Camille Cooper
Aperto o volante com força em meus dedos, sem conseguir me mexer e procurando entender o que acabou de acontecer. Tenho medo de me mexer e algo pior acontecer, mas logo me desperto quando o homem sai do carro que bateu contra o meu furioso e gritando.
— Olha, o que você fez?! — B**e com as mãos no capô do meu carro, onde seu carro não havia batido. — Não sabe dirigir, puta?!
Sinto o meu olho esquerdo tremer. Abro a porta do carro, saindo com cuidado. Esse filho de uma boa mãe vem em alta velocidade e b**e contra o meu carro, agora sou eu que não sei dirigir? Ah, ele tem muito amor a vida para vir gritar comigo.
— Acredito que quem deva voltar para a autoescola aqui, não sou eu. — Ele ameaça a abrir a boca para falar mais merda, ponto dedo indicador na direção dele. — Cala a boca! — E ele se cala. — Você sabe muito bem quem está errado nessa história, meu dia foi longo e estressante. Quando estou perto de finalizar a minha noite com um momento bom, surge você com essa merda de carro para bater no meu.
Hoje foi uma sequência de reunião atrás de outra reunião, o tempo não estava ao meu favor já que precisei atravessar a cidade para poder ir até o meu cliente.
Prometi para Lorena que não iria me atrasar para o meu encontro com o Gael, me atrasei. Prometi que o meu humor seria o melhor dos melhores para esse encontro, não existe mais, bom humor.
— Olha só, você me respeita…
Bati com minhas mãos em seu carro como ele fez no capô do meu. Ele se assusta a essa altura pessoas já acompanhava o show.
— Quer respeito justo a pessoa que xingou a outra e não assume seus próprios erros? Pouco me importa quem você seja, mas irá consertar meu carro.
Volto no carro para pega minha bolsa e liga para a oficina de minha confiança que faria o reboque.
— Moça, eu… — O jeito que o olho faz com ele se cale.
Desistindo de argumentar, ficamos esperando o reboque vim. Depois de tudo acertado, pego um Uber para o restaurante onde teria meu encontro, se é que ainda terei um. Não consigo afastar o sentimento de frustração, confesso que me empenhei para que tudo desse certo hoje e no final tudo saiu do meu controle.
Durante o caminho tendo me arrumar e não está em um estado deplorável. No restaurante a recepcionista me levou até o Gael, o homem é lindo e sem dizer nada tem uma presença notada de longe.
— Você sofreu um acidente de carro?! — Me pergunta incrédulo. As sobrancelhas perfeitamente desenhadas se juntam franzino a testa.
Deixo o cardápio em cima da mesa e bebo a minha água que o garçom havia acabado de trazer.
— Sim. — Suspiro. — O motorista estava em alta velocidade e bateu no meu.
— Você está bem? — Me olha em busca de machucados.
— Estou bem, graças a Deus.
A dor de cabeça maior foi que depois que o reboque veio, aquele homem ainda insistiu que não estava errado. Quase bati nele, mas Gael não precisa saber dessa parte.
Gael balança a cabeça ainda sem acreditar.
— Se soubesse poderia ter ido até você e ajudado de alguma forma. Poderíamos ter remarcado…
— Não. — Engoli em seco e sorri. — Não há necessidade. Em casa ficaria remoendo e querendo voar no pescoço daquele homem.
Gael abaixa a cabeça minimamente e sorri. Acabo sorrindo também, olhando melhor para Gael, vejo um belo de homem. Seu cabelo preto é curto, penteado para trás me parece ser bem macio, seus olhos são castanho-claros, os ombros são largos, podendo perceber que há um belo corpo por debaixo suéter.
— Mesmo que ele mereça, é melhor mudarmos de assunto para que esse sentimento não te persiga.
— Sim.
Fizemos nossos pedidos e não demoram para trazer, Gael contou um pouco sobre ele. Administra uma empresa, mas não quis se aprofundar para não acabar falando sobre trabalho e concordo na hora. Falo sobre meus gostos em relação à comida e o que gosto de fazer, ele me conta também comenta seus desejos e chegamos a falar de Brendon.
— Sei que não sou a melhor madrinha do mundo. — Coloco a mão contra o peito. — E tão pouco a mais presente e pode ter certeza que não preciso que ninguém me lembre disso. Eu mesmo sei como me sentir pior.
