CAPÍTULO 13
Fernanda Antero Primeiro comecei arrumando a bagunça, e o Don abanava com um pano, tirando um pouco da fumaça da cozinha. Observei um rádio em cima do armário e fiquei curiosa. — Aquele rádio funciona? — Pietro me olhou, e depois para o aparelho. — Não sei, mas podemos descobrir... você gosta de música? — perguntou ele se aproximando do rádio. — Sim, no barzinho que eu trabalhava essa era a melhor parte. — ele ligou o rádio, e começou a apertar os botões até que começou uma música que eu conheço, e gosto de ouvir. Puxei uma caneta de um copo bonito que vi ali, e fiz o meu coqui básico. Então quando me virei para começar, senti o Don se encostando por trás, e me faltou o ar sentir as mãos dele em mim, mas era apenas um avental igual ao dele que estava colocando, e precisei apoiar as mãos na pia enquanto ele amarrava na minha cintura. — Pronto, agora eu quero ver, do que é capaz! — Aposto que vai dobrar a língua antes de pensar novamente em me falar algo como o que falou agora. — ergui as sobrancelhas pra ele, que cedeu com o olhar. — Certo... — ergueu as mãos e peguei uma faca o provocando, passando o dedo na ponta. — Hul! — Temos mais pimentões, carne moída, arroz? — perguntei. — Vou pegar pra você! — se abaixou pegando as coisas na geladeira, e buscou arroz na dispensa. — Primeiro de tudo... cozinhe o arroz com calma, e do modo tradicional. Eu vou colocar vários temperos que gosto, pois já vi que você come quase de tudo! — Eu como... e como, como! — pigarreei, e fiquei de costas, puxando os pimentões para perto. — Pode deixar que lavar e limpar os pimentões por dentro, eu sei. Vou te ajudar! — Tá certo. — disfarcei. Comecei a fazer o arroz, e ele a arrumar os pimentões. A música ficou animada, e comecei a cantar e remexer os quadris, e ele parecia se divertir com a cena. — Não estrague as tampinhas dos pimentões, hein? — Não vou estragar! Ainda não entendi o que fiz de errado... — Você fritou pimentões, Don Pietro! — Então como é? — Coloquei uma água para ferver, e a gente vai apenas mergulhar por alguns segundos, e já tirar! Já comecei a preparar outra carne, porque aquela que você fez queimou tudo. — Hum... você sabe das coisas. — Disso entendo bem. Foi divertido cozinhar com ele, e o prato ficou lindo, recheamos os pimentões com carne, e arroz com queijo. Coloquei a tampa de cada pimentão e foram para o forno. — Fernanda, ficou incrível! Vou precisar que ensine a cozinheira, dê umas aulas, sei lá! Adorei a sua comida. — ele comia rápido, e eu ria. — Estou vendo! — gargalhei, o acompanhando num almoço divertido. Quando estávamos terminando alguém bateu na porta, mesmo estando aberta. — Quem é? — ele perguntou. — Santiago. — Entre. — Desculpe o incômodo chefe, mas, um magnata das armas soube de algumas mentiras criadas por Lúcio e me parece dividido entre você e o Lúcio! — Droga, eu sabia que daria nisso... quem é esse magnata? — O mais importante, senhor! — percebi que disfarçou para que eu não soubesse. — Precisamos resolver isso! — A cooperação entrou num empasse, temo que mudem de lado, e deixem que o Lúcio assuma o poder. — Eu posso ajudar! Só precisam me ensinar mais sobre drogas e armas, com certeza eu elaboraria um plano perfeito... — o homem riu. — Acho melhor deixar que o Don resolva, isso não é assunto para a senhorita! — E, porquê não? — ele tentou disfarçar, a indignação. — Santiago, essa é a minha esposa Fernanda! — vi os olhos do homem arregalarem. — Perdão, é que estou acostumado a ver mulheres por aqui... — o Don pigarreou, e o homem parou de falar, mas claramente me confundiu com alguma das amantes do Don. — Então irá me ensinar sobre drogas e armas? Posso ser útil... — Me desculpe, senhora..., mas não posso permitir! A compra das armas está relacionada a posição do chefe, e não conheço o seu passado para garantir ao Don, que... — Pare, Santiago! Não vou permitir que fale assim com a minha esposa, mais respeito! — o Don se levantou irritado, e até parou de comer. — Calma, é que é essa a minha função. Preciso proteger a máfia Grega, e inclusive o senhor... — Eu sei, Santiago! Mas, isso não significa que vai