CAPÍTULO 09
Don Pietro É um absurdo que ela pense essas coisas à meu respeito. Eu apenas queria ver como ela se sairia em uma situação como aquela, e não resisti a sua boca quando abri os olhos debaixo da água. — Acha mesmo que eu desonraria com a minha palavra? Com certeza não ouviu muita coisa a meu respeito! — falei quando ela levantou. — É que eu ainda não entendi o que aconteceu aqui. — Esta foi a primeira lição que lhe ensinei e aconselho a nunca levar isso de forma leviana, Fernanda! — Eu quase morri! — começou a se mover, com a perna melhor. — Então precisamos treinar mais essas partes! — respondi um pouco ríspido, fazendo a frente para que ela visse tudo o que eu mandei trazer. Sou um homem de princípios, e a desconfiança dela, me afronta. — Vá se secar e colocar outra das minhas camisetas que te esperarei na sala! — pedi. — Ok. . . Quando ela voltou, eu já observava algumas das peças que estilista trouxe, só estranhei que não me lembro dela trazer nenhuma roupa minha ou da Karina, mas o seu rosto não me é estranho. — Qual o seu nome? — perguntei para a mulher. — Patrícia Sales, muito prazer! — estendeu a mão. — Você não é a mesma que trouxe as roupas da Karina, ou é? — Ah, não! A Bety estava gripada, então eu vim no lugar dela. — Certo... trouxe a numeração correta? — Sim, senhor! — PATI! — ouvi quase que um grito da Fernanda ao ver a mulher, e elas se abraçaram. — Se conhecem? — questionei, e uma olhou pra outra. — Claro! A Nanda já compra roupa da loja que eu trabalho, não é? — Fernanda a olhou estranha e tossiu. — Claro! Eu adoro a... — pegou uma peça olhando a etiqueta, e me segurei para não rir. — Solento. — Percebi... agora, quero que escolha algumas peças que estejam à altura da esposa do Don! — AI, JURA QUE AGARROU O BOY? AMIGA VOCÊ VAI FICAR LINDA! — aquela mulher era estranha, parecia muito mais feliz que a Fernanda, mas levou uns cutucões pelo que vi. Fernanda cochichou algo. Elas pegaram umas peças e foram para o quarto da Fernanda, mas parecia feliz com as coisas que eu mandei trazerem. . . Fernanda Antero . . — AMIGAAAA, que babado é esse? Como conseguiu amarrar o Don? — Pati me perguntou eufórica quando entrou no quarto. — Na verdade temos um acordo. De fato não terei nada com ele, são coisas da máfia. — Hum. Já ouvi falar disso, mas... jura que não quer tirar nenhuma casquinha? Amiga, olha pra ele, é um pedaço de mal caminho, aqui a mulherada arrasta as asas todas pra ele, e.... — me puxou para sentar na cama. — Ele tem muitas amantes! Se eu fosse você dava conta do recado e tirava tudo as piriguete do teu caminho, ele é um homão! — se abanou. — Aí Pati, melhor a gente escolher as roupas... foi você que escolheu? Aliás, eu não sabia que também trabalhava em loja. — E, quem disse que eu trabalho? Minha filha, eu estava passando na loja quando ouvi uma conversa no telefone e adivinha só? Convenci a dona da loja a me dar uma chance, e ela disse que se eu conseguisse fazer com eficiência essa venda, eu conseguiria um extra com ela nos finais de semana. — Ah, mais eu já adorei quase tudo... vai ser difícil escolher. — Então veste! Veste e desfila para o gostoso que está te esperando lá fora... — Será? — Lógico! Começa por esse vestido, é do estilo das biscates que ele pega, mas não é tão vulgar como elas! Decidi ouvir o conselho da Pati e coloquei um dos vestidos indo até a sala para ele ver, e assim fui trocando sucessivamente e ficando com dificuldades para escolher, até que ele me chamou. — Fernanda se gostou de todos, pegue tudo! — falou autoritário. — Não preciso de muitas coisas... — Patrícia! — Oi... — Vamos ficar com tudo, pode preencher a nota, e me enviar como de costume! — Mas, Pietro... — Sem, mais! Agora me deixe ver... gostei desse vestido azul, o que acha de vesti-lo e aceitar ao meu convite para me acompanhar ao banquete que o governador está dando? Assim a notícia se espalha mais rápido de que é a minha esposa! — Tem