CAPÍTULO 12
Fernanda Antero Eu amei a minha recompensa pela missão, acredito que ainda vou fazer muita coisa com aquela adaga, mas confesso que olhar um homem daquele tamanho e só de regata me deixou atrapalhada durante o aprendizado das posições do jiu-jitsu. Tentei focar no que ele dizia, mas os seus braços enormes, e todas aquelas tatuagens no pescoço, me chamaram muito a atenção. Ele tem uma postura incrível, uma presença marcante, que me confunde. O problema é que não deixa de ser um homem, e não confio e nem confiarei em homens, nunca. Don Pietro começou a me ensinar, mas estava claro que ele é muito mais habilidoso e forte do que eu, o que tornaria as coisas difíceis pra mim. A cada posição que ele me ensinava, eu acabava no chão e pedindo pinico, e estava começando a ficar humilhante pra mim. No começo eu só estava aprendendo, mas depois de um tempo, eu já deveria demonstrar que sabia fazer alguma coisa, no mínimo derrubá-lo alguma vez, mas parecia uma missão impossível. Ele ficava repetindo para que eu cumprisse a missão de derrubá-lo ao menos por uma vez, e estava muito humilhante eu não conseguir nada. Teve um momento que ele se distraiu e pensei que eu venceria, o corpo dele foi para trás, e por pouco não fui por cima dele, mas ele pareceu voltar a si, e me venceu. Eu percebi que estava exausta, mas não queria dar o gosto da derrota, então mudei a tática e fingi que passava mal. Com sorte ele ficaria bem distraído e eu o jogaria para trás, pois no momento estou presa no chão. — Fernanda, fala comigo! Fernanda, respira devagar... — ficou perfeito pra mim. Don Pietro baixou completamente a guarda, ergueu as duas mãos, e amoleceu o corpo, me dando o momento apropriado para o ataque, com as últimas energias que me restavam. O joguei para trás, o prendendo no meu corpo, e ele sorriu admitindo a derrota. — Não acredito que me venceu dessa forma! Me deixei distrair com seus encantos, e olhar doce... — Missão dada, missão cumprida, Don! — falei meio baixo, pois percebi como a frase dele também soou estranho, e quando falou do meu olhar, travou nele, e me senti estranha, tentando me levantar. O meu corpo ficou muito fraco, e ao invés de sair dali, caí em cima do peitoral dele, que rapidamente me levantou, firmando aquelas mãos enormes, que cobriram praticamente toda a minha cintura. Outra vez nos olhamos, e me senti estranha tão perto dele, com aqueles olhos marcantes, num rosto tão bonito. A nossa respiração ficou diferente, e naquele momento esqueci de todo o resto, me sentindo atraída por ele. O Don ergueu a cabeça para me beijar, e eu cedi. Eu o queria, queria provar a sua boca, me envolver no seu corpo, e ver no que daria. Então correspondi o seu beijo à altura, deixando as coisas pegarem fogo entre nós, e adorei sentir os lábios dele nos meus. A sua língua pediu passagem, e eu dei. Fiquei envolvida nele, soltei o meu corpo sobre o dele, e sem esforço nenhum me virou de lado enquanto ainda me beijava. A sua língua passeava pela minha de diversas formas, mas quando percebi que a sua mão apertou a minha bunda, automaticamente me lembrei do pior dia da minha vida. Flash back onn.. Eu namorei um infeliz que me prometeu o mundo, me deixou confortável, enganou o meu pai... e quando me recusei a fazer sexo com ele, pois achei muito cedo, ele não me ouviu, e tentou me violar. Eu gritei muito, mas ele conseguiu arrancar a minha roupa, e me feriu com as unhas para arrancar, me deixando duas marcas próximas a minha virilha. Graças a Deus, uma vizinha ouviu e me salvou de lá, não deixando com que ele conseguisse, embora tenha me tocado... então depois fugiu. Ele sabia que o meu pai o mataria, então depois disso até aprendi algumas coisas para me proteger, mas não o encontrei mais, e achei ótimo. Flash back off... — Pietro, para! — Porque? Sabe