desrespeitar a minha mulher, então acho melhor deixarmos esse assunto pra falar depois, ela ainda não terminou o seu almoço, e você está atrapalhando! — Tudo bem, senhor... peço desculpas pelo incômodo! — Pietro ficou em silêncio, sem responder ao homem que se retirou. — Pelo visto traz muitas mulheres aqui... — Sim, já falamos sobre isso! Mas, quando falei que era a minha esposa, ele no mínimo deveria ter me consultado antes de responder. — sentou novamente. — Eu já terminei de almoçar... Ouvimos alguém chegando e era a Mary. — Senhor, a vendedora da boutique voltou com várias caixas, o senhor pediu algo? — ele me olhou. — Você pode atendê-la, Fernanda? Vou precisar trabalhar agora a tarde. — Claro. — Pode ficar com tudo o que quiser, fale que depois eu faço o pagamento... — Tá bem, mas não está gastando dinheiro demais comigo? — Não, dinheiro não é problema... com licença! — ele estava mais sério, mas não liguei. Fui encontrar com a Pati na sala, e precisei ajudá-la, embora o outro grandão cabeludo que acabou de irritar o Don a estava ajudando. — Mais alguma coisa, senhora? — me perguntou, mas olhava para a Pati a todo o momento. — Não, obrigada, Santiago! — Com licença senhoras... — Eu sou senhorita, não sou casada, não vê? — mostrou a mão para ele, que olhou sério, e apenas assentiu, se retirando. — O que eu perdi, Pati? — ela colocou a mão na boca, e começou a balançar as mãos agitada outra vez. — Miga do céu! Que homão é esse? É do tamanho do seu, arruma pra mim, Nanda! — ela estava até vermelha de calor. — Shi, amiga... não fui com a cara dele! O homem é um cocô, fica o tempo todo daquele jeito, parecendo que vai matar alguém. — Se me matar de prazer, já está valendo! Como faço pra conquistar esse cabeludo gostoso? Ele me olhou, você viu ele olhando... eu não vou surtar, não vou surtar! — tentava respirar. — Pati, você já está surtando, respira! Nunca tinha o visto? Parece que trabalha faz tempo para o Don. — Provavelmente seja mais discreto e trabalhe na linha de frente, nunca o vi na boate, então é perfeito pra mim! — Vou tentar investigar, agora é uma missão, e pra mim, missão dada, é missão cumprida! — Te adoro, miga! E já até trouxe o adiantamento do serviço... — Como assim, doida? — Eu vi que não tem quase nada, então trouxe calçados, maquiagem, e até um celular! — Celular? — Sim, o Don disse que poderia ficar com tudo? — Disse, mas... — Então pronto! Ai, como você é top... ganhei a comissão do mês com essa venda, e agora vou poder escolher os programas... — Porquê trabalha como prostituta? Por necessidade, ou gosto? — As duas coisas! — gargalhou. — não sei se existe homem que preste, então tenho dinheiro e prazer todos os dias. — Ai Pati... e o grandão rabugento ali? — Esse eu vou dar um chá bem dado, quem sabe não fica com menos carranca! — gargalhou de novo. — Ai amiga, já pensou aquele homem em cima de mim? — ela estava eufórica, e comecei a imaginar. — Gostaria disso? — pensei que ela era bem doida, não acho que sexo seja algo bom para a mulher, só para o homem. — É o meu objetivo de vida, amiga! Vou pegar aquele gostoso, é Santiago não é? — É... — viajei longe...CAPÍTULO 14 Don Pietro kosta No escritório, aproveitei para colocar as coisas em ordem. Não é porquê me casei que confio plenamente na Fernanda pra tudo, então farei as minhas ligações quando estiver sozinho, que é mais seguro. Também não é por isso que soldado nenhum vai distratar ela, principalmente na minha frente, se vou manter certas coisas da máfia, dentro da máfia, ela não precisa saber, já que preciso consumar esse casamento, não vou ficar três anos tendo uma mulher em casa para enfeite, sem contar que ela é linda, qualquer um se encantaria por ela. O dia foi passando, e como eu dei ordens à Mary que ninguém viesse ao meu escritório hoje, ela mesma bateu na porta. — O que é, Mary? — Preciso falar uma coisinha... — Tá... entra! — ela abriu a porta, e colocou a cabeça pra dentro. — A sua esposa está perguntando se realmente pode ficar com tudo, independente dos valores... — Eu nem sei porquê pergunta, claro que pode. — Tá bem, é que ela falou que ficou meio salgado...
