Olá, leitores! Desculpem pelo sumiço, mas tive problemas sérios de saúde. Obrigada por acompanharem a história de Melissa até aqui. Combinei que ainda este mês Traída estará com status de livro completo na plataforma, portanto, aguardem por capítulos novos, todos os dias! Mil beijos! Pri
Melissa e Kate pegaram suas coisas rapidamente, pagaram a conta e saíram do Café, esbaforidas. Estavam preocupadas com Kernel e não queriam arriscar: se aquilo fosse um pedido de ajuda de verdade por parte de Eveline, elas não queriam se arrepender por terem ignorado a mensagem da morena. Entraram no Uber rapidamente, mas o caminho parecia não terminar nunca. As duas releram a mensagem de Kate várias vezes, examinando os fatos. Melissa ligou para Murray. - Mel? – disse uma voz masculina, jovial e afável do outro lado da linha. - Mattew, você recebeu uma mensagem da Eveline? – disse Melissa, em tom de urgência. - Não, eu não recebi nada. O que houve? – perguntou, preocupado. - Ah, não... não houve nada – mentiu Melissa. - Senhorita Sanders...! – disse Murray, desconfiando. - Te ligo depois – disse a loira, desligando na cara do ruivo. - O que houve? – perguntou Kate, curiosa sobre a ligação. - O Murray não sabe de nada. O que é bem estranho. E porque recebemos a mesma mensagem?
Depois de ir ao hospital visitar Kernel, Melissa, que estudava à noite, não conseguiu ir para as aulas na NYU. Foi direto para casa. Estava assustada e desequilibrada, roeu suas unhas e, tomada pelo cansaço, jogou-se na cama e desatou a chorar. Ela não aguentava mais chorar por causa de Kernel, mas, ainda assim, com a nova situação de Adam estar doente no hospital, ela ainda tinha lágrimas o suficiente para derramar por ele. Exausta, Melissa dormiu chorando, inconsolavelmente. No dia seguinte, o despertador de Melissa tocou nas primeiras horas da manhã. Mesmo não tendo mais que ir trabalhar cedo, ela não desativou o alarme. Não fazia muito tempo que o maior medo de Melissa era perder seu emprego na Kernel Publicidade e, agora que ela não trabalhava mais lá, estava com a vida um pouco vazia – apesar dos bolsos bem cheios de grana. Com calma, a loira levantou de sua cama e resolveu fazer um ritual de beleza para dar um up em seu ânimo. Tomou um belo banho, maquiou-se, vestiu-se com seu
Eveline estava aguardando na entrada do aeroporto, toda vestida de preto, com cara de poucos amigos, o Les Oiseaux Libérés lhe ornando o pescoço. Eles desceram do carro para ajudá-la com as malas. - Vocês demoraram – disse ela, irritada, soltando as malas no chão e caminhando em direção ao carro. - Desculpe – disse Murray, tentando manter a civilidade e pegando as malas de Eveline no chão. Melissa tentou se aproximar da esposa de Kernel, que passava em sua frente com o nariz em pé. - Sei como você deve estar se sentindo mal, mas estamos aqui para ajudar – disse Melissa. Eveline parou e olhou para trás. - Engraçado você dizer isso... você não faz ideia do que estou passando – completou, voltando-se na direção de Melissa e se aproximando, com uma das mãos na barriga. – Aliás, você não faz ideia de nada, não é? - O... o que quer dizer com isso? – perguntou Melissa, surpresa. - Você não fazia ideia do que estava na gaveta do Adam, aquela gaveta com trinco? Como você pôde? Nunca per
Já eram três horas da manhã e Melissa não conseguia parar de andar de um lado para o outro na sala de seu apartamento em Nova York. A loira trajava seu pijama preto de seda com temas orientais e seu cabelo longo e liso estava preso em um coque no topo da cabeça. Não estava conseguindo dormir por causa daquele médico idiota que tinha colocado uma pulga atrás da orelha de Melissa: aquela história do coquetel. “- Você não vai querer tomar coquetel pro resto da vida, se é que me entende” – lembrou Melissa, a frase que o médico tinha dito. Fingira de desentendida quando o sujeito falara aquilo e o fizera sair de perto dela o mais rápido possível, porém, entendera muito bem o que ele estava insinuando. Só se fez de besta porque achou que aquela informação era extremamente sensível e não deveria ficar sendo passada nos corredores por aí, sem nenhum controle. Seria possível que Kernel estivesse doente? Será que ele era soropositivo? A cabeça de Melissa dava voltas e mais voltas, enlouquecid
