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Recompensa da missão

CAPÍTULO 11

Don Pietro Kosta

Demorei mais do que queria com o governador, e odiei cada segundo. Essas babozeiras que esse povo fala, são patéticas, e faço um esforço enorme para não demonstrar o meu tamanho desconforto, tentando transparecer ser um homem dentro da lei, principalmente quando existem mais deles presentes, pois nem todos acreditam nos boatos do meu nome envolvido na máfia, e assim fica melhor.

Saí depressa atrás da Fernanda, e confesso que fiquei bastante decepcionado quando a avistei conversando com um homem barbado aos risos, e o juiz nem ali estava. Ela falhou na missão, e o deixou ir sem descobrir plano nenhum.

Parei no caminho, e fiquei observando. Não sei se foi a sua falha ou os sorrisos com o barbado ali, mas ela estava conseguindo me deixar bem irritado, e só queria saber do que tanto falavam, porquê comigo ela não se diverte assim...

Encostei no balcão, e apoiei o cotovelo, e como não tirei os olhos dela, percebi rapidamente quando os nossos olhares se cruzaram, e ela levantou da cadeira aonde estava, parecia se despedir do cara, sorridente.

Eu não esperava ficar tão vulnerável como estou agora. Ela levantou com postura, o cabelo levemente nos olhos, se ajeitou em frente a mesa, curvando a cintura e colocando a mão esquerda, aumentando o volume do quadril, e jogou os cabelos escuros brilhosos, e compridos para o outro lado, puro charme.

Estava com um sorriso lindo, as outras mulheres devem estar se mordendo de inveja, ela é gostosa demais, e exala a sua beleza e o seu carisma ao quatro ventos, remexendo o quadril, me deixando excitado, e louco para jogá-la naquela parede falsa da salinha de limpeza, eu daria uns bons pegas nela, lá dentro, com certeza.

— Don? Don?

— Ham? — fiquei com a imaginação tão longe, que nem percebi que ela havia chegado.

— O que você tem? — questionou ela, e só agora me lembrei que esse era o momento em que eu lhe chamaria a atenção, puto da cara, por ela ter falhado, mas gastei os próximos segundos observando a boca dela, tão sedutora naquele batom vermelho intenso.

— Porquê o Juiz não está aqui, e você não está cumprindo a sua missão? — perguntei.

Ela sorriu, e fiquei mais tranquilo de saber que o babaca barbado não era o único que a fazia sorrir.

— Trás o vinho que te pedi, meu jovem! É tudo por conta desse grandão aqui... — falou levantando a mão para o atendente, e só observei... essa mulher é esperta, aposto que tem cartas na manga.

— Relaxa, Don... experimente esse vinho, antes de ouvir o que tenho a dizer, é algo que precisamos comemorar com estilo, e esse vinho é o melhor ao meu paladar.

Ela derramou a bebida com elegância, olhando pra mim. Ergueu a taça se aproximando do meu rosto, mas foi na boca dela que colocou, e senti um cheiro adocicado de perfume feminino, com o belo cheiro do vinho tinto, que parecia maravilhoso.

— Desse jeito serei eu o seduzido da noite...

— Não é pra tanto! Experimente... — peguei a taça da sua mão, sentindo a suavidade da sua pele encostando em mim, e estranhamente queria beijar essa mulher, agarrá-la com força e sentir aqueles lábios tentadores nos meus, mas ela me deixou de queixo caído com a próxima frase, e mal pude me concentrar em algo.

— Sei...

— Aqui está o resultado da minha missão, essa caneta gravou toda a conversa, e você poderá tirar as suas próprias conclusões, Don! Agora quero a minha recompensa!

— Calma aí... está me dizendo que além de tirar tudo o que queria, ainda gravou? De onde tirou essa caneta?

— Um bom mágico, nunca revela os seus truques, querido! Aceita que dói menos, e me entregue a recompensa. — falou ela, me olhando sedutora, e me deixando impressionado com aquilo, ela não é apenas esperta, essa mulher nasceu pra isso.