certeza? — Nunca estive tão certo! — Eu te ajudo a se vestir, amiga! — Pati se ofereceu. — Tá bem! Pati estava eufórica, enquanto eu pensava em mil coisas, ela espalhava a sua bolsa inteira em cima da minha cama para me arrumar. — O Don está na sua, você viu? Eu conheço o olhar dos homens, e ele gosta muito do que vê! Vou te deixar linda, ainda não te vi maquiada! — Não, Pati... — Sim, e deixa eu ver esse cabelo! Mulher, um cabelo lindo desses, todo preto, brilhoso, e comprido... se secar com o secador ficará perfeito! — Nem tem isso aqui! — ela soltou tudo e olhou para os lados, e depois foi até o banheiro. — Achei! Agora senta aí que vou te mostrar o quanto é bonita... Eu nem consegui questionar, e ela começou a secar o meu cabelo animada, pegou uma escova e foi arrumando. Nem me deixou ver, me maquiou e passou até o perfume dela. — Amiga, qual o teu número? — Trinta e seis. — Vou te emprestar a minha sandália, e você me arruma um chinelo aí! — Não precisa, Pati. — Vamos logo, você não vai usar um vestido caro e brilhoso desses, de tênis, né? — Tem razão... obrigada! — Não me agradeça! Amanhã irei trazer uma pilha de sapatos da loja para o seu marido comprar, agora vamos! — sorri com o jeito dela, e acabei aceitando. Quando chegamos na sala o Don também já havia se vestido com uma outra roupa mais sofisticada, e me esperava na sala com um semblante diferente. — Caramba... você ficou linda! — Estou me sentindo estranha, tipo um extra terrestre, nunca me vesti assim... — Deveria se vestir mais... estou espantado! — fiquei sem graça olhando para o chão, e senti um frio imenso percorrer pela minha espinha com a mão dele encostando na minha. De forma lenta o olhei nos olhos, e me perdi naquele olhar. Don Pietro era mesmo lindo, isso a Pati tinha razão, mas eu estava longe de estar à altura. — Estranho... tenho a impressão que já te vi antes... o seu olhar me lembra algo bom. — beijou suavemente a minha mão, e foi estranho um homem daquele tamanho tentando ser delicado, a minha mão na dele parecia a de uma criança. — Não... acho que não. — ergui o vestido com a outra mão. — preciso ser cuidadosa, é um vestido caríssimo. — Não se preocupe com isso, vem comigo... — me conduziu com a mão, juntamente com aquele jogo de olhares tão perfeitos, e por um segundo esqueci de tudo e só olhei pra ele. Havia um grande espelho na copa, logo ao lado da sala, e me vi por inteira. — Olha como está maravilhosa! — eu realmente acreditei no que ele falava, eu mal me reconheci, e me achei muito bonita, respirando um pouco mais à vontade. — Tem razão... estou linda! — Eu não disse? Agora vamos, que pretendo me exibir muito com a minha esposa! — procurei pela Pati e não a vi para agradecer. — A sua amiga já foi, eu a vi saindo assim que chegaram, aposto que não quis atrapalhar, ela parece legal. — Sim... amanhã eu a agradecerei pessoalmente... — Vamos? — Vamos.CAPÍTULO 10 Fernanda Antero Me senti bem, vestida daquele jeito depois que me olhei no espelho. Um vestido longo, e sofisticado, me traziam uma sensação de poder, maior, que nem eu entendi. Provavelmente por não ser acostumada com isso. O local me trouxe um pouquinho de receio quando cheguei, era muito sofisticado, com pessoas muito bem vestidas, e eu só tentava andar direito com aquele salto da Pati sem tropeçar. Segurei um lado do vestido, e ele segurou na minha mão quando chegamos próximos da entrada. — O que está fazendo? — questionei. — Somos casados, esqueceu? Precisamos deixar natural. — Estou um pouco incomodada com as pessoas. — Fernanda. — parou, e puxou o meu queixo com a sua enorme mão, mas foi delicado. — Já te mostrei o quanto está bonita, não há motivos para se preocupar, apenas mantenha uma boa postura, deixe a cabeça erguida, e fale apenas o necessário quando se dirigirem a você. Não precisamos contar tudo de bandeja para as pessoas, elas precisam adivinhar al
