PEQUENA AMADA MINHA. CAPÍTULO 14. Uma garota prestes a se rebelarNiko queria que a terra se abrisse e o engolisse primeiro a ele, e depois a tudo o que restava daquele Distrito da Luz Vermelha de Amsterdã. A expressão de Gigi estava transtornada, como se não pudesse acreditar no que estava vendo, embora para ser honesto, seu chefe não tinha a mínima ideia do que se passava por aquela cabecinha naquele exato momento.—Você não deveria ter visto isso! —murmurou Niko ajudando-a a se levantar, visivelmente desconfortável—. Não devia ver nada disso, droga!Mas embora tenha tentado mantê-la perto dele enquanto atravessavam o resto da zona, tentando sair dali o mais rápido possível; e embora ela não voltasse a olhar para nenhum outro lugar que não fosse o chão à frente de seus sapatos, era óbvio que aquilo a tinha afetado demais.No entanto, como estava acostumada a fazer, não disse nada. Mantinha o olhar baixo, quase como se estivesse perdida em seus pensamentos; e à medida que se afastavam
PEQUENA AMADA MINHA. CAPÍTULO 15. "Isto"Niko abriu a boca, completamente desconcertado pelo que acabava de ouvir. Que tipo de pergunta era essa? Ela estava insinuando...? Não, não podia ser, mas... a ideia de Gigi se despindo cruzou sua mente, e rapidamente afastou o pensamento com um suspiro.Não tinha ideia de como tinham chegado a esse ponto. De todas as conversas que havia imaginado ter com Gigi, essa era a última que lhe tinha ocorrido. Então não podia, não senhor!—Gigi, o que você viu naquelas vitrines não é o que parece. É apenas lingerie fina!, ok? —disse tentando soar o mais calmo possível, embora por dentro sentisse que caminhava sobre uma corda bamba.Gigi o olhava expectante, com os braços cruzados e aquelas sobrancelhas juntas que exigiam uma explicação mais convincente.—Lingerie fina? —repetiu com tom amargo—. Então está me dizendo que se eu colocar a mesma coisa, vou parecer igualmente... "fina"?Niko engoliu em seco. Cuidado com o que diz, Niko. Muito cuidado.—Não e
PEQUENA AMADA MINHA. CAPÍTULO 16: Entre tentaçõesNiko não conseguia dormir. O desastre de algumas horas atrás, embora um tanto cômico em retrospectiva, o havia deixado mais agitado do que gostaria de admitir. Tentava não pensar em Gigi, mas sua mente não deixava de voltar à imagem dela levantando o vestido, mostrando-lhe aquela camisola preta que, para ser sincero, o havia deixado sem ar.Também não era algo escandaloso, não era como se apenas a tivesse visto de calcinha e sutiã, na verdade cobria bastante... mas cobrisse muito ou pouco, o efeito era o mesmo. Agora Niko entendia suas próprias palavras: não era a roupa, era ela.Depois de dar voltas durante o que pareceram horas na cama, finalmente se empenhou em dormir, mas não havia passado muito tempo antes que algo o despertasse. Sentiu um peso na cama junto a ele... erro: sobre ele, e ainda atordoado abriu os olhos lentamente.—Mas o quê...? —E a palavra inapropriada afogou-se em sua garganta quando a viu ali. Gigi estava ali, com
PEQUENA AMADA MINHA. CAPÍTULO 17: O preço de um acordoNiko entrou no escritório do senhor Van Beek com passo firme, decidido a terminar com o assunto do contrato de uma vez por todas para poder voltar para casa. O dia anterior havia sido um caos emocional, mas agora tinha algo mais claro: devia se concentrar em fechar o acordo e não deixar que o pessoal interferisse. Afinal, se conseguisse este contrato, seria mais um passo adiante para a expansão de sua empresa.Van Beek o esperava atrás de sua escrivaninha com um sorriso astuto que Niko nunca tinha gostado completamente."Educado demais para ser sincero", pensou. "Especialmente ultimamente".Niko sentou-se e deixou claro que queria ir direto ao ponto, porque não se incomodou com os protocolos do café e da celebração antecipada.—Senhor Keller, os advogados fizeram os pequenos ajustes ao contrato que havíamos acordado —disse Van Beek, deslizando o documento em sua direção—. Só para que tudo seja o mais justo possível. Você sabe... co
