Jhon olhou pela décima vez o relatório que tinha à sua frente. Tinha dito a si mesmo que não seria invasivo, afinal Chiara tinha sua vida e não era uma menina indefesa, há mais de duas décadas se virava sem ele, e Heston Darroze não seria o primeiro nem o último inimigo que tinha. No entanto aquela mulher tinha algo que ele não sabia explicar: devia ser o fato de que não precisava dele, ou podia ser sua inteligência, sua força, aquela doçura escondida, aquele prosaico senso de humor...Jhon podia enumerar a noite toda as coisas que gostava em Chiara e não precisava fazer memória para saber que jamais outra mulher tinha chamado sua atenção dessa forma, então criou coragem e abriu aquele relatório. Há algumas semanas um de seus homens seguia o registro de gastos do chef, e assim que Jhon viu aqueles nomes chamou seu investigador.—Coloque cada um desses gastos em um mapa, principalmente os de comida —pediu mas antes de ir o deteve—. E especialmente os de café. Compra quatro por dia em lu
—Por favor!Correram para o elevador como um par de adolescentes e "selvagem" foi pouco para o que fizeram sobre aquele sofá, no entanto não era suficiente, porque os dois terminaram com mais energia do que tinham começado.—Estou morrendo de fome! —exclamou Chiara—. Me leva para comer, vai.—Adivinho, a comida do restaurante não deu nem para um dente.—Fina e escassa, preciso de mais... carne.Jhon rolou sobre ela e a beijou.—Sei onde fazem uns hambúrgueres excelentes.Um tempo depois estavam acomodados junto a uma barraquinha à beira do Tâmisa, comendo hambúrgueres e aproveitando a madrugada.—Vai soltar logo ou tenho que arrancar de você? —perguntou ela de repente e Jhon a olhou sem compreender—. Para ser um dos diretores de uma agência de espionagem, você não é muito bom em esconder suas emoções. O que te preocupa?Ele respirou fundo e se virou para ela.—OK, fiz algo que não devia fazer, mas foi porque estava preocupado com você. Sei que não é justificativa, e que não devo ser po
Chiara ficou olhando com incredulidade o mapa. Ela tinha estado tão perto dele durante dias e nem sequer tinha notado.Tudo aquilo fazia sentido, mas lhe desagradava encontrá-lo. Por que Heston estava vigiando ela? Para ameaçá-la? Para chantageá-la? Para sequestrá-la?Jhon viu sua preocupação e seu desconforto.—Precisa de ajuda? —perguntou suavemente.Aquelas palavras pareceram tirá-la de seus pensamentos. Chiara o olhou fixamente e negou com a cabeça.—Não —respondeu—. Só estou tentando entender tudo, mas acho que é impossível. Heston precisa de dinheiro e não ganha nada me vigiando. Não sou material de chantagem, porque não me importo com o que a imprensa pensa de mim. Então a menos que me sequestre... —Chiara respirou fundo e desligou o tablet—. Obrigada por me avisar, Jhon. Eu me ocupo daqui, vou ficar alerta, e possivelmente contratarei um guarda-costas para ficar mais tranquila. Mas de verdade obrigada por me avisar.Jhon assentiu enquanto ela se aconchegava contra seu lado naqu
"Senhora Keller..." ouviu a voz em seu telefone. "Estamos entrando em seu apartamento, vou me identificar na porta da biblioteca, ok?"A porta estava aberta, então o detetive estava bastante seguro de que o agressor já não estava dentro. Ainda assim foram cuidadosos e registraram tudo antes de fazer Chiara sair.—Já é seguro, senhora Keller —disse o policial e Chiara saiu de lá para estar rodeada de proteção.O detetive a acompanhou até a delegacia onde Chiara teve que declarar tudo o que tinha acontecido.—E está segura de que o senhor Darroze é o responsável? —interrogou o chefe da polícia.—Heston Darroze tem me seguido há um tempo, são problemas econômicos, costumávamos ser amigos, mas meu banco teve que embargar suas propriedades por execução hipotecária, então...—Vingança? —anotou o policial.—Acho que sim.—Mesmo assim estaremos seguros muito em breve —declarou o detetive amigo de Jhon—. Não vi que você estivesse ferida, não é senhora Keller?Ela negou.—Não, não estou, por quê
