Capítulo 1

Brian

Quando sai da festa de casamento eu peguei o carro e sai dirigindo pela cidade, quando  percebi estava numa praça que meu pai sempre ficava depois que brigava com a minha mãe, estacionei o carro numa vaga e desci, coloquei minhas mãos nos bolsos frontais da calça e caminhava lentamente pelo local, após alguns minutos me sentei num banco vazio e fiquei olhando as pessoas passando, o vento começou a ficar mais forte e não demorou para que começasse a chover, tive que sair correndo em direção ao carro mas consegui me molhar,já dentro dele pesquisei um hotel que não seja glamuroso e segui o caminho pelo gps. Faço o check in e com minha mochila no ombro sigo para o meu quarto, nele tomo um banho  peço algo para comer pelo serviço de quarto e me sento na cama, enquanto como pesquiso os lugares de mais cedo, meu celular não parava de tocar e o número da minha mãe aparecia.

—  Uma hora ela desiste. —   coloco o celular no silencioso. —   Bom, Londres está fora de questão. —   risco do papel. —   Lugar cinza demais. —   olho para o papel. —   Brasil ou Grécia. —  como estou indeciso, corto os nomes e dobro bem e balanço na mão mesmo. —   Qual eu pegar será o meu mais novo lar. —   respiro fundo e pego um e abro e leio. —   Grécia. —  sorrio. —  Agora qual cidade?

ANOS DEPOIS

São seis anos que escolhi a ilha de Santorini para morar, um lugar lindo, recebe turista o ano inteiro, então no pequeno restaurante que trabalho, sempre tem algo para fazer, lá sou um garçom que sabe o inglês e outros idiomas e com isso ajudo a todos.

— Brian mesa, dois. — Paco o outro garçom me aponta para a mesa cheia.  

— Ok. — caminho até a mesa. — Boa tarde. — anoto rapidamente o pedido e sigo para a cozinha.

Depois de 6 horas trabalhando me despeço dos meus colegas de trabalho e caminho pela pequena rua, comprei uma pequena casa com três quartos, uma cozinha conjugada com a sala, um ótimo lugar para um homem solitário como eu, mas um tanto grande. Quando chego em casa Dark meu labrador me espera na porta.

— E aí  garoto. — digo fazendo carinho nele. — Não fez bagunça né? — pergunto e vejo ele abaixar o focinho. — O que você aprontou Dark? 

Olho pela sala e não encontro nada, mas quando entro na cozinha, vejo seu saco de ração todo rasgado e seu pote de água derramado, volto a olhar para o safado que  está  com aqueles olhos fofos e choramingava.

— Nada disso rapaz, está de castigo. — ele  abaixa as orelhas e resmunga. — Uma semana sem passear e sem praia, para o quarto. — e ele segue para o quarto com o rabo entre as pernas.

Adotei Dark assim que cheguei em Atenas, estava passando por uma praça e tinha uma feira de doação de animais, resolvi dar uma olhada e quando vi aquele pequeno filhote magrinho e separado dos outros não pensei duas vezes em adotar. O levei ao veterinário que fez vários exames e diagnosticou que ele estava bem abaixo do peso certo, foram longas semanas fazendo de tudo para que ele comesse e se hidrate-se, mas consegui e em seis meses ele estava saudável e comendo meus chinelos e cadarços dos meus tênis.

Após arrumar a bagunça do meu filho canino, faço um sanduíche e me alimento vendo algum jogo na televisão, estou distraído olhando o jogo e sinto um focinho gelado encostar na minha mão, olho e vejo Dark me olhando e abanando o rabo.

— Sobe. — dou o comando e ele obedece. — Não adianta me olhar assim, você sabe que fez errado. — digo passando a mão pela sua cabeça e com isso ele deita no meu colo. — Ei rapaz você não é mais um filhote. — falo rindo e o prato cai para o lado e meu telefone toca em algum lugar da casa, aqui eu não uso ele, só deixo ligado caso os meus companheiros da narcóticos precisem me contactar.

Me levanto e procuro o aparelho, acho ele dentro de uma gaveta, quando olho vejo que é a minha querida mãe, recuso a ligação e desligo o celular e quando me viro Dark está me olhando atentamente.

— Cachorro fofoqueiro. — resmungo e ele late alto. — Hora de dormir. — falo e sigo para o quarto, tomo um banho e visto uma cueca e me jogo na cama e logo pego no sono, mas acordei no meio da noite com um rabo na minha cara e vejo Dark todo esparramado na cama. — Cachorro folgado. — resmungo e o empurro de leve, mas não adianta ele voltar a ficar em cima de mim..

Sou desperto por lambidas e latidos.

— Já acordei. — falo alto e me sento na cama,ele pula de um lado para o outro. —  Sossega. —  mas ele me ignora.

Me levanto e sigo para o banheiro, faço minha higiene, e quando volto para o quarto encontro Dark deitado na cama olhando para a janela.

— O que tanto olha aí garoto? — pergunto me aproximando e quando vejo um menino loirinho olhando pela janela ele  está sorrindo e acenando para Dark e quando me vê sai da janela com vergonha, saio dali e vou em direção ao meu guarda roupa.

Termino de me arrumar e Dark está olhando para a janela, pelo jeito o menino voltou.

— Vamos rapaz. — o chamo, ele me olha e volta a olhar pela janela. — Comida. —  tento. —  Petisco. —   Dark balança o rabo.

Ele nem se mexe, dou por vencido e saio do quarto. Quando chego na cozinha ligo minha cafeteira e  vou ver se Dark precisa de mais ração e aproveito para colocar  água fresca para o ignorador de donos, guardo sua ração no alto e só por precaução as embalagens de petisco vão para uma gaveta. Tomo meu café e Dark não aparece, deixo minha xícara sobre o balcão e volto para o quarto e quando entro vejo ele apoiado na janela e latindo todo feliz  e o menino rindo alto.

Parece que ele fez um amigo e pelo que vejo uma amizade sincera .

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