O telefone em cima da minha mesa toca e o atendo quase no mesmo instante.
— Diana Singer está aqui, Sr. Luchese — Ouço a voz firme da secretária do outro lado da linha.
— Pode mandar ela entrar — Coloco o telefone de volta no gancho.
Ao chegar na empresa naquela manhã, senti o peso da responsabilidade sobre meus ombros. Prometer a Abby que resolveria os trâmites da barriga de aluguel era algo que deveria levar muito a sério, pois sabia o quão significativo era para nós construirmos nossa família. A ansiedade e a determinação caminhavam lado a lado enquanto me preparava para enfrentar o desafio burocrático que tinha pela frente.
Iniciei o processo logo de manhã, buscando informações e contatos necessários para dar andamento à questão. Sabia que não seria uma tarefa fácil, mas estava disposto a fazer tudo o que estivesse ao meu alcance para tornar esse sonho realidade.
Após algumas ligações e trocas de informações, finalmente consegui o número da pessoa certa, aquela que poderia nos auxiliar nesse processo tão delicado. Ao ligar para ela, tentei transmitir toda a seriedade e a importância que esse assunto tinha para nós. Expliquei nossa situação e as razões pelas quais estávamos buscando a barriga de aluguel.
A pessoa do outro lado da linha foi compreensiva e acolhedora, o que aliviou um pouco a tensão que eu estava sentindo. Ela explicou os passos a seguir e os documentos necessários, e tomei nota de tudo com atenção, garantindo que não deixaria passar nenhum detalhe importante.
Ao ver a mulher ruiva entrar na sala, fiquei imediatamente intrigado com sua presença. Sua aparência era notavelmente elegante, denotando uma postura profissional e uma confiança inegável. Seus trajes cuidadosamente coordenados transmitiam uma sensação de sofisticação e poder. Era como se estivesse diante de uma empresária bem sucedida e experiente.
Seu sorriso contagiante iluminava todo o ambiente, transmitindo uma aura calorosa e acolhedora. Essa combinação de confiança e simpatia criava uma atmosfera única à sua volta, o que fez com que eu me sentisse à vontade em sua presença.
Enquanto ela se aproximava, pude perceber que seus olhos também refletiam determinação. Ela tinha um olhar atento, como se fosse capaz de compreender as pessoas ao seu redor sem precisar de muitas palavras.
— Olá — Cumprimentou com voz firme e amigável — Sou a Diana, acredito que você é a pessoa responsável pelo processo de barriga de aluguel. Estou muito interessada em ajudar.
Agraciado por sua presença, retribuo o cumprimento com um sorriso genuíno.
— É um prazer conhecê-la, Diana. Sim, sou eu quem está cuidando desse processo. Fico feliz em saber que está disposta a nos ajudar.
— Sua esposa não veio?
— Ah, não. Abby não costuma sair de casa — Faço uma breve pausa — Ela acredita que tem tudo em casa e que toda essa agitação da cidade não faz bem para ela.
— Ser dona de casa tem sua beleza — Um sorriso aumenta um pouco — Mas desde quando são tentantes? — pisco, ao me distrair por poucos segundos ao pensar em Abby.
— Desde quando estamos tentando engravidar? — Ela assenti — Me desculpe, minha mente esta manhã não está em um dia bom — Passo uma das mãos pelo cabelo, me forçando a me recompor rapidamente, estava fazendo aquilo por Abby. Por nós.
— Tudo bem, Sr. Luchese. Entendo que não é um assunto que não deva ser tratado com delicadeza e é por isso que estou aqui — Ela inclina a cabeça para o lado — Acredito que tenha recebido meu e-mail.
— Sim, recebi. E li.
— E acredito que não há alguma objeção — Diana havia sido muito bem recomendada, após gestar os gêmeos do meu amigo da área de finanças.
— Minha esposa gostaria de acompanhar a gestação.
— Não vejo por que não, dessa forma estaria criando um vínculo com o bebê — De fato Diana correspondia a tudo que havia sido dito sobre ela, era compreensiva e demonstrava atenção aos mínimos detalhes, neste caso, era o que precisava. Queria que Abby se sentisse completamente a vontade e que não se sentisse impotente por não gerar o nosso bebê.— Podemos marcar a fecundação para essa semana, já sai do meu último resguardo.
Pisco, ainda sem conseguir processar tudo. Estava acontecendo tudo rápido demais.
— Ótimo.
Ao assinar o contrato com ambas as cláusulas e realizar o pagamento de 50% do valor total à Diana, senti uma mistura de emoções. A decisão foi tomada com muito cuidado e reflexão, e, apesar de ser uma etapa importante para construir uma família, também trouxe consigo um certo peso de responsabilidade.
