"Tudo estava prestes a desmoronar, deixando-nos o gosto amargo e a necessidade perturbadora de ressurgir dos escombros".Vamos tentarEles jantaram no restaurante Le Ciel, em Paris, na torre parisiense Mont Parnasse. Ismaíl explicou - lhe como dado curioso, que a decoração foi feita pelo arquiteto Noé Duchaufor. De lá podia-se ver a torre Eiffel e os demais monumentos; a visão noturna da cidade das luzes, seria um presente inesquecível.Por que você frequenta esse tipo de lugar? - varreu-a ofuscada. Ele elogiava o conforto das mesas, o serviço atencioso e a atmosfera amigável, mas ver tantas pessoas elegantes, comendo com remilgos, causou dor de barriga. Causou-lhe desagrado testemunhar a superficialidade com que se desenvolviam. Piorou ao perceber a atenção feminina sobre Ismaíl.- Não tem nada de errado, tens algum problema? - ele olhou para ela com seriedade. Também não é a primeira vez que você vem a um lugar assim.- É desconfortável-encolheu —se no lugar. E essa mulher não para
"Nunca me senti tão desorientado, tive que enfiar o olhar nos olhos dela e me salvar, porque ela era minha bússola, a direção certa, apesar de Às vezes nós dois encontrarmos a doce desgraça".Mariané levantou-se com o amanhecer. Ele não sabia por que não queria mais estar lá, longe de casa. Naquela manhã, depois de receber o serviço de quarto, conversou com Ismaíl e chegaram à conclusão de que voltariam para os Estados Unidos. Apenas três dias haviam passado lá, e já era um fato o retorno. Ele vomitou naquele dia depois de voltar do almoço com seu tio. Ela estava sozinha na sala, arrumando o pouco que tirou da mala, mergulhada e, de repente, parando abruptamente, sentiu o ácido subir pela garganta. Angustiada por seu estado, prometeu contar a ele, assim que estivessem em casa.Infelizmente, Mariané desmaiou após o pouso, assim que pisaram no hangar privado. Oprimido, ele ordenou que Hank dirigisse ao hospital. No trajeto acordou confusa, admitindo o medo que sentia. Ele chorou em seus
"Nunca me senti tão desorientado, tive que enfiar o olhar nos olhos dela e me salvar, porque ela era minha bússola, a direção certa, apesar de Às vezes nós dois encontrarmos a doce desgraça".MedoMariané levantou-se com o amanhecer. Ele não sabia por que não queria mais estar lá, longe de casa. Naquela manhã, depois de receber o serviço de quarto, conversou com Ismaíl e chegaram à conclusão de que voltariam para os Estados Unidos. Apenas três dias haviam passado lá, e já era um fato o retorno. Ele vomitou naquele dia depois de voltar do almoço com seu tio. Ela estava sozinha na sala, arrumando o pouco que tirou da mala, mergulhada e, de repente, parando abruptamente, sentiu o ácido subir pela garganta. Angustiada por seu estado, prometeu contar a ele, assim que estivessem em casa.Infelizmente, Mariané desmaiou após o pouso, assim que pisaram no hangar privado. Oprimido, ele ordenou que Hank dirigisse ao hospital. No trajeto acordou confusa, admitindo o medo que sentia. Ele chorou em
- Estarei no meu consultório, o que falarmos é confidencial. Lembre —se de que, além de médico, tenho estima por você, você é um amigo —ele deu um tapinha na bochecha -. Dê-lhe o seu apoio, Mariané está arrasada.Afastou-se deixando-o ali, de pedra. Envolto na névoa, avançou até ela prostrada naquela cama. Ele se inclinou trêmulo e beijou sua testa, invadido por um tormento Aniquilador. A fraqueza sulcava suas feições, lânguida e triste.- Perdoa-me, florzinha. Demonios que diabos foi o que eu fiz? - murmurou com a culpa que sofria. Ele apertou os lençóis com as mãos transformadas em dois punhos.Todas as lembranças retornaram em loop, o que fizeram de errado, Os beijos, explosões acaloradas, o delírio e a loucura colidindo nos dois. Repercutiram os erros, o que poderiam ter evitado e não estar vivendo agora as consequências. O desenlace que os condenava ao indefinível. Ela soluçou perdendo a firmeza ao falar.-Não quero E-este bebé is N-não o quero Ismaíl! - sussurrou raivosa, com a
