—Você sabe que não é possível. Com o tempo, deixará de sentir isso por mim, encontrará algum garoto, irá amá-lo e entenderá que o que você sente por mim é apenas uma confusão passageira.—Não é uma mera confusão! Estou apaixonada por você — confessou.—Já chega, queridinha. Consegue andar?Ela cruzou os braços, irritada.Sabendo que ele estava tentando manipulá-la, ele a pegou no colo e a carregou até seu quarto, onde a deixou na cama. Ele se deitou ao seu lado, enquanto Mariané virava as costas. Ele inalou o cheiro de baunilha à distância; cansado da situação, ele a abraçou pela cintura, desfazendo a resistência.—Tomara que as circunstâncias fossem diferentes, querida.Ele se virou calmamente e seus olhos se encontraram instantaneamente. Ele tocou sua bochecha macia, enfeitiçado e indeciso. Ela o deixava vulnerável; ele perdia o controle e se tornava um verdadeiro masoquista. Seu olhar desviado se fixou em seus lábios rosados, ela antecipou o que aconteceria, fechou os olhos e o esp
"É irônico tê-lo por perto, mas não poder amá-lo. Que o dia e a noite se esfreguem e não possam estar juntos como você e eu. Que ironia a vida ao pôr-te no meu caminho e devo tomar outro rumo, florzinha".DesesperoO lado vazio da cama conservava seu cheiro, podia senti-la junto a ele; o desvario não se dissipava, a chama ardente invadia até os sonhos mais profundos. A insônia veio e o despertou de desejos febris envolvendo-o. Uma necessidade de acalmar seus desejos, beijá-la e tocá-la o baniu de seus princípios mais arraigados. A vontade de fazê-la Sua, de pronunciar seu nome, era intensa. Ele a evocou nua, sua pele branca respondendo a seus toques, ali, olhando para ele com expectativa, montando nele e gemendo enquanto ele a percorria com alevosia e desespero.Ele precisava respirar, testá-la e tornar-se conflitante em seus braços. Ele endureceu e teve que tomar um banho frio ou não conseguia adormecer.O verão daquele ano chegou. Ismaíl decidiu que viajariam para a França. A notíci
"Tudo estava prestes a desmoronar, deixando-nos o gosto amargo e a necessidade perturbadora de ressurgir dos escombros".Vamos tentarEles jantaram no restaurante Le Ciel, em Paris, na torre parisiense Mont Parnasse. Ismaíl explicou - lhe como dado curioso, que a decoração foi feita pelo arquiteto Noé Duchaufor. De lá podia-se ver a torre Eiffel e os demais monumentos; a visão noturna da cidade das luzes, seria um presente inesquecível.Por que você frequenta esse tipo de lugar? - varreu-a ofuscada. Ele elogiava o conforto das mesas, o serviço atencioso e a atmosfera amigável, mas ver tantas pessoas elegantes, comendo com remilgos, causou dor de barriga. Causou-lhe desagrado testemunhar a superficialidade com que se desenvolviam. Piorou ao perceber a atenção feminina sobre Ismaíl.- Não tem nada de errado, tens algum problema? - ele olhou para ela com seriedade. Também não é a primeira vez que você vem a um lugar assim.- É desconfortável-encolheu —se no lugar. E essa mulher não para
"Nunca me senti tão desorientado, tive que enfiar o olhar nos olhos dela e me salvar, porque ela era minha bússola, a direção certa, apesar de Às vezes nós dois encontrarmos a doce desgraça".Mariané levantou-se com o amanhecer. Ele não sabia por que não queria mais estar lá, longe de casa. Naquela manhã, depois de receber o serviço de quarto, conversou com Ismaíl e chegaram à conclusão de que voltariam para os Estados Unidos. Apenas três dias haviam passado lá, e já era um fato o retorno. Ele vomitou naquele dia depois de voltar do almoço com seu tio. Ela estava sozinha na sala, arrumando o pouco que tirou da mala, mergulhada e, de repente, parando abruptamente, sentiu o ácido subir pela garganta. Angustiada por seu estado, prometeu contar a ele, assim que estivessem em casa.Infelizmente, Mariané desmaiou após o pouso, assim que pisaram no hangar privado. Oprimido, ele ordenou que Hank dirigisse ao hospital. No trajeto acordou confusa, admitindo o medo que sentia. Ele chorou em seus
