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Precisamos validar o casamento

CAPÍTULO 08

Don Pietro Kosta

— Como assim? Quer que eu seja seu padrinho? — questionei a Fernanda.

— Sim. Me ensine o que eu ainda não sei, quero me tornar alguém de confiança na máfia em que o marido é o Don. — pensei um pouco.

— Marido... sabe que estamos casados, não sabe? — me aproximei dela na cama. — não quer a minha companhia nessa cama? Se você for a metade do que é no sexo, do que foi lá fora, hoje...

— Se afasta! — colocou a mão na frente do corpo. — não quero nada, por enquanto apenas proteção e treinamento!

— Precisamos consumar o casamento para se tornar de fato, válido! Não vou te forçar a nada, assinamos um acordo, mas... se cresceu na máfia, sabe como funciona... por acaso é virgem?

— Olha... você me deu a sua palavra! — parecia sem respirar. — respeite a minha decisão, e me ajude com o que realmente vim atrás! — fiquei imóvel a olhando, e agora vejo ela bem séria.

— Tudo bem... entendo que o dia não foi fácil para você, e ainda tem a sua irmã, então... te darei um tempo!

— O que significa um tempo?

— Significa que por mais que eu confie nos soldados e funcionários, não dá para ter certeza, e se deseja que as pessoas a respeitem como a dama da máfia, teremos que dormir na mesma cama, e de preferência consumar o casamento logo... — arregalou os olhos. — Não tem tanta pressa, também.

— Você me prometeu, Don Pietro! — não entendo qual o receio dela, parece que me detesta como homem, me encara firme, parece que espera uma confirmação de algo.

— Fernanda, apenas coma a sua sopa, está esfriando!

— Estou sem fome! — ah, que merda! Agora vai começar a chantagem, mal sabe ela que disso eu entendo muito bem, vivo comprando as minhas amantes, que não são poucas.

— Se comer, prometo te deixar dormir sozinha por hoje! — falei decidido.

— Achei que já havia permitido isso! — me olhou feio.

— Eu ainda pretendia dormir nesse quarto! Mas, darei uma desculpa aos mexeriqueiros se você comer, e direi que está de luto...

— Combinado. Só me diga se aceita ser o meu padrinho, ou treinador, seja lá como vocês chamam... — a olhei nos olhos pensativo, e no fundo me sinto culpado pela irmãzinha dela que não consegui chegar a tempo e impedir que acontecesse tudo isso, e sem contar que ela é bem esperta para fazer parte da máfia, além de me inspirar confiança, e nem sei porquê.

— Eu aceito! Agora coma, que assim que terminar, eu mesmo levarei o prato! — sentei na poltrona perto da cama.

— Vai ficar me olhando?

— Vou... no acordo não dizia que eu não poderia olhar, era só o que me faltava, isso agora também! — bufou e começou a comer depressa.

— Pronto! Você já pode ir. — entregou o prato em minutos.

— Ok, boa noite esposa! — me aproximei para pegar o prato e até pensei em tentar um beijo, mas ela virou o rosto antes que eu tentasse, então nem tentei.

— Boa noite, Don!

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Assim que saí do quarto, notei uma mensagem do meu soldado de confiança, que pegaram quem subornou os assassinos anteriores, que ainda não havíamos descoberto de quem se tratava. Chegamos à torturar um em Atenas, e não descobrimos. Então fui rapidamente até o salão interno de torturas.

— Ele abriu o bico? — questionei os meus homens.

— Falou que foi o nosso conselheiro!

— Que palhaçada é essa? Aonde está o conselheiro?

— Vou buscá-lo, Don! — o prisioneiro estava amarrado, e todo marcado de apanhar. Então entraram com o nosso conselheiro.

— Prendam-no! — os soldados o amarraram. — Agora me diga... quem te mandou fazer isso? Por quem, nos traiu?

— Eu não fiz nada! Esse homem está mentindo. — ele respondeu, e meti um soco na cara dele que fez o sangue jorrar.

— Se quiser dificultar as coisas, tudo bem! Eu adoro jogar, e posso... — peguei uma navalha, e comecei a passar pelo corpo dele. O homem aguentou por um tempo, mas quando jogamos o álcool, ele falou.

