CAPÍTULO 4
Fernanda Antero — Puta que pariu! — pronunciei. — O quê disse? — o grandão perguntou, e agora que vi que falei alto demais. — Você se chama, Pietro Kosta? — perguntei com receio, o cara era grande. — Sim! Mas, alguns me chamam de escorpião, outros de chefe, ou até Don! Pietro não é permitido para qualquer um! Quem te mandou me procurar? — parou na minha frente, e no seu movimento, percebi que sacaria uma arma. — O meu pai! Ou melhor... Antero, mais conhecido como cobra! Ele pareceu pensar em algo, tirou a mão da cintura e então se ajeitou encostando na beira da sua mesa. Parecia me analisar por alguns segundos. — E, você é a metida que quase morreu esses dias por se intrometer nos meus negócios! — falou dando uma volta ao meu redor, de forma lenta e horrorosa, me senti sufocada, com ele me comprimindo. — Eu não fiz nada! Foram vocês que invadiram o meu local de trabalho, e por sua culpa perdi o emprego! — reclamei de cara feia. — Deveria me agradecer, você me parece muito petulante! — rosnou e eu enfiei a mão na cintura igual ele fez anteriormente, me aproximei e coloquei a mão em cima da sua arma, mas ele foi mais rápido e a puxou antes que eu, sorriu disfarçadamente, parecia se conter muito, pois virou de costas pra mim. — Boa tentativa... agora diga logo o que quer, senhorita... — Fernanda! Fernanda Antero! Agora me ouça, que se o meu pai falou que eu poderia confiar em você, então espero poder mesmo, confiar! — A princípio, tive receio. Quando o conheci ele estava nos fundos do bar em que eu trabalhava, torturando um oficial para tirar informações, o cara é nervoso. — Diga, logo! Quero só ver no que isso vai dar. — falou ele, mas agora não tenho medo. Se o meu pai falou, tá falado, já percebi que o cara é muito bem de vida e muito influente por aqui, e também pelo o que a Pati me disse dá pra ver que parte disso é verdade, então eu só precisava expor as minhas ideias. — Quero propor um acordo de casamento! Preciso de proteção para mim e para a minha irmã, Rose, que inclusive está desaparecida! E, em troca, eu me caso com você! — falei de uma vez, e ele riu. — E, porque quer me castigar desse jeito? Eu não fiz nada para precisar me casar com você! Mas, não caso, mesmo! — falou zombando. — Você ainda nem ouviu tudo, aposto que vai querer! Eu te ofereço a metade do tesouro de Gura! Tenho o mapa, e também já tenho noção de onde fica! Você casa comigo... por um contrato de três anos, me ajuda a encontrar o tesouro, e protege nós duas das mãos do Yago! — ele pareceu pensar. — Olha só... eu não quero ser indelicado, mas eu não vou casar porra nenhuma! Eu te ofereço abrigo, e proteção para as duas, até ajudo a encontrar a sua irmã, acabo com a raça desse idiota que nunca engoli, mas é só... eu não me casarei com ninguém, sou um homem livre! O grandão estava dificultando as coisas, e vi que eu precisaria partir para o plano “B”, se não eu não conseguiria o que pretendia, se ele fosse casado comigo, as minhas garantias seriam muito maiores. — Já que tá se fazendo, vou jogar a real com você! Você tem uma dívida com o meu pai, ele me contou! Nem adianta fazer essa cara aí... eu quero que se case comigo, assim como foi acordado com ele, a máfia é clara quanto à isso... faremos um documento de três anos, e você líquida a sua dívida! Sem contar que tem o dinheiro todo, que está envolvido! — falei, tirando o mapa da mochila, que por sorte, estava seco, por causa do plástico que coloquei o protegendo.. Pietro Kosta. Essa mulher só pode estar de palhaçada comigo! Está me coagindo a me casar com ela, e eu não quero! Eu sei muito bem da dívida que tenho com o pai dela, pois quando eu estava à beira