- Você tem um ponto, Juliana. - Falou, a contragosto. - Mas não pode agredir alguém por conta de algumas palavras. Soltei uma risada amarga e levantei da cadeira. A dor que eu sentia não era nada, comparada com a raiva. Rafael tinha a audácia de me dizer um absurdo desses e esperava que eu ficasse calada? - É irônico falar isso pra mim, senhor Novaes... - Rafael. - disse, cerrando a mandíbula. - Dane-se! Achou mesmo que eu aceitaria, de cabeça baixa, ser insultada por aquela mulher? Está louco? - passei as mãos no cabelo, frustrada. - Só por que abre as pernas pra você foder, não dá a ela o direito de me humilhar! Rafael virou-se na cadeira, me lançou um olhar assassino e advertiu: - Sugiro que você pare. - Ou o quê? - desafiei. Seu rosto ficou vermelho. Rafael levantou, agarrou meu braço e de repente eu estava sentada em seu colo. Um de seus braços envolveu minha cintura enquanto o outro segurava minhas mãos em seu peito com firmeza. Pude sentir que os batimentos do co
- Está me provocando, não está? Prendi a respiração. Não era a minha intenção. Estava molhada e com frio, mas eu não estava provocando meu chefe. Tentei me manter calma e retruquei, de forma racional: - Não posso ficar com roupas molhadas, não acha? Ele assentiu, mas podia sentir seu olhar percorrendo meu corpo, parando de forma insistente em meus seios cobertos por um top. Tento não me deixar incomodar, já que foi falta de ética tirar a blusa em sua frente. Eu podia simplesmente ter ido para minha sala, pensei com pesar, um rubor subindo pelo meu corpo. Ouvi os passos dele se afastando por um tempo e respiro aliviada. Ficaria no escritório até Sônia chegar com minhas roupas. Era o melhor que podia fazer naquele instante. Senti algo em meus ombros e ergui a cabeça rapidamente. Rafael estava atrás de mim, me envolvendo na toalha. Seu olhar de desejo ainda estava ali, mas seu tom de voz era frio e imparcial. - Sugiro que tome um banho, - sua voz era baixa, porém firme. - ou v
Os dias transcorreram tranquilamente. Depois daquele dia, Rafael e eu mal nos víamos. Era um alívio e ao mesmo tempo um tormento. Parecia que eu estava pisando em ovos, sem saber como agir. A sensação era desconfortável. Sônia, por outro lado, adorava fazer insinuações sem sentido, parecido com charadas. Mas não estava com humor para adivinhar o que estava acontecendo. As visitas de Márcia se tornaram mínimas depois de nossa breve discussão, o que para mim, era um alívio. Não queria ter um confronto com ela novamente e o mínimo que meu chefe podia fazer era pôr uma coleira nela. Eu mantive minha promessa a Rafael e tentei entrar em contato com Jorge, o antigo diretor, mas sem sucesso. Chamadas foram ignoradas e os e-mails nunca foram respondidos. Ponderei ir em sua casa, mas precisaria passar na empresa para pegar o endereço e naquele momento, isso não era viável. Massageei minhas têmporas. Aquilo seria muito mais complicado do que eu pensava. Meu trabalho como designer jogado par
Era tarde quando saí da minha sala. Estava cansada e só queria ir para casa. Mauro me olhava com divertimento no olhar e solto um suspiro, pensando no tipo de brincadeiras que eles fariam aquela noite. Eu podia sentir que eles estavam aprontando algo e por mais que estivesse receosa, a curiosidade falou mais alto. Fui para o quarto de hospedes e troquei de roupa. Tirei meu terno de sempre e vesti um short jeans e uma blusa preta com um leve decote. Não iria seduzir ninguém e para uma ocasião informal como aquela, achei que era uma boa escolha. Senti meu celular vibrar e olhei as mensagens, sorrindo ao ver o nome da Lya. ‘Mana? Você está bem? Não tive mais noticias suas e fiquei preocupada.’ Senti uma lágrima rolar pelo meu rosto. Minha irmã querida, mesmo longe se preocupava comigo. Tinha vezes que isso acontecia, passávamos um tempo sem contato, cada uma focada na própria carreira. E quando as coisas se acalmaram, conversávamos por horas, colocando o papo em dia. Eu não podia
