Quando Brenda subiu ao seu quarto, pediu-lhe que ficasse um pouco fazendo-lhe companhia, conversavam sobre trivialidades evitando falar do que se passava. A mulher notava que, de tempos em tempos, Mariané ficava imersa em qualquer objeto presente. Eu sabia que- Queres contar-me? Eu sou todo ouvidos e também um túmulo-simulou um fechamento com seus lábios.- De que estás a falar? - ela se mexeu desconfortável.- Você não precisa me dizer, mas se decidir fazê-lo, eu o ouvirei.Ele jogou com as mãos. Havia tanta coisa que ele gostaria de expressar, em vez disso, ele se reprimia, entrava em sua pequena concha encapsulando tudo o que podia. No entanto, com ela, se ele deixasse entrever seu lado interno sem colocar um cobertor do lado de fora.- Gostaria que Ismaíl ficasse mais tempo comigo. Sinto muita falta dele a cada segundo. Se tudo não fosse tão complicado…- Parece que ele te ama, você é tudo para ele. Nunca os julgaria.—As outras pessoas não hesitarão em fazê-lo, nos comerão vivos
AbismalEles foram ao encontro marcado para esse dia, evitando chamar a atenção, decidiram que seria feito à noite. Marc os esperava em seu consultório; ele os recebeu calorosamente. Enquanto Mariané se trocava atrás das cortinas, Os Homens aproveitaram para falar um pouco. Ismaíl confessou sentir certa ansiedade por saber o sexo do bebê, entre outras coisas contou como andava a ruiva. Evanson mostrou-se compreensivo e dando-lhe um tapinha nas costas assegurou que as mulheres grávidas ficavam histéricas por tudo, felizes por nada e triste sem motivos. Era a montanha-russa mais vertiginosa com a qual eu tinha que lidar. Ele agradeceu pelo Conselho e eles mudaram de assunto com o retorno da jovem.Sabia bem o que devia fazer, subiu na maca e esperou ser atendida. Marc sorriu para ela, depois de dizer a Ismaíl para correr uma cadeira e sentar-se perto da cama, voltou a dirigir-se a ela, preparando-se para fazer o ultrassom. Ele espalhou o gel em seu estômago e moveu o aparelho na área pr
"Só de olhar para nós chamas acendem entre nós. Eu sento uma chama ao lado dele, exploro, perdendo o controle de um beijo de seus lábios, do desejo viciante de me perder entre os cumes de seu corpo".DespedaçadosAs paredes a apertavam imperiosamente. O choro que a apanhava era esmagador e a sacudia feroz; fez-se novelo admirando em suas mãos a ecografia. Imaginado eu teria imaginado algo assim? Não, ela nunca refletiu sobre seu futuro, mas menos passou por sua cabeça estar envolvida em uma situação semelhante. As circunstâncias pintavam um panorama cinza, branco ou preto, tinha o pressentimento de que logo as coisas iriam em queda, até recrudescer. Acobertou-se, sem deixar de dar voltas ao que aconteceu. Ele fixou os olhos em sua barriga protuberante e voltou a olhar para o eco. Você tomou a decisão certa ou estava errado? Ele a estudou por um bom tempo antes de guardá-la em uma das gavetas da mesinha. Já não tinha a certeza disso. De nada em absoluto.Lágrimas brotavam seguidas de
"A única coisa que faz você valorizar essa pessoa, é quando a situação. Está por um fio e você sabe que pode perdê-la".RetalhosA impertinência de uma dor de cabeça aguda serpenteava violentamente. Ele olhou à deriva, torcendo a cabeça, sentindo os músculos do pescoço presos. Ele tinha adormecido na mesa, a noite toda. Amaldiçoou em voz baixa recapitulando o ocorrido, jogou tudo ao mar, tinha quebrado o pouco que restava entre eles e se sentia fatal. A pontada o atacou e ele teve que tomar a cabeça, contraindo o rosto da dor chocante. Pediu-lhe para tomar um banho e deitar-se até que a maré se acalmasse.Ele esfregou as mãos, notando que o Carmim de seus Nós dos dedos havia se mudado para uma aparência arroxeada.Estava arrependido de lhe ter falado dessa forma, e não encontrava maneira de corrigir seu erro. Saiu do Escritório fechando de uma porta, avançando em direção ao seu quarto; em todo o trajeto mergulhou em seus pensamentos cruzando velozmente, não tinha que ser o primeiro a
