Ligue 132 O Ligue 132 é um serviço gratuito, anônimo e confidencial. O atendimento funciona 24 horas por dia e fornece orientações e informações sobre drogas por telefone, atendendo todas as regiões do Brasil. Além de orientar e informar sobre drogas, o serviço também presta aconselhamento aos familiares que possuem parentes em sofrimento em decorrência do uso ou do abuso de drogas, além de prestar assistência à saúde via telefone, fazer acompanhamento de casos e informar locais de tratamento conforme a conveniência da pessoa que procura o serviço.
Já eram três horas da manhã e Melissa não conseguia parar de andar de um lado para o outro na sala de seu apartamento em Nova York. A loira trajava seu pijama preto de seda com temas orientais e seu cabelo longo e liso estava preso em um coque no topo da cabeça. Não estava conseguindo dormir por causa daquele médico idiota que tinha colocado uma pulga atrás da orelha de Melissa: aquela história do coquetel. “- Você não vai querer tomar coquetel pro resto da vida, se é que me entende” – lembrou Melissa, a frase que o médico tinha dito. Fingira de desentendida quando o sujeito falara aquilo e o fizera sair de perto dela o mais rápido possível, porém, entendera muito bem o que ele estava insinuando. Só se fez de besta porque achou que aquela informação era extremamente sensível e não deveria ficar sendo passada nos corredores por aí, sem nenhum controle. Seria possível que Kernel estivesse doente? Será que ele era soropositivo? A cabeça de Melissa dava voltas e mais voltas, enlouquecid
Melissa acordou. Abriu os olhos claros e mexeu no cabelo loiro, espreguiçando-se. Por alguns breves momentos, esquecera completamente da bagunça que sua vida estava. Olhou para o lado. De um salto, caiu da cama e deu um grito: - Ahhhhh!!! - Ahhhhh!!! – ouviu um grito, masculino, de volta. – Melissa? Era Murray. A loira se assustou com o ruivo que estava ao seu lado na cama quando acordou naquela manhã. Murray era simplesmente maravilhoso quando acordava. Os olhos verdes estavam sonolentos e o longo cabelo vermelho encaracolado estava um pouco mais volumoso do que de costume. Completamente nu, ele tinha apenas o lençol branco da cama de Melissa lhe escondendo o baixo-ventre. Murray era menos musculoso do que o senhor Kernel, porém, ainda assim seu torso não deixava de ser menos atrativo para deitar em cima. O ruivo levantou-se e caminhou até Melissa, que caíra da cama diretamente no chão do quarto. O cabelo da loira estava completamente bagunçado. O coque que fizera prendendo-o par
O relógio de Melissa apitou, quebrando o silêncio em que os dois estavam. Os dedos da loira e do ruivo puxaram as fitas de resultado. - Uma linha no C – disse Murray, sorrindo. E o seu? Ele olhou para a loira, que estava atônita, olhando para a própria fita de resultado. As mãos trêmulas. - O que significa isso? – perguntou Melissa, com a voz embargada. – O que significa isso!? – exclamou, tensa. O desespero tomou conta de Melissa e ela não conseguiu raciocinar direito. Achou que ia desmaiar. Murray olhou a fita do resultado na mão de Melissa e viu que havia uma linha no T, sem nenhuma linha no C. A mão de Melissa começou a tremer mais ainda com o resultado. Ainda bem que Murray estava mais calmo: pegou a bula que estava em seu colo e olhou-a com urgência. - Aqui diz que se a linha do C não aparecer, o teste é inconclusivo. - Como assim inconclusivo? – disse Melissa, desesperada, arrancando a bula da mão do ruivo. Entretanto, ela não conseguiu ler o que a bula informava. Não con
- Eu... talvez eu tenha usado uma agulha... contaminada... – disse Adam, encerrando sua fala com uma lágrima que correu pelo belo rosto dele. Melissa estava completamente sem chão naquele momento. Murray surpreendeu-se com a revelação do amigo. Eveline só conseguiu olhar para baixo, encabulada. A loira queria morrer. Tinha transado com um sujeito que estava com suspeita de ser aidético. Mesmo tendo usado preservativo, ela ficou completamente devastada pela notícia. - E agora, como é que eu fico? – disse Melissa, exasperada, porém, ainda tentando falar baixo para evitar chamar mais a atenção das pessoas que estavam na recepção da clínica. – Você parou pra pensar em mim quando estava enfiando droga no seu braço? - É impressionante como você é egoísta e só pensa em si mesma – disse Eveline, exaltando-se. Parecia querer dizer aquilo na cara de Melissa há mil anos. - O que disse? – perguntou Melissa, achando aquilo um absurdo. Adam e Mattew trocaram um breve olhar e cada um foi abraça
