No domingo, optei por não sair de casa. Estava tentando entender o que acontecera comigo na noite anterior. Não sabia o que deu em mim naquele momento. Melhor dizendo, eu sabia. O problema foi lembrar-me do olhar de Rafael sobre mim. Ele me entorpeceu, fez com que eu me sentisse desejada por ele e embriagou-me os sentidos. Naquele momento, eu sabia que se ele pedisse para transar comigo, eu o faria. Mesmo sendo um olhar frio, ainda tinha o poder de me fazer tremer. O cara era quente demais para meu bem.As palavras de Rafael, embora roucas naquele momento, ainda me incomodavam. Eu não era fria, não era puritana. Era apenas uma garota que só queria um encontro ideal. Buscava o amor, mesmo não acreditando nele.O que mais me surpreendeu foi ter aceitado algo que eu achava errado. Não me entenda mal, a coisa parece simples, mas para mim não era. Seria uma boa receber uma ajuda para me tornar uma profissional melhor. Queria chegar longe e provar a todos minha capacidade. Queria melhorar a
- Já que passarei a trabalhar aqui, gostaria de saber onde vou ficar. Tenho algumas coisas importantes para atualizar.Ele arqueou a sobrancelha. Dava para ver em seu rosto que não esperava essa atitude da minha parte.- Por que não está usando as roupas que te dei?Senti meu rosto corar de vergonha.- Não achei necessário. Minhas roupas são perfeitamente adequadas. - De fato eram, mas com o tempo estavam gastas. - E se eu chegar a ter uma reunião de emergência? Não posso te levar comigo se não parecer apresentável.Eu odiava rótulos e reconhecia que queria estrangular o homem a minha frente.- Então eu serei cautelosa. Trarei algumas peças comigo e quando precisar troco de roupa.Divertimento cruzou seu olhar e o esboço de um sorriso surgiu.- Muito bem. Confiarei em sua palavra. - E afastando -se de mim, caminhou ate uma porta e a abriu. - Sônia irá lhe mostrar sua sala provisória. Tem a manhã para se acomodar e conhecer a casa. À tarde, irei a sua sala para começarmos a trabalhar.
Congelei no lugar, mesmo embaixo do calor infernal. A garota rebolava no colo de Rafael, jogava o cabelo para trás. Estava nua, assim como ele e meu rosto queimou de embaraço.Sentados na cadeira, nenhum dos dois me viu chegar. Essa poderia ser a hora ideal para ir embora dali, mas não consegui. Meu olhar seguiu as mãos dele; que percorria o corpo da loira com loucura. Minha própria respiração ficou acelerada e senti meus seios sensíveis. Merda, me sentia uma voyeur e não desviava o olhar do casal. Poderia ser falta de sexo, não sei, mas naquele momento senti inveja. Eu desejei estar nos braços de Rafael, e senti-lo me possuir repentinas vezes até perder a cabeça.Não sei o que houve, mas como se sentisse meu desejo, Rafael afastou os olhos da mulher e me encarou. O sorriso presunçoso que surgiu em seus lábios e prendeu seus olhos ao mês. Meu coração disparou. O acordo iria para o espaço, eu sentia isso. Apertei as mãos com força e desviei o olhar por um instante. O desejo se apodero
Era seis da tarde quando bateram na porta do escritório. Rafael ergueu a cabeça e olhou para a porta. - Entre. Sônia entrou e o olhou, consternada. - O que você fez? - Não sei o que quer dizer. Sônia meneou com a cabeça. Ele sabia muito bem o que tinha feito. Forçar Juliana a ver algo tão nojento não era atitude de um homem como ele. Rafael sempre fora um homem de cabeça fria, decidido em suas opiniões. Fazer algo tão desagradável como transar com aquela mulherzinha à luz do dia era simplesmente deplorável. - Acho que sabe. - Rebateu. Ele desviou o olhar do computador e a fitou. - Eu não devo satisfações a você do que faço, Sônia. - Diz calmamente. - Você deveria saber disso. - Não me diga o que fazer, seu moleque mimado! - Sônia elevou a voz e avançou, parando em frente a ele. - É desse jeito que diz sobre conquistá-la? O que diabos está pensando? Por mais que estivesse furioso com as palavras de Sônia, Rafael reconheceu que ela estava certa. Sua governanta o conh