da morte ele me salvou e me tirou de lá. Até entendo isso, mas o fato dela querer me forçar a se casar com ela por esse motivo, me enoja, e sinto muito menos vontade agora de assinar um documento com ela, não gosto desse tipo de mulher que precisa fazer chantagem para conseguir algo! No começo até tinha achado ela legal, mas agora vou ser forçado a fazer algo que não quero por culpa dela, então não começamos nada bem. O que salva é esse mapa de Gura, isso sim eu tenho certeza que será uma proposta muito lucrativa. — Está bem! Mas já vou avisando que não vou parar de ter a minhas amantes! — Sobre isso, eu gostaria que o contrato tivesse uma cláusula, que proibisse a intimidade forçada! Você jamais encostará em mim sem que eu permita, isso é uma lei, e não um pedido! — falou, como se eu fosse um abusador, e já tenho as minhas amantes e putas à vontade, pra quê faria isso... eu hein... mulher esquisita. — Sem problemas! Desde que não se meta nas minhas fodas, tudo bem! — disse, mas já me arrependendo da loucura que eu me meteria. Fernanda é uma moça linda, tem um corpo saliente, não é magra, nem gorda, tem umas coxas grossas, uma cintura fina, e uma bunda... “car@lho, que bunda gostosa!“ Penso. — Ei! Quer parar de olhar para a minha bunda! Eu vi, hein! Aquieta esse negócio aí no meio das pernas, que não tenho intenção nenhuma em usar! — falou irritadiça, e preferi nem responder... Peguei o meu celular, e liguei para o meu advogado. — Preciso que venha agora mesmo para o meu escritório! Preciso que redija um contrato de casamento! — Agora, chefe? Já vai começar o jogo! — Agora, vamos! — Tá! Já chego aí! — respondeu. Fiquei com ela no meu escritório, e ela ficou falando de todas as coisas que aconteceu enquanto estava na sua casa, e eu decidi que preciso dar um jeito logo nesse Yago, pois ele me trará muitos problemas, ele já sabe do mapa e virá atrás delas, então preciso cortar o mal pela raiz. Quando o advogado chegou, fomos colocando para ele todos os quesitos que queríamos no documento, inclusive o que ela acabou de falar sobre intimidades, sobre os requisitos do mapa de Gura, a quantidade de anos vigentes, e algumas outras coisas que decidimos que seriam necessárias. Solicitei ao advogado que providenciasse documentos novos, para ambas, e liguei para um dos meus : — Thomas! Tem ordens expressas para matar o Yago! Vão agora mesmo para Atenas, e se certifique de que esteja morto! — pedi ao meu braço direito. — Claro, chefe! Faz tempo que quero ver a boca daquele maldito, entupida de formigas. — Não me desaponte! — olhei para a minha “noiva”, que ironia.... — Fernanda! Vou pedir a governanta que te acompanhe, poderá tomar um banho, e descansar! Também levará algo para comer, e já vou colocar uma equipe a procura da sua irmã, só explique a governanta como ela é, que iremos encontrá-la. — E, quanto ao contrato? — perguntou. — Ficará pronto apenas amanhã, descanse por hoje! — mostrei a saída e chamei a governanta, preciso de espaço! Acabei de fazer a merda do século, e preciso me recompor o quanto antes.CAPÍTULO 05 Fernanda Antero Foi difícil negociar com o grandão, e o pior é saber que agora estou noiva dele, e amanhã bem cedo estaremos casados, e só essa palavra já me assombra... tenho medo que ele me faça mal como o meu ex já fez, e não sei se suportaria. Quando saí daquele escritório toda descabelada para descansar, fui surpreendida por uma bela voz de mulher. — Quem é você? Pietro não me disse que contratou empregada nova! — levantei a cabeça e me deparei com uma mulher maravilhosa, parecia uma celebridade, num salto alto, roupas de grife, cabelo escovado, e uma maquiagem que parecia ser de uma modelo, mas só pelo seu jeito, já não gostei dela. — Eu não sou empregada nenhuma, e não te devo explicações! — eu disse calmamente, pois é a verdade, e não me importo se essa bruaca gostou ou não. — Até parece que o Pietro te deixaria andar livremente se não fosse empregada dele! Me poupe sua folgada, segure a minha bolsa e pendure o meu casaco, que vim passar a noite com o meu ga