que... — Não, eu não quero! Me solta, por favor... — Calma... — arrumei forças para me soltar dele, e me sentei de costas porque ainda estava fraca. — Qual o problema? Não se sente atraída por mim? Me correspondeu o beijo, porque não podemos continuar? — sentou quase que de frente pra mim, mas eu mal o olhava. — Tenho medo, me desculpe... — Você é virgem, Fernanda? Ou alguém fez algum mal à você? — Eu não quero falar sobre isso! — nem o olhei, mas o vi levantar parecendo furioso, pegou uma cadeira e a empurrou longe, e estremeci. — Pietro, não é com você! — falei, mas ele foi pra dentro sem terminar de me ouvir, e me mantive firme, não vou chorar aonde ele possa me ver. Encostei na parede, tentando me levantar, quando ouvi passos lentos perto de mim, e olhando por baixo vi as pernas dele encostadas na porta. — Está com dificuldades em levantar, né? — apenas assenti sem olhar para ele, com o olhar no chão. Então ele me surpreendeu vindo ao meu encontro, e me tirou do chão. Uma parte de mim quis gritar de medo, pensando que faria o mesmo que o outro infeliz, e se aproveitaria que estou fraca e sem defesas, mas a minha outra parte acreditou que ele estava me ajudando, e logo a confirmação veio. — Vou te levar até o seu quarto. Me desculpe se extrapolei, é que nunca fui rejeitado, e não soube lidar com isso! — ficamos próximos de novo, e senti um cheiro bom vindo dele, um perfume gostoso e marcante. — Não é isso... — Tudo bem se não quer falar, te darei mais tempo. Você sabe que precisamos consumar o casamento para que seja considerado válido, né? — Eu não havia pensado nisso quando vim. E, por constar no acordo que não teria nada forçado, fiquei mais tranquila. — Calma, por mim tudo bem... quando quiser falar sobre isso, nós conversaremos. Boa noite Fernanda... — me colocou no chão e saiu. Outra vez fiquei dividida, eu tive vontade de ir atrás dele, e contar o que aconteceu, talvez ele pudesse me ajudar. Mas, o meu medo não me deixou dar um passo, e senti um aperto no peito por não ter tentado. Dentro de mim ainda existe aquela menina que sonha com o homem ideal, mas não consigo deixar ninguém entrar... então fechei a porta. Entrei em baixo do chuveiro, e ao me olhar me lembrei daquele dia. Não pude evitar que as lágrimas escorressem, mas, também não me deixarei dominar por elas. . . Demorei muito para dormir, e acabei dormindo até tarde. Levantei, e me vesti com uma das roupas bonitas que o Don comprou, e precisei ficar com as sandálias da Pati. Quando abri a porta do quarto, senti um cheiro muito forte de queimado, e temi que a casa tivesse pegando fogo, então saí correndo procurando de onde vinha. Percebi que era da cozinha, e fui até lá, e mal enxerguei o Pietro no meio da fumaça. — Caramba, o que pegou fogo? Precisamos apagar. — falei apavorada. — Estou quase conseguindo, não se preocupe! — ele parecia muito atrapalhado enfiando frigideira em baixo da água, e abanando por tudo com um pano. — Precisa de ajuda? Cadê a cozinheira? — Ela não pode vir, então me arrisquei. Eu apostava que conseguiria fazer um gemista igual os da cozinheira! — Nossa, você queimou tudo o gemista, até os pimentões! — Pois, é... temos um problema! — Ual! Enfim encontrei algo que você não saiba fazer... deixa que eu te ensino! — o olhei provocadora, e ele viu que essa havia perdido. — Quero só ver, senhora Kosta... — eu nem percebi que agora sou mesmo uma mulher casada, e ainda fui eu que quase o forcei a isso... Disfarcei por alguns segundos, e comecei a arrumar a bagunça. . . Tradução de de gemista: recheado .CAPÍTULO 13 Fernanda Antero Primeiro comecei arrumando a bagunça, e o Don abanava com um pano, tirando um pouco da fumaça da cozinha. Observei um rádio em cima do armário e fiquei curiosa. — Aquele rádio funciona? — Pietro me olhou, e depois para o aparelho. — Não sei, mas