CAPÍTULO 11 Don Pietro Kosta Demorei mais do que queria com o governador, e odiei cada segundo. Essas babozeiras que esse povo fala, são patéticas, e faço um esforço enorme para não demonstrar o meu tamanho desconforto, tentando transparecer ser um homem dentro da lei, principalmente quando existem mais deles presentes, pois nem todos acreditam nos boatos do meu nome envolvido na máfia, e assim fica melhor. Saí depressa atrás da Fernanda, e confesso que fiquei bastante decepcionado quando a avistei conversando com um homem barbado aos risos, e o juiz nem ali estava. Ela falhou na missão, e o deixou ir sem descobrir plano nenhum. Parei no caminho, e fiquei observando. Não sei se foi a sua falha ou os sorrisos com o barbado ali, mas ela estava conseguindo me deixar bem irritado, e só queria saber do que tanto falavam, porquê comigo ela não se diverte assim... Encostei no balcão, e apoiei o cotovelo, e como não tirei os olhos dela, percebi rapidamente quando os nossos olhares se cruz
CAPÍTULO 12 Fernanda Antero Eu amei a minha recompensa pela missão, acredito que ainda vou fazer muita coisa com aquela adaga, mas confesso que olhar um homem daquele tamanho e só de regata me deixou atrapalhada durante o aprendizado das posições do jiu-jitsu. Tentei focar no que ele dizia, mas os seus braços enormes, e todas aquelas tatuagens no pescoço, me chamaram muito a atenção. Ele tem uma postura incrível, uma presença marcante, que me confunde. O problema é que não deixa de ser um homem, e não confio e nem confiarei em homens, nunca. Don Pietro começou a me ensinar, mas estava claro que ele é muito mais habilidoso e forte do que eu, o que tornaria as coisas difíceis pra mim. A cada posição que ele me ensinava, eu acabava no chão e pedindo pinico, e estava começando a ficar humilhante pra mim. No começo eu só estava aprendendo, mas depois de um tempo, eu já deveria demonstrar que sabia fazer alguma coisa, no mínimo derrubá-lo alguma vez, mas parecia uma missão impossív
CAPÍTULO 13 Fernanda Antero Primeiro comecei arrumando a bagunça, e o Don abanava com um pano, tirando um pouco da fumaça da cozinha. Observei um rádio em cima do armário e fiquei curiosa. — Aquele rádio funciona? — Pietro me olhou, e depois para o aparelho. — Não sei, mas podemos descobrir... você gosta de música? — perguntou ele se aproximando do rádio. — Sim, no barzinho que eu trabalhava essa era a melhor parte. — ele ligou o rádio, e começou a apertar os botões até que começou uma música que eu conheço, e gosto de ouvir. Puxei uma caneta de um copo bonito que vi ali, e fiz o meu coqui básico. Então quando me virei para começar, senti o Don se encostando por trás, e me faltou o ar sentir as mãos dele em mim, mas era apenas um avental igual ao dele que estava colocando, e precisei apoiar as mãos na pia enquanto ele amarrava na minha cintura. — Pronto, agora eu quero ver, do que é capaz! — Aposto que vai dobrar a língua antes de pensar novamente em me falar algo como o que
CAPÍTULO 14 Don Pietro kosta No escritório, aproveitei para colocar as coisas em ordem. Não é porquê me casei que confio plenamente na Fernanda pra tudo, então farei as minhas ligações quando estiver sozinho, que é mais seguro. Também não é por isso que soldado nenhum vai distratar ela, principalmente na minha frente, se vou manter certas coisas da máfia, dentro da máfia, ela não precisa saber, já que preciso consumar esse casamento, não vou ficar três anos tendo uma mulher em casa para enfeite, sem contar que ela é linda, qualquer um se encantaria por ela. O dia foi passando, e como eu dei ordens à Mary que ninguém viesse ao meu escritório hoje, ela mesma bateu na porta. — O que é, Mary? — Preciso falar uma coisinha... — Tá... entra! — ela abriu a porta, e colocou a cabeça pra dentro. — A sua esposa está perguntando se realmente pode ficar com tudo, independente dos valores... — Eu nem sei porquê pergunta, claro que pode. — Tá bem, é que ela falou que ficou meio salgado...
