"Um Ano Para Curar: A Enfermeira e o Milionário" conta a história de Amelia Jones, uma mulher que sempre teve o azar como companheiro fiel. Após uma proposta irrecusável para cuidar de um homem rico em uma cadeira de rodas, ela vê a oportunidade de mudar sua vida e realizar seu sonho de estudar Literatura na Europa. Mas cuidar de Alexander Alderidge, um homem controlador, cínico e arrogante, não será uma tarefa fácil. Enquanto Amelia lida com os problemas diários do cuidado de um paciente, ela também precisa enfrentar o passado doloroso que a persegue. Alexander, por sua vez, também tem suas feridas abertas pelo tempo, e ambos precisam curar não apenas as pernas dele, mas também suas próprias almas. Ao longo de um ano, esses dois personagens tão diferentes, mas tão parecidos em suas dores, vão descobrir que a vida pode ser imprevisível e que o amor pode surgir nos lugares mais improváveis. Uma história emocionante sobre superação, amadurecimento e a busca pela felicidade.
Ler maisO olhar de Amélia encontrava o de Alexander no altar.Ela segurava um lindo buquê de Magnólias-brancas que deixavam o perfume exalar pelo ambiente da sala da residência Alderidge em New York.Era janeiro e a neve havia parado recentemente de cair. O clima frio e os jardins cobertos pelo manto gelado deixava um clima mais aconchegante ao casamento.Todos estavam reunidos na grande sala, com a lareira acessa e algumas cadeiras decoradas para os poucos convidados.Alexander piscava para Amélia, dando-lhe um sorriso charmoso.O juiz de paz estava à frente, segurando o livro de assinaturas para que os noivos assinassem após finalizar o casamento.— Você, Ethan Alderidge, aceita Benjamin Jones como seu legítimo esposo? — perguntou o juiz.Ethan sorriu ao lado de Benjamin, ambos usavam ternos cinza-escuro, e seus padrinhos, Alexander e Amélia, estavam usando tons de cinza-claro.— Sim. — Respondeu Ethan, buscando a mão de Benjamin para beijá-la.— E você, Benjamin Jones, aceita Ethan Alderid
Naquela noite, Amélia estava deitada ao lado de Alexander no tapete da biblioteca enquanto lia Macbeth para ele.Seus olhos estavam fixos a leitura enquanto ele a observava com atenção, uma das mãos acariciando seus fios escuros enquanto beijava seus cabelos.Quando ela finalizou o livro, Amélia levantou-se para guardá-lo e buscou o próprio livro, segurando-o entre as mãos como se fosse uma preciosidade. Voltando a sentar no tapete ao lado dele, ela olhou pela janela e notou a chuva que começava a cair. Eles estavam na metade do outono e logo seria inverno.Voltando sua atenção para Alexander, ela colocou o livro em seu colo.— Toma. — Falou com calma. — Quero que você leia tudo o que está escrito aqui.Alex sentou-se, pegando o livro em mãos.— Você tem certeza disso, Amy? — Perguntou com certo receio.— Absoluta. Quero que você saiba de tudo. — Ela respondeu.Alexander levantou-se com o livro em mãos e foi até a escrivaninha, sentando-se ali.Quando abriu o livro, ele começou a ler
Amélia ficou calada durante todo o percurso para casa enquanto Alex dirigia. Ele apoiava a mão em sua coxa, dando a ela o tempo que precisava para contar o que quer que estivesse acontecendo envolvendo aquele homem. Quando chegaram a garagem do prédio, Amélia fez menção de descer do carro, mas Alexander não permitiu. Ele precisava saber o que estava acontecendo.— Me conta, o que aquele homem fez? — Ele perguntou de imediato.Amélia fitou os olhos azuis e sérios do namorado, respirando fundo ao tentar juntar as palavras.— No dia da Nox Daemonum ele me atacou. — Ela falou por fim.Alex segurou o volante com força, furioso e prestes a quebrar o mesmo.— Porra Amélia! Você devia ter me contado! — Ele falou furioso.— Eu sei.. — Ela respondeu de cabeça baixa.— Aquele verme ainda teve a audácia de ir ao seu aniversário! — Eu perdi a aliança na noite que ele me atacou, eu sabia que estava com ele, mas eu não queria questioná-lo por medo dele tentar mais alguma coisa.. — Ela dizia baixin
Era a semana do aniversário de Amélia e ela estava ainda mais tensa.Benjamin estava trabalhando arduamente para conseguir denunciar o professor Brown. Alexander havia fechado um barzinho para festejar o aniversário de Amélia, mesmo a contra-gosto dela, já que a mesma havia insistido em não comemorar nada. — Bom, não é como se tivesse muita escolha, Amélia Jones. — Alex dizia ao abraçá-la pela cintura, repousando o queixo em seu ombro e lhe beijando o pescoço. — Vamos comemorar o seu aniversário sim, e vamos ficar terrivelmente bêbados. Ela sorriu ao escutá-lo, sabendo que era uma batalha perdida. — Ok, mas prometa que vai ser algo pequeno. — Ela pediu, virando-se para ele e lhe beijando os lábios.— Eu não prometo nada. — Ele respondeu, sorrindo para ela.Quando a noite chegou, Amélia arrumou-se junto de Alexander. Usando um vestido simples, mas elegante, e com seus cabelos cuidadosamente arranjados, Amélia sentia uma mistura de ansiedade e animação. Ela estava grata por ter alg
