Um mês depois.
Véspera de Natal Selene Dia do casamento. O sentimento de culpa praticamente quase que foi embora. Nunca mais mantive contacto com Vinícius e Alice nunca tentou se comunicar comigo. Me sinto inquieta, e meu coração palpita com a estranha sensação de que algo vai acontecer, e sabe quando seu olho esquerdo treme sem parar e dizem que é um mau presságio. Bom meu mau presságio vem a dobrar então pós rachei o espelho sem quer. Espero que o dia de hoje não tenha tendências a piorar, é o casamento da minha irmã. — Sério que você vai de allstars? — Bria me encara incrédula. — O salto é alto de mais e meus pés andam um pouco doloridos ultimamente. — Falo terminando de atar os cadarços. — Também o vestido praticamente vare o chão ninguém vai notar. — Somos as damas as pessoas vão olhar primeiro para nós antes da noiva temos que estar apresentáveis. — Não ando me sentindo bem e estou numa maré de azar que se eu usar um salto é capaz de o casamento inteiro pegar fogo. — Não seja tão dramática, você está entrando na família dos sonhos de qualquer mulher no mundo. — Minha irmã é que está. — Digo. De princípio nunca gostei de Briana me parecia suspeita demais, mas com o tempo fui vendo que ela é uma pessoa legal. — Ela é mesmo sortuda. — Ela diz ajeitando seu vestido. — É. — Respondo não prolongando mais a conversa. — O que vocês ainda estão fazendo aí? Rápido para o altar a noiva já está pronta.– Mamãe fala nos apressando – Não se esqueçam das flores. Selene os resultados dos exames já saíram. — Você pode abrir mamãe depois é só me falar. Deve ser somente uma virose nada de mais, já estou me sentindo melhor. — Falo e ela sorri segurando minhas mãos sorrindo. — Logo logo será você meu amor, subindo no altar de véu e grinalda. — Ela diz entusiasmada. — Não vejo a hora. — Sorrio, mal posso esperar para arruinar a expectativa de todos. — Nossa Selene está parecendo uma velha cadê o ânimo, é o casamento da sua irmã! — Ela diz ajeitando a coroa de flores em minha cabeça. — Se você não se acalmar eu vou embora. — Meus sentidos todos ficam em alerta, eu conheço essa voz não pode ser. — Pronto. — Bria diz finalmente saindo da minha frente me dando a visão do homem conversando com Domenico. — Puta que pariu, pelo amor dos infernos. — Sibilo incrédula olhando para o homem desconhecido não tão desconhecido. — Ainda estamos na casa do senhor. — O padre repreende. — Me perdoe Padre. — Você no meu lugar não estaria tão calmo Dionísio. Também é mais fácil o inferno congelar do que você subir num altar. — Domenico diz tentando manter sua ansiedade e o padre olha para ele lançando um olhar de repreensão. — Perdão Padre. — Em breve estarei no seu lugar. — Ele diz olhando para mim. Eu deveria ter notado a semelhança entre eles tirando que Dionísio é o único que possui olhos verdes em sua família. Eu não acredito que transei com o irmão do meu cunhado. Pelos vistos eu devo ter feito muito mais do que Somente ter jogado pedra na cruz. Tenho um leve pressentimento dê que esse dia vai piorar. — Dionísio Moretti. — Bria sussurra de una forma estranha me deixando intrigada. — Você conhece ele?. — Quem não conhece o senhor perfeição!. — Você não gosta dele?. — É impossível gostar de alguém que não se conhece. — Por que você está tão interessada nele? Salva pelo gongo a marcha nupcial começa tocando e minha irmã caminha sorridente emanando uma alegria contagiante por segundos me fazendo esquecer que parte dos meus problemas está bem a minha frente. Minha mente insiste em continuar relembrando os poucos vislumbres de arrependimento daquela noite. Meus olhos encontraram os deles e em meio a uma multidão, os problemas somente pareciam resumidos a aquele simples momento. Será que ele se lembra de mim?. Da garota que entregou sua virgindade para um estranho. Ele deve estar me achando uma rameira, uma oferecida qualquer. Eu me entreguei de bandeja igual carne fácil não me surpreenderia se ele me