Estava nervosa e era normal. Um homem a havia perseguido dentro de sua própria casa, então, por mais forte que ela fosse, era lógico que se sentisse assustada.Jhon colocou uma taça de vinho em sua mão e ela lhe deu um sorvido, saboreando o sabor que encheu sua boca antes de escorrer pela sua garganta. O calor do álcool se espalhou por seu corpo e, por um momento, ela se sentiu tranquila.Jhon a observava, com os olhos fixos nela. Sentia que o coração lhe batia mais rápido e sabia que aqueles medos que havia experimentado ao receber a ligação do detetive, aqueles que faziam muito tempo que não sentia, estavam voltando.Finalmente, foi ele quem quebrou o silêncio.— Como você soube? Que ele estava em seu apartamento.— Havia um copo sujo na cozinha... eu não faço isso.Jhon assentiu. Aquela saída a tempo era o que havia lhe salvado a vida e ele simplesmente não podia lidar com isso.— O que acontece? — perguntou Chiara.— Não teria podido fazer nada — murmurou ele —. Você esteve a segun
Chiara gemeu de prazer ao sentir Jhon enchê-la por inteiro, seu coração estava prestes a explodir. Ele a manteve abraçada e começou a se mover dentro dela, a cada vez um pouco mais forte, a cada vez um pouco mais rápido. O prazer se espalhava por todo o seu corpo em ondas implacáveis. Balançavam-se juntos no ritmo de suas respirações entrecortadas, presos naquele momento suspenso no tempo.Os movimentos de Jhon ficaram mais intensos e Chiara estava tão excitada que não conseguia resistir ao impulso de gemer alto. Ele a possuía cada vez com mais força e ímpeto, levando seus corpos a um ritmo frenético. Jhon segurava seu rosto entre as mãos, olhando-a com desejo enquanto ela se agarrava a ele com desespero e gritava seu nome. Seu membro entrava como um aríete, abrindo tudo em sua passagem e golpeando com força, fazendo-a buscar desesperadamente uma liberação. Chiara podia sentir o centro de seu ser ardendo. O calor aumentava dentro dela até que explodiu em um intenso orgasmo que os fez t
John e Chiara voltaram para Zurique em silêncio. Ela estava inquieta e ele estava irritado. Jamais tinha sentido qualquer emoção especial contra nenhum suspeito, além da vontade de eliminá-los definitivamente, mas quando se tratava de Chiara, definitivamente suas emoções estavam comprometidas.Chiara passou pelo apartamento de sua gêmea para trocar de roupa e saiu de lá sendo a executiva, a CEO do Asterion Bank. Dirigiram-se à delegacia de polícia, onde encontraram um panorama inquietante.—Nós o encontramos tentando atravessar a fronteira para a Alemanha —explicou o detetive—. Heston foi detido imediatamente e transferido para a delegacia. Nossa investigação nos diz que ele estava com um passaporte falso, só isso já é uma admissão de certa culpa. Além disso, seus ferimentos correspondem às evidências do apartamento de Chiara, mas ele se recusou a falar.John ouviu atentamente e depois voltou a olhar para Chiara em silêncio. Ela estava evidentemente preocupada.—E então? —perguntou—. E
—Você é uma bruxa maldita!—Mal posso esperar para ver as manchetes! —gritou Chiara em sua cara—. Famoso chef decadente é preso por perseguir sua credora! Com ênfase em decadente, muito decadente, porque quando eu acabar com você não haverá restaurante neste país que te contrate!Heston enfureceu, levantou-se de sua cadeira e começou a gritar com Chiara. Mas além do policial, estava algemado à mesa, então não havia como alcançá-la.—Você é uma maldita harpia! Se estou nessa situação foi porque você não quis me ajudar! Só queria cobrar sua dívida e ficar com todo meu dinheiro! Vadia!—E você queria ficar com o meu, não é mesmo? Não me cansei de avisar que você ia à falência? Mas você só queria mais notícias nos jornais, mais fama, mais renome... Jamais pensou que tinha que devolver tudo o que pediu.—Você tem dinheiro sobrando, maldita bruxa! Podia ter esperado! —gritou ele—. Você guarda dinheiro de mafiosos, eu os vi andando pelos corredores do seu banco como se fossem reis, e tenho ce