Capítulo 2

Gael Stone

O sentimento de volta não é de alegria. A sede principal da minha emissora SMTHO fica em Los Angeles, anos atrás escolhi trabalhar na outra sede e está menos presente possível no local da empresa. É Zoe Fisher sendo a vice-presidente da emissora, ficando à frente das câmeras e entrevistas, e fugindo de todas as perguntas que envolve a mim.

No início da emissora quase fui descoberto, ser filho de uma grande atriz de Hollywood não é nada fácil, pelo mesmo não quando você não gosta da atenção da mídia. É algo sufocante, Marisa Stone lida muito bem e tentou diversas vezes me incluir nesse seu mundo. Não é à toa que acabei construindo uma das emissoras mais famosas dos Estados Unidos.

Ficando totalmente atrás das câmeras.

Mas ainda sou filho de Marisa e ocasionalmente aparecem fotos minhas por aí.

Faz uns dois meses que decidi voltar para Los Angeles, motivo? O dono da empresa não pode ficar muito tempo longe, mesmo sendo muito bem administrada de longe. Fico um tempo longe e depois volto, dificuldade os curiosos que querem saber quem é o dono da SMTHO.

Sento em minha cama depois de um banho longo, respiro fundo sentindo algumas dores musculares, a academia rendeu hoje.

Meu celular toca ao meu lado. A grande estrela de Hollywood quer atenção.

— Olá, mãe.

— Oi, meu bebê. — A voz animada me faz sorri. — Como está?

— Estou muito bem e a senhora?

— Pelo amor de Deus, Gael Stone, não me chame de senhora. — Posso apostar que ela está indo até um espelho agora mesmo. — Estou na flor da idade, querido.

— Com certeza. 

Ouço seu suspiro.

— É tão bom ter você de volta.

O drama começa, ela nem mora em Los Angeles. Tem tanta casa que não sabe onde ficar.

— Sabe querido, me sinto tão sozinho.

— Arranje um namorado.

— Um neto! É de um neto que preciso.

Passo a mão pelo rosto.

— De novo essa conversa?

— Gael, meu amor. — Sua voz fica melancólica. — Você tem tantas pretendentes pelo seu caminho, nenhum despertou seu interesse?

— Não.

— Não é possível! Posso…

— Mãe, por favor, pare.

Dá ultima vez tive uma dor de cabeça e saiu em todos os lugares que estava jantando com a filha da amiga da grande Marisa Stone. Acabei me estressando com a mulher e a fama de ser um péssimo homem durou por um tempo. Ela não estava ali para tentar algo entre nós e sim pela mídia que iria receber.

— Ok, ok. Não farei nada, desculpe querido. — Graças a Deus. — Mas ainda quero um neto! Antes meu medo era você engravidar uma mulher na adolescência e agora é meu medo é de você nunca case e me dê um neto pelo menos.

O trabalho sempre funcionou bem para mim, não tenho o que reclamar. Com 32 anos sou dono de uma das emissoras mais famosas e com uma grade que agrada muito bem o meu público e sendo sua primeira escolha. O resultado é ter um grande sucesso.

Com tudo planejado por mim e muito bem calculado, é claro que usei a imagem da minha mãe diversas vezes para promover a emissora. Nem precisava pedi que ela fazia de bom grado em parecer nos programas e chegou até um programa dela por um tempo e esse foi meu erro.

Quase fui descoberto como o dono da SMTHO, e minha dor de cabeça começaria tendo os olhos de todos em mim para sempre.

— Olha, fique tranquila quanto a isso…

— Já tem uma namorada?

— Mãe, sem pressão, ok? Logo voltaremos a conversar sobre.

— Perfeito!

Por um período ela estaria saciada, mas tenho certeza que não irá durar muito. Conversamos mais um pouco e ela precisou desligar porque iria ao spa. Deito na cama e disco o número do Ronaldo.

— Fala, meu amigo.

Ronaldo está sempre de bom humor, ele toma alguma coisa. Ou é o sangue brasileiro nas veias que deve dar esse gás a ele.

— Oi, como está Brendon?

— Ele está ótimo e eu também estou bem, ok?

— Não me importo com você. E como está a Lorena?

— Está me deixando maluco, mas está bem. Ei, espera, por que pergunta pela Lorena?

— Porque ela é a mãe do Brendon.

— Eu sou o pai.

— Mas eu não me importo com você.

Ronaldo rir.

— Você acordou de mau-humor hoje, não foi?

Suspiro.

— Minha mãe quer um neto.

Ronaldo dar uma risada alta.

— Dona Marisa atormentando um filho logo cedo?  Gosto disso.

— Idiota. — resmungo.

— Por que não conta a ela que não pode ter filhos…

— Posso ter filhos! — Acabo falando mais alto. — Meus exames garantiram isso. 