chamar de oferecida, do jeito que minha vida vai de pior a ruim, e eu somente continuo descendo ladeira abaixo. Fiquei tão submersa em meus pensamentos e nele que esqueci do casamento. Acompanho as salvas de palmas sorrindo mesmo não sabendo o que está acontecendo. O padre finalmente declarou os dois marido e mulher de seguida eles se beijaram esquecendo que ainda estavam em uma igreja. Os recém casados estavam abrindo a pista de dança com a primeira valsa e eu resolvi me afastar devagar sem ninguém notar para o bar. Sabendo que não devo tentar esquecer dos meus problemas bebendo porquê da última vez deu errado entretanto sinto que vou precisar pelo menos de dois shots para conseguir ter forças para enfrentar o dia de hoje. — Um martini por favor. — Peço — Na verdade você pode juntar vodka, quer saber me dê a bebida mais forte que você tem. — Senhora isso é um casamento. — O barman diz. — Por isso preciso de álcool no sangue para aguentar um casamento. — Falo e pego duas taças de champanhe na bandeja de um dos rapazes. — Somente dóis shots então. Viro as duas taças de champanhe de uma só vez afogando as mágoas. — Abrirei uma exceção. — Ele diz me servindo os dois shots de tequila ou vodka não sei. — Nem pense nisso Selene Santorini. — Gaspar pega a taça da minha mão. — Você está maluca de voltar a beber igual uma condenada?. — Dionísio. — Falo respirando fundo. — O que tem ele? — Ele questiona. — Ele é o cara desconhecido com quem transei. — Puta que pariu. — Eu também disse a mesma coisa. Me dê pelo menos um copo. — Suplico e ele me entrega sua taça de champanhe. — Preciso de algo forte Gaspar. — É champanhe ou nada, eu não vou deixar você se lascar mais do que já está. — Caraças. você tá péssima. — Bria diz — Isso é bebida a sério?. — Toma. — Gaspar entrega minha bebida a ela. — Ei isso era meu. — Resmungo. — Você não pode tomar bebidas alcoólicas! — A voz que vem atormentando meus pensamentos e molhando minhas calcinhas diz tirando a taça da minha mão. — E quem você acha que é para me dizer o que eu posso fazer ou não?. — Estou dizendo que você não vai beber. — Ele declara autoritário. — O facto de a gente ter ficado só uma vez não te torna no meu tutor. Aconteceu acabou não venha para cima de mim como se nós nos conhecêssemos á anos. — Puta que pariu, você deu para outro homem. Jesus Selene. — Bria fala. — Você desobedeceu sua mãe e perdeu a virgindade com um cara que não é seu noivo. Garota você é corajosa. — Venha vamos conversar. — Dionísio ordena. — Eu não tenho nada para conversar com você. — Digo me levantando do banco me afastando dele. — Selene. — Respiro fundo contando até três somente para encarar Vinícius. — O que você quer? — Nós vamos conversar por bem ou eu tenho que fazer um escândalo? Respiro fundo e ele segura meu pulso me puxando até a mesa do DJ, aqui a música está alta e ninguém vai nos escutar. — Da para soltar meu braço agora. — Digo me soltando, ele encara para mim com uma cara nada boa e passa as mãos pelos cabelos. — Você transou com aquele cara?. — Se transei ou não isso não te diz respeito. — Você é minha noiva e sai por aí igual uma puta dando para o primeiro homem que vier, você é mesmo uma sem vergonha, depois de tudo que eu disse você ainda me traiu!. — A vai se foder com sua namoradinha que você ganha mais. A hipocrisia corre mesmo em suas veias, você não tem o direito de me pedir explicações sendo que foi você quem me traiu primeiro, você e a Alice vinham me traindo a meses. Eu e você terminamos ponha isso na sua cabeça. — Você desohonrou sua família, seu noivo entregando sua virgindade para outro homem, Achei que depois da nossa última conversa você havia entendido como as coisas funcionam. — Cuida da sua vida que da minha cuido eu. Você fodeu outra garota que nesse caso era minha amiga e eu fodi com outro cara, estamos quites. — Parem vocês dois! — Donna grita nos fazendo encara-lá. — O microfone está ligado todo mundo escutou a