No dia seguinte cheguei um pouco mais cedo à casa de Rafael. Abracei a pasta que trouxe comigo contra o corpo para afastar o frio da manhã. Embora fosse verão, o céu estava nublado e pequenas gotículas de chuva caíram sobre a cidade.Toquei a campainha e esperei com paciência alguém me atender. Algumas pessoas passavam apressadas para escapar da chuva e por falta de atenção uma delas esbarrou-se em mim. Eu não estava preparada para o impacto, meu corpo doía pelo esforço de ontem. Só tive certeza do que estava acontecendo quando me vi no chão. Com a queda, senti uma ardência em meu cotovelo e tive a certeza que meu blazer rasgara.Felizmente minha pasta continuava intacta, já que estava colada ao meu corpo. Levantei do chão e abafei um gemido de dor. A planta do meu pé doía muito, o suficiente para me fazer mancar mais do que antes. Apoiar o pé no chão estava difícil, mas como não me atendiam pelo portão da frente, teria que chamar pela garagem. O problema era seria a volta que eu fari
Apoiei o braço bom sobre a mesa enquanto sentava e apoiei minha cabeça em uma das mãos. Não estava surpresa por algo assim acontecer comigo, apesar que, dessa vez, não foram minha culpa. Conhecendo meu corpo eu sentiria dores a noite toda, além de ficar dolorida e febril no dia seguinte. Eu não esperava me encontrar com a Márcia daquela forma, muito menos ser ridicularizada por ela. A audácia daquela mulher conseguiu me tirar do sério e partir para a agressão. O problema agora era o meu chefe. O quanto será que ele viu?Irá ouvir minha versão dos fatos ou ficará do lado da namorada Agora é esperar e ver qual direção ele tomará. Não vou fazer drama algum, porque isso não faz meu estilo, serei honesta com ele, caso queira me ouvir. Senti uma ardência no meu braço e pulei da cadeira. Sônia estava do meu lado com um pedaço de algodão e um vaso de álcool. Limpava o machucado do meu braço com gentileza embora estivesse com um olhar reprovador. — Vai me dizer o que aconteceu? — Fala
- Você tem um ponto, Juliana. - Falou, a contragosto. - Mas não pode agredir alguém por conta de algumas palavras. Soltei uma risada amarga e levantei da cadeira. A dor que eu sentia não era nada, comparada com a raiva. Rafael tinha a audácia de me dizer um absurdo desses e esperava que eu ficasse calada? - É irônico falar isso pra mim, senhor Novaes... - Rafael. - disse, cerrando a mandíbula. - Dane-se! Achou mesmo que eu aceitaria, de cabeça baixa, ser insultada por aquela mulher? Está louco? - passei as mãos no cabelo, frustrada. - Só por que abre as pernas pra você foder, não dá a ela o direito de me humilhar! Rafael virou-se na cadeira, me lançou um olhar assassino e advertiu: - Sugiro que você pare. - Ou o quê? - desafiei. Seu rosto ficou vermelho. Rafael levantou, agarrou meu braço e de repente eu estava sentada em seu colo. Um de seus braços envolveu minha cintura enquanto o outro segurava minhas mãos em seu peito com firmeza. Pude sentir que os batimentos do co
- Está me provocando, não está? Prendi a respiração. Não era a minha intenção. Estava molhada e com frio, mas eu não estava provocando meu chefe. Tentei me manter calma e retruquei, de forma racional: - Não posso ficar com roupas molhadas, não acha? Ele assentiu, mas podia sentir seu olhar percorrendo meu corpo, parando de forma insistente em meus seios cobertos por um top. Tento não me deixar incomodar, já que foi falta de ética tirar a blusa em sua frente. Eu podia simplesmente ter ido para minha sala, pensei com pesar, um rubor subindo pelo meu corpo. Ouvi os passos dele se afastando por um tempo e respiro aliviada. Ficaria no escritório até Sônia chegar com minhas roupas. Era o melhor que podia fazer naquele instante. Senti algo em meus ombros e ergui a cabeça rapidamente. Rafael estava atrás de mim, me envolvendo na toalha. Seu olhar de desejo ainda estava ali, mas seu tom de voz era frio e imparcial. - Sugiro que tome um banho, - sua voz era baixa, porém firme. - ou v
