Capítulo 01

Selene

As coisas andavam meio corridas ultimamente, especialmente com o aniversário, o noivado e o casamento da minha irmã. tudo é surreal demais, ainda não me acostumei com o facto de ela ter se mudado para morar mais próximo do trabalho e agora ela iria se casar com seu chefe. Quando dizem que Deus tem seus preferidos, Donatella faz parte dessa lista de pessoas escolhidas.

Ela acertou em cheio e arranjou um homem gato, lindo, gentil, atencioso, rico e de quebra trata ela como se fosse uma rainha e só falta beijar o chão que ela pisa. Domenico Moretti, um cara legal mas eu nunca diria isso em sua cara. ele meio que vai ficar se achando. Também sendo um dos homens mais lindos e ricos de toda Itália eu também me acharia.

A família Moretti é dona de um império passado de gerações á gerações, eles estão nos negócios de vinho a mais de 1 século, e com o tempo, os negócios só parecem se expandir, além de serem os maiores e melhores produtores de vinho do mundo, eles são donos de hotéis, e possuem ações em poucas empresas, sem contar que eles são os maiores beneficiários de Florença.

Até parece que foi ontem que ela tinha 10 e eu 8 anos, correndo pela casa implicando uma com a outra, enquanto o papai pedia para ficarmos quietas. Nós sempre nos protegemos, nós apoiamos, éramos inseparáveis e agora sinto que ela está escorregando por entre meus dedos, sei que Toscana é perto, algumas horinhas de viagem, mas as coisas não deram mais as mesmas, faz tempo que já não são, eu contínuo em Siena, com a nossa mãe, mas sinto falta da minha irmã.

Desde que o nosso pai morreu muita coisa mudou, a mamãe mudou, ela se tornou mais rígida e controladora, a vida mudou, nós crescemos e ganhamos responsabilidades, eu bem tanto, ainda dou dores de cabeça para nossa mãe. Principalmente desde que ela e á amiga dela, dona Jessica me pressionaram tanto e que agora estou noiva de Vinícius, com um casamento marcado.

— Câmbio, câmbio borboleta amarela falando. — Como se ela estivesse lendo meus pensamentos o telefone via satélite toca.

Meu coração pula se enchendo de alegria, apesar de falarmos pelo celular todo dia, só usamos os esse celular para pedir ajuda, uma ideia que tive na adolescência, não podíamos conversar com a nossa mãe controlando nossos celulares constantemente, eu sei que ela teve minha irmã muito jovem e talvez o medo dela fosse que nós cometessemos o mesmo erro.

— Câmbio, borboleta turquesa escuto. — Ela sorri e quase consigo imaginar suas feições leves e não consigo resistir a acompanhar ela.

— Lene... — Ela sussurra mudando drasticamente, nem parecia a mulher que sorria segundos atrás — A mamãe vi me matar?

— O que aconteceu? — pergunto apreensiva, e sinto minhas articulações travando pela ânsia, respiro fundo me controlando para não estalar os dedos ou qualquer parte do corpo.

— Estou morando com Domenico!

— Você me assustou Donna, e eu aqui achando que era alguma coisa grave. — Respiro aliviada — Me diga algo que eu não saiba.

— Não estou no apartamento dele em toscana, mas sim em Siena.

— Figlia di una cagna. — insulto me sentindo traída. — Não achou que seria uma boa ideia me contar esse pequeno detalhe? — Ironizo.

— Primeiro, se a mamãe pega você falando palavrão você tá ferrada e segundo eu transei com o Nico.

— A mamãe está lá dentro ela nem... — Travo percebendo depois o peso de suas palavras. — Você o quê? — Grito tão alto que até os pobres dos passarinhos voam para longe.

— Não grita, sua anta. Tá ficando surda?

— A caminho. — declaro me levantando, desamarro o avental e sacudo a terra em minha calça.

— Vem de metro é mais seguro para as pessoas,

— Eu sou uma excelente piloto de scooters. — Rebato sua provocação com o meu modo de ultrapassar os limites e infringir as leis de trânsito em uma mini scooter turquesa.

— Eu não irei pagar sua multa dessa vez, quem sabe assim a mamãe fique sabendo e você se desfaz dessa coisa.

— Não é uma coisa, é a scooty, presente de aniversário do papai. — O último aniversário meu em que ele participou. — E você somente pagou a multa duas, talvez três ou quatro, tá bom foram muitas e eu perdi a licença mas vê pelo lado positivo, não sou eu quem estou enrascada até o pescoço.

— Muito engraçadinha. Preciso desligar não se atrase.

— Pode deixar chefinha, câmbio desligo.

Pego minha bolsa no quarto e saio de mansinho tentando não fazer barulho, minha mãe está de costas mexendo em algo na cozinha então me apresso a chegar a porta da frente.

— Onde a senhoria acha que vai?

— Merda. — Praguejo baixo e me viro encarando uma Kátia com cara de poucos amigos. — Houve um problema com o véu e Donna pediu que eu fosse lá conferir, coisas de dama de honra. — Minto descaradamente, quando se tem uma mãe super protetora, mentir tornasse essencial.

— Aproveite e diga para sua irmã sair daquele lugar apertado que ela chama de apartamento e procurar um mais espaçoso. — Diz mal sabendo que a filha não vive mais em um apartamento compartilhado faz meses.

