— Ao que devo o prazer de sua visita tão cedo, Henry? — Amélia escutou a voz de Alexander quando parou no topo da escada.Henry estava na porta de entrada com um pacote em mãos enquanto Alexander o encarava com os braços cruzados.— Não lhe diz respeito, Alderidge. Quero entregar isso para a Amélia. — Henry respondeu, Amélia podia notar o olhar de desdém dele ao olhar para Alex.— Amélia não está disposta para receber sua visita. — Alex respondeu, seu tom de voz carregado de raiva.— Isso quem deve dizer é ela. — Henry retrucou.Amélia se escondia entre uma pilastra para escutar o embate dos dois.— O que você quer? Diga a verdade. — Alex exigiu. — Se aproximar de Amélia para fazer o mesmo que fez com Megan? Pois pode esquecer. Você não vai ferir Amélia da mesma forma que fez com a Megan!Henry apenas sorriu, aproximando-se.— Falou o homem que matou Megan e o meu filho. — Henry respondeu, todo um rancor presente em sua voz.— O bebê não era seu. Seu sádico de merda! — Alex rosnou. —
— Amélia? — As batidas na porta e a voz de Alexander despertaram Amélia do instante de náusea enquanto ela estava deitada na cama.— Está aberta. — Informou, não querendo levantar e continuando deitada de cabeça para baixo na cama. Notou a movimentação da cadeira de rodas quando Alex abriu a porta e entrou no quarto. O motor ligado fazendo um barulho suave enquanto as rodas eram arrastadas até a ela. Sorriu fracamente, seus olhos verdes fixos aos azuis dele que lhe olhava de cima.— Você parece meio verde.. — Alex falou, sorrindo de canto.— Eu me sinto verde. — Ela respondeu, sem fazer esforço para se levantar e continuar ali.— Ainda está sentindo enjoos? — Ele perguntou preocupado enquanto levava a mão a face pálida de Amélia, acariciando-a suavemente.— Sim, acho que é o cansaço. — Ela comentou. — Cuidar de você é exaustivo às vezes. — Respondeu ao implicar com ele.— Deveria marcar uma consulta. — Ele sugeriu.— Eu vou, em algum momento. — Amélia respondeu.Ela notava ele observ
Amélia esqueceu-se de absolutamente tudo ao seu redor quando beijou Alexander. A língua dele buscou a sua cheia de vontade e desejo. Ele acontecia lento e profundo, entre gemidos suaves abafados enquanto suas línguas entrelaçavam urgente e quente, como deveria ser.Ela já havia beijado outros homens, mas nenhum deles lhe beijou da mesma forma que ele. Com aquela sensação de pertencimento, a mesma sensação que Amélia quis com todas as forças negar e fugir. — Está tudo bem? — O sussurro rouco de Alexander soou e Amélia abriu os olhos.Encontrou o olhar azul, sentindo os dedos dele acariciarem a sua face.— Por que pergunta? — Ela questionou.— Você está tremendo, Amy. — Ele ponderou e só naquele momento ela percebeu ser verdade, estava tremendo no colo dele.Ela o fitou, selando os seus lábios mais uma vez. — Está tudo bem, eu juro. — Ela respondeu, roçando a ponta do nariz no dele. — Eu só não pretendia, sabe?— Pretendia o quê? — Alex perguntou, curioso.— Gostar de você. — Amy conf
Amélia olhava o próprio vômito na privada, sentindo-se ainda mais enjoada. Aquela semana havia sido infernal, nada parava em seu estômago direito. E para variar, sua menstruação estava atrasada.Todas as emoções daqueles últimos dias estavam mexendo com os seus hormônios violentamente. — Amélia, está tudo bem? Posso entrar? — A senhora Smith perguntou ao entrar no quarto.Amélia saiu do banheiro, estava visivelmente nauseada.— Por Deus, Amélia! Você está pálida! — Helena falou ao ampará-la enquanto Amélia caminhava até a cama. — Eu vou marcar com o meu médico agora mesmo pra você. — Helena falou, buscando o celular no bolso e ligando para o consultório.Amélia observava de longe Helena ir até a janela e falar com a secretária do médico pelo telefone.Alguns minutos depois, Helena desligava e voltava-se para ela na cama.— Pronto, conseguiram te encaixar agora de tarde. Vá e fique tranquila que eu cuido do senhor Alderidge. — Helena tranquilizou-a, sorrindo para Amélia.— Obrigada,
