente apaixonado quanto eu, minha mulher nunca mais desconfiou de mim. Ela era insegura e não a culpo. Nosso início não foi nenhum conto de fadas. Eu merecia sua desconfiança. Mas aos poucos, ela vai se tornando mais confiante. Minha mulher doce, safada e cada vez mais dona de si.O ciúme dela continua transbordando, mas seu olhar mortal é para as mulheres que se atrevem a encarar o que é dela. Nunca mais o direcionou a mim. Afinal, sabe bem que e
Esperanza— Feliz Natal! Esse é o seu filho, seu presente — murmuro tão baixo que ele não escuta. O que agradeço. Ouvir isso certamente o deixaria mais puto.― Como isso aconteceu, Esperanza? — Noah pergunta.Ele encara o filho como se o bebê fosse uma bomba prestes a explodir. Ver os dois juntos na imensa cama é estranho, mas é bom. Meu pequeno continua brincando com o chocalho, porém vez ou outra seus olhinhos vão para o homem sentado perto dele.― A sua mãe queria um herdeiro, então ela roubou seu sêmen e colocou em mim ― debochei, sem nenhum interesse em dar detalhes daquele episódio, e tentando não fantasiar uma família de comercial de margarina onde não existe.― Isso não é brincadeira. — Suas palavras são duras.― E eu estou rindo? Se dependesse de mim você nunca chegaria perto do meu filho — minto. Como um animal acuado acabo sendo cruel com as palavras.― Então por que está aqui? Por que veio depois de tanto tempo sem nenhum contato?Respiro fundo e me sento. Apoio minhas cos
Antes Dezenove anos. Essa foi a idade em que tive que abandonar a liberdade da juventude para encarar a responsabilidade de trabalhar a frente da Noah Corporation, a referência quando o assunto é tecnologia.O nome não fui eu quem escolhi, claro. Jamais usaria algo tão obvio. Eu sou apenas o Noah Pestalozzi Terceiro. Sim, tem o “terceiro” registrado. Poderia ser qualquer nome louco. Quem ousaria dizer não ao meu pai ou meu avô? Eu não conheço ninguém. Os Pestalozzi sempre foram referência em poder. Desde muito cedo acreditaram e investiram em inovação, o que vem enchendo nossas contas bancárias initerruptamente.A empresa da família foi herdada pelo meu pai logo que meu avô fez sessenta anos e decidiu se aposentar. Era para acontecer o mesmo comigo, mas a vida é traiçoeira. Uma fatalidade levou meu pai jovem demais.E lá fui eu, ser treinado pelo meu avô para continuar o legado. Mesmo com toda a dor que essa perda causou em nossa família, conseguimos manter o império. As custas de mu
Sempre acreditei que Deus tinha um propósito para mim. Acreditei piamente que minha infância era apenas um teste. Afinal, Ele não dava carga maior do que se pode carregar.Eu carreguei a carga de ter um pai agressivo e uma mãe submissa, carreguei até não poder mais. Não que meu pai agredisse fisicamente minha mãe, pelo menos nunca vi. Era os gritos constantes, era o carinho forçado diante das pessoas enquanto dentro de casa só se dirigia a sua mulher e sua filha para reclamar, para gritar. As mentiras com as quais convivia me tornava uma pessoa medrosa. Já sabia identificar cada olhar do meu pai. E já sabia como seria o meu dia por esses olhares.Apesar de já entender desde muito cedo que dias calmos eram raros como um eclipse solar, eu ainda os desejava ardentemente. Nunca achei isso normal. Mas vai saber. As pessoas que olham nossa família jamais diria que somos infelizes. Talvez eu é que espero uma felicidade que não existe. Talvez todas as famílias sejam assim: belas ao olhar e fe