"Nunca me senti tão desorientado, tive que enfiar o olhar nos olhos dela e me salvar, porque ela era minha bússola, a direção certa, apesar de Às vezes nós dois encontrarmos a doce desgraça".MedoMariané levantou-se com o amanhecer. Ele não sabia por que não queria mais estar lá, longe de casa. Naquela manhã, depois de receber o serviço de quarto, conversou com Ismaíl e chegaram à conclusão de que voltariam para os Estados Unidos. Apenas três dias haviam passado lá, e já era um fato o retorno. Ele vomitou naquele dia depois de voltar do almoço com seu tio. Ela estava sozinha na sala, arrumando o pouco que tirou da mala, mergulhada e, de repente, parando abruptamente, sentiu o ácido subir pela garganta. Angustiada por seu estado, prometeu contar a ele, assim que estivessem em casa.Infelizmente, Mariané desmaiou após o pouso, assim que pisaram no hangar privado. Oprimido, ele ordenou que Hank dirigisse ao hospital. No trajeto acordou confusa, admitindo o medo que sentia. Ele chorou em
- Estarei no meu consultório, o que falarmos é confidencial. Lembre —se de que, além de médico, tenho estima por você, você é um amigo —ele deu um tapinha na bochecha -. Dê-lhe o seu apoio, Mariané está arrasada.Afastou-se deixando-o ali, de pedra. Envolto na névoa, avançou até ela prostrada naquela cama. Ele se inclinou trêmulo e beijou sua testa, invadido por um tormento Aniquilador. A fraqueza sulcava suas feições, lânguida e triste.- Perdoa-me, florzinha. Demonios que diabos foi o que eu fiz? - murmurou com a culpa que sofria. Ele apertou os lençóis com as mãos transformadas em dois punhos.Todas as lembranças retornaram em loop, o que fizeram de errado, Os beijos, explosões acaloradas, o delírio e a loucura colidindo nos dois. Repercutiram os erros, o que poderiam ter evitado e não estar vivendo agora as consequências. O desenlace que os condenava ao indefinível. Ela soluçou perdendo a firmeza ao falar.-Não quero E-este bebé is N-não o quero Ismaíl! - sussurrou raivosa, com a
Seu rosto se contraiu, pressagiando que a enxaqueca chegaria em breve, ele se preparou para dormir. Ele se virou na cama sentindo a necessidade absorvente de virar o passado na escuridão; recordá-lo naquele dia, mexeu tudo. Um nó se agarrou em sua garganta, feroz. Angeline tinha ido embora por sua culpa, nunca teve a oportunidade de conhecê-la, mas essa pessoinha deixou maltratada sua alma e um buraco sem fundo no coração.Mariané o assustou com sua chegada esporádica. Ele estava na moldura da porta com uma camisola de cetim branco que o cobria até os joelhos. Pensou que um mesmo anjo havia descido do céu, pousando sutilmente ali. Sorriu admirando a doce despenteada que, como todas as noites, aparecia com a desculpa de não poder conciliar o sono.- Posso dormir contigo?—Você não precisa pedir, sempre há espaço suficiente-falou acendendo uma das lâmpadas, instantaneamente desfazendo um pouco a escuridão. No ato, ele apertou as pálpebras, as pontadas passeando ao redor de seus olhos. M
Quando Brenda subiu ao seu quarto, pediu-lhe que ficasse um pouco fazendo-lhe companhia, conversavam sobre trivialidades evitando falar do que se passava. A mulher notava que, de tempos em tempos, Mariané ficava imersa em qualquer objeto presente. Eu sabia que- Queres contar-me? Eu sou todo ouvidos e também um túmulo-simulou um fechamento com seus lábios.- De que estás a falar? - ela se mexeu desconfortável.- Você não precisa me dizer, mas se decidir fazê-lo, eu o ouvirei.Ele jogou com as mãos. Havia tanta coisa que ele gostaria de expressar, em vez disso, ele se reprimia, entrava em sua pequena concha encapsulando tudo o que podia. No entanto, com ela, se ele deixasse entrever seu lado interno sem colocar um cobertor do lado de fora.- Gostaria que Ismaíl ficasse mais tempo comigo. Sinto muita falta dele a cada segundo. Se tudo não fosse tão complicado…- Parece que ele te ama, você é tudo para ele. Nunca os julgaria.—As outras pessoas não hesitarão em fazê-lo, nos comerão vivos