podemos descobrir... você gosta de música? — perguntou ele se aproximando do rádio. — Sim, no barzinho que eu trabalhava essa era a melhor parte. — ele ligou o rádio, e começou a apertar os botões até que começou uma música que eu conheço, e gosto de ouvir. Puxei uma caneta de um copo bonito que vi ali, e fiz o meu coqui básico. Então quando me virei para começar, senti o Don se encostando por trás, e me faltou o ar sentir as mãos dele em mim, mas era apenas um avental igual ao dele que estava colocando, e precisei apoiar as mãos na pia enquanto ele amarrava na minha cintura. — Pronto, agora eu quero ver, do que é capaz! — Aposto que vai dobrar a língua antes de pensar novamente em me falar algo como o que
CAPÍTULO 14 Don Pietro kosta No escritório, aproveitei para colocar as coisas em ordem. Não é porquê me casei que confio plenamente na Fernanda pra tudo, então farei as minhas ligações quando estiver sozinho, que é mais seguro. Também não é por isso que soldado nenhum vai distratar ela, principalmente na minha frente, se vou manter certas coisas da máfia, dentro da máfia, ela não precisa saber, já que preciso consumar esse casamento, não vou ficar três anos tendo uma mulher em casa para enfeite, sem contar que ela é linda, qualquer um se encantaria por ela. O dia foi passando, e como eu dei ordens à Mary que ninguém viesse ao meu escritório hoje, ela mesma bateu na porta. — O que é, Mary? — Preciso falar uma coisinha... — Tá... entra! — ela abriu a porta, e colocou a cabeça pra dentro. — A sua esposa está perguntando se realmente pode ficar com tudo, independente dos valores... — Eu nem sei porquê pergunta, claro que pode. — Tá bem, é que ela falou que ficou meio salgado...
CAPÍTULO 15 Fernanda Antero — Já gostei do seu grandão, como você o chama... mal se casaram e já ganhou um celular! — Pati comentou. — Ele é mão aberta... embora você exagerou com essas coisas, e esse vestido vermelho nem tenho aonde usar... — Mas, como não? Vamos pra boate comigo, deixa o teu grandão trabalhar em paz, e vem conhecer um pouco da vida. — me parecia insano isso, mas se ela gosta, algo pode ter de bom, lá. — O que sente quando está com um homem? Digo assim... tendo relações com ele... — Ah, miga... sinto um comichão no meio das pernas, um fogo que queima dentro de mim, um prazer que não quero que acabe..., mas isso se for um homem de verdade, não os babacas que só comem e vão embora. — Nossa... — Eu sou intensa, amiga, deveria experimentar. Ainda não liberou a sua? — Não... — Quem sabe não é hoje, então... pelo menos vamos se divertir, tomar um vinho, uma bebida... — Então vamos, antes que eu me arrependa... me ajuda a se arrumar? — É pra já, amiga! A Pati
CAPÍTULO 16 Don Pietro Kosta Do mesmo jeito que perdi a paciência com essa mulher, eu a quis por inteira. Esse seu jeito maluco e ousado de ser me deixa louco, me atiça, me faz a querer ainda mais. Quando ela me beijou daquele jeito, acionou algo em mim, um desejo diferente que não sinto com ninguém. Foi como se o meu corpo tivesse necessidade dela, da sua pele nua sobre a minha, o barulho da nossa respiração trabalhando com dificuldades, a nossa mente delirando junto, enquanto o nossos corpos estremeceriam com o prazer. Perguntei por perguntar, e fiquei enlouquecido quando descobri que aquela mulher tão linda não era de ninguém, o corpo dela pertenceria a mim, e seria perfeito demais. Ela é quente, e parecia me querer demais, me beijava com vontade, ficava passando aquelas mãos pequenas nos meus grandes braços, e apertava me olhando diferente, era como se dissesse o quando gosta dos meus músculos enormes, e sentia prazer em fazer isso repetidas vezes. As minhas mãos foram para
