Selene
Todo mundo está animado e engajado em alguma conversa animada, não estou prestando muita atenção, na verdade eu nem queria estar sentada aqui somente brincando com a comida em meu prato já que toda minha fome e alegria foram quando Vinícius entrou por aquele porta como se nada tivesse acontecido, continuando a agir naturalmente como se ainda existisse algo entre nós, porém eu sempre corto suas palavras, não me interessa seus planos, eu não vou me casar com ele. — E Dionísio porquê ele não veio? — Minha mãe pergunta. — Desvio minha atenção do meu ex para a conversa deles. — Ontem o vi por alguns minutos na festa e desapareceu durante a noite toda. — Donna engata na conversa. — Você já viu ele? — pergunto surpresa. — Você não viu, ele estava na festa acho que em algum momento vocês se esbarraram. — Me desculpem por ele, as épocas festivas são sempre as mais agitadas. — Isabel diz e Nico finge uma tosse chamando a atenção de todos para ele. — Dionísio mesmo tendo completado todo trabalho, sempre procura outro só para não ficar sentado, acho que ele trabalha até dormindo. — Ele diz fazendo Victor gargalhar e Isabel lançar um olhar mortal prós dois. — Deve ser um homem muito ocupado, mas as vezes devemos tirar um tempo para família. — Jéssica diz e Vinícius tenta segurar minha mão porém eu disfarço colocando elas por baixo da mesa. — Ele não me parece homem comprometido, sendo que não tem tempo para quase nada. — Falo e Vinícius me encara sério. — Ele tem namorada? — Provoco. — Dionísio comprometido? — Domenico gargalha — Mais fácil o sol parar de brilhar do que meu irmão se envolver com alguém que não seja uma garota misteriosa que ninguém conhece. — Ele parece muito devoto a essa mulher. Pelo menos ele nunca trairia a noiva. — Alfineto e vejo Vinícius tensionando a mandíbula nervoso. — Por que você está tão interessada no irmão do seu cunhado? — Vinícius pergunta. — Curiosidade mesmo. — Respondo sorrindo. — Para onde você foi ontem? — Ele questiona me fazendo revirar os olhos. — — Procur p você e Alice, acredita que eu também não encontrei vocês! — Ironizo e Donna se engasga tossindo, Domenico oferece um copo de água para ela. — Vocês brigaram? — Victor questiona olhando para nós dois. — Nada de mais somente uma pequena desavença. — Vinícius diz me fazendo cerrar os dentes porém forçando o Sorriso. — Viu quando eu disse que você deveria ter avisado, seu noivo também estava preocupado com você. Você deve comunicar a ele sempre que for fazer alguma coisa. — Minha mãe diz me deixando espantada, eu sei dos seus pensamentos antiquados mas agora é exagero. — Eu já disse que ela não estava se sentindo bem. — Donna rebate. — Licença, vou me retirar não estou me sentindo muito bem. — Falo me retirando da mesa. Primeiro passo pela cozinha deixando meu prato quase intocado e sigo para o meu quarto. Esse quarto realmente está precisando de uma limpeza, quanta coisa espalhada pelo chão. Me jogo na cama e abraço o travesseiro. — O que você quer aqui? Vá embora nós não temos mais nada! – Pela fragrância de seu perfume sei que é ele o invasor. — Precisamos conversar. — declara se sentando em minha cama me fazendo levantar rapidamente e acertar o travesseiro em seu rosto. — A próxima coisa que vai voar em você será um abajur se você não sair do meu quarto agora. — Afirmo e ele se levanta da minha cama ajeitando seus cabelos. — Quem era àquele cara que saiu com você? — Do que você está falando, e mesmo se eu tivesse saido com alguém não seria problema seu. Agora saia do meu quarto, não estou pedindo. — Você sabe o que vai acontecer se nossas mães descobrirem. Não serei eu quem elas iram julgar, mas sim você. — Ele diz colocando suas mãos no bolso de sua calça. — Você não estava me satisfazendo enquanto namorada, por isso eu tive que procurar outra. Engulo seco, sentindo uma dor aguda nos meus pulmões, sei que tudo que ele está dizendo é verdade, minha mãe é capaz de me expulsar de casa ainda mais se descobrir que não sou mais virgem e de quebra nem conheço o homem com que perdi minha virgindade. — Você é inteligente Selene, sabe que se contar para ela estará lixando você própria. Nós somos o casal