PEQUENA AMADA MINHA. CAPÍTULO 15. "Isto"Niko abriu a boca, completamente desconcertado pelo que acabava de ouvir. Que tipo de pergunta era essa? Ela estava insinuando...? Não, não podia ser, mas... a ideia de Gigi se despindo cruzou sua mente, e rapidamente afastou o pensamento com um suspiro.Não tinha ideia de como tinham chegado a esse ponto. De todas as conversas que havia imaginado ter com Gigi, essa era a última que lhe tinha ocorrido. Então não podia, não senhor!—Gigi, o que você viu naquelas vitrines não é o que parece. É apenas lingerie fina!, ok? —disse tentando soar o mais calmo possível, embora por dentro sentisse que caminhava sobre uma corda bamba.Gigi o olhava expectante, com os braços cruzados e aquelas sobrancelhas juntas que exigiam uma explicação mais convincente.—Lingerie fina? —repetiu com tom amargo—. Então está me dizendo que se eu colocar a mesma coisa, vou parecer igualmente... "fina"?Niko engoliu em seco. Cuidado com o que diz, Niko. Muito cuidado.—Não e
PEQUENA AMADA MINHA. CAPÍTULO 16: Entre tentaçõesNiko não conseguia dormir. O desastre de algumas horas atrás, embora um tanto cômico em retrospectiva, o havia deixado mais agitado do que gostaria de admitir. Tentava não pensar em Gigi, mas sua mente não deixava de voltar à imagem dela levantando o vestido, mostrando-lhe aquela camisola preta que, para ser sincero, o havia deixado sem ar.Também não era algo escandaloso, não era como se apenas a tivesse visto de calcinha e sutiã, na verdade cobria bastante... mas cobrisse muito ou pouco, o efeito era o mesmo. Agora Niko entendia suas próprias palavras: não era a roupa, era ela.Depois de dar voltas durante o que pareceram horas na cama, finalmente se empenhou em dormir, mas não havia passado muito tempo antes que algo o despertasse. Sentiu um peso na cama junto a ele... erro: sobre ele, e ainda atordoado abriu os olhos lentamente.—Mas o quê...? —E a palavra inapropriada afogou-se em sua garganta quando a viu ali. Gigi estava ali, com
PEQUENA AMADA MINHA. CAPÍTULO 17: O preço de um acordoNiko entrou no escritório do senhor Van Beek com passo firme, decidido a terminar com o assunto do contrato de uma vez por todas para poder voltar para casa. O dia anterior havia sido um caos emocional, mas agora tinha algo mais claro: devia se concentrar em fechar o acordo e não deixar que o pessoal interferisse. Afinal, se conseguisse este contrato, seria mais um passo adiante para a expansão de sua empresa.Van Beek o esperava atrás de sua escrivaninha com um sorriso astuto que Niko nunca tinha gostado completamente."Educado demais para ser sincero", pensou. "Especialmente ultimamente".Niko sentou-se e deixou claro que queria ir direto ao ponto, porque não se incomodou com os protocolos do café e da celebração antecipada.—Senhor Keller, os advogados fizeram os pequenos ajustes ao contrato que havíamos acordado —disse Van Beek, deslizando o documento em sua direção—. Só para que tudo seja o mais justo possível. Você sabe... co
JANEIROSEATTLE— Como você foi capaz de fazer isso?! — O rugido furioso de Zack Keller deteve sua namorada na porta de casa assim que a viu chegar.Giselle viu um papel em sua mão e nem sabia do que ele estava falando, mas nunca o tinha visto tão alterado como naquele momento.— Não sei do que você está falando...— Claro que sabe! Você abortou meu filho! Você o perdeu de propósito! — ele a acusou com raiva. — Você ao menos tinha a maldita intenção de me contar alguma coisa?!A mulher à sua frente ficou pálida.— Como... como você sabe...?Zack jogou aquele papel na direção dela e a olhou com decepção.— Você esquece que está no plano de saúde da minha empresa? — ele cuspiu, aproximando-se dela. — Assim que seu sobrenome apareceu nos registros de pagamento, me avisaram. Imagine minha alegria quando soube que o seguro tinha pago por um teste de gravidez e depois por uma ultrassonografia!Giselle se afastou dele com o rosto vermelho de vergonha, mas Zack não era do tipo que da