Seu rosto se contraiu, pressagiando que a enxaqueca chegaria em breve, ele se preparou para dormir. Ele se virou na cama sentindo a necessidade absorvente de virar o passado na escuridão; recordá-lo naquele dia, mexeu tudo. Um nó se agarrou em sua garganta, feroz. Angeline tinha ido embora por sua culpa, nunca teve a oportunidade de conhecê-la, mas essa pessoinha deixou maltratada sua alma e um buraco sem fundo no coração.Mariané o assustou com sua chegada esporádica. Ele estava na moldura da porta com uma camisola de cetim branco que o cobria até os joelhos. Pensou que um mesmo anjo havia descido do céu, pousando sutilmente ali. Sorriu admirando a doce despenteada que, como todas as noites, aparecia com a desculpa de não poder conciliar o sono.- Posso dormir contigo?—Você não precisa pedir, sempre há espaço suficiente-falou acendendo uma das lâmpadas, instantaneamente desfazendo um pouco a escuridão. No ato, ele apertou as pálpebras, as pontadas passeando ao redor de seus olhos. M
Quando Brenda subiu ao seu quarto, pediu-lhe que ficasse um pouco fazendo-lhe companhia, conversavam sobre trivialidades evitando falar do que se passava. A mulher notava que, de tempos em tempos, Mariané ficava imersa em qualquer objeto presente. Eu sabia que- Queres contar-me? Eu sou todo ouvidos e também um túmulo-simulou um fechamento com seus lábios.- De que estás a falar? - ela se mexeu desconfortável.- Você não precisa me dizer, mas se decidir fazê-lo, eu o ouvirei.Ele jogou com as mãos. Havia tanta coisa que ele gostaria de expressar, em vez disso, ele se reprimia, entrava em sua pequena concha encapsulando tudo o que podia. No entanto, com ela, se ele deixasse entrever seu lado interno sem colocar um cobertor do lado de fora.- Gostaria que Ismaíl ficasse mais tempo comigo. Sinto muita falta dele a cada segundo. Se tudo não fosse tão complicado…- Parece que ele te ama, você é tudo para ele. Nunca os julgaria.—As outras pessoas não hesitarão em fazê-lo, nos comerão vivos
AbismalEles foram ao encontro marcado para esse dia, evitando chamar a atenção, decidiram que seria feito à noite. Marc os esperava em seu consultório; ele os recebeu calorosamente. Enquanto Mariané se trocava atrás das cortinas, Os Homens aproveitaram para falar um pouco. Ismaíl confessou sentir certa ansiedade por saber o sexo do bebê, entre outras coisas contou como andava a ruiva. Evanson mostrou-se compreensivo e dando-lhe um tapinha nas costas assegurou que as mulheres grávidas ficavam histéricas por tudo, felizes por nada e triste sem motivos. Era a montanha-russa mais vertiginosa com a qual eu tinha que lidar. Ele agradeceu pelo Conselho e eles mudaram de assunto com o retorno da jovem.Sabia bem o que devia fazer, subiu na maca e esperou ser atendida. Marc sorriu para ela, depois de dizer a Ismaíl para correr uma cadeira e sentar-se perto da cama, voltou a dirigir-se a ela, preparando-se para fazer o ultrassom. Ele espalhou o gel em seu estômago e moveu o aparelho na área pr
"Só de olhar para nós chamas acendem entre nós. Eu sento uma chama ao lado dele, exploro, perdendo o controle de um beijo de seus lábios, do desejo viciante de me perder entre os cumes de seu corpo".DespedaçadosAs paredes a apertavam imperiosamente. O choro que a apanhava era esmagador e a sacudia feroz; fez-se novelo admirando em suas mãos a ecografia. Imaginado eu teria imaginado algo assim? Não, ela nunca refletiu sobre seu futuro, mas menos passou por sua cabeça estar envolvida em uma situação semelhante. As circunstâncias pintavam um panorama cinza, branco ou preto, tinha o pressentimento de que logo as coisas iriam em queda, até recrudescer. Acobertou-se, sem deixar de dar voltas ao que aconteceu. Ele fixou os olhos em sua barriga protuberante e voltou a olhar para o eco. Você tomou a decisão certa ou estava errado? Ele a estudou por um bom tempo antes de guardá-la em uma das gavetas da mesinha. Já não tinha a certeza disso. De nada em absoluto.Lágrimas brotavam seguidas de