Melissa estava sentada numa cadeira azul-petróleo muito confortável em um escritório de advocacia, aguardando ser chamada. O local era muito bem decorado, com cores escuras até nas paredes revestidas de madeira com roda meio e boiserie. Foi para lá sozinha, pois não queria que ninguém soubesse que estava sendo processada por seu ex e, portanto, não tinha como pegar com ninguém a indicação de um bom advogado. Aquele era o único escritório de advocacia que ela conhecia, exceto pelo escritório do próprio Patrick que, no caso, não seria de muita utilidade para defendê-la, por óbvio. Em casa, a loira tentara ler a petição inicial para se inteirar dos absurdos que Pep estava alegando, porém, não tinha entendido muita coisa. O linguajar dos advogados era muito rebuscado e o intuito deles com certeza era exatamente fazer com que somente outro advogado entendesse o que estava escrito, assim poderiam obrigar a pessoa processada a contratar outro advogado, impedindo que ela se defendesse sozinha
Após estudar sobre os arranjos documentais arquivísticos, Melissa saiu da sala de aula da Faculdade de Artes e Ciências da Universidade de Nova York, NYU. Fizera algumas “amizades” na universidade, porém ninguém se destacava em algo para além de fazer trabalhos em grupo. Era final de semestre e as pessoas estavam saindo para beber e comemorarem as notas boas ou afogarem-se na derrota, porém Melissa estava evitando bebidas alcoólicas e locais que lhe davam gatilhos para beber. Depois de toda a bagunça que aconteceu em sua vida pessoal, a loira aguardava o resultado do exame de sangue e a data da audiência de conciliação do processo que Patrick ajuizara contra ela. Melissa não queria se envolver em mais nada além daquilo, principalmente se o envolvimento a levasse a ativação de seus gatilhos alcoólicos. E isso era horrível, pois ela não interagia socialmente com ninguém. Melissa focava nos estudos e deixava a diversão e a necessidade de fazer amizades novas de lado, pois os colegas da
- Não acredito que você namorou dois anos e não sabia que o Kernel é órfão! Kate parou de rir imediatamente, mas não por causa das brincadeiras de serem ela e Melissa duas caipiras. A ruiva levou as mãos à boca, chocada. Melissa manteve a seriedade e contou para a amiga sobre a ocasião em que foi até arquivo do orfanato e viu a pasta com as informações do senhor Kernel. E, então, o avião parou para a conexão que as levaria até a Califórnia. Com as malas de mão, ouvidos a postos e línguas afiadas, as amigas continuaram a conversa enquanto trocavam de voo. - Não acredito que ele namorou comigo por dois anos e não me contou que era órfão! - Também não acredito! – comentou Melissa, incrédula. – Eu não sabia se eu podia falar sobre isso com alguém. Na verdade, agora que eu me abri com você, eu me sinto melhor... - Maldito mentiroso! – disse Kate, com raiva. Logo depois, percebera a gravidade da situação. Seu rosto ficou mais sereno e piedoso. – Mas coitadinho dele, Mel! - Pois é, eu s
- E, afinal de contas, como que você decidiu ter um relacionamento aberto, já que você sentia tanto ciúme!? Kate olhou para Melissa, enigmática. O avião parou e precisavam descer. Após chegarem ao aeroporto, entraram em um ônibus que levava à pequena cidade de Carmel. As amigas sentaram em suas respectivas poltronas e voltaram a conversar. - Eu fiz um raciocínio lógico – disse Kate, respondendo à pergunta de Melissa. – Já no colégio, percebi que todos os caras ficavam com várias meninas ao mesmo tempo. Era algo comum, infelizmente. Você se lembra do Kevin, da escola? - Sim, lembro. Aquele que você pegou te traindo com a líder de torcida – respondeu Melissa. - Aquela foi minha primeira decepção. Depois daquilo, resolvi não me envolver emocionalmente com mais ninguém. Fiquei triste e arrasada, sabe, triste mesmo. Fora a vergonha que eu passei na frente de toda a escola. O tempo passou e, obviamente, me envolvi com mais alguns garotos, porém eu ficava com eles todos ao mesmo tempo. E