CAPÍTULO 17 Fernanda Antero Fui esticando os braços e as pernas antes de abrir direito os olhos, mas me assustei quando vi que não estava sozinha. “Meu Deus, o grandão tá aqui!“ — pensei apavorada ao tentar levantar o corpo, mas percebi que era eu quem não estava no meu quarto, e não acreditei que dormi no quarto dele. A minha cabeça estava melhor que na noite passada, mas comecei a lembrar de tudo o que aconteceu, e entrei em desespero. Me deixei levar pela bebida e cedi, como isso pode acontecer? Será que cheguei a perder a virgindade? Levantei uma manta que nos cobria, mas só uma pontinha, pois o grandão estava agarrado em mim, e eu não conseguia levantar... e então confirmei que estava nua, e me desesperei. Nunca deixei nenhum homem se aproximar de mim depois do que aconteceu com o meu ex namorado, uma vez beijei um cara e senti náuseas, então depois disso eu fujo. Só não entendi o porquê a bebida me tirou essa sensação, não me lembrei do passado,mas agora lembro que eu de
CAPÍTULO 18 Don Pietro Kosta Depois de tudo o que aconteceu, tudo o que tivemos... fiquei com raiva da Fernanda me tratar assim. Nunca fui rejeitado antes, e essa mulher insiste em fazer pouco caso do que temos, e me irritei um pouco. Pensei que estava tudo bem, e não estava, então vou me afastar dela, que é o melhor. Bateram na porta, e era o Santiago. — Me chamou, chefe? — Sim, entre e feche a porta. — ele fechou. — Quero a Fernanda no caso do magnata das armas! É o Cairo, não é? — Sim, chefe. Mas, você tem certeza? — Vou explicar a ela o que ela precisa fazer e a deixar no comando. Porém, preciso que você vá com ela, fique por perto se caso ela precisar, e garanta que a operação seja concluída. — Se é a sua vontade, tudo bem. — Sim, é uma ordem! — Ok. — Agora vou ligar pedindo para que ela venha, e você se mantenha calado. Não a desrespeite, e nem diga que será vigiada. — Tá bom. Liguei na cozinha, e pedi a Mary que dissesse para a Fernanda vir até o escritório, e
CAPÍTULO 19 Don Pietro Kosta Fernanda estava linda naquela roupa, e evitei olhar pra ela. Não posso misturar as coisas, ela não me quer como eu a quero, preciso me lembrar. Eu não fiquei tranquilo com ela em missão sem que eu esteja presente, mesmo com o Santiago junto, então fiquei andando de um lado para outro, até que vi que o Santiago não estava mais online e, então sem pensar duas vezes, peguei o carro e fui até o local. Parei em frente da grandiosa residência, e fiquei observando, logo depois voltei a tentar falar com o Santiago que não atendia, me deixando ainda mais inquieto, parece que pressinto algo de ruim. Estranhei a movimentação da casa, do nada muitos carros começaram a sair pelo grande portão, acelerando assim que atravessavam a rua, e quando vi o carro do Santiago saindo feito louco, eu sabia que tinha algo errado, só espero que isso não envolva a Fernanda. Sem pensar duas vezes, pisei fundo seguindo os carros, e não muito longe dali eles pararam, e quando vi a
CAPÍTULO 20 Don Pietro Kosta As horas não passavam, e eu não consegui sair de onde estava, fiquei olhando para aquelas portas grandes e brancas a todo instante, e ninguém aparecia para dar notícias. Ignorei o Santiago, e evitei um pouco conversar com o magnata das armas e a sua filha, eu estava muito nervoso. Quando o médico apareceu, eu fui depressa quando ouvi o chamado: — Familiares de Fernanda Kosta. — O nome dela não era Cecília? — a filha do Cairo me perguntou. — Cecília é apelido! — disse sério, e acredito que tenha entendido, pois não perguntou mais. — Eu sou o marido, doutor! — me aproximei do médico. O meu corpo estava tenso, eu ficava apertando as mãos para tentar manter o controle, e não estava resolvendo. — A bala foi retirada, e ela não corre mais riscos de vida, o senhor pode ficar tranquilo... — Nossa, isso é bom! — respirei profundamente. — Posso vê-la? — Eu também gostaria de vê-la, preciso tomar um banho, estou horrível assim, mas não posso deixar de ag