Rafael me esperou em seu escritório. Ao passar pela porta, ouvi ela bater com um estrondo alto e pulei, surpresa. Ele não me olhou, passando direto por mim e apoiou o corpo na escrivaninha. O que estava acontecendo? Não entendi a razão dele ter me chamado, muito menos o motivo de sua frustração.Ele cruzou os braços e só então me olhou. Seus olhos estavam frios, mas eu podia ver raiva irradiando deles.- O que foi aquilo? – perguntou friamente.- Como assim?Ele soltou uma risada irônica.- Como se você não soubesse. – passou a mão nos cabelos. – Quer mesmo que eu acredite que você masturbou uma garota e que ainda é virgem?Soltei o ar, frustrada. Todo aquele alvoroço por causa disso?-Não tenho motivos para fingir, Rafael. É minha vida pessoal, quem mais saberia da minha vida, se não eu mesma? – parecia que eu estava falando com uma criança. – Além do mais, o que isso tem a ver com você?- Você tem um ponto. – falou a contragosto. – Mas não respondeu minha pergunta.- Eu não preciso
Rafael notou seus lábios trêmulos e o olhar em seus olhos. Ele sabia que você estava assustada, tentando recuperar a razão. Ele também estava nervoso. Era sua primeira vez com uma virgem e, apesar das experiências que Juliana falou que vivera, ele queria que aquele momento fosse especial.-Está tudo bem, baby…estou aqui com você. - ele sussurrou - Iremos no seu ritmo. Não precisa ficar nervosa. Você é tão linda e sexy. Ele beijou sua testa suavemente. Os tremores no corpo dela estavam levando ele ao limite.- Não precisamos fazer nada com que você não se sinta confortável. Podemos apenas conversar, se você quiser… - Suas palavras eram vazias, ele sabia disso. Ele queria ver ela perder o controle, queria enfiar tão fundo nela e marcá-la como sua. Ela estava em seu colo e Rafael a segurou perto do peito. Juliana podia sentir o coração dele batendo rápido.- Prometo que serei gentil. - Rafael sussurrou, acariciando sua bochecha com as costas da mão. Seus olhos eram puro desejo e algo
Eu dormi na casa de meu chefe.Mauro estava bêbado demais para me levar em casa. Rafael se propôs a me levar, mais recusei. Depois do que aconteceu no escritório de Rafael, dificilmente queria ficar perto dele de novo. O choque e a vergonha me atingiram ao recordar da maneira como agi. Meu corpo estremeceu com a lembrança e fecho os olhos.Poderia culpar a bebida, mas seria mentira. Eu estava sóbria, e sabia muito bem o que estava fazendo. Minhas pernas doíam, meu corpo estava sensível e a culpa era minha. Felizmente, era sábado e eu poderia relaxar assim que saísse. Arrumei os cabelos e saí do quarto.Era como a noite anterior. Todos estavam na sala de estar, conversando casualmente. Não pude parar de pensar que essas pessoas eram as mesmas de ontem. A atmosfera tranquila da noite anterior havia se transformado em uma tensão palpável. Deveriam estar falando algo bastante sério, por mais que não quisessem transparecer.- Bom dia. - Cumprimentei a todos, sentando na cadeira vazia.- Bo
O caminho de volta pra casa foi em completo silêncio da minha parte. Minha mente estava entorpecida, as conversas alegres de Erick e Vanessa estavam quase inaudíveis. Eu não sei porque fiquei surpresa, já deveria esperar que algo assim. Esperar algo assim de alguém inacessível como Rafael seria esperar demais.Isso não iria mais me afetar e depois do que aconteceu mais cedo, decidi que ele nunca mais tocaria em mim novamente. Não iria me sujeitar aos caprichos de Rafael, nem pedir migalhas por atenção. Sorte minha não ter assinado aquele contrato, caso contrário, poderia usar isso contra mim. Não devo satisfação a Rafael e a homem nenhum. Eu o faria sentir o gosto do próprio veneno.Mas agora, precisava me focar no presente.Olhei para Well ao meu lado e suspirei com a carranca que estava em seu rosto. O conhecia bem demais para saber que estava irritado com algo. Pensando bem, a formatura dele estava perto também. Possivelmente seu estresse seria por ele ser o responsável da escolha