Era a semana do aniversário de Amélia e ela estava ainda mais tensa.Benjamin estava trabalhando arduamente para conseguir denunciar o professor Brown. Alexander havia fechado um barzinho para festejar o aniversário de Amélia, mesmo a contra-gosto dela, já que a mesma havia insistido em não comemorar nada. — Bom, não é como se tivesse muita escolha, Amélia Jones. — Alex dizia ao abraçá-la pela cintura, repousando o queixo em seu ombro e lhe beijando o pescoço. — Vamos comemorar o seu aniversário sim, e vamos ficar terrivelmente bêbados. Ela sorriu ao escutá-lo, sabendo que era uma batalha perdida. — Ok, mas prometa que vai ser algo pequeno. — Ela pediu, virando-se para ele e lhe beijando os lábios.— Eu não prometo nada. — Ele respondeu, sorrindo para ela.Quando a noite chegou, Amélia arrumou-se junto de Alexander. Usando um vestido simples, mas elegante, e com seus cabelos cuidadosamente arranjados, Amélia sentia uma mistura de ansiedade e animação. Ela estava grata por ter alg
Amélia ficou calada durante todo o percurso para casa enquanto Alex dirigia. Ele apoiava a mão em sua coxa, dando a ela o tempo que precisava para contar o que quer que estivesse acontecendo envolvendo aquele homem. Quando chegaram a garagem do prédio, Amélia fez menção de descer do carro, mas Alexander não permitiu. Ele precisava saber o que estava acontecendo.— Me conta, o que aquele homem fez? — Ele perguntou de imediato.Amélia fitou os olhos azuis e sérios do namorado, respirando fundo ao tentar juntar as palavras.— No dia da Nox Daemonum ele me atacou. — Ela falou por fim.Alex segurou o volante com força, furioso e prestes a quebrar o mesmo.— Porra Amélia! Você devia ter me contado! — Ele falou furioso.— Eu sei.. — Ela respondeu de cabeça baixa.— Aquele verme ainda teve a audácia de ir ao seu aniversário! — Eu perdi a aliança na noite que ele me atacou, eu sabia que estava com ele, mas eu não queria questioná-lo por medo dele tentar mais alguma coisa.. — Ela dizia baixin
Naquela noite, Amélia estava deitada ao lado de Alexander no tapete da biblioteca enquanto lia Macbeth para ele.Seus olhos estavam fixos a leitura enquanto ele a observava com atenção, uma das mãos acariciando seus fios escuros enquanto beijava seus cabelos.Quando ela finalizou o livro, Amélia levantou-se para guardá-lo e buscou o próprio livro, segurando-o entre as mãos como se fosse uma preciosidade. Voltando a sentar no tapete ao lado dele, ela olhou pela janela e notou a chuva que começava a cair. Eles estavam na metade do outono e logo seria inverno.Voltando sua atenção para Alexander, ela colocou o livro em seu colo.— Toma. — Falou com calma. — Quero que você leia tudo o que está escrito aqui.Alex sentou-se, pegando o livro em mãos.— Você tem certeza disso, Amy? — Perguntou com certo receio.— Absoluta. Quero que você saiba de tudo. — Ela respondeu.Alexander levantou-se com o livro em mãos e foi até a escrivaninha, sentando-se ali.Quando abriu o livro, ele começou a ler
O olhar de Amélia encontrava o de Alexander no altar.Ela segurava um lindo buquê de Magnólias-brancas que deixavam o perfume exalar pelo ambiente da sala da residência Alderidge em New York.Era janeiro e a neve havia parado recentemente de cair. O clima frio e os jardins cobertos pelo manto gelado deixava um clima mais aconchegante ao casamento.Todos estavam reunidos na grande sala, com a lareira acessa e algumas cadeiras decoradas para os poucos convidados.Alexander piscava para Amélia, dando-lhe um sorriso charmoso.O juiz de paz estava à frente, segurando o livro de assinaturas para que os noivos assinassem após finalizar o casamento.— Você, Ethan Alderidge, aceita Benjamin Jones como seu legítimo esposo? — perguntou o juiz.Ethan sorriu ao lado de Benjamin, ambos usavam ternos cinza-escuro, e seus padrinhos, Alexander e Amélia, estavam usando tons de cinza-claro.— Sim. — Respondeu Ethan, buscando a mão de Benjamin para beijá-la.— E você, Benjamin Jones, aceita Ethan Alderid
