O táxi deixou Amélia na frente da residência em Hamptons. A moça descia do veículo se concentrando em entrar com o pé direito na propriedade à beira-mar. A mala de rodinhas era arrastada até a porta e logo ela tocou a campainha que soou silenciosa do lado de fora.— Bom dia. — Disse a governanta assim que abriu a porta da residência.— Bom dia, o senhor Alderidge me pediu para vir. — Amélia respondeu.A governanta apenas sorriu e deu passagem para Amélia, guiando-a pela casa até a sala de estar.— Irei avisar ao senhor Alderidge, aguarde aqui por favor. — Falou a governanta, saindo da sala e deixando-a lá sozinha.Ela observava o local, aproximando-se da parede principal onde algumas fotos estavam penduradas. Assustou-se quando escutou o barulho metálico de um isqueiro, percebendo um homem sentado de frente para a lareira, assim como a fumaça e o cheiro do cigarro iam tomando o local gradativamente. — Bom dia.. — Amélia falou ao se aproximar, mas o homem pareceu ignorá-la. Amélia te
Amélia acompanhou Ethan em silêncio até o escritório, entrando logo após ele abrir a porta para ela.Ethan indicou uma das poltronas para que Amélia senta-se, ela ainda se sentia tensa com a primeira e péssima impressão que teve de Alexander.Assim que se sentou, Amélia abriu a boca.— Eu sinto muito, senhor Alderidge. Mas acho que não sou a melhor pessoa para esse trabalho. — Ela falou ao fitá-lo, mas Ethan logo ergueu a mão para que ela o escutasse.— Sei que meu irmão é uma pessoa muito difícil, Amélia. — Ethan respondeu, podia ver a exaustão em sua expressão. — Mas antes de desistir, quero que me escute, sim?Amélia assentiu com a cabeça.— Alexander nem sempre foi assim. Ele era um homem ativo, ergueu a empresa sozinho desde que os nossos pais morreram. Há um ano ele sofreu um acidente de carro com a sua falecida noiva. Infelizmente Morgan estava grávida e ela e o bebê morreram no acidente. — Ethan começava a contar.— Ele ficou em coma por três meses e até achamos que ele não fo
Naquela mesma tarde, Amélia enviou um e-mail para Benjamin explicando o que houve. De imediato, ele lhe comprou outro celular e mandou entregá-lo no dia seguinte.Na manhã seguinte, Amélia deixou o quarto e foi até a praia. Precisava se livrar daquele celular, acreditando que mesmo ele quebrado, poderia enviar algum tipo de sinal. Por sorte, a residência dos Alderidge possuía um píer que seguia até o mar. Amélia aproveitou a caminhada na praia, ainda era cedo demais para qualquer pessoa ali estar acordada. Rapidamente, ela foi até o píer e arremessou o celular no mar. Respirando fundo, ela acreditava que estaria segura.Retornando para a casa, Amélia estranhava uma das janelas do segundo andar aberta, tendo a estranha sensação de estar sendo vigiada. Apressando os passos, ela retornava ao quarto e trocava de roupa e seguir para o quarto do senhor Alderidge.— Bom dia. — Amélia o cumprimentou, entrando no quarto e caminhando até a janela, porém percebendo que a mesma já estava aberta.