vossa conversa. Meu coração deu um pulo tão forte que até achei que iria furar minha caixa. As palavras de Donna ecoam em minha mente lentamente, todo mundo escutou nossa conversa. Minha mãe. Donna me olha triste e vem me abraçar porém eu não consigo devolver seu abraço, estou feita. — Solta essa sem vergonha. — Minha mãe separa nós duas. Parte dos convidados gritam surpresos pelo tapa que ela me deu, meu rosto vira por lado ardendo na metade em que sua mão acertou. — Mamãe porquê a senhora fez isso? — Donna tenta se aproximar de mim mas ela impede. Levo minha mão ao lugar onde ela me bateu e sinto as lágrimas queimando meus olhos. — Me desculpa mãe. — Sussurro com a voz embargada. — Cala boca que eu não quero ouvir sua voz e eu não sou mais sua mãe sua vadia. — Ela cospe as palavras me fazendo cambalear e sinto braços me amparando. — Kátia aqui não é o momento nem hora. — Isabel diz me acalmando, porquê que ela não pode ser compreensível igual dona Isabel. — Vocês duas vinham me escondendo isso a muito tempo. Você encobriu as vergonhas de sua irmã. Meus parabéns Selene você conseguiu envergonhar sua família. Os resultados deram positivo para gravidez, Você perdeu tudo, seu noivo, família. — Mamãe ela não errou sozinha, eu também errei, eu transei antes do casamento e vivi com Domenico todos esses meses fora de casa. — Donna declara e minha mãe nos olha incrédula. — Pelo menos você é casada, agora quem vai querer um fardo, uma garota grávida para casar, ninguém pós ela não passa de uma vagabunda. — Ela vocifera. — katia a menina errou mas não é preciso fazer uma tempestade num copo de água! — Victor diz. — Calma minha filha vai tudo ficar bem. Eu cuidarei de você e do seu bebê. — Isabel diz. — Você está perdendo seu tempo cuidando de uma puta que nem sabe quem é o pai dessa coisa que ela está esperando. — Ela diz fazendo meu coração se partir mais. As lágrimas caem aos montes em meu rosto e levo minhas mãos ao meu ventre, eu não posso estar grávida. Meu olhar encontra os dele caminhando até mim carregando uma fúria em seus olhos. Dionísio passou pelas pessoas e ficou de frente para minha mãe. — Se a senhora ousar mais uma vez levantar a mão para ela, dirigir mais uma palavra eu não responderei pelas minhas ações! — Ele avisa. — Não se meta em assuntos que não te dizem respeito Dionísio, eu falo como quiser com ela. Eu tenho vergonha de te chamar de filha Selene, quero que você saia da minha casa, arrume suas tralhas e vá embora. — Não é só por você ser a mãe dela que tem o direito de tratá-la assim. Selene não errou sozinha. Eu fui homem o suficiente para ficar com ela e agora serei o homem que ela precisa para cuidar dela e não vou permitir que você a faça sofrer! — Ele diz deixando todos surpresos. O olhar de raiva de Katia direcionado a ele foi de morte. Ele estende a mão para mim e sem pensar duas vezes eu aceito como se os braços dele fossem o lugar mais seguro em toda terra. Escondo minha cabeça na curvatura de seu pescoço me escondendo do mundo inteiro, de todos aqueles olhares judiadores e penosos. — Leva ela para casa querido. — Isabel diz. E sinto ele caminhando comigo me segurando como se eu não pesasse menos que uma pluma. — Ninguém vai te magoar enquanto eu estiver aqui, cuidarei de você Piccola! — Ele beija o topo de minha cabeça. Um homem de preto abre a porta do carro para nós, ele me ajuda a subir e me acomodar. Dionísio se senta ao meu lado e me puxa para seu ombro. Não consigo pensar em nada direito, tudo parece confuso, minha vida está numa completa confusão, estraguei o casamento da minha irmã, decepcionei minha mãe, perdi tudo e ainda terminei grávida, não dá para acreditar que minha vida está assim. — Para onde senhor? — O homem pergunta. — Para casa da senhorita Santorini. – O Homem assente dirigindo. — Pode chorar estou aqui para amparar suas lágrimas Fiore. — Ele diz acariciando meus ombros.SeleneFiquei parada por longos minutos na entrada da minha casa, minha antiga casa quis dizer, a mesma casa onde passei meus melhores e piores momentos, não acredito que estou saindo assim sem mais nem menos. Eu nem se quer estou saindo, fui expulsa sem piedade. Também não é como se minha mãe fosse me abraçar depois do que eu fiz.