O táxi deixou Amélia na frente da residência em Hamptons. A moça descia do veículo se concentrando em entrar com o pé direito na propriedade à beira-mar. A mala de rodinhas era arrastada até a porta e logo ela tocou a campainha que soou silenciosa do lado de fora.— Bom dia. — Disse a governanta assim que abriu a porta da residência.— Bom dia, o senhor Alderidge me pediu para vir. — Amélia respondeu.A governanta apenas sorriu e deu passagem para Amélia, guiando-a pela casa até a sala de estar.— Irei avisar ao senhor Alderidge, aguarde aqui por favor. — Falou a governanta, saindo da sala e deixando-a lá sozinha.Ela observava o local, aproximando-se da parede principal onde algumas fotos estavam penduradas. Assustou-se quando escutou o barulho metálico de um isqueiro, percebendo um homem sentado de frente para a lareira, assim como a fumaça e o cheiro do cigarro iam tomando o local gradativamente. — Bom dia.. — Amélia falou ao se aproximar, mas o homem pareceu ignorá-la. Amélia te
Amélia acompanhou Ethan em silêncio até o escritório, entrando logo após ele abrir a porta para ela.Ethan indicou uma das poltronas para que Amélia senta-se, ela ainda se sentia tensa com a primeira e péssima impressão que teve de Alexander.Assim que se sentou, Amélia abriu a boca.— Eu sinto muito, senhor Alderidge. Mas acho que não sou a melhor pessoa para esse trabalho. — Ela falou ao fitá-lo, mas Ethan logo ergueu a mão para que ela o escutasse.— Sei que meu irmão é uma pessoa muito difícil, Amélia. — Ethan respondeu, podia ver a exaustão em sua expressão. — Mas antes de desistir, quero que me escute, sim?Amélia assentiu com a cabeça.— Alexander nem sempre foi assim. Ele era um homem ativo, ergueu a empresa sozinho desde que os nossos pais morreram. Há um ano ele sofreu um acidente de carro com a sua falecida noiva. Infelizmente Morgan estava grávida e ela e o bebê morreram no acidente. — Ethan começava a contar.— Ele ficou em coma por três meses e até achamos que ele não fo
Naquela mesma tarde, Amélia enviou um e-mail para Benjamin explicando o que houve. De imediato, ele lhe comprou outro celular e mandou entregá-lo no dia seguinte.Na manhã seguinte, Amélia deixou o quarto e foi até a praia. Precisava se livrar daquele celular, acreditando que mesmo ele quebrado, poderia enviar algum tipo de sinal. Por sorte, a residência dos Alderidge possuía um píer que seguia até o mar. Amélia aproveitou a caminhada na praia, ainda era cedo demais para qualquer pessoa ali estar acordada. Rapidamente, ela foi até o píer e arremessou o celular no mar. Respirando fundo, ela acreditava que estaria segura.Retornando para a casa, Amélia estranhava uma das janelas do segundo andar aberta, tendo a estranha sensação de estar sendo vigiada. Apressando os passos, ela retornava ao quarto e trocava de roupa e seguir para o quarto do senhor Alderidge.— Bom dia. — Amélia o cumprimentou, entrando no quarto e caminhando até a janela, porém percebendo que a mesma já estava aberta.
As batidas fortes e desesperadas despertaram Amélia de imediato. Ela correu até a porta para abri-la e se deparou com a senhora Smith em prantos, completamente fora de si.— Helen, por Deus o que houve?? — Amélia perguntou sem entender o motivo daquilo.— É o senhor Alderidge, ele está desacordado no chão do quarto! De imediato, Amélia pegou sua bolsa de primeiros socorros e correu para o quarto de Alexander.Ao chegar, encontrou o senhor Smith tentando acorda-lo, mas sem sucesso. Amélia logo se aproximou, verificando a respiração e os batimentos enfraquecidos de Alexander.— CHAMEM UMA AMBULÂNCIA AGORA! — Amélia gritou, ajeitando o corpo pesado de Alexander no chão.Ao abrir os olhos dele, notava suas pupilas dilatadas e sem foco enquanto uma espuma branca escapava de sua boca que estava começando a ficar azulada.— Ron, procure alguma coisa no banheiro, onde estão os remédios dele? — Amélia perguntava, pegando o estetoscópio e verificando os batimentos dele mais uma vez.O senhor S