Selene
Hoje seria a festa noivado de minha irmã, e eu já estava pronta para alegrar aquele lugar, não que eu iria beber feito uma louca, mas colocaria um sorriso nas caras dos participantes. O vestido de veda vermelho se abraça as minhas curvas, modelando meu corpo perfeitamente, e os saltos de 5 cm me matando, eu não estava acostumada a andar de salto mas era bastante boa nesse quesito. Com os meninos, Gaspar e Vinícios combinamos de nos encontrarmos na festa, já Alice eu passaria por sua casa buscando ela. Pego meu celular, e ligo pra Alice mas dá na caixa postal, repito novamente se continua dando na mesma, será que ela capotou de sono, é o que ela mais vem fazendo ultimamente. Melhor ligar para Vinícius e perguntar se ela ainda está na pastelaria, após 3 toques o celular dele também cai na caixa postal. Merda espero que eles não estejam trabalhando ainda, eu quem sempre me atraso mas hoje é o noivado da minha irmã, tenho que dar o exemplo a seguir. Coloco meu capacete e levo o reserva que é único e exclusivamente para Alice. Passo pela pastelaria e encontro ela fechada, que estranho, será que eles se esqueceram de carregar seus celulares? — Ali cheguei. — Abro a porta entrando e encontrando uma casa meio que vazia. — Alice, você está aí? — Volto a chamar e os silêncio é a única resposta que recebo. Estranho o facto de sua casa estar silenciosa de mais, no trabalho ela não deve estar, visto que passei por lá e estava fechado. Será que ela passou mal mais uma vez, meu coração aperta com a possibilidade e subo as escadas apressada em direção ao seu quarto. Antes que eu chegue a porta escuto gemidos vindos de dentro do quarto, não acredito que ela está transando e eu achando que ela passou mal. Reviro os olhos me virando para voltar a sala e esperar que ela acabe. — Mais forte por favor. — Minha amiga e faço uma carreta enjoada — Meu Deus... Vinícius. — súplica manhosa fazendo estagnar no mesmo lugar. Vinícius? Qual a probabilidade do Vinícius dela ser o meu Vinícius? Eles nunca fariam isso comigo , Impossível. Somos melhores amigos, crescemos juntos. — Porra Alice tão gostosa. Eu te amo. — Seguro meu estômago controlando a ânsia de vomito, é ele, é realmente o meu noivo ali dentro fodendo minha melhor amiga. Eu não acredito, os dois juntos? Minha amiga e meu noivo. Como eu fui burra. Começo conectando os pontos, eles estão juntos faz tempo, por isso que Alice não aprovou meu relacionamento de primeira, eu era á amante esse tempo todo. Sem me aperceber abro a porta do quarto lentamente rezando para que tudo não passe de uma simples ilusão. Coloco a mão na boca contendo o grito e fico observando a cena. Vinícius tem as mãos de Alice presa nas costas enquanto ele entra fundo nela fazendo ela morder o lençol. Minha ânsia aumenta e sinto as lágrimas banhando meu rosto. — Porra. — Ele geme jogando a cabeça para trás e nossos olhares se cruzam — Selene, o que você faz aqui tão cedo? — pergunta surpreso saindo rapidamente de dentro dela, como se tivesse sido pego em flagrante se deitando na cama e puxando o cobertor para si. Alice puxa o cobertor para si cobrindo maior parte do seu corpo, como se eu já não tivesse visto nada, nós brincávamos juntas, tomávamos banhos juntas, eu contava tudo a ela, e eles nem tiveram a decensia de me contar o que estava acontecendo, eles me fizeram de louca, estúpida, boba da Selene nunca descobriria nada. — Selene querida não é o que você pensando! — Levanto minha mão fazendo com que ele pare de falar, sua voz está me causando náuseas. — Eu sei muito bem o que eu estou vendo Vinícius! — Sibilo áspera, me sentindo traída, pior eu fui corna, numa relação que não era minha — Eu te chamei de irmã, eu te ajudei enquanto você fodia com meu