— Não vai entrar? — Ele pergunta me trazendo de volta a realidade. — Não sei se devo entrar. — Sorri fraca.— Se quiser podemos ir.— Agradeço o que você está fazendo por mim, mas, agora eu me viro você pode ir embora. — Falo limpando os resquícios de lágrimas em meu rosto com as mãos.— Eu não vou sair do seu lado Piccolla. — Ele se aproxima mais de mim, ficando a milímetros de distância, porém em nenhum momento tentou me tocar e eu agradecia por isso, sinto que se ele fizer isso eu seja capaz de me desfazer em lágrimas.Ignoro o que ele acabou de dizer e abro o pequeno portão entrando. Assim que vejo meu jardim as lágrimas insistem em voltar, quem cu
Selene— Entre. — Ele diz apontando para porta a seguir á do meu quarto.— O que tem ali dentro? — Questiono tocando na maçaneta cogitando a ideia de entrar porém a curiosidade grita para que eu entre.— Somente entre. — Nossa que humor do cão. Você não sabe sorrir não?— Temos que trabalhar na sua linguagem. Não é nada apropriada.— Sabe que mais eu vou entrar. Abro a porta entrando no quarto e sinto meu coração aquecer. Tapo minha boca andando devagar como se estivesse imersa naquele lugar. Uma cadeira de balanço, muitos puffs e ursinhos de pelúcia. Os ursinhos carinhosos. Me permito respirar e observar o resto das coisas, telas em branco, muitos pincéis, tintas, lápis, lápis de colorir. Até tem uma máquina de costura.— Como eu não sabia exatamente quais são seus hobbies eu coloquei todos.Sinto meus olhos ardendo e as lágrimas escapando, limpo elas rapidamente. Me viro passando por ele rapidamente saindo daquele lugar. Encaro o corredor tentando relembrar do caminho, e simplesme
DionísioNão acredito em destino nenhum, para mim as coisas são preditadas, somente as nossas escolhas fazem com que esse caminho mude, e eu escolhi largar minha obsessão e seguir meu caminho.Talvez seja ironia do destino me forçando a acreditar que ele talvez exista, colocando ela de novo em meus caminhos. 12 anos se passaram, 12 malditos anos lutando contra o desejo e a obsessão insana, eu tinha total conhecimento de que ela era estritamente proibida para mim. Foram anos de terapia, colégios militares e ate me alistei nas forças especiais, tudo isso para tirá-la da minha cabeça, ate que eu tentei, mas eu via ela em cada mulher, seu sorriso em meus sonhos e seus olhos avelã em cada canto. Eu estava doente, isso eu não poderia negar, ou somente estava apaixonado. Eu tentei voltar para Itália anos atrás porém minha mãe impediu, ela sabia que eu ainda não estava pronto para voltar a casa e encarar meus demônios, mas cedo ou tarde eu teria que voltar e o casamento de Domenico, foi o
SeleneQuando dizem que as coisas boas na vida não duram para sempre, é a mais absoluta verdade, a vida anda tão depressa que as vezes nos perdemos em pequenas coisas, perdemos tudo em frações de segundos, num minuto você é alguém e no outro não. Meu celular vibra e me pergunto se eu deveria atender, quando o nome de Gaspar aparece na tela respiro fundo atendendo.— Bom dia meu raio de sol.— Bom dia, como você está?— Liguei para saber como você está.— Estou bem, me adaptando a nova vida.— Ele te trata bem? — Tão bem que chega a ser sufocante, mas mudando de assunto, como vão as coisas por aí, está cuidando bem das minhas bebês?— Elas são minhas bebês também, mas esse lugar não é o mesmo sem você.— Você dará um jeito. — Não se Kátia decidir fechar.— O que, ela não faria isso.— Talvez ela não faça, só esteja blefando mas Selene, esse lugar está desmoronando.— Eu.. tenho que desligar. — Desligo e jogo o telefone na cama. Sinto como se o mundo estivesse se fechando ao meu redor