CAPÍTULO 15 Fernanda Antero — Já gostei do seu grandão, como você o chama... mal se casaram e já ganhou um celular! — Pati comentou. — Ele é mão aberta... embora você exagerou com essas coisas, e esse vestido vermelho nem tenho aonde usar... — Mas, como não? Vamos pra boate comigo, deixa o teu grandão trabalhar em paz, e vem conhecer um pouco da vida. — me parecia insano isso, mas se ela gosta, algo pode ter de bom, lá. — O que sente quando está com um homem? Digo assim... tendo relações com ele... — Ah, miga... sinto um comichão no meio das pernas, um fogo que queima dentro de mim, um prazer que não quero que acabe..., mas isso se for um homem de verdade, não os babacas que só comem e vão embora. — Nossa... — Eu sou intensa, amiga, deveria experimentar. Ainda não liberou a sua? — Não... — Quem sabe não é hoje, então... pelo menos vamos se divertir, tomar um vinho, uma bebida... — Então vamos, antes que eu me arrependa... me ajuda a se arrumar? — É pra já, amiga! A Pati
CAPÍTULO 16 Don Pietro Kosta Do mesmo jeito que perdi a paciência com essa mulher, eu a quis por inteira. Esse seu jeito maluco e ousado de ser me deixa louco, me atiça, me faz a querer ainda mais. Quando ela me beijou daquele jeito, acionou algo em mim, um desejo diferente que não sinto com ninguém. Foi como se o meu corpo tivesse necessidade dela, da sua pele nua sobre a minha, o barulho da nossa respiração trabalhando com dificuldades, a nossa mente delirando junto, enquanto o nossos corpos estremeceriam com o prazer. Perguntei por perguntar, e fiquei enlouquecido quando descobri que aquela mulher tão linda não era de ninguém, o corpo dela pertenceria a mim, e seria perfeito demais. Ela é quente, e parecia me querer demais, me beijava com vontade, ficava passando aquelas mãos pequenas nos meus grandes braços, e apertava me olhando diferente, era como se dissesse o quando gosta dos meus músculos enormes, e sentia prazer em fazer isso repetidas vezes. As minhas mãos foram para
CAPÍTULO 17 Fernanda Antero Fui esticando os braços e as pernas antes de abrir direito os olhos, mas me assustei quando vi que não estava sozinha. “Meu Deus, o grandão tá aqui!“ — pensei apavorada ao tentar levantar o corpo, mas percebi que era eu quem não estava no meu quarto, e não acreditei que dormi no quarto dele. A minha cabeça estava melhor que na noite passada, mas comecei a lembrar de tudo o que aconteceu, e entrei em desespero. Me deixei levar pela bebida e cedi, como isso pode acontecer? Será que cheguei a perder a virgindade? Levantei uma manta que nos cobria, mas só uma pontinha, pois o grandão estava agarrado em mim, e eu não conseguia levantar... e então confirmei que estava nua, e me desesperei. Nunca deixei nenhum homem se aproximar de mim depois do que aconteceu com o meu ex namorado, uma vez beijei um cara e senti náuseas, então depois disso eu fujo. Só não entendi o porquê a bebida me tirou essa sensação, não me lembrei do passado,mas agora lembro que eu de