— FOI O LÚCIO, FOI O LÚCIO! — me estiquei pensando a respeito.

— Então o Lúcio jogou baixo e te comprou para que me traísse?

— Eu sinto muito, Don!

— Vai sentir muito mais, acredite! — cresci ao lado de Lúcio, que era como um irmão pra mim quando fomos adotados pela máfia, mas já não é de hoje que ele tenta me apunhalar pelas costas.

— Prendam a mão dele aqui! Vou mandar um presentinho para o Lúcio.

— Não faça isso, Don! Tenha misericórdia, eu já confessei... — peguei o facão sem exitar.

— Um traidor será sempre um traidor. Se mexer a mão cortará muito mais do que um dedo! — puxei e ergui o facão. — escolha qual deles será cortado e o estique para que eu corte.

— Por favor, Don...

— RÁPIDO, FILHO DA PUTA! — colocou o dedo mindinho e cortei de uma vez.

— Façam um embrulho bonito e levem para Lúcio! — entreguei o dedo ensanguentado.

— Só isso?

— Também roubem o armamento que o Lúcio está esperando. Tragam tudo para o porão, e não quero falhas. É o mínimo depois do ele fez.

— Sim, chef! — virei as costas e fui tomar um banho para descansar.

Passei novamente pelo quarto da Fernanda e tive vontade de abrir, mas dei a minha palavra, então aguentaria um pouco para tê-la nua em minha cama, ela sabe que precisamos validar o casamento, e confesso que a desejo muito depois que a vi fazer tudo o fez hoje, mas serei paciente.

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Fernanda Antero

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Acho que eu estava cansada e acabei dormindo de verdade. É estranho depois do dia que tive, eu não ter nenhum pesadelo dos que costumo ter, mas é ótimo. Não aguento mais passar por isso quase toda a noite.

Comecei a andar pela casa que é enorme, e vi uma linda piscina, do lado de fora. Me aproximei dela, e fiquei ali parada observando a água e a provável profundidade, quando fui jogada nela.

Senti que alguém me segurava, e me fazia ir mais para o fundo, e eu sei nadar, mas tive uma câimbra terrível, e não conseguia voltar para a superfície. Lutei contra essa pessoa, e tentei me soltar, mas sem êxito.

Senti com a perna que estava boa, o fundo da piscina, mas não tive forças para subir, quem quer que fosse que me segurava era muito forte.

Fiquei imóvel quando de olhos fechados e sentindo que desmaiaria, senti lábios carnudos me beijando, e no desespero abri a boca conseguindo um pouco de ar, e provavelmente mataria o infeliz que fez isso e me beijou a força.

Percebi que o distraí por ter aberto a boca, e me aproveitei para conseguir subir. Quando estava fora da água, consegui alcançar a borda e pular pra fora com a perna ainda queimando de dor, e quando vi quem era o maldito, não acreditei.

— Porquê fez isso, Don? — perguntei num tom baixo, respirando com dificuldade.

— Me pediu para treiná-la, foi o que eu fiz! Sei que sabe nadar, porque não subiu? Era mais fácil me beijar não era? Te dei opções...

— MALDITO, VOCÊ TENTOU ME MATAR! OU TENTOU ME SEDUZIR PARA FICAR COM O DINHEIRO DO GURA? — arranquei os meus tênis e ataquei na cabeça dele, que se afastou e veio perto de mim. — Não se aproxime!

— Calma! Sou um homem de palavra, só estou cumprindo com o treinamento.

— Beijar também faz parte desse treinamento? — o encarei com raiva por não conseguir levantar ainda, e não ter mais nada para atacar nele.

— Não controlo os meus impulsos com frequência, Fernanda. Você é uma tentação, deveria saber disso.

— Não faça mais isso, ou eu vou embora! — sorriu.

— Fala como se não soubesse das regras da máfia, querida esposa!

— Não confio em você, como o meu pai confiava!

— Pois deveria... por acaso eu teria comprado roupas pra você, se pretendesse matá-la?

— Roupas?

— Estique os pés e espere a caimbra passar, então venha comigo...

— Para onde?

— Já vai saber! — merda...

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