Capítulo 04

Selene

Todo mundo está animado e engajado em alguma conversa animada, não estou prestando muita atenção, na verdade eu nem queria estar sentada aqui somente brincando com a comida em meu prato já que toda minha fome e alegria foram quando Vinícius entrou por aquele porta como se nada tivesse acontecido, continuando a agir naturalmente como se ainda existisse algo entre nós, porém eu sempre corto suas palavras, não me interessa seus planos, eu não vou me casar com ele.

— E Dionísio porquê ele não veio? — Minha mãe pergunta. — Desvio minha atenção do meu ex para a conversa deles.

— Ontem o vi por alguns minutos na festa e desapareceu durante a noite toda. — Donna engata na conversa.

— Você já viu ele? — pergunto surpresa.

— Você não viu, ele estava na festa acho que em algum momento vocês se esbarraram.

— Me desculpem por ele, as épocas festivas são sempre as mais agitadas. — Isabel diz e Nico finge uma tosse chamando a atenção de todos para ele.

— Dionísio mesmo tendo completado todo trabalho, sempre procura outro só para não ficar sentado, acho que ele trabalha até dormindo. — Ele diz fazendo Victor gargalhar e Isabel lançar um olhar mortal prós dois.

— Deve ser um homem muito ocupado, mas as vezes devemos tirar um tempo para família. — Jéssica diz e Vinícius tenta segurar minha mão porém eu disfarço colocando elas por baixo da mesa.

— Ele não me parece homem comprometido, sendo que não tem tempo para quase nada. — Falo e Vinícius me encara sério. — Ele tem namorada? — Provoco.

— Dionísio comprometido? — Domenico gargalha — Mais fácil o sol parar de brilhar do que meu irmão se envolver com alguém que não seja uma garota misteriosa que ninguém conhece.

— Ele parece muito devoto a essa mulher. Pelo menos ele nunca trairia a noiva. — Alfineto e vejo Vinícius tensionando a mandíbula nervoso.

— Por que você está tão interessada no irmão do seu cunhado? — Vinícius pergunta.

— Curiosidade mesmo. — Respondo sorrindo.

— Para onde você foi ontem? — Ele questiona me fazendo revirar os olhos. —

— Procur p você e Alice, acredita que eu também não encontrei vocês! — Ironizo e Donna se engasga tossindo, Domenico oferece um copo de água para ela.

— Vocês brigaram? — Victor questiona olhando para nós dois.

— Nada de mais somente uma pequena desavença. — Vinícius diz me fazendo cerrar os dentes porém forçando o Sorriso.

— Viu quando eu disse que você deveria ter avisado, seu noivo também estava preocupado com você. Você deve comunicar a ele sempre que for fazer alguma coisa. — Minha mãe diz me deixando espantada, eu sei dos seus pensamentos antiquados mas agora é exagero.

— Eu já disse que ela não estava se sentindo bem. — Donna rebate.

— Licença, vou me retirar não estou me sentindo muito bem. — Falo me retirando da mesa.

Primeiro passo pela cozinha deixando meu prato quase intocado e sigo para o meu quarto. Esse quarto realmente está precisando de uma limpeza, quanta coisa espalhada pelo chão. Me jogo na cama e abraço o travesseiro.

— O que você quer aqui? Vá embora nós não temos mais nada! – Pela fragrância de seu perfume sei que é ele o invasor.

— Precisamos conversar. — declara se sentando em minha cama me fazendo levantar rapidamente e acertar o travesseiro em seu rosto.

— A próxima coisa que vai voar em você será um abajur se você não sair do meu quarto agora. — Afirmo e ele se levanta da minha cama ajeitando seus cabelos.

— Quem era àquele cara que saiu com você?

— Do que você está falando, e mesmo se eu tivesse saido com alguém não seria problema seu. Agora saia do meu quarto, não estou pedindo.

— Você sabe o que vai acontecer se nossas mães descobrirem. Não serei eu quem elas iram julgar, mas sim você. — Ele diz colocando suas mãos no bolso de sua calça. — Você não estava me satisfazendo enquanto namorada, por isso eu tive que procurar outra.

Engulo seco, sentindo uma dor aguda nos meus pulmões, sei que tudo que ele está dizendo é verdade, minha mãe é capaz de me expulsar de casa ainda mais se descobrir que não sou mais virgem e de quebra nem conheço o homem com que perdi minha virgindade.

— Você é inteligente Selene, sabe que se contar para ela estará lixando você própria. Nós somos o casal perfeito, e continuaremos sendo para o bem dos dois. Eu sou homem meu amor, você é somente uma mulher sabe o que sua mãe diria se você acabar com tudo!.

— SAÍA DA PORRA DO MEU QUARTO. — Sibilo raivosa e ele sorri.