NOVEMBROVANCOUVER— Andrea! Na minha sala! Agora!O grito de seu chefe, um gerente médio na empresa SportUnike, a fez pular na cadeira, angustiada, porque sabia que ele estava de muito mau-humor naquele dia.— Isso é uma maldita piada? — rosnou, jogando uma pasta de documentos em seu rosto. — Eu disse claramente que precisava dos relatórios de orçamento da divisão de esportes aquáticos do mês passado!Andrea arregalou os olhos.— Mas... senhor Trembley... tenho certeza de que o senhor me disse que queria os deste mês...— Não discuta comigo, sua inútil! — vociferou o chefe. Aos cinquenta anos, Peter Trembley era tão desagradável quanto sua barriga inchada, mas Andrea tinha que suportá-lo porque mal tinha conseguido um emprego como sua assistente e disso dependiam ela e sua filha para viver. — Você não percebe o que está acontecendo? A SportUnike desapareceu! Um suíço filho da mãe a comprou e agora seremos apenas uma filial da empresa dele! Sabe o que isso significa?Andrea sab
Mas se Zack achava que algo naquela empresa estava errado, seu instinto disparou quando desceu ao estacionamento e viu Andrea encostada em uma das paredes. Ela tentava trocar os sapatos de salto por tênis baixos, mas suas mãos tremiam.Ele ficou tentado a ir falar com ela, mas algo nele ainda resistia a se envolver nos problemas alheios. Tinha uma nova empresa para dirigir, e se queria que Andrea se sentisse melhor, só precisava consertar sua empresa, não a vida pessoal dela.Por fim, viu ela ajustar o casaco e sair para o frio da rua.Observou-a de longe e percebeu que ela não pegava um táxi nem um ônibus, então provavelmente morava perto. Mas Zack não fazia ideia de quão errado estava, porque Andrea não morava nem remotamente perto; simplesmente não podia se dar ao luxo de pagar nenhum tipo de transporte.Durante quarenta minutos, a moça caminhou no frio de um inverno canadense, e quando finalmente chegou ao seu prédio, já estava quase escurecendo.— Boa tarde, senhora Wilson —
O rosto de Trembley ficou visivelmente vermelho e a dureza em seus olhos permaneceu.— Esperando Andrea? — rosnou. — Você está brincando ou acabou de chegar e não sabe que relacionamentos interpessoais são proibidos nesta empresa?— Bom, sou de aprendizado lento, mas tendo a imitar — replicou Zack com sarcasmo. — Talvez eu tenha me confundido quando vi o senhor se agarrando a ela como uma iguana com falta de sol.O velho cerrou os dentes e soltou Andrea bruscamente antes de caminhar até ele.— Não se meta no meu caminho, moleque. Você é só um recém-chegado e eu posso...— O quê? Me demitir? — interrompeu Zack com voz gélida. — Bem... pode tentar, mas verá que meu trabalho aqui não depende do senhor. Faço parte da equipe dos sonhos desta companhia e só ele pode me demitir. Tenho certeza de que não veria com bons olhos o gerente de plantão tentando me demitir sem justa causa.Trembley cerrou os punhos e o encarou com uma expressão maldosa e desafiadora.— Talvez seu emprego esteja
Furioso... não, mas frustrado e muito. Ele não conseguia entender como Andrea podia ser tão submissa com um sujeito tão desprezível. Sabia que ele era o chefe, mas que um raio caísse direto na cabeça dele se algum dia tratasse seus funcionários daquela maneira!Andrea não só se esforçava ao máximo, como fazia um bom trabalho. Era preciso ser cego para não ver que o idiota do Trembley só a diminuía daquela forma para mantê-la sob controle. E Zack não sabia por que ficava irritado com ela por permitir isso, mas o incomodava vê-la tão dócil com o chefe.Assim que a viu menos vigiada, ele a seguiu até a sala de cópias e fechou a porta atrás de si.— Ei, você nasceu com algum problema no pescoço? — perguntou, fazendo-a parar. Andrea o olhou confusa.— Como? — murmurou sem entender.— É que sua cabeça só se move pra frente e pra trás, dizendo sim. Não vi você balançar nem uma vez para os lados pra dizer não! —sibilou Zack. A moça apertou os lábios, com as bochechas coradas.— Porque nã