Por um lado, havia uma sensação de alívio e esperança. Acreditávamos que essa era a melhor opção para alcançarmos o sonho de sermos pais, e a presença de Diana como a barriga de aluguel me enchia de confiança e otimismo. Senta que estava seguindo na direção certa, trilhando o caminho para realizarmos nosso desejo de formar uma família.
Por outro lado, também havia um certo nervosismo e apreensão. Embora acreditasse em Diana e tivesse confiança em nosso contrato, sabíamos que ainda havia desafios pela frente. A fase da barriga de aluguel não seria simples, e estaríamos lidando com emoções complexas e situações inesperadas.
O pagamento da primeira parcela do valor total era um marco concreto em nosso compromisso. Sentia que era uma maneira de honrar a decisão de Abby e reafirmar meu comprometimento mútuo. Mas, ao mesmo tempo, também sabia que isso significava um grande investimento emocional e financeiro, algo que requereria responsabilidade e cuidado ao longo do processo.
Ainda assim, a certeza de que estava fazendo o que acreditávamos ser o melhor para nós me fazia acreditar que estava fazendo a coisa certa.
Diana ao levantar, estende a mão para mim.
— Em breve estará com o seu bebês, Sr. Luchese — Ela abre um largo sorriso — Ou bebês.
O que mais importa é que esse processo seja bem sucedido e que nossa família aumente, independentemente de ser com um ou dois bebês.
Seja um ou dois bebês, sabemos que nossos corações serão preenchidos de amor incondicional e que nossas vidas serão transformadas para sempre.
Com o som ensurdecedor do aspirador de pó zumbindo em meus ouvidos, estava concentrada em concluir logo o meu trabalho. Mesmo tendo chegado algumas horas atrasada, eu estava determinada a compensar o tempo perdido e fazer um ótimo trabalho.Caminhava de um lado para o outro, movendo o aspirador com agilidade para garantir que cada canto do ambiente ficasse limpo e impecável. O barulho me incomodava, mas eu mantinha o foco na tarefa, sabendo que a eficiência era essencial para que eu pudesse terminar o mais rápido possível.Enquanto aspirava o carpete, observava o acúmulo de poeira e sujeira sendo sugado pela máquina. Cada passo que dava era uma pequena vitória, uma conquista rumo à conclusão da limpeza. Eu sabia que não podia relaxar até que tudo estivesse perfeitamente limpo e organizado.O tempo parecia voar enquanto trabalhava, e o som do aspirador de pó já se tornara uma espécie de fundo constante, quase hipnotizante. Mas eu não deixava que isso me distraísse. Cada segundo contav
Enquanto me aproximava de Abby, a observei pelo espelho do banheiro. O robe cintilante na cor gelo envolvia seu corpo de forma elegante e delicada, refletindo a pouca luz do ambiente. O brilho suave do tecido quase a fazia parecer etérea, como se estivesse envolta em um aura luminosa.Ela parecia perdida em seus próprios pensamentos, os olhos fixos no reflexo que o espelho lhe mostrava. Seus lábios se curvavam em um leve sorriso, talvez por se pegar distraída em algum pensamento agradável.Meu coração se encheu de amor ao vê-la ali, tão bela e serena. Sua pele translúcida, iluminada pelo brilho do robe, era como uma obra de arte. Tive vontade de abraçá-la e dizer o quanto a amava, o quanto ela era especial para mim, mas ao mesmo tempo, não queria interromper sua introspecção.Com passos lentos e suaves, me aproximei ainda mais, sem fazer barulho para não perturbar sua tranquilidade. Parei atrás dela, apreciando a imagem que o espelho refletia, um momento íntimo e único entre nós dois
— Diana! — diz Noah assim que passo pela porta do quarto do motel. Ao ver Noah correr em minha direção, um sorriso se formou em meus lábios. Ele me abraçou pela cintura com entusiasmo, e eu retribuí o gesto, sentindo uma onda de alívio e alegria por vê-lo bem e feliz. O quarto bagunçado e as embalagens vazias de alimentos indicavam que ele havia tido um dia normal e comum, como qualquer outra criança.— Ei, meu campeão! Como foi o seu dia? — perguntei, acariciando seus cabelos com carinho.Ele sorriu e disse empolgado:— Foi muito legal! Eu assisti a desenhos na TV, brinquei com os brinquedos que trouxemos e comi um montão dessas coisas gostosas!Aponta para as embalagens de comida espalhadas pelo quarto, e eu ri suavemente. Era bom saber que, apesar de todas as nossas dificuldades, Noah ainda podia se divertir e aproveitar as coisas simples da vida.— Fico feliz que você tenha se divertido, querido. — respondi, abraçando— o mais uma vez. — Mas agora é hora de arrum