— Verei o que posso fazer.

— Volte cedo, Vini vem jantar aqui hoje. Não deixe seu noivo esperando.

— Está bem mamãe. — Sinto um gosto amargo toda vez que ela menciona Vinícius. Com o tempo nos tornamos bons amigos, tão bons que em quase dois anos de namoro nós só nos beijamos duas vezes.

Sorrio escondendo a dor de barriga repentina e me apresso a fugir de mais qualquer pergunta. Subo na Scooty acelerando estrada a dentro, faço tantas ultrapassagens que recebo muita buzina reaprendendo.

— Desculpa gente, é uma emergência! — Grito.

Estaciono no lobby do hotel, e cumprimento alguns trabalhadores sorridente, tem suas vantagens ser cunhada do dono do hotel, eu venho e Sião quando quero, mesmo Nico me expulsando um milhão de vezes. Encaro meu inimigo mortal ponderando ir pelas escadas, o homem não podia escolher viver alguns andares mais para baixo? Tinha que ser na m*****a cobertura onde eu sou obrigada a entrar em um elevador?

Fico alguns segundos esperando que alguém apareça e entre, para que eu possa fazer o mesmo e fingir que não morro de medo de elevadores, é assim que tenho feito nos últimos meses. Um casal entra e aproveito a deixa para entrar, e me arrependo pós os pombinhos nem esperaram que as portas se fechassem e começaram se pegando na maior putaria, como se não tivesse mais ninguém no elevador.

Olho para parede desviando a atenção da cena porno que se desenrola bem na minha frente, se eu estou constrangida com os gemidos e a cena em si, nem imagino o pobre do elevador e quantas dessas baixarias ele ja presenciou.

— Mulher abra essa porta. — Grito eufórica batendo na porta igual uma louca.

— Vai acabar partindo a porta de tanto bater!. — Ela indaga revirando os olhos me dando espaço para que eu passe.

Dou graças a Deus pelos modelos de reprodução terem saído, mas a parte ruim foi ficar sozinha, assim que as portas se abrem na suite, bato na porta da frente apressada.

—Chegou rápido.

— Meu vulgo é Toretto. — respondo indo direito para geladeira, procura algo para comer e beber.

— Cade o irmã sinto saudades?

— No mesmo lugar em que você enfiou, a parte em que você dizia " oi Selene, estou de volta a Siena".

Me jogo no sofá e dou tapinhas para que ela venha se sentar, como nós velhos tempos em que ela me contava de algum paixonite.

— E aí como foi, doeu, ele foi carinhoso?

— Uma pergunta de cada vez Holmes!

— Desembucha mulher, eu não percorri quase 10km para ficar escutar você me enrolando.

— Você tem que deixar de ser tão fofoqueira Lene.

— Achou que eu fosse ficar quieta depois da bomba que você jogou? — Ela sorri mordendo os lábios e coloca alguns de seus cachorros atrás da orelha.

— Ahhh foi incrível. — Suspira toda sorridente jogando a cabeça para trás — Muito paciente e compreensível, meu Deus Selene, acho que cheguei nas nuvens. — Sorri igual uma boba apaixonada.

— Doeu, me fala mulher to curiosa.

— Não vou te mentir, doeu e ainda sinto como se ele estivesse dentro de mim.

— Sua safada. — Bato em seu ombro — E aí, o sexo oral é bom?

— Não é só porquê você é minha confidente que eu vou te contar tudo Selene. Limites.

— Ha qual é. você é muito desmancha prazeres. Alice me conta todos os detalhes.

— Desde quando ela tem namorado?

— 1 Ano acho eu.

— Qual é Donna.... só um pouquinho.

— Foi incrível, as coisas que ele faz com a língua. nossa senhora maria Jose.

— Eu sabia que vocês dois juntos não durariam muito.

— Você não presta Selene Santorini.

— Nunca prestei mesmo.

— E se a mamãe olhar para mim e perceber que eu não sou mais virgem? — Me encara apreensiva.

— Minha boca é um túmulo!

— Você conhece Katia Santorini, assim que ela colocar os olhos em mim estou ferrada.

— Fácil, é só desviar a atenção dela para as coisas do seu casamento e o meu, você sabe como ela é obcecada com a Selene. — Ironizo.

— Você tem a certeza disso?

— Certeza de o que?.

— O seu casamento!

— O que tem meu casamento?

— Você nunca teve a oportunidade de gostar de outra pessoa, somente do Vinícius.

— Eu gosto dele, ele foi meu primeiro namorado, nós somos perfeitos um para o outro.

— Você sabe que não precisa fazer tudo que a mamãe quer.

— Você ainda tem aqueles salgadinhos que eu amo? — Pergunto desviando a atenção e ela balança a cabeça e aponta pra cozinha.

— Prateleira de cima.

Me levanto indo até a cozinha, olho para bendita prateleira centímetros acima da minha cabeça e praguejo internamente, será que é crime fazer coisas da altura de pessoas normais?

— Peça ajuda Seleninha. — Nico bagunça meus cachos, e mal estica seu braço e pega o pacote — Toma. — Ele me entrega os salgadinhos.

— Só por isso eu vou ignorar que você estragou meus cachos lindos.

— Um obrigada seria ótimo.

— Não fez mais do que sua obrigação como cunhado.

— Mande beijos pro Gaspar.

— Será dado.

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