Ao chegar em casa, ela tentava não fazer barulho para não acordar ninguém.Silenciosa, ela subia até o quarto onde Alexander já estava dormindo quieto na cama, tão tranquilo que ela segurou o nó na garganta para não chorar ali mesmo.Amélia foi até o banheiro, arrancando toda a roupa e a jaqueta do professor Brown que ainda estava cobrindo-a. Quando a retirou, notou as marcas dos dedos dele em seus braços e se recusou a chorar. Seus joelhos também estavam ralados por conta da queda quando ele lhe jogou no chão.Ela sempre chorava.Já havia chorado tanto naquele ano, já tinha sido a vítima tantas vezes que não se permitiu daquela vez ser de novo.Não poderia ser a vítima de outro abusador.Enquanto entrava no box do banheiro e deixava a água gelada correr pelo seu corpo, Amélia limpava todas as sujeiras que aquele homem havia causado nela. Foi então que notou a própria mão. A aliança não estava mais em seu dedo.Ela havia perdido a aliança que Alexander havia lhe dado.Precisava recup
Quando acabou de falar, Amélia estava ofegante, sentindo seu rosto queimar e seu peito pesado. Ela olhava para as pessoas ali, todos calados enquanto absorviam as palavras ditas por ela sobre a sua dor do filho que ela nunca mais iria sentir. O professor Brown observava-a com atenção, os olhos azuis analíticos fixos, as movimentações corporais de Amélia, em como o seu corpo tremia as próprias palavras ditas tão ferozmente e cheias de rancor.Quando ela saiu da espiral, os outros alunos ao redor ficaram observando-a conforme ela caminhava até o bar, onde avistou Rose ali segurando uma taça de vinho.— Toma. — Ela ofereceu a taça para Amy. — Você precisa mais do que eu.Amélia não pestanejou quando virou todo o líquido em goles longos e urgentes, enchendo a taça mais uma vez.— Vai com calma, Amy. — Rose pediu, mas Amélia sentia-se como se não bebesse água há anos, sua garganta completamente seca.Na quarta taça, ela parou finalmente para respirar enquanto Rose a observava confusa.—
Minutos depois, Alex e Amélia estavam semi nus sentados no chão da cozinha, ofegantes após o sexo.Ela olhava para o teto pensativa enquanto ele lhe chamava algumas vezes. Amélia demorou alguns minutos para perceber, olhando para Alex em seguida.— Você está distraída demais. — Ele falou. — Aconteceu alguma coisa? Não que eu me importe de ser o seu brinquedo sexual.. — Ele respondia em tom de diversão.— Eu recebi um convite hoje para um evento na universidade. Um sarau de poesia. — Ela começava a contar. — Mas não sei se devo ir.— Você não deve ou você não quer? — Ele perguntou curioso.Amélia ficou quieta, pensando.Por fim, Alexander levantou-se e estendeu a mão para ela, que levantou com a ajuda dele. — O que acha de tomarmos um banho e aí você me conta o que está rolando? — Ele sugeriu.Ela concordou, pegando a calcinha rasgada no chão e o blazer dele. Assim que chegaram ao banheiro da suíte, eles arrancaram o resto das roupas e foram para a banheira. Deitada no peito de Alex,
A semana passou arrastada e lenta. Amélia estava cada vez mais envolvida com as aulas do professor Brown, e pouco a pouco, ela havia perdoado Sarah e Rose pela brincadeira que fizeram, se aproximando das garotas. Na sexta-feira, um burburinho corria por todo o campus de Literatura da NYU. Conforme caminhava pelo local, Amélia notava algumas pessoas comentando excitadas enquanto seguravam um envelope preto como se fosse ouro.Amélia sentou-se em um dos bancos do campus, olhando para um dos muitos livros que o Professor Brown havia passado para aquela semana. Ela mal percebia a movimentação próxima, porém quando os sussurros das pessoas ao redor se tornaram gritos, ela ergueu o olhar e buscou a origem da agitação. Um grupo de quatro pessoas cobertos por mantos pretos e máscaras douradas venezianas vinha caminhando em sua direção. Eles pareciam flutuar no ar, deixando-a apreensiva e particularmente impressionada. Os quatro paravam ao redor do banco onde ela estava, cercando-a ao não
Rose buscava uma garrafa de água na bolsa para Amélia beber quando Sarah se alarmava.Se aquilo realmente fosse verdade, ela se recusaria a frequentar a aula do professor Brown, principalmente depois de tudo o que aconteceu com ela nos últimos meses.A respiração de Amélia ia sendo controlada conforme ela ia bebendo a água que Rose lhe ofereceu. Bryan e Hunter olhavam sem entender o que estava acontecendo e a reação de Amélia.— Eu.. — Amélia se levantava bruscamente. — Eu preciso ir ao banheiro.Ela se apressava, deixando os livros em cima da manta onde todos estavam sentados e começava a correr. Ainda se sentia desnorteada enquanto buscava o celular na bolsa, atravessando alguns corredores quando entrou no prédio de Literatura.Ela ligava para Elisa, tentando algum tipo de contato quando acabou esbarrando em alguém com força, sendo jogada no chão.Ao erguer os olhos esverdeados, encontrou a figura do professor Brown lhe estendendo a mão para ajudá-la a levantar.— Jones, você está b