— Diana! — diz Noah assim que passo pela porta do quarto do motel. Ao ver Noah correr em minha direção, um sorriso se formou em meus lábios. Ele me abraçou pela cintura com entusiasmo, e eu retribuí o gesto, sentindo uma onda de alívio e alegria por vê-lo bem e feliz. O quarto bagunçado e as embalagens vazias de alimentos indicavam que ele havia tido um dia normal e comum, como qualquer outra criança.— Ei, meu campeão! Como foi o seu dia? — perguntei, acariciando seus cabelos com carinho.Ele sorriu e disse empolgado:— Foi muito legal! Eu assisti a desenhos na TV, brinquei com os brinquedos que trouxemos e comi um montão dessas coisas gostosas!Aponta para as embalagens de comida espalhadas pelo quarto, e eu ri suavemente. Era bom saber que, apesar de todas as nossas dificuldades, Noah ainda podia se divertir e aproveitar as coisas simples da vida.— Fico feliz que você tenha se divertido, querido. — respondi, abraçando— o mais uma vez. — Mas agora é hora de arrum
Naquela manhã, minha mente estava mergulhada nos pensamentos sobre a nossa barriga de aluguel, e a perspectiva de ter que participar de uma reunião não era nada animadora. Cada minuto gasto naquela sala de conferências parecia uma eternidade, e eu mal conseguia me concentrar nas discussões que ocorriam ao meu redor.Enquanto os outros falavam, minha mente vagueava para nossos planos e sonhos, para a expectativa de formarmos nossa família e finalmente realizarmos o desejo de sermos pais. Cada detalhe sobre a barriga de aluguel era como uma película que se desenrolava em minha mente, e eu me pegava pensando nas etapas que viriam pela frente. Estar em uma reunião quando o coração e a mente estão ocupados com pensamentos tão significativos pode ser desafiador. Eu queria estar ao lado de Abby e talvez até mesmo pesquisando mais sobre o processo de barriga de aluguel juntos.Os minutos se arrastavam, e tentava me manter presente e focado nas discussões, mas era uma tarefa árdua. Por dentr
Com o corpo ainda levemente trêmulo, sabia que o nervosismo persistia após a consulta na clínica de fertilização. A lembrança da sala branca e gélida, dos profissionais ao meu redor e das informações compartilhadas durante a consulta ecoavam em minha mente.— Você só precisa seguir essas recomendações e logo estará nova em folha — diz a atendente, me entregando um papel com tudo que deveria ser feito e o que não deveria ser feito.— Obrigada — digo baixo, que já sabendo que ficar no mood descanso não seria possível. Tinha que trabalhar.Eu me sentei em um banco próximo à clínica, respirando fundo e tentando acalmar os pensamentos que me invadiam. A decisão de vender meus óvulos, não deveria ser significativa e nem envolver inúmeras emoções.Enquanto seguia para o trabalho, ainda não conseguia me livrar do que havia acabado de acontecer, mas a necessidade havia falado mais alto e cumprir minhas responsabilidades era mais forte.Na empresa, troco minha roupa por um un
— Ares — diz Abby séria — Você pode ir. Eu estou bem! Após a alta do hospital, embora Abby estivesse feliz pela notícia da inseminação, minha preocupação com ela permanecia presente. Ver sua alegria não era suficiente para aliviar completamente a preocupação que sentia em relação à sua saúde. Ao voltarmos para casa, me mantive atento a qualquer sinal. Preparava sua comida preferida, garantia que ela descansasse o suficiente e a lembrava de tomar os medicamentos prescritos pelos médicos. Abby sabia da minha preocupação e apreciava o cuidado, mas também me lembrava que estava se sentindo melhor e que os médicos a tinham liberado para voltar às atividades normais.No entanto, a sensação de responsabilidade estava sempre presente. Eu não queria que ela tivesse uma recaída ou enfrentasse qualquer desconforto durante esse o tão importante de nossas vidas. Naquele dia, mesmo com uma parte de mim desejando ficar em casa para acompanhar e cuidar de Abby, percebi que e