Gael ergue uma das mãos.
— Eu não diria nada.
Estreito meus olhos em sua direção.
— Sei.
Sorri e volta a comer.
— Podermos marcar um dia para irmos juntos, se quiser.
Sorri para ele.
— Quero, sim, acredito que Brendon vai gostar.
Conversamos mais um pouco e a tempos não tinha um encontro legal como esse.
— E como é a sua relação com a família?
Paro com o garfo no ar. Lembro da mensagem de texto nada legal da Íris, dizendo que está na hora de ficar na vida pessoal e não profissional. Sem deixar de enaltecer Lara.
— Pela sua reação não parece ser muito boa. — Olho para ele e depois para o garfo no ar, abaixo da minha mão. — Tudo se não quiser falar sobre.
— Não, tudo bem. — Coloco minhas mãos em meu colo, apertando meus dedos um no outro. — É que minha irmã acabou de anunciar para a família que está grávida do terceiro filho.
— Meus parabéns.
Sorri.
— Fico feliz por ela.
— Mas? — Me incentiva a continuar a falar.
— Mas a pressão sobre mim aumenta. — Não penso e falo, deixando as palavras saírem como uma torneira aberta. — Sou a filha mais velha, tenho 29 anos, mas não tenho filhos e muito menos namoro. Pareço ser a tia velha e encalhada que nunca irá se casar, minha família acha que sou infeliz por não ter filhos. Amo minha irmã e muito, quero que seja muito feliz, mas toda vez que alguém vai falar da minha vida pessoal como se tivesse direto de algo me sinto mal e sem força bem para gritar com a pessoa. — Abaixo a cabeça. — Des…
— Você sempre fica pedindo desculpa para tudo? — O olho. — Entendo perfeitamente a pressão que recebe. Sou eu e minha mãe desde meus dez anos, amo muito aquela mulher, mas essa vontade de ser avó está me deixando louco.
ri.
— Está falando sério?
Gael passa a mão pelo cabelo e suspira.
— Sim.
Pego minha taça com água, é dia de semana e evito beber.
— Um brinde?
Ele pega o copo de whisky quase vazio e b**e seu copo no meu.
— Não está sozinha, Camille. — Finaliza o líquido do seu copo. — Pode acreditar.
Me senti mais leve em sua presença. No fim do jantar, Gael prontamente pagou tudo e saímos do restaurante.
— Meu motorista está vindo nos buscar, acabei esquecendo de avisá-lo que estávamos saindo. — Gael avisa, guardando o celular no bolso.
— Ah, tudo bem.
Um casal passar por nós ao sai do restaurante e acaba esbarrando em mim, Gael passa seu braço pela minha cintura e coloca minha mão em seu peito. O casal pede desculpa e segue seu caminho. Ergo meu olhar e sorri.
— Obrigada.
— De nada. — Gael é o primeiro a se afastar.
Fico incomodada. O seu carro aparece e ele abre a porta para mim, Gael aperta o botão para subir a divisória.
— Qual o seu endereço? — Pergunta pegando o celular novamente. Digo a ele. — O trânsito aparentemente está bom, não vamos demorar para chegar.
Forço um sorriso. Será que fui tão mal assim? Poxa, eu estava contando tanto com esse encontro. Talvez não era para ser, simplesmente assim.
— Me passa seu número para podermos marcar o próximo encontro?
O olho quase que imediato.
— A gente… terá o segundo encontro?
Gael me olha confuso.
— Você não quer?
— Sim, quero.
Gael me passa o celular dele para que pudesse anotar meu número.
— Aqui. — Devolvo.
Pouco tempo depois seu carro para em frente ao meu prédio.
— Está entregue. — Gael fica sério. — Depois do que aconteceu, procure descansar o máximo que puder.
— Pode deixar, irei descansar. — Me aproximo e beijo seu rosto. — Boa noite, Gael.
— Boa noite, Camille.
Sim, volto para o apartamento sem um único beijo. Só falta Lorena ter me empurrado para um gay não assumido.