Amélia se assusta com o bater no vidro do carro, percebendo que se tratava de Benjamin. Ele abre a porta do carro e ajuda a sair dele. Assim que ele segura sua mão, Amélia perde as forças das pernas e ele a ampara, segurando-a em seu colo e a colocando sentada novamente em um banco em frente a praia. Ele a abraça e Amélia chora. Ela chora como não pôde durante todos aqueles anos. Chora ao se lembrar de tudo, de todas as vezes que Barth lhe bateu, lhe quebrou. De quanto ele quebrou a sua alma e ela ainda estava tentando juntar todos os pedaços.Só que agora ela estava grávida dele. Grávida de um filho daquele monstro.Algum tempo se passou até que ela parasse de chorar. Benjamin continuava a abraçá-la de forma protetora.— Amy, me conta tudo. — Ele pediu pacientemente, mas ela podia notar o ódio presente em seus olhos azuis.Amélia ponderou por alguns minutos antes de finalmente falar. Tinha medo do que Benjamin poderia fazer, e pior, do que a sua família faria se soubesse de tudo.—
Benjamin olhava incrédulo para Amélia. Ele apoiava as mãos na mesa ao para a irmã caçula que mordia o próprio inferior em sinal de nervosismo.— Você e o Alexander? — Ele perguntava. — Isso não pode ser sério.— É muito sério. — Amélia respondeu, suspirando. — O Alex é gentil, divertido, amoroso. — E terrivelmente bonito e rico. — Benjamin respondeu, cruzando os braços.— E o dinheiro dele nunca me importou, você sabe disso. — Amélia respondeu em tom irritado.— Eu sei, mas não tira o fato de que é um homem solitário e rico que pode cuidar de você e do bebê. — Ele respondia, sendo prático.— Benjamin Jones, ele não pode saber do bebê! — Ela falou visivelmente nervosa. — Eu não quero que ele saiba. Ele vai achar que estou tentando me aproveitar dele. — Que confusão você se meteu, Amy. Se apaixonar pelo seu paciente! — Ele dizia, segurando o riso. — Isso é tão clichê.— Você fala como se eu tivesse escolhido isso. Só que eu não escolhi, Ben. — Ela dizia, começando a chorar. — Eu não e
Quando Amélia terminou de contar tudo, um silêncio sepulcral tomou conta do escritório por alguns longos minutos até alguém finalmente falar.— Você quer dá continuidade a essa gravidez, senhorita Jones? — A médica perguntou por fim.— Eu realmente não sei. — Amélia respondeu de forma sincera, ainda estava muito confusa com tudo o que estava acontecendo.— Certo. — A médica concordou. — Faremos o seguinte. Vamos iniciar o seu pré-natal. Você ainda tem algum tempo para pensar e enquanto isso, cuidaremos da sua saúde e da saúde do feto. Amélia olhou imediatamente para Benjamin, que concordou com a cabeça. — Eu vou pedir para que você vá até o biombo e troque de roupa. — A médica falou, indicando o local. — Vamos fazer uma primeira ultrassonografia. — Ela informava, sorrindo de forma suave. — Apenas para vermos o feto e ter uma média de semanas.— Eu sei de quantas semanas eu estou, doutora. — Amélia respondeu. — Eu me lembro do dia que aconteceu.— Eu imagino que sim. Mas é um exame p
Assim que entrou na mansão, Amélia sentiu todo o peso daqueles dois últimos dias caindo sob os seus ombros. Mal teve tempo de subir as escadas para o andar de cima quando escutou o som das rodas da cadeira de Alexander se aproximando.— Amy, está tudo bem? — Ele perguntava preocupado. — Você sumiu. A senhora Smith me disse que teve um problema familiar..— Alex.. — Ela logo se corrigiu. — Senhor Alderidge, podemos conversar mais tarde? Estou exausta.— Senhor Alderidge? — Ele se surpreendeu com aquela formalidade. Alexander se aproximou, segurando a mão de Amélia com carinho e cuidado.— O que houve? — Ele perguntou mais uma vez.— Eu realmente preciso descansar agora. — Amélia falou ao soltar a mão dele e se afastar.Enquanto subia as escadas, as lágrimas começavam a rolar pela sua face, intrusas.Amélia só conseguia pensar em como se sentia mal por em algum momento, precisar partir o coração dele e automaticamente, o seu.Ao chegar ao quarto, ela se trancou e chorou. Chorou como s