noivo, desculpa ex noivo. A quanto tempo vocês estão juntos? — Selene. — Ele tenta se levantar e corto suas investidas com um só olhar. — A quanto tempo? — pergunto. — A quase 3 anos, mas nós não queríamos magoar você Selene. — Ela responde me fazendo gargalhar. — Vocês queriam me fazer de estúpida, vocês sabiam que eu nunca me interferiria no vosso relacionamento, então porquê deixaram chegar a esse extremo? — Você precisa se acalmar, esfriar a cabeça depois nós conversamos. — Ah cala boca e vai se foder cara. Estou decepcionada com vocês, nunca deveria ter aceitado essa merda só porquê minha mãe queria. — Selene espera, me perdoa. Ainda somos amigas. — Amigas não escondem e fazem outra de palhaça, espero que seja feliz. Adeus. — Falo saindo daquele lugar, daquela casa. Minha cabeça dói, só de lembrar de todas as vezes que ela falava do namorado, sempre que eu perguntava o nome ela dizia que preferia guardar segredo. Acho que mereço um prêmio Award pela minha estupidez. Encaro o capacete que eu havia levado para ela, o capacete que decoramos juntas. Lembro dos nossos momentos, nossas aventuras e aquilo dói, jogo o capacete na calçada de sua casa e sigo caminho a festa da minha irmã. Não sinto raiva ou muito menos ódio a única coisa que estou sentindo é pena do fim da nossa amizade, eu realmente amava a nossa amizade e eles resolveram me trair. Se eles se amam podiam somente me contar a verdade eu entenderia. Nunca obrigaria alguém a me amar, muito menos a ficar comigo. Se olharem nos meus olhos e me perguntarem porquê estou assim a resposta é simples. A decepção. Assim que estaciono em frente ao hotel, me recomponho o melhor que consigo e forço o sorriso. Hoje não vai ter assombrações, minha mente ja está assombrada o suficiente. Passo pela recepção, por toda aquela burocracia de festa de gente rica e finalmente chego ao salão. O que você achou que seria, apenas uma simples festa o cara é podre de rico. E por falar em gente rica vejo minha mãe conversando com os pais de Domenico, Isabel e Victor Moretti. — Boa noite. — Cumprimento a todos e minha mãe afasta uma cadeira para que eu me sente. — Você está atrasada. — Dona Kátia diz mas posso ver em seus olhos que ela não gostou nem um pouco só meu atraso, respiro fundo ja sabendo da bronca que vira assim que chegar em casa. — O atraso valeu a pena, você está linda querida! — Isabel diz e tento sorrir disfarçando tudo. — Agradeço senhora Isabel, você também está linda. — Elogio a mulher que está conservada demais para a idade, nem parece que ela tem dois filhos com quase 30, bom o mais velho fara 30 a qualquer momento. — Já falei para não me chamar de senhora, assim me sinto uma velha e agora somos família, você e sua irmã são como filhas para mim. — Isso também serve para mim! — Victor diz. — Você está com febre. — Minha mãe diz tocando em minha testa. — Andou chorando? — lança para mim com o olhar desconfiado — Cadê Alice e Vinícius?. — Eu tenho que falar com Donatella, ela está me chamando. — Minto desviando o assunto. — Vinícius tem coisas mais importantes a fazer. — Os filhos quando crescem não procuram muito a ajuda dos pais. — Isabel diz fazendo minha mãe concordar só de aparência, bem lá no fundo ela esta me dissecando com o olhar. — Nesse caso seria nunca, Dionísio desde criança sempre foi assim, ele não precisou da nossa ajuda para muita coisa. — Victor diz recebendo um olhar mortal de Isabela — Que foi mulher, porquê está me olhando assim apenas estou sendo realista! Acho que todos nós já ouvimos falar dele, do filho mais velho dos Moretti. Dionísio Moretti. Pelo que sei, ele morra na Grécia e possuiu um vida social muito fechada, do tipo ele não possui uma, nem se quer uma foto dele na internet você encontra. — É