perfeito, e continuaremos sendo para o bem dos dois. Eu sou homem meu amor, você é somente uma mulher sabe o que sua mãe diria se você acabar com tudo!. — SAÍA DA PORRA DO MEU QUARTO. — Sibilo raivosa e ele sorri. — Você vai fazer a coisa certa Selene, que é se manter calada, nós iremos nos casar como planejado, eu farei minha vida e você irá fingir que está feliz cuidando dos nossos filhos e dos da Alice pós é ela quem eu amo, não você nunca foi você. — Porquê você não fica com ela então? — Jogo um sapato nele porém ele se esquiva. — Fica com ela e me esqueça. — Até ao alter Selene. — Seu filho de uma puta, puta que te pariu Vinícius, eu amaldiçoo o dia em que te conheci. — Você é uma garota esperta Selene. — Caminha até a porta e se vira — Pense bem no que fará a seguir. — Ele sai do quarto me deixando sozinha me remoendo de raiva a que não posso expelir, minha mãe nunca reagiria bem a essa informação. Me jogo na cama abafando meus gritos no travesseiro. Eu peço perdão se na vida passada joguei pedra na cruz mas esse mês tem tendência de ir de mau a pior. ________________D&S_______________ DUAS SEMANAS DEPOIS Meu estômago anda as voltas a medida que Donatella também anda de um lado pro outro me deixando zonza e com vontade de vomitar. — Olha Donna se você não parar vai acabar furando o chão. — Briana diz comendo alguns salgadinhos de queijo. — Isso está divino, você deveria vir mais vezes ao ateliê. — Você está me deixando enjoada. — Digo fazendo Donna finalmente parar. — E da par você por favor ir comer esses salgadinhos longe de mim. — Digo olhando feio para Briana. — Você adora os salgadinhos porquê não está comendo hoje? — Bria pergunta tentando ser gentil. — Não estou para cabeça nem estômago para coisas que gosto ou não. — respondo. Ter que aturar minha mãe e Jéssica falando sobre o noivado que nunca irá acontecer é desgastante, e pior que eu ainda não encontrei o momento certo para contar a verdade. — Não quer nem um pouquinho? — Insiste praticamente colocando um salgado em minha frente. — Eu falei não. — Digo ríspida e ela se afasta percebendo que não estou no ânimo. — Não está mais aqui quem falou. — Levanta as mãos em paz. — O que está acontecendo? — O vestido está atrasando, a mamãe já deveria estar aqui, está quase tudo me deixando maluca espero que você esteja cuidando das flores Selene não posso ter mais um imprevisto. — Ela diz respirando fundo. — Desculpa a demora queridas. — Mamãe diz e Donna abraça ela respirando mais aliviada. — Ainda bem que a senhora chegou. — Ela diz. — O que aconteceu?. — Estão dando os últimos retoques no vestido e a noiva aqui está achando que vai levar um ano para terminarem ele. — Bria diz. — Nós ja tentamos fazer com que ela se acalme, mas como a senhora mesmo viu. — Falo. — É normal a noiva estar ansiosa, o casamento está próximo, você verá quando for a sua vez!. — Minha mãe diz me fazendo engolir seco e forçar meu melhor Sorriso, ultimamente venho fingindo muito isso. — Eu adoraria ficar com vocês mas tenho flores para organizar e uma noiva para fazer feliz. — Digo me levantando. — Vai lá que Gaspar está sobrecarregado. — Minha mãe diz. — Eu já vou e não se preocupe as flores estão em boas mãos. ________________D&S_______________ Coloco o caderno de anotações no bolso do meu avental e limpo o suor da minha testa, Gaspar me olha indignado com tudo que acabei de contar a ele. — Agora somos só nós dois pelos vistos. — Dou alguns tapinhas em seu ombro. — Mas que filho da puta além de traidor é manipulador e chantagista! — Meu amigo diz — Eu vou matar aquele desgraçado. — Não faça isso eu já tenho um plano. Vou arrastar toda essa loucura até o altar e simplesmente direi não quando for a hora. — Antes que dona Kátia te dissecar, e ela vai depois que você fizer isso podemos pelo menos dar um troco nele? — Eu dei mas não disse. — O que você fez? — Eu praticamente dei, mas não me orgulho muito. — Do que você está falando.... Espera aí, você deu deu, tipo deu o lacre?. — Eu estava irritada e acabei bebendo demais e transei com um desconhecido. — Você tá brincando. Me diga que você está brincando. — Eu estava bêbada, não completamente e acabei transando