CAPÍTULO 15 Fernanda Antero — Já gostei do seu grandão, como você o chama... mal se casaram e já ganhou um celular! — Pati comentou. — Ele é mão aberta... embora você exagerou com essas coisas, e esse vestido vermelho nem tenho aonde usar... — Mas, como não? Vamos pra boate comigo, deixa o teu grandão trabalhar em paz, e vem conhecer um pouco da vida. — me parecia insano isso, mas se ela gosta, algo pode ter de bom, lá. — O que sente quando está com um homem? Digo assim... tendo relações com ele... — Ah, miga... sinto um comichão no meio das pernas, um fogo que queima dentro de mim, um prazer que não quero que acabe..., mas isso se for um homem de verdade, não os babacas que só comem e vão embora. — Nossa... — Eu sou intensa, amiga, deveria experimentar. Ainda não liberou a sua? — Não... — Quem sabe não é hoje, então... pelo menos vamos se divertir, tomar um vinho, uma bebida... — Então vamos, antes que eu me arrependa... me ajuda a se arrumar? — É pra já, amiga! A Pati
CAPÍTULO 16 Don Pietro Kosta Do mesmo jeito que perdi a paciência com essa mulher, eu a quis por inteira. Esse seu jeito maluco e ousado de ser me deixa louco, me atiça, me faz a querer ainda mais. Quando ela me beijou daquele jeito, acionou algo em mim, um desejo diferente que não sinto com ninguém. Foi como se o meu corpo tivesse necessidade dela, da sua pele nua sobre a minha, o barulho da nossa respiração trabalhando com dificuldades, a nossa mente delirando junto, enquanto o nossos corpos estremeceriam com o prazer. Perguntei por perguntar, e fiquei enlouquecido quando descobri que aquela mulher tão linda não era de ninguém, o corpo dela pertenceria a mim, e seria perfeito demais. Ela é quente, e parecia me querer demais, me beijava com vontade, ficava passando aquelas mãos pequenas nos meus grandes braços, e apertava me olhando diferente, era como se dissesse o quando gosta dos meus músculos enormes, e sentia prazer em fazer isso repetidas vezes. As minhas mãos foram para
CAPÍTULO 17 Fernanda Antero Fui esticando os braços e as pernas antes de abrir direito os olhos, mas me assustei quando vi que não estava sozinha. “Meu Deus, o grandão tá aqui!“ — pensei apavorada ao tentar levantar o corpo, mas percebi que era eu quem não estava no meu quarto, e não acreditei que dormi no quarto dele. A minha cabeça estava melhor que na noite passada, mas comecei a lembrar de tudo o que aconteceu, e entrei em desespero. Me deixei levar pela bebida e cedi, como isso pode acontecer? Será que cheguei a perder a virgindade? Levantei uma manta que nos cobria, mas só uma pontinha, pois o grandão estava agarrado em mim, e eu não conseguia levantar... e então confirmei que estava nua, e me desesperei. Nunca deixei nenhum homem se aproximar de mim depois do que aconteceu com o meu ex namorado, uma vez beijei um cara e senti náuseas, então depois disso eu fujo. Só não entendi o porquê a bebida me tirou essa sensação, não me lembrei do passado,mas agora lembro que eu de
CAPÍTULO 18 Don Pietro Kosta Depois de tudo o que aconteceu, tudo o que tivemos... fiquei com raiva da Fernanda me tratar assim. Nunca fui rejeitado antes, e essa mulher insiste em fazer pouco caso do que temos, e me irritei um pouco. Pensei que estava tudo bem, e não estava, então vou me afastar dela, que é o melhor. Bateram na porta, e era o Santiago. — Me chamou, chefe? — Sim, entre e feche a porta. — ele fechou. — Quero a Fernanda no caso do magnata das armas! É o Cairo, não é? — Sim, chefe. Mas, você tem certeza? — Vou explicar a ela o que ela precisa fazer e a deixar no comando. Porém, preciso que você vá com ela, fique por perto se caso ela precisar, e garanta que a operação seja concluída. — Se é a sua vontade, tudo bem. — Sim, é uma ordem! — Ok. — Agora vou ligar pedindo para que ela venha, e você se mantenha calado. Não a desrespeite, e nem diga que será vigiada. — Tá bom. Liguei na cozinha, e pedi a Mary que dissesse para a Fernanda vir até o escritório, e