— Vou ouvir no carro, só me diga quem era aquele homem ali com barba horrorosa?

— Isso não faz parte da missão, eu estava apenas me divertindo.

— E, porquê não se divertiu comigo? Está casada, esqueceu?

— Demorou demais, e a conversa estava ótima. — terminou de virar a taça, e entendi que queria ir para casa.

— Ok, vamos pra casa! Vou pagar a conta, e levar o restante do vinho, já que você gosta tanto...

— Não aceito aperitivos, quero a minha recompensa! — sorri ao ver a sua audácia.

.

.

No carro fui ouvindo tudo o que o Juiz contou, e fiquei muito satisfeito em ver como ela interagiu para tirar tudo daquele homem, sem levantar suspeitas.

Agora tenho os planos dele, e posso agir com antecedência na movimentação de armas e drogas.

.

.

— Espere aqui na sala, eu já volto! — pedi a ela e fui no meu escritório buscar o presente.

— O que é isso?

— Abra a caixa.

— Uma adaga? — os seus olhos brilharam.

— Não é qualquer adaga, é a minha adaga. Feita e afiada especialmente para mim, tem a marca da máfia Grega nela.

— Caramba, eu amei! Só preciso aprender a usar com mais sabedoria, mas ela é incrível!

— Vamos lá fora, vou te ensinar a usar. Também quero que aprenda algumas coisas, está com fome?

— Não, estou ansiosa para aprender.

— Então venha...

Fomos juntos para o lado de fora, e eu a ensinei as formas mais eficazes de usar a adaga, e ela arriscou a atacar, sempre mostrando a sua ótima capacidade para aprender.

Havia me programado para ensinar etiqueta a ela, mas depois de tudo que vi hoje, acredito que sou eu é que vou aprender algumas coisas com ela. O seu jeito largado de se vestir, representava uma outra mulher, e pelo visto, não a conheço em nada.

— Se não estiver cansada, posso te ensinar um pouco de jiu-jitsu, o que acha? — perguntei a ela que sorriu satisfeita.

— Eu quero sim! Sempre quis aprender, na verdade.

— Troque de roupa, então! Vi que ficou com dois conjuntos esportivos, eu também vou colocar uma regata e uma calça mole.

— Tá bem, vou guardar a adaga.

— Ok.

Quando ela voltou, comecei a explicar as primeiras regras:

— A primeira dica é o respeito, durante as aulas, não vou exagerar. A segunda dica é o preparo físico. Falando especificamente dos treinos, é bom que o seu preparo físico esteja em dia. A terceira dica é alimentação, que vou começar a ficar de olho, se pensa em pegar firme.

— Eu não vou desistir!

— Ótimo, vejo que tem sangue da máfia mesmo..., vou comprar um kimono, e de resto, precisa ter paciência e dedicação.

— Entendi... e na prática?

— Aquecimento, alongamento e treino de posições.

— Certo.

Comecei a ensinar a ela como funciona, e as formas de deixar o adversário encurralado, e adorei a proximidade.

Fernanda foi derrubada por mim inúmeras vezes, mas gostei que não desanimou, e em todas elas se levantou tentando novamente, mesmo estando visivelmente fraca, exausta.

Não escolhi começar dessa forma com segundas intenções, mas adorei sentir o corpo dela tão perto do meu, e quando as suas pernas se abriram prendendo a minha cintura com elas, precisei focar para não perder pra ela.

Eu não poderia jogar o corpo pra trás, e nem tão pouco pra frente como eu gostaria, e a posição das pernas dela em mim, poderiam ser um problema, mas eu sou o Don, fui muito treinado pra isso, então resisti, e venci outra vez.

O problema foi que acho que sou forte demais, e não cumpri com o que prometi, e ela parecia sem ar como na piscina, e a soltei de repente.

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