JANEIROSEATTLE— Como você foi capaz de fazer isso?! — O rugido furioso de Zack Keller deteve sua namorada na porta de casa assim que a viu chegar.Giselle viu um papel em sua mão e nem sabia do que ele estava falando, mas nunca o tinha visto tão alterado como naquele momento.— Não sei do que você está falando...— Claro que sabe! Você abortou meu filho! Você o perdeu de propósito! — ele a acusou com raiva. — Você ao menos tinha a maldita intenção de me contar alguma coisa?!A mulher à sua frente ficou pálida.— Como... como você sabe...?Zack jogou aquele papel na direção dela e a olhou com decepção.— Você esquece que está no plano de saúde da minha empresa? — ele cuspiu, aproximando-se dela. — Assim que seu sobrenome apareceu nos registros de pagamento, me avisaram. Imagine minha alegria quando soube que o seguro tinha pago por um teste de gravidez e depois por uma ultrassonografia!Giselle se afastou dele com o rosto vermelho de vergonha, mas Zack não era do tipo que da
NOVEMBROVANCOUVER— Andrea! Na minha sala! Agora!O grito de seu chefe, um gerente médio na empresa SportUnike, a fez pular na cadeira, angustiada, porque sabia que ele estava de muito mau-humor naquele dia.— Isso é uma maldita piada? — rosnou, jogando uma pasta de documentos em seu rosto. — Eu disse claramente que precisava dos relatórios de orçamento da divisão de esportes aquáticos do mês passado!Andrea arregalou os olhos.— Mas... senhor Trembley... tenho certeza de que o senhor me disse que queria os deste mês...— Não discuta comigo, sua inútil! — vociferou o chefe. Aos cinquenta anos, Peter Trembley era tão desagradável quanto sua barriga inchada, mas Andrea tinha que suportá-lo porque mal tinha conseguido um emprego como sua assistente e disso dependiam ela e sua filha para viver. — Você não percebe o que está acontecendo? A SportUnike desapareceu! Um suíço filho da mãe a comprou e agora seremos apenas uma filial da empresa dele! Sabe o que isso significa?Andrea sab
Mas se Zack achava que algo naquela empresa estava errado, seu instinto disparou quando desceu ao estacionamento e viu Andrea encostada em uma das paredes. Ela tentava trocar os sapatos de salto por tênis baixos, mas suas mãos tremiam.Ele ficou tentado a ir falar com ela, mas algo nele ainda resistia a se envolver nos problemas alheios. Tinha uma nova empresa para dirigir, e se queria que Andrea se sentisse melhor, só precisava consertar sua empresa, não a vida pessoal dela.Por fim, viu ela ajustar o casaco e sair para o frio da rua.Observou-a de longe e percebeu que ela não pegava um táxi nem um ônibus, então provavelmente morava perto. Mas Zack não fazia ideia de quão errado estava, porque Andrea não morava nem remotamente perto; simplesmente não podia se dar ao luxo de pagar nenhum tipo de transporte.Durante quarenta minutos, a moça caminhou no frio de um inverno canadense, e quando finalmente chegou ao seu prédio, já estava quase escurecendo.— Boa tarde, senhora Wilson —
O rosto de Trembley ficou visivelmente vermelho e a dureza em seus olhos permaneceu.— Esperando Andrea? — rosnou. — Você está brincando ou acabou de chegar e não sabe que relacionamentos interpessoais são proibidos nesta empresa?— Bom, sou de aprendizado lento, mas tendo a imitar — replicou Zack com sarcasmo. — Talvez eu tenha me confundido quando vi o senhor se agarrando a ela como uma iguana com falta de sol.O velho cerrou os dentes e soltou Andrea bruscamente antes de caminhar até ele.— Não se meta no meu caminho, moleque. Você é só um recém-chegado e eu posso...— O quê? Me demitir? — interrompeu Zack com voz gélida. — Bem... pode tentar, mas verá que meu trabalho aqui não depende do senhor. Faço parte da equipe dos sonhos desta companhia e só ele pode me demitir. Tenho certeza de que não veria com bons olhos o gerente de plantão tentando me demitir sem justa causa.Trembley cerrou os punhos e o encarou com uma expressão maldosa e desafiadora.— Talvez seu emprego esteja