Congelei no lugar, mesmo embaixo do calor infernal. A garota rebolava no colo de Rafael, jogava o cabelo para trás. Estava nua, assim como ele e meu rosto queimou de embaraço.Sentados na cadeira, nenhum dos dois me viu chegar. Essa poderia ser a hora ideal para ir embora dali, mas não consegui. Meu olhar seguiu as mãos dele; que percorria o corpo da loira com loucura. Minha própria respiração ficou acelerada e senti meus seios sensíveis. Merda, me sentia uma voyeur e não desviava o olhar do casal. Poderia ser falta de sexo, não sei, mas naquele momento senti inveja. Eu desejei estar nos braços de Rafael, e senti-lo me possuir repentinas vezes até perder a cabeça.Não sei o que houve, mas como se sentisse meu desejo, Rafael afastou os olhos da mulher e me encarou. O sorriso presunçoso que surgiu em seus lábios e prendeu seus olhos ao mês. Meu coração disparou. O acordo iria para o espaço, eu sentia isso. Apertei as mãos com força e desviei o olhar por um instante. O desejo se apodero
Era seis da tarde quando bateram na porta do escritório. Rafael ergueu a cabeça e olhou para a porta. - Entre. Sônia entrou e o olhou, consternada. - O que você fez? - Não sei o que quer dizer. Sônia meneou com a cabeça. Ele sabia muito bem o que tinha feito. Forçar Juliana a ver algo tão nojento não era atitude de um homem como ele. Rafael sempre fora um homem de cabeça fria, decidido em suas opiniões. Fazer algo tão desagradável como transar com aquela mulherzinha à luz do dia era simplesmente deplorável. - Acho que sabe. - Rebateu. Ele desviou o olhar do computador e a fitou. - Eu não devo satisfações a você do que faço, Sônia. - Diz calmamente. - Você deveria saber disso. - Não me diga o que fazer, seu moleque mimado! - Sônia elevou a voz e avançou, parando em frente a ele. - É desse jeito que diz sobre conquistá-la? O que diabos está pensando? Por mais que estivesse furioso com as palavras de Sônia, Rafael reconheceu que ela estava certa. Sua governanta o conh
No dia seguinte cheguei um pouco mais cedo à casa de Rafael. Abracei a pasta que trouxe comigo contra o corpo para afastar o frio da manhã. Embora fosse verão, o céu estava nublado e pequenas gotículas de chuva caíram sobre a cidade.Toquei a campainha e esperei com paciência alguém me atender. Algumas pessoas passavam apressadas para escapar da chuva e por falta de atenção uma delas esbarrou-se em mim. Eu não estava preparada para o impacto, meu corpo doía pelo esforço de ontem. Só tive certeza do que estava acontecendo quando me vi no chão. Com a queda, senti uma ardência em meu cotovelo e tive a certeza que meu blazer rasgara.Felizmente minha pasta continuava intacta, já que estava colada ao meu corpo. Levantei do chão e abafei um gemido de dor. A planta do meu pé doía muito, o suficiente para me fazer mancar mais do que antes. Apoiar o pé no chão estava difícil, mas como não me atendiam pelo portão da frente, teria que chamar pela garagem. O problema era seria a volta que eu fari
Apoiei o braço bom sobre a mesa enquanto sentava e apoiei minha cabeça em uma das mãos. Não estava surpresa por algo assim acontecer comigo, apesar que, dessa vez, não foram minha culpa. Conhecendo meu corpo eu sentiria dores a noite toda, além de ficar dolorida e febril no dia seguinte. Eu não esperava me encontrar com a Márcia daquela forma, muito menos ser ridicularizada por ela. A audácia daquela mulher conseguiu me tirar do sério e partir para a agressão. O problema agora era o meu chefe. O quanto será que ele viu?Irá ouvir minha versão dos fatos ou ficará do lado da namorada Agora é esperar e ver qual direção ele tomará. Não vou fazer drama algum, porque isso não faz meu estilo, serei honesta com ele, caso queira me ouvir. Senti uma ardência no meu braço e pulei da cadeira. Sônia estava do meu lado com um pedaço de algodão e um vaso de álcool. Limpava o machucado do meu braço com gentileza embora estivesse com um olhar reprovador. — Vai me dizer o que aconteceu? — Fala
