Capítulo 3

Brian

O final de semana passou rápido e todas as tardes Dark sumia e quando ia procurar lá estava ele na janela olhando para aquele mesmo menino. Eles criaram uma amizade silenciosa. Hoje é meu dia de folga já que ontem tive que ficar até às quatro da manhã devido aos turistas americanos que resolveram virar a noite e de quebra danificaram duas mesas do restaurante.

Estou tomando meu café até que escuto um barulho de algo caindo do quarto, deixo minha xícara sobre o balcão e vou ver o que é, quando entro tem um Dark em cima da mesinha que fica próximo à janela tentando fugir.

— Nada disso Dark. — falo tirando ele da mesa. — Ficar apoiado na janela até pode mais isso não. — e ele late. 

Olho pela janela e vejo uma moça loira de costas e pelo jeito está conversando com alguém, pode ser seu marido ou com o menino. Volto minha atenção para meu cachorro que está sentado me olhando e abanando o rabo, seus olhos demonstram que vai voltar a aprontar e que está com muita energia acumulada e sou obrigado a acabar com o seu castigo.

— Ok, chega de castigo. — digo e ele pula em mim. — Se continuar volta pro castigo. — ele dá dois latidos e corre para fora do quarto. — Brian que belo pai em. — resmungo arrumando as coisas que estavam no chão e vejo que meu perfume foi quebrado e faço uma careta..

Quando chego na sala Dark está com sua guia na boca e sentado em frente a porta.

— Que pressa em rapaz. — digo pegando a guia e colocando nele. — Nada de querer correr atrás dos passarinhos em. — digo abrindo a porta.

Durante a nossa caminhada Dark rosnou para três mulheres que tentaram passar a mão dele, marcou  território em duas casas e foi um bom menino para o senhor das frutas que lhe deu um pedaço de pêssego. Voltamos a caminhar até que escuto vozes alteradas vindo de frente a escola e Dark dá um puxão  na guia e não consigo segurar e corre.

— Dark. — o chamo e  sou obrigado a correr atrás dele, coisa vergonhosa de se fazer quando tem várias pessoas a nossa volta. — Volta aqui. — vejo ele entrar no meio daquela confusão que estava acontecendo e quando chego mais perto vejo Dark rosnando para uma mulher e atrás dele o mesmo garotinho da janela. — Senta. — dou o comando ele me obedece, mas continua rosnando e em alerta.

— Alguém chame a polícia para tirar esse cão sarnento daqui. — uma mulher de vermelho fala e  faz Dark rosnar mais alto.

— Ele não vai atacar. — digo me colocando ao lado dele.

— Desculpe senhor. — ela muda sua postura e me seguro para não revirar os olhos.. 

— Katrina, ensine o seu filho a nunca fazer Bullying. — uma mulher loira diz se aproximando da criança que chora com a cabeça baixa.

— Vai se ferrar, não tenho que ensinar nada, aqui não é lugar para esse anormal. 

A mulher ao lado da criança começa a ficar vermelha e solta para que todos possam ouvir.

— Meu filho não é anormal. — caminha e fica em frente a tal Katrina. — Que tal você começar a ensinar bons modos ao seu filho e pare de ficar correndo atrás de homem casado como, por exemplo, o dono do hotel.

— Sua... — diz vermelha.

— Chega Katrina. — um homem vestido casualmente chega e parou ao seu lado. — Me desculpe senhora, peço desculpa pela forma que meu filho tratou o seu. — olha para o garotinho que olha com raiva para o outro, seus punhos estão grudados na lateral do corpo. — Irei ter uma conversa séria com os dois. — diz olhando para a mulher e o filho. — E muito obrigada por me avisar que sou corno. — com isso ele sai puxando a mulher que soltou alguns palavrões.

As pessoas em volta vão embora.

— Olha mamãe meu amigo. — escuto o pequeno falar com voz de choro para a mãe.

— Sim filho. — diz tentando sorrir, mas suas mãos tremem.

O menino abraça Dark que fica igual um filhotinho, sorrio com isso. Quando a mulher se vira em minha direção, tomei um soco no estômago, ela é linda sem maquiagem.

— Me desculpe por ver o que acabou de acontecer. — suas bochechas ficam vermelhas.

— Não se preocupe.

— Mesmo assim. — ela diz e suspira e olha para o filho que está brincando com Dark. 

— Sempre acontece isso? — pergunto.

— Não é frequente, mas quando acontece vira um show.

— Bando de idiotas. — resmungo e ela sorri tristemente.

— Já me acostumei. — dá de ombro. — Tento ao máximo fazer ele não escutar mais não posso ficar  na escola supervisionando.

— Mais é dever da escola fazer algo contra isso. — cruzo meus braços.

— Já conversei com a diretora só que entra por um ouvido e sai pelo outro.

Com isso, uma ideia começa a surgir.

— Que educação a minha me chamo Brian Adamz. — falo e estendo minha mão.

— Sofia Drakos. — diz apertando minha mão e com isso sinto um choque e pelo jeito que ela me olhou também sentiu.

— Acho que sei como ajudar. — digo tento uma  ideia.

— Como? — pergunta interessada.

— Segredo. — digo e ela ri e esse simples ato a deixa linda. — Primeiro deixa eu colocar a ideia em ordem.

— Ok. — diz e olha para o menino. — Filho vamos embora.

— Poxa mamãe. — fala mais para perto dela com Dark ao seu lado.— Oi. — me olha e sorri.

— Oi. — me abaixo e fico do seu tamanho. — Qual seu nome?

— Petrus e o dele? — aponta para o cachorro que está parado ao seu lado como um segurança.

— Dark.

— Bonito nome. — sorri.

— Se despeça do seu amigo e vamos embora. — Sofia fala e ele acena concordando.

— Moramos perto. — digo. — Meu caminho é o mesmo que o seu. — dou de ombro. — Então podemos indo conversando quando os dois vão à nossa frente.

— Tudo bem então. — diz colocando o cabelo para trás.

Durante o caminho para nossas casa tentei saber mais sobre ela, mas sempre tão tímida seus olhos atentos em Petrus e nas pessoas que passam e olham com uma cara diferente, pelo que pude descobrir que é mãe solteira.

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