—Por favor!Correram para o elevador como um par de adolescentes e "selvagem" foi pouco para o que fizeram sobre aquele sofá, no entanto não era suficiente, porque os dois terminaram com mais energia do que tinham começado.—Estou morrendo de fome! —exclamou Chiara—. Me leva para comer, vai.—Adivinho, a comida do restaurante não deu nem para um dente.—Fina e escassa, preciso de mais... carne.Jhon rolou sobre ela e a beijou.—Sei onde fazem uns hambúrgueres excelentes.Um tempo depois estavam acomodados junto a uma barraquinha à beira do Tâmisa, comendo hambúrgueres e aproveitando a madrugada.—Vai soltar logo ou tenho que arrancar de você? —perguntou ela de repente e Jhon a olhou sem compreender—. Para ser um dos diretores de uma agência de espionagem, você não é muito bom em esconder suas emoções. O que te preocupa?Ele respirou fundo e se virou para ela.—OK, fiz algo que não devia fazer, mas foi porque estava preocupado com você. Sei que não é justificativa, e que não devo ser po
Chiara ficou olhando com incredulidade o mapa. Ela tinha estado tão perto dele durante dias e nem sequer tinha notado.Tudo aquilo fazia sentido, mas lhe desagradava encontrá-lo. Por que Heston estava vigiando ela? Para ameaçá-la? Para chantageá-la? Para sequestrá-la?Jhon viu sua preocupação e seu desconforto.—Precisa de ajuda? —perguntou suavemente.Aquelas palavras pareceram tirá-la de seus pensamentos. Chiara o olhou fixamente e negou com a cabeça.—Não —respondeu—. Só estou tentando entender tudo, mas acho que é impossível. Heston precisa de dinheiro e não ganha nada me vigiando. Não sou material de chantagem, porque não me importo com o que a imprensa pensa de mim. Então a menos que me sequestre... —Chiara respirou fundo e desligou o tablet—. Obrigada por me avisar, Jhon. Eu me ocupo daqui, vou ficar alerta, e possivelmente contratarei um guarda-costas para ficar mais tranquila. Mas de verdade obrigada por me avisar.Jhon assentiu enquanto ela se aconchegava contra seu lado naqu
"Senhora Keller..." ouviu a voz em seu telefone. "Estamos entrando em seu apartamento, vou me identificar na porta da biblioteca, ok?"A porta estava aberta, então o detetive estava bastante seguro de que o agressor já não estava dentro. Ainda assim foram cuidadosos e registraram tudo antes de fazer Chiara sair.—Já é seguro, senhora Keller —disse o policial e Chiara saiu de lá para estar rodeada de proteção.O detetive a acompanhou até a delegacia onde Chiara teve que declarar tudo o que tinha acontecido.—E está segura de que o senhor Darroze é o responsável? —interrogou o chefe da polícia.—Heston Darroze tem me seguido há um tempo, são problemas econômicos, costumávamos ser amigos, mas meu banco teve que embargar suas propriedades por execução hipotecária, então...—Vingança? —anotou o policial.—Acho que sim.—Mesmo assim estaremos seguros muito em breve —declarou o detetive amigo de Jhon—. Não vi que você estivesse ferida, não é senhora Keller?Ela negou.—Não, não estou, por quê
Estava nervosa e era normal. Um homem a havia perseguido dentro de sua própria casa, então, por mais forte que ela fosse, era lógico que se sentisse assustada.Jhon colocou uma taça de vinho em sua mão e ela lhe deu um sorvido, saboreando o sabor que encheu sua boca antes de escorrer pela sua garganta. O calor do álcool se espalhou por seu corpo e, por um momento, ela se sentiu tranquila.Jhon a observava, com os olhos fixos nela. Sentia que o coração lhe batia mais rápido e sabia que aqueles medos que havia experimentado ao receber a ligação do detetive, aqueles que faziam muito tempo que não sentia, estavam voltando.Finalmente, foi ele quem quebrou o silêncio.— Como você soube? Que ele estava em seu apartamento.— Havia um copo sujo na cozinha... eu não faço isso.Jhon assentiu. Aquela saída a tempo era o que havia lhe salvado a vida e ele simplesmente não podia lidar com isso.— O que acontece? — perguntou Chiara.— Não teria podido fazer nada — murmurou ele —. Você esteve a segun