- Você tem um ponto, Juliana. - Falou, a contragosto. - Mas não pode agredir alguém por conta de algumas palavras. Soltei uma risada amarga e levantei da cadeira. A dor que eu sentia não era nada, comparada com a raiva. Rafael tinha a audácia de me dizer um absurdo desses e esperava que eu ficasse calada? - É irônico falar isso pra mim, senhor Novaes... - Rafael. - disse, cerrando a mandíbula. - Dane-se! Achou mesmo que eu aceitaria, de cabeça baixa, ser insultada por aquela mulher? Está louco? - passei as mãos no cabelo, frustrada. - Só por que abre as pernas pra você foder, não dá a ela o direito de me humilhar! Rafael virou-se na cadeira, me lançou um olhar assassino e advertiu: - Sugiro que você pare. - Ou o quê? - desafiei. Seu rosto ficou vermelho. Rafael levantou, agarrou meu braço e de repente eu estava sentada em seu colo. Um de seus braços envolveu minha cintura enquanto o outro segurava minhas mãos em seu peito com firmeza. Pude sentir que os batimentos do co
- Está me provocando, não está? Prendi a respiração. Não era a minha intenção. Estava molhada e com frio, mas eu não estava provocando meu chefe. Tentei me manter calma e retruquei, de forma racional: - Não posso ficar com roupas molhadas, não acha? Ele assentiu, mas podia sentir seu olhar percorrendo meu corpo, parando de forma insistente em meus seios cobertos por um top. Tento não me deixar incomodar, já que foi falta de ética tirar a blusa em sua frente. Eu podia simplesmente ter ido para minha sala, pensei com pesar, um rubor subindo pelo meu corpo. Ouvi os passos dele se afastando por um tempo e respiro aliviada. Ficaria no escritório até Sônia chegar com minhas roupas. Era o melhor que podia fazer naquele instante. Senti algo em meus ombros e ergui a cabeça rapidamente. Rafael estava atrás de mim, me envolvendo na toalha. Seu olhar de desejo ainda estava ali, mas seu tom de voz era frio e imparcial. - Sugiro que tome um banho, - sua voz era baixa, porém firme. - ou v
Os dias transcorreram tranquilamente. Depois daquele dia, Rafael e eu mal nos víamos. Era um alívio e ao mesmo tempo um tormento. Parecia que eu estava pisando em ovos, sem saber como agir. A sensação era desconfortável. Sônia, por outro lado, adorava fazer insinuações sem sentido, parecido com charadas. Mas não estava com humor para adivinhar o que estava acontecendo. As visitas de Márcia se tornaram mínimas depois de nossa breve discussão, o que para mim, era um alívio. Não queria ter um confronto com ela novamente e o mínimo que meu chefe podia fazer era pôr uma coleira nela. Eu mantive minha promessa a Rafael e tentei entrar em contato com Jorge, o antigo diretor, mas sem sucesso. Chamadas foram ignoradas e os e-mails nunca foram respondidos. Ponderei ir em sua casa, mas precisaria passar na empresa para pegar o endereço e naquele momento, isso não era viável. Massageei minhas têmporas. Aquilo seria muito mais complicado do que eu pensava. Meu trabalho como designer jogado par
Era tarde quando saí da minha sala. Estava cansada e só queria ir para casa. Mauro me olhava com divertimento no olhar e solto um suspiro, pensando no tipo de brincadeiras que eles fariam aquela noite. Eu podia sentir que eles estavam aprontando algo e por mais que estivesse receosa, a curiosidade falou mais alto. Fui para o quarto de hospedes e troquei de roupa. Tirei meu terno de sempre e vesti um short jeans e uma blusa preta com um leve decote. Não iria seduzir ninguém e para uma ocasião informal como aquela, achei que era uma boa escolha. Senti meu celular vibrar e olhei as mensagens, sorrindo ao ver o nome da Lya. ‘Mana? Você está bem? Não tive mais noticias suas e fiquei preocupada.’ Senti uma lágrima rolar pelo meu rosto. Minha irmã querida, mesmo longe se preocupava comigo. Tinha vezes que isso acontecia, passávamos um tempo sem contato, cada uma focada na própria carreira. E quando as coisas se acalmaram, conversávamos por horas, colocando o papo em dia. Eu não podia