SETE

Não notei que estava falando alto e suspirei. O que aquele homem falava parecia surreal.

- Mas isso é impossível! – sussurrei para ele. – Ninguém daqui te roubaria.

- Está falando por todos? Não lembra o que aconteceu ainda há pouco?

- Eu lembro, mas... – gaguejei e ele interrompeu com voz dura.

- Porque defende quem te humilha? Ficou óbvio para mim que eles não te queriam por perto.

- Sim, mas o modo como eles agiram comigo não tem nada a ver com o roubo de sua empresa.

- Talvez. – Ele coça o queixo. – Eu vim para cá com um único objetivo e vou cumpri-lo. Vou recuperar o que me foi roubado.

- Deixando todas aquelas pessoas desempregadas? – olhei-o incrédula. – Essa é a sua maneira de fazer justiça.

- Porque se importa com eles?

Quis mata-lo. O sangue corria por minhas veias e me esforcei para controlar a minha fúria. Rafael não era o tipo de homem que fazia escândalos, mas não se importava em provocá-los.

Podia não gostar dos meus colegas de trabalho, porém não desejava o mal a eles.
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