JANEIROSEATTLE— Como você foi capaz de fazer isso?! — O rugido furioso de Zack Keller deteve sua namorada na porta de casa assim que a viu chegar.Giselle viu um papel em sua mão e nem sabia do que ele estava falando, mas nunca o tinha visto tão alterado como naquele momento.— Não sei do que você está falando...— Claro que sabe! Você abortou meu filho! Você o perdeu de propósito! — ele a acusou com raiva. — Você ao menos tinha a maldita intenção de me contar alguma coisa?!A mulher à sua frente ficou pálida.— Como... como você sabe...?Zack jogou aquele papel na direção dela e a olhou com decepção.— Você esquece que está no plano de saúde da minha empresa? — ele cuspiu, aproximando-se dela. — Assim que seu sobrenome apareceu nos registros de pagamento, me avisaram. Imagine minha alegria quando soube que o seguro tinha pago por um teste de gravidez e depois por uma ultrassonografia!Giselle se afastou dele com o rosto vermelho de vergonha, mas Zack não era do tipo que da
NOVEMBROVANCOUVER— Andrea! Na minha sala! Agora!O grito de seu chefe, um gerente médio na empresa SportUnike, a fez pular na cadeira, angustiada, porque sabia que ele estava de muito mau-humor naquele dia.— Isso é uma maldita piada? — rosnou, jogando uma pasta de documentos em seu rosto. — Eu disse claramente que precisava dos relatórios de orçamento da divisão de esportes aquáticos do mês passado!Andrea arregalou os olhos.— Mas... senhor Trembley... tenho certeza de que o senhor me disse que queria os deste mês...— Não discuta comigo, sua inútil! — vociferou o chefe. Aos cinquenta anos, Peter Trembley era tão desagradável quanto sua barriga inchada, mas Andrea tinha que suportá-lo porque mal tinha conseguido um emprego como sua assistente e disso dependiam ela e sua filha para viver. — Você não percebe o que está acontecendo? A SportUnike desapareceu! Um suíço filho da mãe a comprou e agora seremos apenas uma filial da empresa dele! Sabe o que isso significa?Andrea sab
Mas se Zack achava que algo naquela empresa estava errado, seu instinto disparou quando desceu ao estacionamento e viu Andrea encostada em uma das paredes. Ela tentava trocar os sapatos de salto por tênis baixos, mas suas mãos tremiam.Ele ficou tentado a ir falar com ela, mas algo nele ainda resistia a se envolver nos problemas alheios. Tinha uma nova empresa para dirigir, e se queria que Andrea se sentisse melhor, só precisava consertar sua empresa, não a vida pessoal dela.Por fim, viu ela ajustar o casaco e sair para o frio da rua.Observou-a de longe e percebeu que ela não pegava um táxi nem um ônibus, então provavelmente morava perto. Mas Zack não fazia ideia de quão errado estava, porque Andrea não morava nem remotamente perto; simplesmente não podia se dar ao luxo de pagar nenhum tipo de transporte.Durante quarenta minutos, a moça caminhou no frio de um inverno canadense, e quando finalmente chegou ao seu prédio, já estava quase escurecendo.— Boa tarde, senhora Wilson —
O rosto de Trembley ficou visivelmente vermelho e a dureza em seus olhos permaneceu.— Esperando Andrea? — rosnou. — Você está brincando ou acabou de chegar e não sabe que relacionamentos interpessoais são proibidos nesta empresa?— Bom, sou de aprendizado lento, mas tendo a imitar — replicou Zack com sarcasmo. — Talvez eu tenha me confundido quando vi o senhor se agarrando a ela como uma iguana com falta de sol.O velho cerrou os dentes e soltou Andrea bruscamente antes de caminhar até ele.— Não se meta no meu caminho, moleque. Você é só um recém-chegado e eu posso...— O quê? Me demitir? — interrompeu Zack com voz gélida. — Bem... pode tentar, mas verá que meu trabalho aqui não depende do senhor. Faço parte da equipe dos sonhos desta companhia e só ele pode me demitir. Tenho certeza de que não veria com bons olhos o gerente de plantão tentando me demitir sem justa causa.Trembley cerrou os punhos e o encarou com uma expressão maldosa e desafiadora.— Talvez seu emprego esteja