A risada de Ronaldo me irrita, sou um palhaço agora?

— Ok, então agora nos resta… Espera aí. — A ligação fica em silêncio por um tempo. — Ah, Gael, a Lorena… te arranjou um encontro.

— A Lorena? — Não é do fatício dela fazer essas coisas.

— Sim! Será com a Camille, a madrinha do meu Brendon.

Agora foi a minha vez de ri.

— A mulher que mal tem tempo para o próprio afilhado?

— Camille é um caso a parte, mas sempre encontra um jeito de está na vida do afilhado…

— Por meio de uma tela de celular?

— Gael, para de implicância!

Não era implicância se Brendon ver a madrinha mais de três vezes pessoalmente no ano é muito.

— Deixa que falo com ele. — Escuto a voz da Lorena. — Olá, Gael. Como você está?

Estreito meus olhos estranhando ela ser tão meiga comigo. Lorena é uma boa pessoa, mas com o temperamento mandando constantemente. Se está muito meiga a essa hora do dia alguma coisa tem.

— Oi, Lorena…

— Então, você tem um encontro marcado para amanhã às 20 horas, não se atrase. — Começa a falar. — Não precisa ser tão formal, é um encontro e não um jantar de negócios. Esteja de bom humor… ah, não essa parte é para Camille. Mesmo você também não sendo o melhor…

— Lorena! Eu não…

— Já combinei com ela, não faça essa desfeita. Beijos e tenta um ótimo dia. — Desliga.

Olho para a tela do celular. Ela está querendo juntar os padrinhos do filho? Era só o que me faltava. Deixo o celular de lado, encarando o teto, ignoro o fato de ter um encontro amanhã.

Porém, não deixo de pensar na Camille. Nunca nos vimos pessoalmente, mas vi foto dela. Sei que mesmo não sendo tão presente, Brendon ama demais a sua madrinha de vez e outra falando sobre a mulher. Me esforço para levar dela fisicamente, pele branca com o cabelo preto, lembro que na foto ela estava com o cabelo preso e sorria. Um sorriso bonito. Lembro de fazer esse elogio quando vi a foto dela, mas não consigo lembrar bem do seu rosto. Que seja! Não vou ir amanhã nesse encontro.

Tenho mais o que fazer.

[...]

Entro no restaurante escolhido pela Lorena, ocupa uma mesa no segundo andar. Quando Camille chegasse, a recepcionista traria ela até mim. Com o encontro repentino foi uma correria na empresa hoje e precisei desmarcar duas reuniões que aconteceria hoje à tarde. São reuniões que sei que passaria do horário e não gosto de atraso.

 Olha o relógio em meu pulso menos que faltava um pouco mais de 5 minutos para as 20 horas. Peço um copo com whisky e aproveito a bebida enquanto Camille não chega. As horas foram se passando 10, 20, 30 minutos e nada de Camille aparecer. Pego meu celular para ver se a cupido Lorena havia mandado algo já que não tenho o contato da Camille. Nada.

— Senhor, deseja alguma coisa?

— Mais um. — Aponto para o copo em cima da mesa.

— Sim, senhor.

O garçom enche o meu copo novamente. Dez minutos depois e a recepcionista vestindo um terno feminino preto vem acompanhado com outra mulher logo atrás dela. Um vestido azul-escuro e manga longa modelava perfeitamente o seu corpo, seu cabelo tão escuro como a noite está solto em ondas. Me levanto para cumprimentar a minha companheira desse encontro. A recepcionista faz um leve aceno de cabeça e se retira.

— Me desculpe, Sr. Stone. — Camille fala depois de apertar minha mão e beijar meu rosto.

O salto que usa permite que ela alcance meu rosto com facilidade. Seu rosto está avermelhado e não acho que seja de vergonha. Puxo a cadeira para que ela sente.

— Gael. — A corrijo. — Não precisamos ser tão formal.

Lembro das palavras da Lorena. Camille fecha os olhos, parecendo se lembrar de algo.

— Sim, verdade. — Me olha. — Desculpe pelo atraso, imaginei que quando chegasse teria ido embora.

Em dias normais eu teria ido.

— Não precisa se desculpar, imprevistos acontecem. — Estendo a mão no ar para chamar o garçom. — E espero que tenha resolvido o motivo de seu atraso.

Em outras palavras, ela no mínimo deve me explicar o motivo do atraso. Camille pede água e o garçom nos entrega o cardápio.

— Parcialmente sim. — Ela dar um sorriso nada feliz. — Já que aquele fila da mãe destruiu o meu carro e não quer pagar o conserto. — Foi ele bateu no meu carro e não ao contrário. — Fala olhando para o cardápio sem esconder sua raiva.

Fecho o cardápio em minhas mãos e olho apara ela incrédulo.

— Você sofreu um acidente de carro?!

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