com um homem casado. — Me diga que isso não tem como piorar por favor. — Até que estou seguindo em frente normalmente, com o sentimento de culpa mas eu não sou a culpa, eu não destruí um casamento. — Seria cômico se não fosse trágico. Mas me diga vocês usaram camisinha?. — Claro que usamos. — Corna sim, mamãe não. — Não fode Gaspar. — Não acha que você andou fazendo isso demais? —Estou me arrependendo.Um mês depois. Véspera de Natal Selene Dia do casamento. O sentimento de culpa praticamente quase que foi embora. Nunca mais mantive contacto com Vinícius e Alice nunca tentou se comunicar comigo. Me sinto inquieta, e meu coração palpita com a estranha sensação de que algo vai acontecer, e sabe quando seu olho esquerdo treme sem parar e dizem que é um mau presságio. Bom meu mau presságio vem a dobrar então pós rachei o espelho sem quer. Espero que o dia de hoje não tenha tendências a piorar, é o casamento da minha irmã. — Sério que você vai de allstars? — Bria me encara incrédula. — O salto é alto de mais e meus pés andam um pouco doloridos ultimamente. — Falo terminando de atar os cadarços. — Também o vestido praticamente vare o chão ninguém vai notar. — Somos as damas as pessoas vão olhar primeiro para nós antes da noiva temos que estar apresentáveis. — Não ando me sentindo bem e estou numa maré de azar que se eu usar um salto é capaz de o casamento inteiro pegar fogo.
SeleneFiquei parada por longos minutos na entrada da minha casa, minha antiga casa quis dizer, a mesma casa onde passei meus melhores e piores momentos, não acredito que estou saindo assim sem mais nem menos. Eu nem se quer estou saindo, fui expulsa sem piedade. Também não é como se minha mãe fosse me abraçar depois do que eu fiz.— Não vai entrar? — Ele pergunta me trazendo de volta a realidade. — Não sei se devo entrar. — Sorri fraca.— Se quiser podemos ir.— Agradeço o que você está fazendo por mim, mas, agora eu me viro você pode ir embora. — Falo limpando os resquícios de lágrimas em meu rosto com as mãos.— Eu não vou sair do seu lado Piccolla. — Ele se aproxima mais de mim, ficando a milímetros de distância, porém em nenhum momento tentou me tocar e eu agradecia por isso, sinto que se ele fizer isso eu seja capaz de me desfazer em lágrimas.Ignoro o que ele acabou de dizer e abro o pequeno portão entrando. Assim que vejo meu jardim as lágrimas insistem em voltar, quem cu
Selene— Entre. — Ele diz apontando para porta a seguir á do meu quarto.— O que tem ali dentro? — Questiono tocando na maçaneta cogitando a ideia de entrar porém a curiosidade grita para que eu entre.— Somente entre. — Nossa que humor do cão. Você não sabe sorrir não?— Temos que trabalhar na sua linguagem. Não é nada apropriada.— Sabe que mais eu vou entrar. Abro a porta entrando no quarto e sinto meu coração aquecer. Tapo minha boca andando devagar como se estivesse imersa naquele lugar. Uma cadeira de balanço, muitos puffs e ursinhos de pelúcia. Os ursinhos carinhosos. Me permito respirar e observar o resto das coisas, telas em branco, muitos pincéis, tintas, lápis, lápis de colorir. Até tem uma máquina de costura.— Como eu não sabia exatamente quais são seus hobbies eu coloquei todos.Sinto meus olhos ardendo e as lágrimas escapando, limpo elas rapidamente. Me viro passando por ele rapidamente saindo daquele lugar. Encaro o corredor tentando relembrar do caminho, e simplesme
DionísioNão acredito em destino nenhum, para mim as coisas são preditadas, somente as nossas escolhas fazem com que esse caminho mude, e eu escolhi largar minha obsessão e seguir meu caminho.Talvez seja ironia do destino me forçando a acreditar que ele talvez exista, colocando ela de novo em meus caminhos. 12 anos se passaram, 12 malditos anos lutando contra o desejo e a obsessão insana, eu tinha total conhecimento de que ela era estritamente proibida para mim. Foram anos de terapia, colégios militares e ate me alistei nas forças especiais, tudo isso para tirá-la da minha cabeça, ate que eu tentei, mas eu via ela em cada mulher, seu sorriso em meus sonhos e seus olhos avelã em cada canto. Eu estava doente, isso eu não poderia negar, ou somente estava apaixonado. Eu tentei voltar para Itália anos atrás porém minha mãe impediu, ela sabia que eu ainda não estava pronto para voltar a casa e encarar meus demônios, mas cedo ou tarde eu teria que voltar e o casamento de Domenico, foi o