melhor eu ir logo. — Aviso fugindo de ficar presa em qualquer conversa que eles engatam. — Há querida, se por acaso você encontrar o Vinícius diga para ele vir falar comigo. — Minha mãe diz e sinto um bolo se formar em minha garganta. — Eu direi se ele aparecer. — Não dou espaço para que ela responda e saio caminhando pela festa. Um garçom passa por mim e pego duas taças de champanhe entornando tudo de uma vez, eu sou fraca para bebidas e se eu continuar não irei parar até que as lembranças desse dia se tornem simples lembranças. — Vai com calma ragazza! — Nico diz tirando as taças da minha mão. — O que aconteceu, seus olhos estão vermelhos? — Você andou chorando? — Donna toca em meu rosto preocupada e a vontade de desabafar foi maior porém guardei tudo dentro de mim. É como se uma super nova estivesse se formando dentro de mim esperando a sua explosão. — Coloquei perfume nos olhos sem querer. — Tento pegar mais uma taça de champanhe e Nico mais uma vez tira a taça da minha mão. — Selene eu te conheço e sei que algo aconteceu! — Donna diz. — Beber feito uma condenada não te ajudará! — Nico diz. — Na verdade você nem deveria estar bebendo. — Tomei só 4 taças de champanhe. Qual é gente, prometo que não deixarei me levar. — Querida. — Donna me abraça e Domenico também se junta ao abraço e sem me aperceber estou derramando lágrimas silenciosas novamente — Não chore querida, me conte o que aconteceu?. — Nada de importante. — Limpo as lágrimas — Estou somente emocionada, daqui a quase 2 meses minha irmã vai se casar. — Vem eu te levo para casa, e lá você me conta tudo. — Uma festa não funciona sem a noiva, você tem que aproveitar, não é todo dia que é nosso noivado. — E você minha irmã Selene. — Estou bem vocês não precisam se procurar. Eu vou para casa, Nico tem razão, beber igual uma condenada não ajudará em nada. — Amanhã você vai me contar o que está acontecendo? — Prometo. Deixo eles conversando e saio procurando por ar, um lugar em que eu possa respirar melhor. Inspiro profundamente o ar enchendo meus pulmões e os esvazio me sentindo na mesma, uma palhaça. Eles me fizeram andar em círculos por anos. Abraço meu corpo tentando me aquecer, a noite está bela e fresca e tá soprando um pouco. Sinto algo quente e grande sendo colocado em meus ombros, me viro encarando o desconhecido estranhamente familiar. — Você não deveria estar aqui fora, pode ficar gripada! — O homem diz como se estivesse me repreendendo. Ele é lindo de tirar o fôlego, e sua voz faz minhas pernas tremerem, tudo nele grita a masculinidade e o cheiro de seu perfume me acalenta, aperto mais o paletó e encaro o homem curiosa. Ele é bem alto, deve ter quase 1,90, seu rosto definido e uma barba rasa, seus lábios rosas, mas sua característica mais marcante são seus olhos, eu tenho a leve impressão que ja vi esses olhos, verdes musgo, tão cristalinos, com uma força gravitacional que me faz querer olhar mais fundo em sua alma. — Quem te fez chorar cara mia? — Seu toque em meu rosto é mágico, calmante, fecho os olhos apreciando aquele momento completamente hipnotizada pela sua voz e seus olhos. Eu poderia passar a noite inteira olhando para ele. Para início de conversa eu nem deveria estar falando com estranhos, muito menos deixando ele me tocar. Mas quando o estranho tem uma energia magnética que nem eu consigo explicar é como se me afastar fosse impossível. — Eu... Eu...bem. — Merda, praguejo internamente e sorri feito uma boba, porquê estou gaguejando e me enrolando toda nas palavras — Estou bem, não precisa se preocupar. — Você não está bem, disso eu sei. Não tirei minha atenção de você durante todo seu percurso. Você até esbarrou em mim a uns minutos atrás e nem se quer notou. — Desculpa nós nos conhecemos? — Questiono