Selene O ano novo é já amanhã e também o dia em que eu participarei da festa anual de dona Isabela como parte da família Moretti, na verdade Donatella quem fará parte oficialmente, eu sou Somente uma intrusa, um dano colateral, um tecido arrancando de um tapete para ser costurado em outro com amor e carinho. Cinco dias convivendo com Dionísio não foram tão ruins assim, até que eu gosto da companhia dele, mesmo que maior parte do tempo ele passe calado porém eu sei que ele está aqui, do meu lado. — Monalisa, olhos e mente na faca não em Dionísio. — Clarice diz me fazendo revirar os olhos de suas insinuações. — Acha mesmo que meus pensamentos giram em torno de Dionísio? — Volto minha atenção a chapa cortando os vegetais. Conheço Clarice a dois dias e posso dizer que sabe bem ter uma mulher nesse labirinto, mesmo que ela seja doida das ideas. Na verdade eu e ela não somos tão diferentes na aparência, as duas somos negras e pirada das ideias, sinto como se já nos conhecemos a anos. —
Selene Ano novo Dionísio passa pela porta como sempre, sem pedir licença, caminhando em minha direção com uma sacola preta com o logo da Prada e uma caixa vermelha. — Obrigada por ter batido a porta. — Falo passando a loção em minha perna apoiada na beirada da cama. Ainda bem que eu tô de roupão, ficar nua em meu próprio quarto é um perigo já que Dionísio está sempre entrando sem pedir permissão. — Como você está? — Ele deixa a caixa e a sacola na cama. — Estaria melhor se você soubesse bater a porta. — Retruco e caminho até a penteadeira, pego no perfume e passo em meu corpo. — Minha casa e minha noiva não vejo a necessidade de tal ato. — Sua boca se curvou em um sorriso de satisfação mesmo com sua expressão fechada. — Pode ir tirando o cavalinho da chuva querido, meu quarto, minhas regras e eu não sou sua noiva! — Exclamo caminhando até ele e fico na frente dele — Pode sair do meu quarto. Para que eu possa me vestir senhor Moretti ou será que é pedir muito?. — Eu trouxe um
SeleneO quanto a música mais vai ficando para trás como uma memória do passado. Eu estou começando a odiar minha própria mãe, será que ela não pode tentar se colocar em meu lugar, está bem que minha vida não saiu como ela planejou mas isso não dá a ela o direito de me descartar igual lixo, um simples projeto fracassado. Passo a mão pelo rosto limpando as lágrimas que insistem em cair tentando ao máximo não atrai a atenção de Dionísio, ele abre a porta de um quarto e da espaço para que eu entre. O quarto está parcialmente inundado na escuridão a não ser pela luz do luar atravessando as janelas iluminando somente uma parte da cama. — Você está bem? — Posso não enxergar seu rosto direito mas suas esferas verdes parecem brilhar para mim tristes como se sentissem a mim. — Estou bem. — Sussurro engolindo o choro, dói tanto por dentro que chega a machucar por fora, seus braços me envolvem em um abraço reconfortante. Somente deixo que ele faça isso e tome parte da minha dor. — Você é mar
SeleneAcordei pela manha toda envergonhada pela sequencia de acontecimentos da noite anterior, se vergonha matasse eu estaria morta nesse exato momento. Eu definitivamente não deveria ter agido igual uma cadela no cio, da ultima vez em que pedi que ele me fizesse esquecer de tudo, terminei gravida e com um sentimento de culpa mais grande que o universo. Entretanto devo admitir que dormir aconchegada a ele foi uma das melhores sensações do mundo, eu acho que estou gostando do pai do meu filho mais do que eu deveria. Agora estou aqui olhando pro meu reflexo e não me arrependo pelas palavras trocadas entre mim e Kátia, mas sim sorrindo igual uma adolescente idiota apaixonada.— Fiore? — ele chama por mim batendo na porta. — Um minuto. — respondo esquecendo o que eu queria fazer, meu Deus se controle garota, ele é só um homem. Um minuto bonito, carinhoso e protetor.— Já se passaram um minuto, vou entrar. As engrenagens do meu cérebro voltam a funcionar e rapidamente corro até a port
