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Capítulo Quatro - Esperanza

Eu fui ao encontro de Noah. Conversamos durante horas. No começo eu achei absurdo a ideia de me passar por sua noiva, mas ele prometeu que assim eu teria liberdade. Como recusar isso?

Acertamos que seria um namoro e noivado falso o mais sem toque possível. O religiosidade dos meus pais serviria como desculpa.

Selamos o pacto com um aperto de mãos que despertou curiosas borboletas em meu estômago. Após isso passamos alguns dias combinando as histórias sobre o falso romance e finalmente contamos para nossas famílias. Foi um choque de ambos os lados, mas aceitaram. Meu pai é mais ganancioso que religioso. Me ter como noiva de Noah encheu seus olhos de brilho.

Então, baseados nas nossas mentiras, nossos pais deram uma festa de noivado poucas semanas depois e passei a carregar uma aliança. Todos nos viam como um casal inusitado. Quando, na verdade, Noah e eu tínhamos um acordo de levarmos esse noivado até quando fosse necessário e depois terminar. Ele usava nossos encontros para sair com outras mulheres e farrear. Não me falava, mas eu sabia.

Da minha parte, eu aproveitava os momentos em que “estava” com meu noivo e passeava por onde bem desejasse. Comecei a ter uma vida.

O motorista dele quase sempre precisava nos buscar ou levar a algum lugar para manter a farsa. Também tínhamos que participar de eventos familiares. Era nesses eventos que eu via o quanto o incomodava ter uma noiva, mesmo falsa. Noah não disfarçada a irritação quando cobravam pelo casamento.

Ele poderia acabar com nossa farsa tão facilmente, ainda bem que o homem era fiel ao nosso acordo, pois eu ainda não estava pronta para perder minha recente liberdade.

E assim passou meses.

Ele sempre vinha me buscar com cara de quem bebeu. E enquanto ele se divertia, eu também o fazia. Pedia para que me deixasse em uma estação de metrô e aproveitava para conhecer a cidade, visitar museus, parques, cinemas... tudo que desejasse. Eu me divertia, mas também via de perto a realidade de pessoas que não tinham os mesmos privilégios que nós. E ajudava como podia. O mundo era injusto. Pessoas como Noah e meus pais com dinheiro sobrando e outros sem ter o que comer, onde dormir.

Queria saber quem inventou as regras. Ai penso que Deus tem um propósito para cada um. Por enquanto o meu é me voluntariar para ajudar essas pessoas nos meus falsos encontros com Noah. Passei a passear menos e a ajudar mais. Participava do máximo de voluntariado possível. Finalmente me sentia útil.

Assim o tempo passava e meu falso noivado com Noah continuava.

Por falar em Noah, meu falso noivo, aconteceu algo muito estranho. Passei a pensar muito nele. Acordo com ele em meu primeiro pensamento, durmo com sua imagem sendo a última na minha mente e ainda aparecendo em meus sonhos. Um atrevimento só. Depois de um tempo entendi os meus sintomas. É isso. Me apaixonei.

Meses de liberdade graças ao meu falso noivo. Nem acredito que aceitei a loucura quando aquele homem me propôs. Mas além de ser o que eu precisava, ainda tinha o fato de que era impossível dizer não olhando naqueles olhos tão azuis quanto o oceano mais hipnotizante... Já disse que me apaixonei. Primeiro amor. Amor platônico. Era a minha mais nova doença. E como sabia que ele acabaria com tudo se me declarasse, resolvi guardar para mim.

Antes do nosso falso noivado, eu raramente o via, apesar de nossos pais serem amigos. Das pessoas que andava com ele só conheci um rapaz chamado Gael, que também era lindo, mas só nos encontramos em raras oportunidades. Não tive tempo para verdadeiramente o conhecer.

Eu sempre ouvia elogios da mãe de Noah, que dizia que devíamos nos casar rápido, que eu era a mulher perfeita para colocar seu filho nos eixos e lhe dar netos lindos. Deve ser dai que ele tirou a ideia de fingirmos. Certamente ela mencionou algo com ele em algum momento antes da sua louca proposta. Não acredito quando ele diz que me viu naquela noite e me achou perfeita para o papel. Pela forma que sua mãe fala sobre mim, acredito que ela o induziu a isso.

Só que sempre levei os elogios dela na brincadeira. Até que, naquele belo dia, ele fez a proposta. E eu, louca para ser livre das exigências dos meus pais, aceitei.

Tudo ia muito bem. Mal ficávamos juntos nos primeiros meses. Porém, depois do quarto mês, nossos pais começaram a cobrar cada vez mais que marcássemos a data do casamento. Noah sempre tinha uma desculpa na ponta da língua. Ai vinha as constantes festas e eventos nas companhias dos nossos pais ou parentes. Não sei, acho que eles desconfiaram que estávamos mentindo. Talvez sim, talvez não.

Nessas festas precisávamos ficar juntos, de mãos dadas, trocando carinhos. Foi impossível não acontecer. Talvez tenha sido em um desses momentos que me apaixonei.

Esperei pacientemente esse sentimento desaparecer.

Não desapareceu.

Pior. Como dizem, a oportunidade faz o ladrão. E confesso que me aproveitei. Tudo aconteceu naquela festa....

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