olhando diretamente pros seus olhos, por que ele me parece estranhamente familiar. — Tenho a leve impressão que nós nos conhecemos. — Ele sorri. — Por que você está triste piccola? — Acho melhor eu ir. Agradeço por tudo principalmente pelo casaco! — Falo tirando o casaco porém ele me faz parar. — Pode ficar com ele, se precisar conversar estou aqui. — Estou tendo um dia de merda. — confesso — Só queria estar em casa, comendo e bebendo feito uma condenada até esquecer do meu próprio nome. — Você confia em mim?. — Confiança é o mesmo que jogar as cegas. Eu nem te conheço, você pode ser um mafioso ou um maníaco que está planejando me sequestrar depois me obrigar a se casar e por fim te dar herdeiros!. — Você possui uma imaginação fértil mas se eu fosse um mafioso eu teria te sequestrado primeiro e conversando com você depois!. — Então você seria igual Massimo Torricelli?. Ele me encara surpreso e abre um pequeno sorriso mesmo que de longe e posso ver o quão lindo ele é. Selene para, para de olhar eu ele é lindo. um deus grego para ser exata, um homem esculpido de ébano, queria me ele me agarrasse agora e me beijasse. sexo com um desconhecido deve ser ótimo, sem responsabilidades no dia seguinte. Não é nenhum pecado cobiçar outro homem se não sou comprometida. Meu ex noivo cometeu a bonita proeza de brincar comigo e agora estou me lixando, não preciso mais esperar até o casamento que não irá mais acontecer. Vou só perder a virgindade com esse cara e acabou. Depois do chifre que levei acho que dignidade foi longe com o noivado. — Não sou nenhum mafioso, você pode confiar mim. — Então vamos senhor desconhecido, vamos aproveitar a noite, apenas dóis desconhecidos, sem nomes, apenas estranhos se divertindo. O homem está hospedado no mesmo hotel em que está ocorrendo a festa e isso é bom pós se alguma coisa der por torto eu só tenho que sair correndo se eu conseguir me colocar em pé. Bebi tanto e acabei contando a triste história de como levei um chifre do meu noivo com minha miga a horas atrás para um desconhecido e ele simplesmente ficou me ouvindo. Nunca na minha vida inteira joguei xadrez e não sei porquê aceitei um jogo que nunca experimentei e para apimentar as coisas eu disse que sempre que um de nós fizer um xeque mate o perdedor tira uma peça de roupa. Eu e a bebida somos inimigos no dia seguinte quando vejo o que fiz no dia anterior. — Xeque mate fiore!. — Isso é batota você tem mais roupas que eu. — Murmuro vendo que somente apenas fiquei de roupa interior enquanto ele apenas perdeu a camisa e eu tenho a certeza de que ele me deixou ganhar por pena. — Acho melhor pararmos por aqui!. — diz olhando pro meu rosto, evitando ao máximo olhar pro meu corpo. Posso não ser experiente na prática mas possuo anos de teoria e sei que ele me deseja, está nítido em seus olhos. Abro o fecho do sutiã e deixo ele deslizar pelos meus braços deixando meus seios a mostra. Ele olha para meus seios e o vejo tencionar a mandíbula. Isso me deseje como eu te desejo. Me levanto do outro sofá e vou me sentar em cima dele, montando nele. Suas mãos grandes e firmes seguram minha cintura com força me fazendo estremecer. Sinto uma protuberância em sua calça e rebolo e ele solta um grunhido fraco se contendo. — O que você está fazendo Piccola?. — Sua voz sai arrastada pelo desejo, pela forma que ele está duro eu sei o quão isso deve estar deixando ele maluco. — Eu quero que você me foda, eu quero sentir você dentro de mim, foda-se meu ex noivo, minha mãe. Não tenha pena de mim me possua do jeito que você quiser. Eu te imploro, me fode igual uma prostituta. Estou completamente ciente das minhas acções e eu preciso esquecer o que eu vi. Quero que as lembranças não passem somente de meras