Este é o penúltimo capítulo! Não deixe de acompanhar a última parte dessa incrível história, amanhã, aqui na Buenovela! <3
Aquela semana havia passado rápido. Melissa estava, finalmente, sentada na cadeira em frente ao juiz, que estava instruindo a audiência do processo que Patrick ajuizara contra ela, pedindo danos morais por não ter casado com ele com intuito de conseguir obriga-la a se casar com ele. Não exatamente por causa disso, segundo suas alegações, mas era isso que ele queria, no fim das contas, pois seu aniversário de quarenta anos era naquele final de semana e ele queria que ela desistisse e casasse com ele de qualquer maneira, para que ele pudesse preencher os requisitos e receber a herança de sua falecida mãe. Patrick parecia bem à vontade por ser advogado atuando em causa própria. Por orgulho, discrição e autoconfiança, não utilizara nenhum recurso do pessoal do escritório para processar Melissa. Fizera, sozinho, uma peça brilhante que encantaria todos os seus professores, porém, a peça de defesa de Felsberg era, também, de um brilhantismo sem igual. Juntara todos os documentos necessários
Melissa e seu advogado saíram da sala de audiência, exasperados. Ganharam os corredores e um monte de jornalistas começou a fazer um bocado de perguntas para Melissa. Do outro lado da sala, Patrick saiu pela porta da esquerda e foi simplesmente rendido pela imprensa. Ele tinha cinco minutos para livrar-se deles e, surtado, entrou no banheiro masculino, trancando-se. Melissa, por sua vez, já sabia lidar com a imprensa e deu algumas palavras gerais para eles, apenas para deixá-los satisfeitos por um tempo e irem embora. Depois que eles saíram, Murray e Ethan, ao lado do pai de Melissa, apareceram para conversar com a loira. O doutor Felsberg também estava lá, exasperado, e achou estranho a imprensa ter ido embora, dizendo: - O que aconteceu aqui? Enfim, consegui fazer o pedido ao juiz, a audiência vai prosseguir fechada ao público, mas você pode continuar aqui, senhor Sanders. - Não, eu acho que é minha hora de ir embora para casa – disse o senhor Sanders para o doutor Felsberg, dando
- Eu posso vender o apartamento para pagar a dívida e vou ficar com o resto da grana – disse Melissa para o doutor Felsberg, decidida. Ela sabia exatamente o que precisava fazer. - Certo. Assine essa procuração que resolverei tudo para você, inclusive as papeladas da venda. Já te deram o recibo dos meus honorários? - Sim – confirmou Melissa, feliz. – Obrigada por ter me ajudado, eu nunca conseguiria me livrar do Patrick sem você, doutor Felsberg. - Não precisa agradecer, este é o meu trabalho – disse Felsberg, sorrindo, satisfeito por ver sua cliente feliz. – Quando o cliente tem o Direito, tudo fica mais fácil. - Depois te mando uma garrafa de uísque – disse Melissa, sorrindo. - Ah! Nossa reunião com a Megan será que dia? – perguntou o doutor Felsberg, só para se certificar de que estava tudo ok. - Será mesmo em dois meses. Precisamos ajustar muitas coisas na empresa antes que eu possa transferir tudo para Megan – comentou Melissa. - Ela precisa de um sócio para ter pelo menos
- Sempre fui uma menina normal. Quer dizer, quando eu era mais nova, eu gostava de brincar de barbie. Nessas histórias de barbie, eu sempre tinha um namorado, noivo ou marido, o Ken. Ele sempre foi um gentleman. Carinhoso, amoroso, fiel. Fiel... é. Fiel... fiel de verdade – disse Melissa, deitada no divã, com os longos cabelos cor de ouro espalhados por todo ele. – A vida era fácil. Era uma eterna lua de mel. Mas tem uma hora que a história muda. A eterna lua de mel acaba. Eu tinha mil barbies. E, hora ou outra, uma delas também se casava com o Ken para ter outra eterna lua de mel, até que perdia a graça... - E você acha que isso pode ser aplicado a você? Digo, hoje em dia... – disse a psicóloga. - Não. Quer dizer, acho que talvez. Ou não? – pensou em voz alta. – Quem sabe... - Só você saberá... E você tinha quantos Ken? - Um só. - E era o mesmo Ken que se casava com todas as barbies. - Era. - Isso não foi uma pergunta de minha parte. É algo para você pensar... – a doutora respi