CAPÍTULO 19 Don Pietro Kosta Fernanda estava linda naquela roupa, e evitei olhar pra ela. Não posso misturar as coisas, ela não me quer como eu a quero, preciso me lembrar. Eu não fiquei tranquilo com ela em missão sem que eu esteja presente, mesmo com o Santiago junto, então fiquei andando de um lado para outro, até que vi que o Santiago não estava mais online e, então sem pensar duas vezes, peguei o carro e fui até o local. Parei em frente da grandiosa residência, e fiquei observando, logo depois voltei a tentar falar com o Santiago que não atendia, me deixando ainda mais inquieto, parece que pressinto algo de ruim. Estranhei a movimentação da casa, do nada muitos carros começaram a sair pelo grande portão, acelerando assim que atravessavam a rua, e quando vi o carro do Santiago saindo feito louco, eu sabia que tinha algo errado, só espero que isso não envolva a Fernanda. Sem pensar duas vezes, pisei fundo seguindo os carros, e não muito longe dali eles pararam, e quando vi a
CAPÍTULO 20 Don Pietro Kosta As horas não passavam, e eu não consegui sair de onde estava, fiquei olhando para aquelas portas grandes e brancas a todo instante, e ninguém aparecia para dar notícias. Ignorei o Santiago, e evitei um pouco conversar com o magnata das armas e a sua filha, eu estava muito nervoso. Quando o médico apareceu, eu fui depressa quando ouvi o chamado: — Familiares de Fernanda Kosta. — O nome dela não era Cecília? — a filha do Cairo me perguntou. — Cecília é apelido! — disse sério, e acredito que tenha entendido, pois não perguntou mais. — Eu sou o marido, doutor! — me aproximei do médico. O meu corpo estava tenso, eu ficava apertando as mãos para tentar manter o controle, e não estava resolvendo. — A bala foi retirada, e ela não corre mais riscos de vida, o senhor pode ficar tranquilo... — Nossa, isso é bom! — respirei profundamente. — Posso vê-la? — Eu também gostaria de vê-la, preciso tomar um banho, estou horrível assim, mas não posso deixar de ag
CAPÍTULO 21 Fernanda Antero (dois dias depois) — Não estou acostumada com essas coisas... — disse até envergonhada, quando o Don, me ajudava a comer. — Eu já falei que vou cuidar de você. E foi sério quando eu disse que esperaria, você ainda vai ter sentimentos por mim, Nanda... eu sinto que temos uma conexão, não sei explicar, é como se eu já te conhecesse de um outro lugar ou uma outra vida. — sorriu. — Agora abre a boca que vou te dar a sobremesa. — Hum... chocolates com creme e uvas? Já vi que vou engordar assim. — Se esse é o seu plano para se ver livre de mim eu não ligo. Saiba que essa missão também falhou, vou te achar linda de todas as formas... — ele colocou uma colherada de sobremesa na minha boca e ficou olhando descaradamente para o movimento dos meus lábios, parecia desejar muito me beijar, o seu semblante era todo diferente. — Não sei como conseguiu trazer esse tipo de sobremesa num hospital, Don... aqui é completamente proibido isso. — mudei o assunto antes que e