No dia seguinte cheguei um pouco mais cedo à casa de Rafael. Abracei a pasta que trouxe comigo contra o corpo para afastar o frio da manhã. Embora fosse verão, o céu estava nublado e pequenas gotículas de chuva caíram sobre a cidade.Toquei a campainha e esperei com paciência alguém me atender. Algumas pessoas passavam apressadas para escapar da chuva e por falta de atenção uma delas esbarrou-se em mim. Eu não estava preparada para o impacto, meu corpo doía pelo esforço de ontem. Só tive certeza do que estava acontecendo quando me vi no chão. Com a queda, senti uma ardência em meu cotovelo e tive a certeza que meu blazer rasgara.Felizmente minha pasta continuava intacta, já que estava colada ao meu corpo. Levantei do chão e abafei um gemido de dor. A planta do meu pé doía muito, o suficiente para me fazer mancar mais do que antes. Apoiar o pé no chão estava difícil, mas como não me atendiam pelo portão da frente, teria que chamar pela garagem. O problema era seria a volta que eu fari
Apoiei o braço bom sobre a mesa enquanto sentava e apoiei minha cabeça em uma das mãos. Não estava surpresa por algo assim acontecer comigo, apesar que, dessa vez, não foram minha culpa. Conhecendo meu corpo eu sentiria dores a noite toda, além de ficar dolorida e febril no dia seguinte. Eu não esperava me encontrar com a Márcia daquela forma, muito menos ser ridicularizada por ela. A audácia daquela mulher conseguiu me tirar do sério e partir para a agressão. O problema agora era o meu chefe. O quanto será que ele viu?Irá ouvir minha versão dos fatos ou ficará do lado da namorada Agora é esperar e ver qual direção ele tomará. Não vou fazer drama algum, porque isso não faz meu estilo, serei honesta com ele, caso queira me ouvir. Senti uma ardência no meu braço e pulei da cadeira. Sônia estava do meu lado com um pedaço de algodão e um vaso de álcool. Limpava o machucado do meu braço com gentileza embora estivesse com um olhar reprovador. — Vai me dizer o que aconteceu? — Fala
- Você tem um ponto, Juliana. - Falou, a contragosto. - Mas não pode agredir alguém por conta de algumas palavras. Soltei uma risada amarga e levantei da cadeira. A dor que eu sentia não era nada, comparada com a raiva. Rafael tinha a audácia de me dizer um absurdo desses e esperava que eu ficasse calada? - É irônico falar isso pra mim, senhor Novaes... - Rafael. - disse, cerrando a mandíbula. - Dane-se! Achou mesmo que eu aceitaria, de cabeça baixa, ser insultada por aquela mulher? Está louco? - passei as mãos no cabelo, frustrada. - Só por que abre as pernas pra você foder, não dá a ela o direito de me humilhar! Rafael virou-se na cadeira, me lançou um olhar assassino e advertiu: - Sugiro que você pare. - Ou o quê? - desafiei. Seu rosto ficou vermelho. Rafael levantou, agarrou meu braço e de repente eu estava sentada em seu colo. Um de seus braços envolveu minha cintura enquanto o outro segurava minhas mãos em seu peito com firmeza. Pude sentir que os batimentos do co
- Está me provocando, não está? Prendi a respiração. Não era a minha intenção. Estava molhada e com frio, mas eu não estava provocando meu chefe. Tentei me manter calma e retruquei, de forma racional: - Não posso ficar com roupas molhadas, não acha? Ele assentiu, mas podia sentir seu olhar percorrendo meu corpo, parando de forma insistente em meus seios cobertos por um top. Tento não me deixar incomodar, já que foi falta de ética tirar a blusa em sua frente. Eu podia simplesmente ter ido para minha sala, pensei com pesar, um rubor subindo pelo meu corpo. Ouvi os passos dele se afastando por um tempo e respiro aliviada. Ficaria no escritório até Sônia chegar com minhas roupas. Era o melhor que podia fazer naquele instante. Senti algo em meus ombros e ergui a cabeça rapidamente. Rafael estava atrás de mim, me envolvendo na toalha. Seu olhar de desejo ainda estava ali, mas seu tom de voz era frio e imparcial. - Sugiro que tome um banho, - sua voz era baixa, porém firme. - ou v