Naquela manhã, minha mente estava mergulhada nos pensamentos sobre a nossa barriga de aluguel, e a perspectiva de ter que participar de uma reunião não era nada animadora. Cada minuto gasto naquela sala de conferências parecia uma eternidade, e eu mal conseguia me concentrar nas discussões que ocorriam ao meu redor.Enquanto os outros falavam, minha mente vagueava para nossos planos e sonhos, para a expectativa de formarmos nossa família e finalmente realizarmos o desejo de sermos pais. Cada detalhe sobre a barriga de aluguel era como uma película que se desenrolava em minha mente, e eu me pegava pensando nas etapas que viriam pela frente. Estar em uma reunião quando o coração e a mente estão ocupados com pensamentos tão significativos pode ser desafiador. Eu queria estar ao lado de Abby e talvez até mesmo pesquisando mais sobre o processo de barriga de aluguel juntos.Os minutos se arrastavam, e tentava me manter presente e focado nas discussões, mas era uma tarefa árdua. Por dentr
Com o corpo ainda levemente trêmulo, sabia que o nervosismo persistia após a consulta na clínica de fertilização. A lembrança da sala branca e gélida, dos profissionais ao meu redor e das informações compartilhadas durante a consulta ecoavam em minha mente.— Você só precisa seguir essas recomendações e logo estará nova em folha — diz a atendente, me entregando um papel com tudo que deveria ser feito e o que não deveria ser feito.— Obrigada — digo baixo, que já sabendo que ficar no mood descanso não seria possível. Tinha que trabalhar.Eu me sentei em um banco próximo à clínica, respirando fundo e tentando acalmar os pensamentos que me invadiam. A decisão de vender meus óvulos, não deveria ser significativa e nem envolver inúmeras emoções.Enquanto seguia para o trabalho, ainda não conseguia me livrar do que havia acabado de acontecer, mas a necessidade havia falado mais alto e cumprir minhas responsabilidades era mais forte.Na empresa, troco minha roupa por um un
— Ares — diz Abby séria — Você pode ir. Eu estou bem! Após a alta do hospital, embora Abby estivesse feliz pela notícia da inseminação, minha preocupação com ela permanecia presente. Ver sua alegria não era suficiente para aliviar completamente a preocupação que sentia em relação à sua saúde. Ao voltarmos para casa, me mantive atento a qualquer sinal. Preparava sua comida preferida, garantia que ela descansasse o suficiente e a lembrava de tomar os medicamentos prescritos pelos médicos. Abby sabia da minha preocupação e apreciava o cuidado, mas também me lembrava que estava se sentindo melhor e que os médicos a tinham liberado para voltar às atividades normais.No entanto, a sensação de responsabilidade estava sempre presente. Eu não queria que ela tivesse uma recaída ou enfrentasse qualquer desconforto durante esse o tão importante de nossas vidas. Naquele dia, mesmo com uma parte de mim desejando ficar em casa para acompanhar e cuidar de Abby, percebi que e
Com um olhar atento, observo a atendente do motel contar lentamente as notas de dinheiro que havia acabado de entregar. Aquelas notas representavam a garantia de mais alguns dias em um lugar temporário, onde eu e Noah poderíamos ficar até encontrarmos uma opção mais adequada para nós.Enquanto ela contava, me mantive calma e paciente, sabendo que cada centavo contava. Cada noite naquele modesto quarto de motel era mais um passo em direção ao nosso objetivo de estabilidade e segurança.Após terminar a contagem, a atendente assenti, forçando um sorriso e me entrega um recibo.— Podemos comprar donuts? — Noah pergunta, assim que saímos da recepção do motel.— Está tentando comer açúcar antes do jantar? — Ele me olha por trás de seus óculos com atenção, sorrindo, quando finalmente aparece um sorriso em meu rosto — Que tal irmos no parque? Com o coração apertado, eu me esforçava para garantir que Noah sentisse que tudo estava bem, mesmo quando nosso mundo parecia desmorona
Entro bruscamente na clínica de fertilização, andando em passos largos até a recepcionista. Minha expressão denunciava a a urgência que me dominavam naquele momento. A recepcionista se apressa em colocar um sorriso no rosto, arrumando a postura.— Bem vindo à clínica...— Por favor, preciso de informações urgentes sobre um processo de fertilização in vitro — digo sem conseguir conter a urgência em minha voz, s interrompendo.A recepcionista, percebendo minha agitação, manteve a calma e tentou me acalmar.— Se me der algumas informações, posso checar no sistema para que eu possa te dar os detalhes sobre isso — diz com gentileza.Enquanto ela procurava, tentei controlar minha respiração, consciente de que estava agindo de forma impulsiva e ansiosa. No entanto, a necessidade de obter informações sobre o destino de nosso embrião e a identidade da nova barriga de aluguel eram avassaladoras. Ao perceber a mudança na expressão da recepcionista e o tom sério e