— Você vai fazer a coisa certa Selene, que é se manter calada, nós iremos nos casar como planejado, eu farei minha vida e você irá fingir que está feliz cuidando dos nossos filhos e dos da Alice pós é ela quem eu amo, não você nunca foi você.

— Porquê você não fica com ela então? — Jogo um sapato nele porém ele se esquiva. — Fica com ela e me esqueça.

— Até ao alter Selene.

— Seu filho de uma puta, puta que te pariu Vinícius, eu amaldiçoo o dia em que te conheci.

— Você é uma garota esperta Selene. — Caminha até a porta e se vira — Pense bem no que fará a seguir. — Ele sai do quarto me deixando sozinha me remoendo de raiva a que não posso expelir, minha mãe nunca reagiria bem a essa informação.

Me jogo na cama abafando meus gritos no travesseiro. Eu peço perdão se na vida passada joguei pedra na cruz mas esse mês tem tendência de ir de mau a pior.

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DUAS SEMANAS DEPOIS

Meu estômago anda as voltas a medida que Donatella também anda de um lado pro outro me deixando zonza e com vontade de vomitar.

— Olha Donna se você não parar vai acabar furando o chão. — Briana diz comendo alguns salgadinhos de queijo. — Isso está divino, você deveria vir mais vezes ao ateliê.

— Você está me deixando enjoada. — Digo fazendo Donna finalmente parar. — E da par você por favor ir comer esses salgadinhos longe de mim. — Digo olhando feio para Briana.

— Você adora os salgadinhos porquê não está comendo hoje? — Bria pergunta tentando ser gentil.

— Não estou para cabeça nem estômago para coisas que gosto ou não. — respondo.

Ter que aturar minha mãe e Jéssica falando sobre o noivado que nunca irá acontecer é desgastante, e pior que eu ainda não encontrei o momento certo para contar a verdade.

— Não quer nem um pouquinho? — Insiste praticamente colocando um salgado em minha frente.

— Eu falei não. — Digo ríspida e ela se afasta percebendo que não estou no ânimo.

— Não está mais aqui quem falou. — Levanta as mãos em paz. — O que está acontecendo?

— O vestido está atrasando, a mamãe já deveria estar aqui, está quase tudo me deixando maluca espero que você esteja cuidando das flores Selene não posso ter mais um imprevisto. — Ela diz respirando fundo.

— Desculpa a demora queridas. — Mamãe diz e Donna abraça ela respirando mais aliviada.

— Ainda bem que a senhora chegou. — Ela diz.

— O que aconteceu?.

— Estão dando os últimos retoques no vestido e a noiva aqui está achando que vai levar um ano para terminarem ele. — Bria diz.

— Nós ja tentamos fazer com que ela se acalme, mas como a senhora mesmo viu. — Falo.

— É normal a noiva estar ansiosa, o casamento está próximo, você verá quando for a sua vez!. — Minha mãe diz me fazendo engolir seco e forçar meu melhor Sorriso, ultimamente venho fingindo muito isso.

— Eu adoraria ficar com vocês mas tenho flores para organizar e uma noiva para fazer feliz. — Digo me levantando.

— Vai lá que Gaspar está sobrecarregado. — Minha mãe diz.

— Eu já vou e não se preocupe as flores estão em boas mãos.

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Coloco o caderno de anotações no bolso do meu avental e limpo o suor da minha testa, Gaspar me olha indignado com tudo que acabei de contar a ele.

— Agora somos só nós dois pelos vistos. — Dou alguns tapinhas em seu ombro.

— Mas que filho da puta além de traidor é manipulador e chantagista! — Meu amigo diz — Eu vou matar aquele desgraçado.

— Não faça isso eu já tenho um plano. Vou arrastar toda essa loucura até o altar e simplesmente direi não quando for a hora.

— Antes que dona Kátia te dissecar, e ela vai depois que você fizer isso podemos pelo menos dar um troco nele?

— Eu dei mas não disse.

— O que você fez?

— Eu praticamente dei, mas não me orgulho muito.

— Do que você está falando.... Espera aí, você deu deu, tipo deu o lacre?.

— Eu estava irritada e acabei bebendo demais e transei com um desconhecido.

— Você tá brincando. Me diga que você está brincando.

— Eu estava bêbada, não completamente e acabei transando com um homem casado.

— Me diga que isso não tem como piorar por favor.

— Até que estou seguindo em frente normalmente, com o sentimento de culpa mas eu não sou a culpa, eu não destruí um casamento.

— Seria cômico se não fosse trágico. Mas me diga vocês usaram camisinha?.

— Claro que usamos.

— Corna sim, mamãe não.

— Não fode Gaspar.

— Não acha que você andou fazendo isso demais?

—Estou me arrependendo.

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