Aquela manhã foi um típico exemplo de que, quando dormimos, nos desligamos completamente de qualquer coisa. Nos desligamos do que somos, do que comemos e de quem comemos. Melissa sentiu seu corpo desconfortável como se estivesse com a cabeça deitada em cima de um tijolo duro e malfeito. Ao abrir os olhos claros, fitou o teto branco da sala, rebaixado, com a luz acesa. Como diabos esquecera a bendita luz acesa na hora de dormir? Pelo menos as lâmpadas de LED não geram tanto impacto na conta de luz, como naquele dia em que deixara a geladeira aberta por acidente ao sair de casa: nunca antes tivera tanto impacto no valor de uma conta de luz. A geladeira também queimou e, além da conta cara, ainda por cima tivera que comprar uma geladeira nova. Afinal... “Porque acordei na sala?” – pensou. Foi quando Melissa sentiu um peso esquisito sobre suas pernas. Assustou-se, deu um giro e praticamente pulou no chão, cravando as unhas no carpete vinho como um gato arisco. Seu chefe estava dormindo
Adam pegou a caixa das coisas de Patrick, abriu a porta e cumprimentou o amigo. - E aí, fera? – disse Kernel, mas não houve resposta do amigo. Patrick, com os olhos verdes e cabelo castanho, que estava de terno e muito bem alinhado, perdeu o controle ao ver, de passagem, o que estava acontecendo no sofá do amigo. Empurrou Kernel para o lado. Queria participar. - Está fazendo uma festinha? – disse Patrick, mas, para seu pavor, entrou na mansão e terminou visualizar o que estava vendo pela metade através da porta entreaberta, deu de cara com a cena de Kate lambendo os seios de Melissa. - Que merda é essa!? – gritou Patrick, e as duas garotas se assustaram, olhando para ele. No susto, Kate pulou para o canto oposto do sofá. Os olhos verdes de Patrick encontraram os azuis de Melissa e ela não pôde esconder um leve sorriso triunfal. - O que está acontecendo aqui? – perguntou Patrick, arfando de ira enquanto se aproximava de Melissa e olhava-a de cima, puto de ódio. Mel, por sua vez,
Melissa estava começando a ficar bastante nervosa. Seus pés num Prada batiam freneticamente no chão, seus braços estavam cruzados demonstrando impaciência e seus lábios vermelhos, franzidos. Já fazia uma semana que ela e o senhor Kernel não conversavam nada além do estritamente essencial para o andamento do trabalho na agência de publicidade. E o que estava acontecendo agora definitivamente não tinha nada a ver com a agência, mesmo que o senhor Kernel tivesse insistido que a presença de sua secretária era muito importante nessa visita ao orfanato. Era uma sexta-feira muito bonita, com o céu azul e clima ameno. O sol batia nos cabelos dourados de Melissa e os iluminava mais ainda, causando reflexos maravilhosos. Impaciente, ela girou os olhos azuis sob os óculos de sol quando mirou o Mercedes virando a esquina, dirigido pelo próprio senhor Kernel. Ele estacionou o carro em frente ao orfanato, bem em frente onde Melissa o aguardava, de pé. Apesar de toda a raiva que sentia dele, o cora
Era difícil acreditar naquilo. Os pensamentos de Melissa estavam presos no que acabara de se revelar para ela sobre o passado do senhor Kernel. Melissa estava cuidando das crianças no jogo como se estivesse no piloto automático: fazia fila indiana com as crianças e conferia toda hora se alguma não estava perdida. Tudo acontecia no automático. Comprou pipocas, doces e refrigerantes para todos, automaticamente. Ela não conseguia parar de pensar no momento em que pegou a ficha de cadastro do senhor Kernel no orfanato. A loira não conseguia acreditar que ele tinha sido uma criança que morou em um orfanato. O que era incrível, pois uma criança órfã, quando cresce, geralmente não tem tanto sucesso quanto o senhor Kernel tinha. Tanto dinheiro quanto o senhor Kernel tinha. Era algo exemplar. Possivelmente todas aquelas crianças sabiam daquele segredo que Melissa havia acabado de descobrir e o admiravam. E elas sabiam daquilo muito mais profundamente do que Melissa, que nem conseguia se imagin