CAPÍTULO 6 Don Pietro Eu não entendo o que a Karina pensa que temos, pois eu nunca a assumi, assim como nunca pretendia assumir ninguém, só aceitei a Fernanda por conhecer bem as regras da máfia, e o valor da riqueza do Gura, mas, também tem o acordo que fiz com o cobra, pai dela. Dei a regalia de dar para a Karina até uma casa, para que não me cobrasse nada, pois ela conhece as minhas restrições, tem do meu dinheiro e tudo o que precisa, mas pra mim é apenas uma puta de luxo que não se valoriza, nada mais. — Karina, vá embora! Já tenho problemas demais para o final de semana, e você está ultrapassando as minhas regras. — fiquei entre as duas, pois já vi que também terei problemas com essa minha noiva, que parece ter fibra. — Amorzinho, vamos para o seu quarto e poderemos resolver os nossos problemas lá! Já entendi que está nervoso, aposto que estão te forçando a cumprir algum acordo, sabe que posso te acalmar rapidinho... — Cala a boca, sua oferecida! Não percebeu que está so
CAPÍTULO 07 Don Pietro Voltei a me conter e manter o meu silêncio que é o mais comum. Não posso me deixar comover por essa mulher, só porque ela é mais agitada que as outras, e destemida. Tá certo quem nunca vi alguém com tanta fibra e que roubasse um pouco da minha atenção, e principalmente que não fosse nos seios e nem na bunda, mas preciso me conscientizar que não pode passar disso. Voltei apenas à observar tudo o que acontecia ao meu redor. Indiquei o caminho à seguir, e ainda tentava entender como dirigia tão bem, se não sabia... será que ela mentiu? Então quando chegamos, coloquei uma das pistolas na cintura, e a outra no porta-luvas, para verificar o que tinha acontecido. — Qual foi a informação que te deram? — perguntou olhando para todos os lados, assim como eu. — Que Rosa Antero estava aqui, alguém a encontrou e a ajudou a chegar nesse lugar. Ela tem aproximadamente dez anos, mas é maior que a sua idade representa. — falei sério e sem rodeios, apertando a campainha.
CAPÍTULO 08 Don Pietro Kosta — Como assim? Quer que eu seja seu padrinho? — questionei a Fernanda. — Sim. Me ensine o que eu ainda não sei, quero me tornar alguém de confiança na máfia em que o marido é o Don. — pensei um pouco. — Marido... sabe que estamos casados, não sabe? — me aproximei dela na cama. — não quer a minha companhia nessa cama? Se você for a metade do que é no sexo, do que foi lá fora, hoje... — Se afasta! — colocou a mão na frente do corpo. — não quero nada, por enquanto apenas proteção e treinamento! — Precisamos consumar o casamento para se tornar de fato, válido! Não vou te forçar a nada, assinamos um acordo, mas... se cresceu na máfia, sabe como funciona... por acaso é virgem? — Olha... você me deu a sua palavra! — parecia sem respirar. — respeite a minha decisão, e me ajude com o que realmente vim atrás! — fiquei imóvel a olhando, e agora vejo ela bem séria. — Tudo bem... entendo que o dia não foi fácil para você, e ainda tem a sua irmã, então... te dar