lembranças. — Fiore, eu não posso fazer isso, por mais que eu queira. — Ele retira suas mãos da minha cintura. Beijo seu ombro, e passo as mãos arranhando seu abdômen, ele solta um gemido baixo rouco atiçando o fogo em mim. — Eu quero sentir suas mãos por todo meu corpo, por favor me faça mulher. Use meu corpo hoje serei sua. Sem nomes, sem compromisso, somente me faça sua por essa noite, eu necessito disso. — Você possui uma boca muito suja, acho que vou ter que te ensinar a ter modos — Ele sorri consumido pela luxúria, finalmente se entregando, sua mão vai até meu pescoço apertando e puxando meu rosto para um beijo feroz, ele roça seu nariz por toda extensão do meu pescoço e rosna voltando a tomar meus lábios para ele. — Você é e sempre será minha Selene!Selene Acordo sentindo peso sobre minha barriga, olho pro lado vendo um homem dormindo serenamente com a cabeça enfiada em na curvatura do meu pescoço. Meu deus que merda, eu não deveria ter bebido feito uma condenada. Levanto o lençol vendo que estou nua, nós dois estamos completamente pelados, retiro cuidadosamente sua mão de mim e saio da cama. sinto um ardor no meio das minhas pernas e me curvo para dar uma olhada vendo sangue seco, cubro minha boca contendo o grito e olho pro chão vendo nossas roupas. Jesus. Eu dormi com um desconhecido e perdi minha virgindade, será que minha vida pode piorar? Levanto seu paletó pegando meu sutiã e uma aliança dourada caí rolando até meus pés, me agacho apanhando a pequena argola e me viro encarando o homem. Meu deus eu tirei a virgindade com homem casado! Eu fiquei com um homem casado! Ele deve ter uma esposa esperando por ele em casa, ele traiu a esposa comigo, sinto as lágrimas molhando meu rosto me fazendo sentir a culpa. Não acredito
Selene Todo mundo está animado e engajado em alguma conversa animada, não estou prestando muita atenção, na verdade eu nem queria estar sentada aqui somente brincando com a comida em meu prato já que toda minha fome e alegria foram quando Vinícius entrou por aquele porta como se nada tivesse acontecido, continuando a agir naturalmente como se ainda existisse algo entre nós, porém eu sempre corto suas palavras, não me interessa seus planos, eu não vou me casar com ele. — E Dionísio porquê ele não veio? — Minha mãe pergunta. — Desvio minha atenção do meu ex para a conversa deles. — Ontem o vi por alguns minutos na festa e desapareceu durante a noite toda. — Donna engata na conversa. — Você já viu ele? — pergunto surpresa. — Você não viu, ele estava na festa acho que em algum momento vocês se esbarraram. — Me desculpem por ele, as épocas festivas são sempre as mais agitadas. — Isabel diz e Nico finge uma tosse chamando a atenção de todos para ele. — Dionísio mesmo tendo completad
Um mês depois. Véspera de Natal Selene Dia do casamento. O sentimento de culpa praticamente quase que foi embora. Nunca mais mantive contacto com Vinícius e Alice nunca tentou se comunicar comigo. Me sinto inquieta, e meu coração palpita com a estranha sensação de que algo vai acontecer, e sabe quando seu olho esquerdo treme sem parar e dizem que é um mau presságio. Bom meu mau presságio vem a dobrar então pós rachei o espelho sem quer. Espero que o dia de hoje não tenha tendências a piorar, é o casamento da minha irmã. — Sério que você vai de allstars? — Bria me encara incrédula. — O salto é alto de mais e meus pés andam um pouco doloridos ultimamente. — Falo terminando de atar os cadarços. — Também o vestido praticamente vare o chão ninguém vai notar. — Somos as damas as pessoas vão olhar primeiro para nós antes da noiva temos que estar apresentáveis. — Não ando me sentindo bem e estou numa maré de azar que se eu usar um salto é capaz de o casamento inteiro pegar fogo.