Melissa acordou. Abriu os olhos claros e mexeu no cabelo loiro, espreguiçando-se. Por alguns breves momentos, esquecera completamente da bagunça que sua vida estava. Olhou para o lado. De um salto, caiu da cama e deu um grito: - Ahhhhh!!! - Ahhhhh!!! – ouviu um grito, masculino, de volta. – Melissa? Era Murray. A loira se assustou com o ruivo que estava ao seu lado na cama quando acordou naquela manhã. Murray era simplesmente maravilhoso quando acordava. Os olhos verdes estavam sonolentos e o longo cabelo vermelho encaracolado estava um pouco mais volumoso do que de costume. Completamente nu, ele tinha apenas o lençol branco da cama de Melissa lhe escondendo o baixo-ventre. Murray era menos musculoso do que o senhor Kernel, porém, ainda assim seu torso não deixava de ser menos atrativo para deitar em cima. O ruivo levantou-se e caminhou até Melissa, que caíra da cama diretamente no chão do quarto. O cabelo da loira estava completamente bagunçado. O coque que fizera prendendo-o par
O relógio de Melissa apitou, quebrando o silêncio em que os dois estavam. Os dedos da loira e do ruivo puxaram as fitas de resultado. - Uma linha no C – disse Murray, sorrindo. E o seu? Ele olhou para a loira, que estava atônita, olhando para a própria fita de resultado. As mãos trêmulas. - O que significa isso? – perguntou Melissa, com a voz embargada. – O que significa isso!? – exclamou, tensa. O desespero tomou conta de Melissa e ela não conseguiu raciocinar direito. Achou que ia desmaiar. Murray olhou a fita do resultado na mão de Melissa e viu que havia uma linha no T, sem nenhuma linha no C. A mão de Melissa começou a tremer mais ainda com o resultado. Ainda bem que Murray estava mais calmo: pegou a bula que estava em seu colo e olhou-a com urgência. - Aqui diz que se a linha do C não aparecer, o teste é inconclusivo. - Como assim inconclusivo? – disse Melissa, desesperada, arrancando a bula da mão do ruivo. Entretanto, ela não conseguiu ler o que a bula informava. Não con
- Eu... talvez eu tenha usado uma agulha... contaminada... – disse Adam, encerrando sua fala com uma lágrima que correu pelo belo rosto dele. Melissa estava completamente sem chão naquele momento. Murray surpreendeu-se com a revelação do amigo. Eveline só conseguiu olhar para baixo, encabulada. A loira queria morrer. Tinha transado com um sujeito que estava com suspeita de ser aidético. Mesmo tendo usado preservativo, ela ficou completamente devastada pela notícia. - E agora, como é que eu fico? – disse Melissa, exasperada, porém, ainda tentando falar baixo para evitar chamar mais a atenção das pessoas que estavam na recepção da clínica. – Você parou pra pensar em mim quando estava enfiando droga no seu braço? - É impressionante como você é egoísta e só pensa em si mesma – disse Eveline, exaltando-se. Parecia querer dizer aquilo na cara de Melissa há mil anos. - O que disse? – perguntou Melissa, achando aquilo um absurdo. Adam e Mattew trocaram um breve olhar e cada um foi abraça
Melissa estava sentada numa cadeira azul-petróleo muito confortável em um escritório de advocacia, aguardando ser chamada. O local era muito bem decorado, com cores escuras até nas paredes revestidas de madeira com roda meio e boiserie. Foi para lá sozinha, pois não queria que ninguém soubesse que estava sendo processada por seu ex e, portanto, não tinha como pegar com ninguém a indicação de um bom advogado. Aquele era o único escritório de advocacia que ela conhecia, exceto pelo escritório do próprio Patrick que, no caso, não seria de muita utilidade para defendê-la, por óbvio. Em casa, a loira tentara ler a petição inicial para se inteirar dos absurdos que Pep estava alegando, porém, não tinha entendido muita coisa. O linguajar dos advogados era muito rebuscado e o intuito deles com certeza era exatamente fazer com que somente outro advogado entendesse o que estava escrito, assim poderiam obrigar a pessoa processada a contratar outro advogado, impedindo que ela se defendesse sozinha