SeleneDionísio meio que ficou me evitando desde que voltamos da casa de seus pais. Vou dar esse espaço para ele mas depois eu vou cumprir com o que prometi ou não me chamo Selene. Vou fazer Dionísio perder a cabeça e me levar junto para seu abismo.— Devo admitir Selene você é corajosa!. — Clarice bate palmas me olhando surpresa. Acabo de contar tudo que aconteceu desde ontem até da cena do carro mas não em detalhes — Mas não sei se sua coragem é normal.— Eu não vou desistir!.— Você é maluca e eu sei que não vai Selene mas você tem noção de que está grávida e seu noivo tem quase o dobro do seu tamanho e sem contar que tem problemas em controlar sua irá. — Namorado. — Corrijo — Não se preocupa eu não vou irritar ele só vou seduzir ele, relaxa Clarice.Meu celular apita com uma notificação e vejo uma mensagem de Dionísio pedindo para que eu me arrume e me encontre com ele lá fora.— Quer um conselho, quando estiverem sozinhos trate de usar uma lingerie bem provocativa e coloque uma
SeleneEu havia ligado o botão do foda-se, foda-se que eu te amo se você vira as costas para mim, não que eu estivesse zangada com Donatella, mas ela é minha irmã, deveria me apoiar nesse momento. Estou grávida e ainda nem consigo digerir a informação por completo, para mim é como se esse bebê não existisse mas todos os dias eu tinha que acordar com a prova de que tudo isso é realidade e em 7 meses e meio, essa criança virá ao mundo. Entretanto, levo a vida um dia de cada vêz, brigo quase sempre com Dionísio, por coisas mesquinhas, porquê é meu traço tóxico, tal como seus traços tóxicos eram a possessividade e os seus malditos ciúmes. Por esse pequeno detalhe eu deveria contar a ele que eu e Gaspar saimos quase todas as quartas feiras, mas não contei e nem contaria, a última coisa que eu queria era que ele me deixasse trancada naquela casa. — Estou cansada de não fazer nada, ficar sentada o dia inteiro está me matando. — Comento, olhando para as pessoas na praça em nossa volta. —
DionísioSelene estava me deixando cada dia mais velho, com sua petulância, ousadia e a boca ainda mais esperta. Aquela garota simplesmente não para quieta, só pode ser um castigo, um que adorarei imenso domar, mesmo que ela possua um espírito selvagem. — Você não vai. — Falo parado em frente a porta olhando para garota que bate o pé emburrada. — Ficará em casa, protegida do temporal.— Ah-Claro. — Revira os olhos cruzando os braços. — Eu não posso, mas você pode!— Tesoro, eu tenho que trabalhar, preciso retomar ao controle da vinha, estive muito tempo fora. — Então me leve com você. — Fala como se fosse simples, e é, mas eu não quero deixar ela sozinha enquanto passo o dia trancado em salas de reuniões. Sei que todos homens caíram em cima dela igual abutres, sua beleza não passa despercebido, muito mais agora com a gravidez. — Lembra do temporal?— Você está exagerando. O temporal está previsto para quase meia noite. — Melhor prevenir que remediar. — E o que eu faço sozinha, a
Selene Me levanto e volta por uma fragrância masculina, uma fragrância cítrica e amadeirada. Me espreguiço absorvendo os últimos acontecimentos, o quarto parecia diferente e me levou alguns segundos até que eu me apercebesse que eu não estava em meu quarto. Ele me trouxe para seu quarto? Que horas ele chegou? Quando foi que eu dormi esperando por ele? Erão tantas questões, mas a principal era, onde ele está? Seu quarto é a definição de impecável, tudo parece meticulosamente organizado nem se quer uma meia está fora de lugar. Me levanto e percebo que estou vestindo um pijama, utente e confortável, minhas bochechas coram pensando nele me trocando a meio da noite. calço minha pantufas e caminho ainda grogue pelo sono. Chego ao pé da escada e sinto o cheiro de uma fragrância feminina, muito forte que chega a causar náuseas? Quem será? Clarice que não é, e eu amo o aroma dela mas esse perfume está me deixando doente, seguro a respiração pensando em desistir e voltar pro quarto, mas