SeleneQuando dizem que as coisas boas na vida não duram para sempre, é a mais absoluta verdade, a vida anda tão depressa que as vezes nos perdemos em pequenas coisas, perdemos tudo em frações de segundos, num minuto você é alguém e no outro não. Meu celular vibra e me pergunto se eu deveria atender, quando o nome de Gaspar aparece na tela respiro fundo atendendo.— Bom dia meu raio de sol.— Bom dia, como você está?— Liguei para saber como você está.— Estou bem, me adaptando a nova vida.— Ele te trata bem? — Tão bem que chega a ser sufocante, mas mudando de assunto, como vão as coisas por aí, está cuidando bem das minhas bebês?— Elas são minhas bebês também, mas esse lugar não é o mesmo sem você.— Você dará um jeito. — Não se Kátia decidir fechar.— O que, ela não faria isso.— Talvez ela não faça, só esteja blefando mas Selene, esse lugar está desmoronando.— Eu.. tenho que desligar. — Desligo e jogo o telefone na cama. Sinto como se o mundo estivesse se fechando ao meu redor
SeleneLevo minhas mãos aos fios macios de seus cabelos, e ele abre um sorriso mesmo que seja quase impossível de se perceber. O que você está fazendo Selene? É suposto ficar longe de homens bonitos, mas eu só quero tocar nele. Talvez ele seja diferente.— Por que Cinerária? — Tento alinhar alguns fios rebeldes e sem querer toco em seu rosto, sua barba rasa provoca uma sensação agradável em minha palma e não consigo tirar meus olhos dos seus ou dos seus lábios.— Por que não todas as flores? O encanto delas lembra o seu, Cara mia Cinerária, Gérbera, Narcisos, Tulipas, Margaridas, violetas, você possui a essência de todas elas. — Sinto suas mãos descendo até minha cintura e ali repousar não avançado mais nem um centímetro.— Como você pode gostar de alguém que não conhece? — Quem gosta de uma flor á arranca, quem ama cultiva, cuida dela e faz ela brilhar. Para que uma flor não murche ela requer cuidados, e você é a minha.Minha respiração se torna escassa e meu coração parece querer p
SeleneO ano novo é já amanhã e também o dia em que eu participarei da festa anual de dona Isabela como parte da família Moretti, na verdade Donatella quem fará parte oficialmente, eu sou Somente uma intrusa, um dano colateral, um tecido arrancando de um tapete para ser costurado em outro com amor e carinho.Cinco dias convivendo com Dionísio não foram tão ruins assim, até que eu gosto da companhia dele, mesmo que maior parte do tempo ele passe calado porém eu sei que ele está aqui, do meu lado.— Monalisa, olhos e mente na faca não em Dionísio. — Clarice diz me fazendo revirar os olhos de suas insinuações.— Acha mesmo que meus pensamentos giram em torno de Dionísio? — Volto minha atenção a chapa cortando os vegetais. Conheço Clarice a dois dias e posso dizer que sabe bem ter uma mulher nesse labirinto, mesmo que ela seja doida das ideas. Na verdade eu e ela não somos tão diferentes na aparência, as duas somos negras e pirada das ideias, sinto como se já nos conhecemos a anos.— Cor
Selene Ano novo Dionísio passa pela porta como sempre, sem pedir licença, caminhando em minha direção com uma sacola preta com o logo da Prada e uma caixa vermelha. — Obrigada por ter batido a porta. — Falo passando a loção em minha perna apoiada na beirada da cama. Ainda bem que eu tô de roupão, ficar nua em meu próprio quarto é um perigo já que Dionísio está sempre entrando sem pedir permissão. — Como você está? — Ele deixa a caixa e a sacola na cama. — Estaria melhor se você soubesse bater a porta. — Retruco e caminho até a penteadeira, pego no perfume e passo em meu corpo. — Minha casa e minha noiva não vejo a necessidade de tal ato. — Sua boca se curvou em um sorriso de satisfação mesmo com sua expressão fechada. — Pode ir tirando o cavalinho da chuva querido, meu quarto, minhas regras e eu não sou sua noiva! — Exclamo caminhando até ele e fico na frente dele — Pode sair do meu quarto. Para que eu possa me vestir senhor Moretti ou será que é pedir muito?. — Eu trouxe um