Os dias transcorreram tranquilamente. Depois daquele dia, Rafael e eu mal nos víamos. Era um alívio e ao mesmo tempo um tormento. Parecia que eu estava pisando em ovos, sem saber como agir. A sensação era desconfortável. Sônia, por outro lado, adorava fazer insinuações sem sentido, parecido com charadas. Mas não estava com humor para adivinhar o que estava acontecendo. As visitas de Márcia se tornaram mínimas depois de nossa breve discussão, o que para mim, era um alívio. Não queria ter um confronto com ela novamente e o mínimo que meu chefe podia fazer era pôr uma coleira nela. Eu mantive minha promessa a Rafael e tentei entrar em contato com Jorge, o antigo diretor, mas sem sucesso. Chamadas foram ignoradas e os e-mails nunca foram respondidos. Ponderei ir em sua casa, mas precisaria passar na empresa para pegar o endereço e naquele momento, isso não era viável. Massageei minhas têmporas. Aquilo seria muito mais complicado do que eu pensava. Meu trabalho como designer jogado par
Era tarde quando saí da minha sala. Estava cansada e só queria ir para casa. Mauro me olhava com divertimento no olhar e solto um suspiro, pensando no tipo de brincadeiras que eles fariam aquela noite. Eu podia sentir que eles estavam aprontando algo e por mais que estivesse receosa, a curiosidade falou mais alto. Fui para o quarto de hospedes e troquei de roupa. Tirei meu terno de sempre e vesti um short jeans e uma blusa preta com um leve decote. Não iria seduzir ninguém e para uma ocasião informal como aquela, achei que era uma boa escolha. Senti meu celular vibrar e olhei as mensagens, sorrindo ao ver o nome da Lya. ‘Mana? Você está bem? Não tive mais noticias suas e fiquei preocupada.’ Senti uma lágrima rolar pelo meu rosto. Minha irmã querida, mesmo longe se preocupava comigo. Tinha vezes que isso acontecia, passávamos um tempo sem contato, cada uma focada na própria carreira. E quando as coisas se acalmaram, conversávamos por horas, colocando o papo em dia. Eu não podia
Rafael me esperou em seu escritório. Ao passar pela porta, ouvi ela bater com um estrondo alto e pulei, surpresa. Ele não me olhou, passando direto por mim e apoiou o corpo na escrivaninha. O que estava acontecendo? Não entendi a razão dele ter me chamado, muito menos o motivo de sua frustração.Ele cruzou os braços e só então me olhou. Seus olhos estavam frios, mas eu podia ver raiva irradiando deles.- O que foi aquilo? – perguntou friamente.- Como assim?Ele soltou uma risada irônica.- Como se você não soubesse. – passou a mão nos cabelos. – Quer mesmo que eu acredite que você masturbou uma garota e que ainda é virgem?Soltei o ar, frustrada. Todo aquele alvoroço por causa disso?-Não tenho motivos para fingir, Rafael. É minha vida pessoal, quem mais saberia da minha vida, se não eu mesma? – parecia que eu estava falando com uma criança. – Além do mais, o que isso tem a ver com você?- Você tem um ponto. – falou a contragosto. – Mas não respondeu minha pergunta.- Eu não preciso
Rafael notou seus lábios trêmulos e o olhar em seus olhos. Ele sabia que você estava assustada, tentando recuperar a razão. Ele também estava nervoso. Era sua primeira vez com uma virgem e, apesar das experiências que Juliana falou que vivera, ele queria que aquele momento fosse especial.-Está tudo bem, baby…estou aqui com você. - ele sussurrou - Iremos no seu ritmo. Não precisa ficar nervosa. Você é tão linda e sexy. Ele beijou sua testa suavemente. Os tremores no corpo dela estavam levando ele ao limite.- Não precisamos fazer nada com que você não se sinta confortável. Podemos apenas conversar, se você quiser… - Suas palavras eram vazias, ele sabia disso. Ele queria ver ela perder o controle, queria enfiar tão fundo nela e marcá-la como sua. Ela estava em seu colo e Rafael a segurou perto do peito. Juliana podia sentir o coração dele batendo rápido.- Prometo que serei gentil. - Rafael sussurrou, acariciando sua bochecha com as costas da mão. Seus olhos eram puro desejo e algo