Gael StoneSabendo onde Camille mora e tendo o número do seu celular fica mais fácil. Hoje vou buscá-la em sua casa, a mesma está sem carro e não deixarei que fique utilizando carro de aplicativo sendo que posso ir até ela. Considerei não a convidar para sair hoje, mas pensei que Camille poderia querer distrair um pouco com o que aconteceu ontem. A mulher sofreu um acidente de carro e ainda se comprometeu em aparecer mesmo se eu não estivesse lá. Gosto da sua força de vontade. Meu celular apita avisando que havia uma nova mensagem.“Aonde iremos?” — Camille.Não sou de fazer surpresas, não gosto de surpresas, mas Ronaldo falou que mulher gosta dessas coisas.“Vista algo confortável.” — Gael.Tem um parque na cidade vizinha não muito longe daqui. Reconheço que estamos no meio da semana e não quero atrapalhar seus planos, mas terei uma viagem e não sei se volto antes do fim de semana. Camille é uma mulher interessante, fiquei tentado a beijá-la ontem, mas deixei a preocupação falar mais
Gael StonePorra! O que deu em mim quando concordei em vim para uma boate com Camille?! A cadeia talvez fosse a nossa melhor escolha, ou não. Mas saberia onde está neste exato momento. Olho ao redor à procura da mulher, onde está? Sabia que não deveria ter ido ao banheiro, mas não dá para levar comigo. Como também não imaginava que Camille fosse tão fraca para bebida. Muito fraca!Droga! Droga! Droga!Na área vip, olho as pessoas dançando na pista de dança, Camille parece ter evaporado. Será que foi embora? Pouco provável. Pergunto pela Camille para algumas pessoas que dividem a área vip, eles dizem que não sabem e uns me sugerem para ir até o banheiro das mulheres e considero a ideia. De repente algumas pessoas começam a gritar ao mesmo tempo. A música era alta e abafa um pouco a animação do pequeno grupo, mas foi o suficiente para chamar minha atenção. Olho para a pista de dança novamente e arregalo meus olhos. Puta merda!Desço correndo as escadas, desesperado para tirar Camille d
Camille Cooper Me sento rapidamente, sentindo meu peito doer a cada vez que respiro. Meus olhos arregalados e suada, é o estado que me encontro depois de ter o pior sonho da minha vida, olho ao redor tendo certeza que estou no meu quarto. Olho para o outro lado da cama e vejo que está vazio, é claro que está vazio. Sempre acordo assim e não haveria outro motivo para ser ao contrário, até porque eu não fiquei bêbada em uma boate, beijei Gael e ele teve que me trazer para casa. Ah, além de ter uma leve sensação de que dividimos essa cama. Mas acordar sozinha nessa cama é a prova de que tudo não passou de um sonho. — Gael? — Chamo, apenas para ter certeza. Sorri. Um dia, como qualquer outro, afasto a coberta e me levanto, no mesmo segundo preciso sentar novamente. Coloco a mão na cabeça sentindo tudo girar. Que dor de cabeça horrível! Por que estou assim? O que aconteceu? Abrindo os meus olhos, novamente percebo que estou com a mesma roupa que usei para me encontrar com Gael. Não. N
Camille Cooper Ele não percebe a minha presença de imediato, arrumando o terno em seu corpo, o rosto sério é algo que ainda não havia presenciado. Mesmo que Gael não fosse um pulso de sorrisos. Fico intrigada em vê-lo, ele falou sobre ser dono de uma empresa, mas não entrou nos detalhes.— Camille Cooper? — sou obrigada a tirar meus olhos de Gael e cumprimentar a Zoe.— Sim, é um prazer conhecê-la, Zoe Fisher. — Aperto sua mão.Logo atrás de mim, os acionistas, Gael foi o último a falar comigo e parecia tão surpreso quanto eu.— Camille, esse é o Gael Stone, dono da SMTHO. — Gregório me chama pelo primeiro nome e dessa vez estou afetada demais para corrigi-lo. — Sr. Stone, essa é a melhor… — É um prazer conhecê-la, Srta. Cooper. — Gael estende a mão para mim.Assim como ele, preciso lembrar onde estou, e focar no meu trabalho.— Digo o mesmo, Sr. Stone. — Aperto sua mão.Gael estava pronto para dizer algo, mas Zoe intervém sem perceber pedindo para que começassem logo a reunião. Sou