SeleneLevo minhas mãos aos fios macios de seus cabelos, e ele abre um sorriso mesmo que seja quase impossível de se perceber. O que você está fazendo Selene? É suposto ficar longe de homens bonitos, mas eu só quero tocar nele. Talvez ele seja diferente.— Por que Cinerária? — Tento alinhar alguns fios rebeldes e sem querer toco em seu rosto, sua barba rasa provoca uma sensação agradável em minha palma e não consigo tirar meus olhos dos seus ou dos seus lábios.— Por que não todas as flores? O encanto delas lembra o seu, Cara mia Cinerária, Gérbera, Narcisos, Tulipas, Margaridas, violetas, você possui a essência de todas elas. — Sinto suas mãos descendo até minha cintura e ali repousar não avançado mais nem um centímetro.— Como você pode gostar de alguém que não conhece? — Quem gosta de uma flor á arranca, quem ama cultiva, cuida dela e faz ela brilhar. Para que uma flor não murche ela requer cuidados, e você é a minha.Minha respiração se torna escassa e meu coração parece querer p
SeleneO ano novo é já amanhã e também o dia em que eu participarei da festa anual de dona Isabela como parte da família Moretti, na verdade Donatella quem fará parte oficialmente, eu sou Somente uma intrusa, um dano colateral, um tecido arrancando de um tapete para ser costurado em outro com amor e carinho.Cinco dias convivendo com Dionísio não foram tão ruins assim, até que eu gosto da companhia dele, mesmo que maior parte do tempo ele passe calado porém eu sei que ele está aqui, do meu lado.— Monalisa, olhos e mente na faca não em Dionísio. — Clarice diz me fazendo revirar os olhos de suas insinuações.— Acha mesmo que meus pensamentos giram em torno de Dionísio? — Volto minha atenção a chapa cortando os vegetais. Conheço Clarice a dois dias e posso dizer que sabe bem ter uma mulher nesse labirinto, mesmo que ela seja doida das ideas. Na verdade eu e ela não somos tão diferentes na aparência, as duas somos negras e pirada das ideias, sinto como se já nos conhecemos a anos.— Cor
Selene Ano novo Dionísio passa pela porta como sempre, sem pedir licença, caminhando em minha direção com uma sacola preta com o logo da Prada e uma caixa vermelha. — Obrigada por ter batido a porta. — Falo passando a loção em minha perna apoiada na beirada da cama. Ainda bem que eu tô de roupão, ficar nua em meu próprio quarto é um perigo já que Dionísio está sempre entrando sem pedir permissão. — Como você está? — Ele deixa a caixa e a sacola na cama. — Estaria melhor se você soubesse bater a porta. — Retruco e caminho até a penteadeira, pego no perfume e passo em meu corpo. — Minha casa e minha noiva não vejo a necessidade de tal ato. — Sua boca se curvou em um sorriso de satisfação mesmo com sua expressão fechada. — Pode ir tirando o cavalinho da chuva querido, meu quarto, minhas regras e eu não sou sua noiva! — Exclamo caminhando até ele e fico na frente dele — Pode sair do meu quarto. Para que eu possa me vestir senhor Moretti ou será que é pedir muito?. — Eu trouxe um
SeleneO quanto a música mais vai ficando para trás como uma memória do passado. Eu estou começando a odiar minha própria mãe, será que ela não pode tentar se colocar em meu lugar, está bem que minha vida não saiu como ela planejou mas isso não dá a ela o direito de me descartar igual lixo, um simples projeto fracassado. Passo a mão pelo rosto limpando as lágrimas que insistem em cair tentando ao máximo não atrai a atenção de Dionísio, ele abre a porta de um quarto e da espaço para que eu entre. O quarto está parcialmente inundado na escuridão a não ser pela luz do luar atravessando as janelas iluminando somente uma parte da cama. — Você está bem? — Posso não enxergar seu rosto direito mas suas esferas verdes parecem brilhar para mim tristes como se sentissem a mim. — Estou bem. — Sussurro engolindo o choro, dói tanto por dentro que chega a machucar por fora, seus braços me envolvem em um abraço reconfortante. Somente deixo que ele faça isso e tome parte da minha dor. — Você é mar