As batidas fortes e desesperadas despertaram Amélia de imediato. Ela correu até a porta para abri-la e se deparou com a senhora Smith em prantos, completamente fora de si.— Helen, por Deus o que houve?? — Amélia perguntou sem entender o motivo daquilo.— É o senhor Alderidge, ele está desacordado no chão do quarto! De imediato, Amélia pegou sua bolsa de primeiros socorros e correu para o quarto de Alexander.Ao chegar, encontrou o senhor Smith tentando acorda-lo, mas sem sucesso. Amélia logo se aproximou, verificando a respiração e os batimentos enfraquecidos de Alexander.— CHAMEM UMA AMBULÂNCIA AGORA! — Amélia gritou, ajeitando o corpo pesado de Alexander no chão.Ao abrir os olhos dele, notava suas pupilas dilatadas e sem foco enquanto uma espuma branca escapava de sua boca que estava começando a ficar azulada.— Ron, procure alguma coisa no banheiro, onde estão os remédios dele? — Amélia perguntava, pegando o estetoscópio e verificando os batimentos dele mais uma vez.O senhor S
Quando Alexander finalmente voltou a dormir, Amélia aproveitou para fazer o mesmo. Escutou durante a madrugada uma movimentação no quarto, imaginando ser uma das enfermeiras.Assim que amanheceu, Amélia sentiu uma mão segurar seu braço e balançá-la para despertar do sono. Ao abrir os olhos, percebeu que se tratava de Ethan.— Amélia, bom dia. Pode me acompanhar até lá fora? — Ele perguntou com uma voz calma e baixa e Amélia logo concordou com a cabeça, levantando.Assim que saíram do quarto, percebeu que Ben também estava ali e logo o abraçou.— Como ele está? — Ethan perguntou, podia notar o cansaço em sua face.— Está descansando, mas está bem. Consegui fazer ele vomitar boa parte dos medicamentos e quando chegamos, ele fez uma lavagem. — Amélia informou, voltando sua atenção para Benjamin.— Mas porquê você está aqui? — Questionou curiosa.— Ben estava comigo. Estávamos jantando quando a senhora Smith ligou e pegamos o carro para cá. — Ethan respondeu por ele e Benjamin apenas conc
Após tomar café da manhã, Amélia retornou para o quarto e ficou esperando a visita médica.Ela não conseguia nem ao menos olhar para Alexander na cama sem que aquelas mensagens voltassem à sua memória.Sentiu-se traída por ele. Ele não tinha o direito de mandar alguém investigar a sua vida. Não quando ela tinha acabado de salvar a dele.Alexander moveu-se na cama, procurando Amélia que estava sentada próximo da janela. Ele sorriu ao vê-la, mas ela não retribuiu quando percebeu que ele estava acordado.— Bom dia, Jones. — Ele falou e Amélia aproximou-se, entregando um copo de água com um canudo para ele.Ele não demorou a perceber que algo estava errado, que ela estava furiosa. Conseguia ver o seu olhar, mesmo que suas expressões tentassem esconder.— O que houve? Porque você está assim? — Ele questionou inocentemente.Amélia afastou-se e foi até a mesa, buscando o celular de Alexander e jogando-o em seu colo.— Você mandou alguém me investigar. — Ela respondeu e quando ele tentou retr
— Bom dia!! — Disse Amélia assim que entrou no quarto de Alexander naquela manhã, animada e sorridente. Ela trazia uma bandeja de café da manhã e não usava os habituais pijamas de enfermagem, optando por coturnos marrons e um vestido floral que deixava um suave decote em seus seios pequenos. — Porquê da animação? — Alexander perguntou enquanto se espreguiçava, já de banho tomado e usando moletom. — Porque vamos dar um passeio. — Ela respondeu, indo até o closet dele. — Não sei você, mas estou um pouco cansada dessas paredes. Ela retornava com uma camisa de botões e uma calça jeans, além de um par de tênis brancos. — Pronto, chega de moletom. — Amélia falou, colocando as peças na cama. — Eu gosto dessas paredes. — Alexander respondeu enquanto tomava um gole de café. — Elas estarão no mesmo lugar quando voltarmos. — Ela respondeu, pegando o copo de suco dele ao sentar de frente para o mesmo. — O que você está aprontando, Jones? — Ele estreitava os olhos azuis em desconfiança.
Amélia chegou ao consultório cinco minutos depois. Notou assim que entrou, Alexander um pouco tenso enquanto era acompanhado pela analista. — E então? Como foi? — Amélia perguntou a analista, apoiando em seguida a mão no ombro de Alexander. — Foi bom para o primeiro dia. — A doutora Campbell respondeu ao sorrir. — Foi interessante. — Foi a vez de Alexander falar. Amélia ficou observando os dois, já imaginando que não conseguiria arrancar mais do que aquilo, até porque era um segredo de consulta. — Bom, senhor Alderidge podemos marcar a próxima consulta para a próxima semana? — A doutora Campbell perguntou e Alex concordou com um aceno. Amélia e Alexander entraram no carro e deram partida. Ela voltava a ligar o rádio do carro enquanto Alexander observava o caminho que eles estavam seguindo, que era o completo oposto da casa. Desconfiado, ele notava o sorrisinho travesso de Amélia enquanto ela batucava os dedos no volante. — Não estamos indo para casa. — Ele comentava. — Não esta