SeleneFiquei parada por longos minutos na entrada da minha casa, minha antiga casa quis dizer, a mesma casa onde passei meus melhores e piores momentos, não acredito que estou saindo assim sem mais nem menos. Eu nem se quer estou saindo, fui expulsa sem piedade. Também não é como se minha mãe fosse me abraçar depois do que eu fiz.— Não vai entrar? — Ele pergunta me trazendo de volta a realidade. — Não sei se devo entrar. — Sorri fraca.— Se quiser podemos ir.— Agradeço o que você está fazendo por mim, mas, agora eu me viro você pode ir embora. — Falo limpando os resquícios de lágrimas em meu rosto com as mãos.— Eu não vou sair do seu lado Piccolla. — Ele se aproxima mais de mim, ficando a milímetros de distância, porém em nenhum momento tentou me tocar e eu agradecia por isso, sinto que se ele fizer isso eu seja capaz de me desfazer em lágrimas.Ignoro o que ele acabou de dizer e abro o pequeno portão entrando. Assim que vejo meu jardim as lágrimas insistem em voltar, quem cu
Selene— Entre. — Ele diz apontando para porta a seguir á do meu quarto.— O que tem ali dentro? — Questiono tocando na maçaneta cogitando a ideia de entrar porém a curiosidade grita para que eu entre.— Somente entre. — Nossa que humor do cão. Você não sabe sorrir não?— Temos que trabalhar na sua linguagem. Não é nada apropriada.— Sabe que mais eu vou entrar. Abro a porta entrando no quarto e sinto meu coração aquecer. Tapo minha boca andando devagar como se estivesse imersa naquele lugar. Uma cadeira de balanço, muitos puffs e ursinhos de pelúcia. Os ursinhos carinhosos. Me permito respirar e observar o resto das coisas, telas em branco, muitos pincéis, tintas, lápis, lápis de colorir. Até tem uma máquina de costura.— Como eu não sabia exatamente quais são seus hobbies eu coloquei todos.Sinto meus olhos ardendo e as lágrimas escapando, limpo elas rapidamente. Me viro passando por ele rapidamente saindo daquele lugar. Encaro o corredor tentando relembrar do caminho, e simplesme
DionísioNão acredito em destino nenhum, para mim as coisas são preditadas, somente as nossas escolhas fazem com que esse caminho mude, e eu escolhi largar minha obsessão e seguir meu caminho.Talvez seja ironia do destino me forçando a acreditar que ele talvez exista, colocando ela de novo em meus caminhos. 12 anos se passaram, 12 malditos anos lutando contra o desejo e a obsessão insana, eu tinha total conhecimento de que ela era estritamente proibida para mim. Foram anos de terapia, colégios militares e ate me alistei nas forças especiais, tudo isso para tirá-la da minha cabeça, ate que eu tentei, mas eu via ela em cada mulher, seu sorriso em meus sonhos e seus olhos avelã em cada canto. Eu estava doente, isso eu não poderia negar, ou somente estava apaixonado. Eu tentei voltar para Itália anos atrás porém minha mãe impediu, ela sabia que eu ainda não estava pronto para voltar a casa e encarar meus demônios, mas cedo ou tarde eu teria que voltar e o casamento de Domenico, foi o
SeleneQuando dizem que as coisas boas na vida não duram para sempre, é a mais absoluta verdade, a vida anda tão depressa que as vezes nos perdemos em pequenas coisas, perdemos tudo em frações de segundos, num minuto você é alguém e no outro não. Meu celular vibra e me pergunto se eu deveria atender, quando o nome de Gaspar aparece na tela respiro fundo atendendo.— Bom dia meu raio de sol.— Bom dia, como você está?— Liguei para saber como você está.— Estou bem, me adaptando a nova vida.— Ele te trata bem? — Tão bem que chega a ser sufocante, mas mudando de assunto, como vão as coisas por aí, está cuidando bem das minhas bebês?— Elas são minhas bebês também, mas esse lugar não é o mesmo sem você.— Você dará um jeito. — Não se Kátia decidir fechar.— O que, ela não faria isso.— Talvez ela não faça, só esteja blefando mas Selene, esse lugar está desmoronando.— Eu.. tenho que desligar. — Desligo e jogo o telefone na cama. Sinto como se o mundo estivesse se fechando ao meu redor
SeleneLevo minhas mãos aos fios macios de seus cabelos, e ele abre um sorriso mesmo que seja quase impossível de se perceber. O que você está fazendo Selene? É suposto ficar longe de homens bonitos, mas eu só quero tocar nele. Talvez ele seja diferente.— Por que Cinerária? — Tento alinhar alguns fios rebeldes e sem querer toco em seu rosto, sua barba rasa provoca uma sensação agradável em minha palma e não consigo tirar meus olhos dos seus ou dos seus lábios.— Por que não todas as flores? O encanto delas lembra o seu, Cara mia Cinerária, Gérbera, Narcisos, Tulipas, Margaridas, violetas, você possui a essência de todas elas. — Sinto suas mãos descendo até minha cintura e ali repousar não avançado mais nem um centímetro.— Como você pode gostar de alguém que não conhece? — Quem gosta de uma flor á arranca, quem ama cultiva, cuida dela e faz ela brilhar. Para que uma flor não murche ela requer cuidados, e você é a minha.Minha respiração se torna escassa e meu coração parece querer p