Com um olhar atento, observo a atendente do motel contar lentamente as notas de dinheiro que havia acabado de entregar. Aquelas notas representavam a garantia de mais alguns dias em um lugar temporário, onde eu e Noah poderíamos ficar até encontrarmos uma opção mais adequada para nós.Enquanto ela contava, me mantive calma e paciente, sabendo que cada centavo contava. Cada noite naquele modesto quarto de motel era mais um passo em direção ao nosso objetivo de estabilidade e segurança.Após terminar a contagem, a atendente assenti, forçando um sorriso e me entrega um recibo.— Podemos comprar donuts? — Noah pergunta, assim que saímos da recepção do motel.— Está tentando comer açúcar antes do jantar? — Ele me olha por trás de seus óculos com atenção, sorrindo, quando finalmente aparece um sorriso em meu rosto — Que tal irmos no parque? Com o coração apertado, eu me esforçava para garantir que Noah sentisse que tudo estava bem, mesmo quando nosso mundo parecia desmorona
Entro bruscamente na clínica de fertilização, andando em passos largos até a recepcionista. Minha expressão denunciava a a urgência que me dominavam naquele momento. A recepcionista se apressa em colocar um sorriso no rosto, arrumando a postura.— Bem vindo à clínica...— Por favor, preciso de informações urgentes sobre um processo de fertilização in vitro — digo sem conseguir conter a urgência em minha voz, s interrompendo.A recepcionista, percebendo minha agitação, manteve a calma e tentou me acalmar.— Se me der algumas informações, posso checar no sistema para que eu possa te dar os detalhes sobre isso — diz com gentileza.Enquanto ela procurava, tentei controlar minha respiração, consciente de que estava agindo de forma impulsiva e ansiosa. No entanto, a necessidade de obter informações sobre o destino de nosso embrião e a identidade da nova barriga de aluguel eram avassaladoras. Ao perceber a mudança na expressão da recepcionista e o tom sério e
2 meses depois Sinto uma onda de mal estar e fraqueza me dominar enquanto me debruço sobre a privada, vomitando tudo o que tinha no estômago. O suor se acumula em meu rosto, e cada esforço para me levantar parece ser uma tarefa monumental. Meus pensamentos se tornam confusos e embalados pela sensação de náusea.Respiro fundo, tentando encontrar um pouco de alívio. Minhas mãos tremem enquanto seguro a borda da privada para me apoiar, e a sensação de fraqueza parece tomar conta de todo o meu corpo. A segunda onda de náusea me faz questionar se os donuts e café que ingeri naquela manhã podem estar me fazendo mal. A sensação de fraqueza persiste, e agora a preocupação aumenta.Será que meu café da manhã pode estar desencadeando esse mal estar?Respiro fundo e tento me acalmar, enquanto a sensação de náusea diminui lentamente. Fico alerta e atenta aos sinais do meu corpo. Talvez eu tenha exagerado no café da manhã ou talvez os alimentos não tenham me caído
Com o passar dos dias, o peso emocional do último mês se tornou cada vez mais difícil de carregar. Tentei ao máximo ser forte e esperançoso quando estava com Abby, mas, quando ficava sozinho, todas as emoções represadas emergiam como um tsunami, desmoronando minha fortaleza emocional.A angústia e a incerteza me assombravam durante a noite, fazendo com que o sono fosse uma busca constante e raramente alcançado. Minha mente ficava repleta de pensamentos ansiosos e perguntas sem respostas. O futuro se tornava um horizonte nebuloso e temia que nossos sonhos de formar uma família nunca se concretizassem.Encontrar momentos de alívio parecia quase impossível. No entanto, na presença de Abby, me esforçava para sorrir e transmitir esperança. Queria ser a força que ela precisava, mas também sabia que, em algum momento, precisaria admitir minha fragilidade e compartilhar minhas angústias com ela.Finalmente, um dia, não consegui mais esconder o que estava sentindo. Quando Abby me encontrou em