CAPÍTULO 09 Don Pietro É um absurdo que ela pense essas coisas à meu respeito. Eu apenas queria ver como ela se sairia em uma situação como aquela, e não resisti a sua boca quando abri os olhos debaixo da água. — Acha mesmo que eu desonraria com a minha palavra? Com certeza não ouviu muita coisa a meu respeito! — falei quando ela levantou. — É que eu ainda não entendi o que aconteceu aqui. — Esta foi a primeira lição que lhe ensinei e aconselho a nunca levar isso de forma leviana, Fernanda! — Eu quase morri! — começou a se mover, com a perna melhor. — Então precisamos treinar mais essas partes! — respondi um pouco ríspido, fazendo a frente para que ela visse tudo o que eu mandei trazer. Sou um homem de princípios, e a desconfiança dela, me afronta. — Vá se secar e colocar outra das minhas camisetas que te esperarei na sala! — pedi. — Ok. . . Quando ela voltou, eu já observava algumas das peças que estilista trouxe, só estranhei que não me lembro dela trazer nenhuma roupa mi
CAPÍTULO 10 Fernanda Antero Me senti bem, vestida daquele jeito depois que me olhei no espelho. Um vestido longo, e sofisticado, me traziam uma sensação de poder, maior, que nem eu entendi. Provavelmente por não ser acostumada com isso. O local me trouxe um pouquinho de receio quando cheguei, era muito sofisticado, com pessoas muito bem vestidas, e eu só tentava andar direito com aquele salto da Pati sem tropeçar. Segurei um lado do vestido, e ele segurou na minha mão quando chegamos próximos da entrada. — O que está fazendo? — questionei. — Somos casados, esqueceu? Precisamos deixar natural. — Estou um pouco incomodada com as pessoas. — Fernanda. — parou, e puxou o meu queixo com a sua enorme mão, mas foi delicado. — Já te mostrei o quanto está bonita, não há motivos para se preocupar, apenas mantenha uma boa postura, deixe a cabeça erguida, e fale apenas o necessário quando se dirigirem a você. Não precisamos contar tudo de bandeja para as pessoas, elas precisam adivinhar al
CAPÍTULO 11 Don Pietro Kosta Demorei mais do que queria com o governador, e odiei cada segundo. Essas babozeiras que esse povo fala, são patéticas, e faço um esforço enorme para não demonstrar o meu tamanho desconforto, tentando transparecer ser um homem dentro da lei, principalmente quando existem mais deles presentes, pois nem todos acreditam nos boatos do meu nome envolvido na máfia, e assim fica melhor. Saí depressa atrás da Fernanda, e confesso que fiquei bastante decepcionado quando a avistei conversando com um homem barbado aos risos, e o juiz nem ali estava. Ela falhou na missão, e o deixou ir sem descobrir plano nenhum. Parei no caminho, e fiquei observando. Não sei se foi a sua falha ou os sorrisos com o barbado ali, mas ela estava conseguindo me deixar bem irritado, e só queria saber do que tanto falavam, porquê comigo ela não se diverte assim... Encostei no balcão, e apoiei o cotovelo, e como não tirei os olhos dela, percebi rapidamente quando os nossos olhares se cruz
CAPÍTULO 12 Fernanda Antero Eu amei a minha recompensa pela missão, acredito que ainda vou fazer muita coisa com aquela adaga, mas confesso que olhar um homem daquele tamanho e só de regata me deixou atrapalhada durante o aprendizado das posições do jiu-jitsu. Tentei focar no que ele dizia, mas os seus braços enormes, e todas aquelas tatuagens no pescoço, me chamaram muito a atenção. Ele tem uma postura incrível, uma presença marcante, que me confunde. O problema é que não deixa de ser um homem, e não confio e nem confiarei em homens, nunca. Don Pietro começou a me ensinar, mas estava claro que ele é muito mais habilidoso e forte do que eu, o que tornaria as coisas difíceis pra mim. A cada posição que ele me ensinava, eu acabava no chão e pedindo pinico, e estava começando a ficar humilhante pra mim. No começo eu só estava aprendendo, mas depois de um tempo, eu já deveria demonstrar que sabia fazer alguma coisa, no mínimo derrubá-lo alguma vez, mas parecia uma missão impossív