Camille Cooper A surpresa fica escancarada em meu rosto, acredito no que Gael diz, não querendo acreditar. — Mentira.Gael dá um sorriso como se estivesse se desculpando.— Sou filho da Marisa, ao contrário de minha mãe, não gosto de estar em frente às câmeras. — ele ergue os braços, dando de ombros. — Esse foi o meu jeito de me esconder atrás delas. Dificilmente acaba escapando uma foto minha, mas não dura por muito tempo e logo consigo desaparecer de novo.Preciso aprender como respirar de novo. Dou alguns passos aleatórios pelo seu escritório, absorvendo a notícia. Gael não apenas é dono de uma emissora de sucesso antes mesmo dos seus 40 anos, como é filho de uma das artistas mais famosa da atualidade. Marisa Stone tem mais de trinta e cindo anos de carreira, quando ficou gravida todos pensaram que fosse cair no esquecimento, ela calou a boca de cada um que duvidou dela.Minha mãe ama essa mulher.— Como você está, Camille? — Pergunta novamente. — Não respondeu à mensagem que man
— Oi, mãe.Ouço seu suspiro.— Olá, querida. Acredita que seu pai inventou de aumentar a casa? — fico aliviada, ela me ligou para reclamar mais uma vez de meu pai. — Não sei mais o que esse homem quer fazer? Por que uma casa tão grande?Ri.— Ah, mãe, sabe que papai adora fazer uma obra.Além de gostar de fazer as bugigangas para as crianças brincarem, Lara e eu tínhamos brinquedos novos todas as semanas. Era um bom tempo.— Mas me diz a necessidade de ter uma casa tão grande, cabem todos aqui. Espaço para meus filhos e netos é o que não falta, você não pretende nos dar neto.E ela tinha que tocar nesse assunto tão rápido? Um “oi, como você está?” seria bom de ouvir antes.— Mãe…— Bruno precisa entender que desse jeito vai ter bastante espaço para poucas pessoas. — Suspira mais uma vez. — E liguei para avisar que o filho da Fátima está em Los Angeles, você bem que poderia receber ele na sua casa.Faço uma careta.— Não vou colocar um estranho na minha casa…— Não é um estranho, Camil
Gael Stone Mais uma vez me estresso e mais uma vez me irrito com aqueles paparazzis. Não suporto a ideia de ter que duvidar de uma amiga, se é que a Nina alguma vez foi uma amiga. É atriz e modelo, trabalhou com a minha mãe três vezes e acabou se tornando próximo da minha família. Uma pessoa legal na maior parte das vezes, os pensamentos fúteis são algo que me irrita. Dessa vez não foram tão invasivos, não gosto que atrapalhem os meus planos e eles conseguiram. Mais uma vez.Com a cabeça quente, apenas mandei uma mensagem para Camille desmarcando o nosso almoço e deixando para outro dia. Qualquer lugar agora seria facilmente reconhecido, sempre que essas coisas acontecem é preciso ficar fora do alcance deles por um tempo. Não vou levar Camille para essa loucura comigo. Um dia aconteceu no aniversário do Brendon, o menino não pareceu ficar chateado comigo e entendeu a situação. Porém, não gostei de faltar com a minha palavra com ele. Era capaz de aparecer vários paparazzis na casa de
Gael StoneTermino mais uma reunião do dia. Zoe me acompanha até minha sala, o trabalho não para e essa correria acontece muito quando estou em Los Angeles. Não que meu tempo fora tenha sido mesmo trabalhosos, só não olhava para a cara de certas pessoas.Essa parte era boa.— O jornal das 20 horas está fazendo uma ótima cobertura. — Zoe comenta. — Nosso setor do jornalismo, não decepciona. Ela se orgulha do nosso jornalismo, cada um escolhido a dedo. Deu muito trabalho e na época, foi uma forte crítica contra minha emissora por ter uma grade pequena de noticiário. Hoje em dia, não são loucos de dizer algo, me empenhei em trazer o melhor.— E o entretenimento? Estou pensando em aumentar a grade das animações. — Abro o notebook para acessar os slides que fiz mais cedo. — Intercalar entre manhã e tarde de um domingo, ou posso abrir uma filial.A ideia me surge agora, posso fazer um canal de televisão ou abrir uma plataforma de streaming voltada para as crianças. Podendo ver quando quis