Mariané rugiu, afastou de uma mão a xícara de cereais, virou-o sujando o colo de seu vestido. Furibunda, deixou toda a bagunça encaminhada para seu quarto. No meio do corredor, ele parou. Ismaíl tinha esquecido de fechar sua porta, aquela estava entornada ao descuido. Moveu-se insegura do que faria, ao entrar viu vários frascos regados na cama, a centelha da curiosidade se acendeu.Inspecionou o rótulo com a receita de um, não entendeu muito. Ali tudo parecia palavras complexas e impossíveis de pronunciar. Não era tola, isso devia ser suficiente para provocar uma overdose. Então destapou o frasco nublada pela vaga intenção de fazer uma estupidez.De que sofria Ismaíl?Estudou o quarto, além de estar em ordem e passear a limpeza em sua extensão, seu perfume a golpeou como um soco a seco, trazia aquele vaivém de tranquilidade, o desconforto que também lhe encolhia o coração. Faltou oxigênio, não era bom que continuasse ali, porque torturava cada coisa que o lembrava.No final, ele pegou
EsperançaMariané permaneceu atrás do vidro, no seu interior havia um inverno desapaciável que lhe congelava as entranhas. O frio cru e impiedoso lhe calava o coração, deixou de ver o panorama outonal dirigindo-se a passos vacilantes e se aovilhou no Otomano perdendo a vista na chama ardente da lareira. Seus lábios tremeram, projetando-se o inferior e ele agitou-se no choro silencioso.Ele não se intimidou com a chegada de Ismaíl. Sentiu-o inclinar-se, não se mexeu. Ele acariciou seu cabelo, esfregando delicadamente a palma da mão aberta sobre as costas trêmulas.- Mariané vamos vamos para a cama.Ele não respondeu. Ele a pegou nos braços; a jovem se aconchegou em seu peito, continuou a soluçar. Fazia sete dias que, depois de perder o bebê, não falava, passava-a chorando, a duras penas comia.- Preciso de falar contigo, por favor. Sei que sou a última pessoa com quem queres iniciar uma conversa, mas é urgente o que tenho para te dizer, florzinha.Tinha-a depositado em sua cama, todo o
DespedidasSua colega de quarto acabou sendo uma linda castanha de olhos verdes expressivos. Ele a recebeu como se a conhecesse por toda a vida, efusivamente. Mostrou - lhe o lugar, bastante tagarela. Mariané sorriu contagiada com sua boa vibração, parecia muito otimista, alegre e divertida. Uma combinação difícil de contornar, Kelly Miller era como uma bomba atômica e a jovem, bem, talvez ela devesse se acostumar com esse comportamento oposto ao dela, quase pronoia.Estudou atentamente o seu lado, tal como o espaço pertencente à castanha, ali estava uma cama de solteiro, a mesinha de cabeceira com uma lâmpada bonita, embora não tão frágil e bonita como a flor de lótus. Também um armário branco e perto da janela uma mesa com sua cadeira, em cima estava um laptop. O quarto tinha um banheiro. Observou retrospectiva, um enorme quadro da cidade noturna de Paris, sobre a cabeceira da cama fazendo contraste com a cor pastel da parede.Não esquecia o jantar no Le Ciel De Paris, os sorrisos e
E amassou o guardanapo entre as mãos, então se dispôs a deixar o lugar, indiferente à reação da tal Katherine, ofendida pela rejeição. Uma vez lá fora, ele respirou fundo, seu carro estava estacionado nas margens da rua. Então ele embarcou fazendo o motor rugir em um instante. Durante o trajeto inundado de luzes, tráfego e gritos soando de um lado ao outro, esteve mergulhado no agora vazio deixado por sua partida. Seus dias passavam lentos, cinzentos, com o constante desejo de poder calcinar os sentimentos por ela.Ele cerrou os dentes furiosamente e, quando o semáforo mudou para vermelho, atacou o volante, despedindo a mistura de sentimentos implacáveis, confusos e dilacerantes que se agitavam dentro dele. Mesmo com a luz passando a verde ficou preso no meio de tudo, chorando aos mares. Ele retomou a condução nublado, seu corpo e mãos tremiam, forçado a parar antes de seu destino. A calma o tomou em questão de minutos, mas ao chegar ao seu apartamento, voltou a tempestade furiosa. El